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Ações de recuperação da agropecuária gaúcha terão início com base em bacias hidrográficas prioritárias
Cronograma elaborado na Oficina Recupera Rural RS prevê a capacitação de técnicos e agricultores em seis meses, bem como a instalação de Unidades de Referência Tecnológica com tecnologias voltadas às necessidades locais.
A partir de articulação entre equipes de pesquisa de nove Unidades da Embrapa e representantes de 25 instituições ligadas à agropecuária gaúcha, um plano de recuperação para o RS está sendo elaborado priorizando ações nas grandes bacias hidrográficas do Estado, inicialmente na dos rios Taquari-Antas, na região nordeste do Rio Grande do Sul. As definições são resultado da Oficina Recupera Rural RS, promovida pela Superintendência de Agricultura e Pecuária no RS, Embrapa e Emater/RS-Ascar, de 22 a 24 de outubro, em Porto Alegre (RS).
Dividida de acordo com as regiões fisiográficas, a proposta é trabalhar ações nos Campos de Cima da Serra, na Encosta Superior Nordeste e na Encosta Inferior Nordeste, na Bacia Taquari-Antas; e na Depressão Central, na Bacia do Baixo Jacuí. “Primeiro, porque essa foi uma das, senão a bacia hidrográfica mais severamente atingida. E também porque queremos trabalhar toda a Bacia Hidrográfica, já que esse problema não ocorreu só nas partes mais baixas, mas teve início nas cabeceiras da Bacia”, explica Ernestino Guarino, coordenador do Recupera Rural RS – plano de ação liderado pela Embrapa.
Em três meses, as entidades que irão coordenar os esforços em cada região devem ser definidas, que também serão responsáveis pela articulação com os parceiros locais. A capacitação de técnicos e agricultores está prevista para ter início em até seis meses, paralelamente à instalação de Unidades de Referência Tecnológicas (URTs), que levarão em conta as necessidades específicas de cada área.
“Nós temos capacidade operacional e recursos limitados, então optamos por ter um projeto piloto. Isso não exclui ações em outros locais, por meio de parcerias. Tudo o que faremos é escalonável para outras áreas, porque essas situações se repetem em outras bacias hidrográficas de forma similar. É uma estratégia para ganharmos escala ao longo do tempo e não fazermos tudo ao mesmo tempo, o que não seria possível”, acrescenta.
A partir de um ano, o plano ainda prevê esforços para subsidiar novas políticas públicas, tendo em vista a necessidade de redesenho dos sistemas face à adaptação às mudanças do clima. A estratégia considera os problemas apontados nos diagnósticos dos locais afetados e, neste momento, as tecnologias já produzidas pela Embrapa e demais instituições de pesquisa. “A ideia é pensar em sistemas agroalimentares mais resilientes a esse tipo de situação, mesmo que de alguma forma tenhamos que modificá-los ou adaptá-los à nova situação climática”, justifica.
As definições têm como base diagnóstico de danos elaborado pela Embrapa a partir de quatro visitas técnicas às principais regiões afetadas, realizadas com apoio da Emater/RS-Ascar, bem como a partir de dados de relatório apresentado também pela Emater/RS no início de julho e de levantamentos de outras instituições. O cronograma proposto e as ações ainda devem ser pactuados com Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) e órgãos do executivo estadual. “A proposta também irá passar constantemente por ajustes, porque dependemos do que vai acontecer na realidade, principalmente a partir das sugestões dos parceiros”, finaliza Guarino.
Dinâmicas
Os resultados foram elaborados a partir de dinâmicas entre as equipes ao longo de três dias de trabalho. No primeiro, foram apresentadas as ações e as interfaces de pesquisa e de transferência de tecnologia das sete Unidades da Embrapa que integram a “Plataforma Colaborativa Sul para Mitigação de Efeitos Adversos Climáticos na Agricultura”. Outras Unidades de diferentes regiões do País, mas com atividades de pesquisa ligadas ao tema da Plataforma, também participaram.
Na última quarta-feira (23), o momento foi de escuta das ações, capacidades e necessidades de 25 instituições e entidades que, de alguma forma, poderiam colaborar com o plano de recuperação rural do Rio Grande do Sul. No último dia, as equipes da Embrapa, junto de representantes da Emater/RS-Ascar, se reuniram novamente para elaboração de proposta direcionada, buscando evitar sobreposições e coordenar esforços. Esse plano foi debatido novamente à tarde, com a presença de representantes de onze instituições.
Abertura oficial
No dia 23, a oficina contou com abertura oficial para o público externo, com falas do diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento (DEPD), Clenio Pillon; do coordenador da Plataforma, Ernestino Guarino; do presidente da Emater/RS-Ascar, Luciano Schwerz; e do superintendente do Mapa no RS, José Cleber Dias de Souza. “Precisamos trabalhar, conversar, escutar as pessoas e colocar a Embrapa e a Plataforma à disposição da sociedade”, afirmou Guarino em suas boas-vindas.
Para Pillon, que participou on-line, o momento foi de reunião de competências e de alinhamento de expectativas com base no diagnóstico apresentado. “Nos anima estarmos aqui juntos, de mãos dadas, para contribuir com esse processo de restauração do nosso Estado, olhando e valorizando as possibilidades, as competências e as capacidades já instaladas, que não são poucas”, disse.
Schwerz, presidente da Emater/RS-Ascar, destacou a necessidade de discussão coletiva de novas estratégias e ferramentas de difusão para conscientização sobre a necessidade de rentabilidade com sustentabilidade nos sistemas produtivos. “Nosso grande objetivo é fazer com que o conhecimento gerado pela pesquisa possa chegar até o agricultor de forma rápida e objetiva, para que mais pessoas possam compreender e aderir às boas práticas agrícolas, que levam ao melhor manejo e conservação do solo e da água”, afirmou.
Por fim, o superintendente do Mapa relembrou o impacto das crises climáticas na agricultura gaúcha nos últimos anos, intensificado pela situação recente, reforçando a necessidade de ajustes nas políticas públicas ligadas à agropecuária, de maneira a induzir e estimular a adoção de determinadas tecnologias adaptadas. José Cleber também abordou a importância de, além de recuperar, preparar a produção agropecuária para o futuro, num contexto de mitigação das alterações climáticas.
“A institucionalidade federal tem uma contribuição relevante, participamos deste processo, mas isoladamente não daremos conta desse contexto. Então o convite é para que cada entidade apresente o que recolheu de informações e de dados; suas análises e reflexões; e o que está propondo. Mas, também conheça de forma estruturada e mais completa possível, quais diagnósticos e proposições cada entidade tem, seja do poder público ou de representação dos agricultores, e de que forma nós poderemos integrar e coordenar as ações”, finalizou.
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Alta externa e a possível publicação de edital de compra elevam os preços do trigo no Brasil
Aumentos nos preços internos foram verificados mesmo diante da colheita no Brasil e das importações intensas.
As cotações domésticas do trigo reagiram ao longo da semana passada.
Pesquisadores do Cepea explicam que o suporte veio da alta na Bolsa de Chicago e de informações de que o governo possa lançar edital para compra do cereal.
Ressaltam, ainda, que os aumentos nos preços internos foram verificados mesmo diante da colheita no Brasil e das importações intensas.
Em outubro, chegaram aos portos brasileiros 552,4 mil toneladas de trigo, o maior volume para o mês em cinco anos. Com isso, na parcial de 2024, a quantidade total adquirida chega a 5,7 milhões de toneladas, a mais elevada para o período desde 2013.
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Giro Técnico na Soja 2024 divulgará resultados de boas práticas no Paraná
Percorre diversas regiões do Paraná, tratando de temas relacionados às diferentes práticas agrícolas que estão no dia a dia dos produtores de soja.
Manejo integrado de pragas da soja, sistema Alerta Ferrugem, fixação biológica de nutrientes, manejo integrado de doenças, tecnologia de aplicação de insumos, manejo de solos e de plantas daninhas são os principais temas que serão discutidos nesses encontros. Conforme destaca Edivan José Possamai, coordenador estadual do Programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, esses conteúdos são os pilares de uma produção sustentável de soja, impactando na produtividade das lavouras, na rentabilidade econômica dos produtores e no meio ambiente. “Esse trabalho demonstra que é possível racionalizar o uso de insumos, seja fertilizantes, fungicidas, inseticidas ou herbicidas, utilizando-se manejos integrados, sem perder a produtividade das lavouras, o que resulta em maior lucratividade para os produtores”, salienta Possamai.
André Prando, pesquisador da Embrapa Soja, destaca o trabalho de coinoculação na soja com Bradyrhurobium e Azospirillum que pode resultar, em média, em um incremento de 8% na produtividade das lavouras, com baixo custo dos inoculantes. O Giro Técnico, na visão do pesquisador, permite uma aproximação entre agricultores, técnicos e pesquisadores, discutindo essas tecnologias. “No caso da coinoculação, nossa parceria com o IDR-Paraná permite gerar resultados que comprovam a importância da adoção de boas práticas, desde a aquisição dos inoculantes, até seu armazenamento e forma de uso, visando obter melhores resultados”, destaca Prando.
A parceria entre pesquisa e extensão tem destacado o Paraná como uma referência nacional em adoção de tecnologias sustentáveis e produtividade no cultivo da soja. A estimativas indicam que a adoção dessas boas práticas se reverte em uma rentabilidade de 17 sacas a mais de soja por hectare, seja pela redução de custos, seja pelo aumento da produtividade. Porém, Possamai observa que há a necessidade de que mais agricultores adotem essas boas práticas, pois ainda ocorrem problemas recorrentes, como os processos erosivos de solos e os casos de deriva de agrotóxicos.O Giro Técnico conta com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR, ITAIPU Binacional, universidades, colégios agrícolas, dentre outros.
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Casa Sustentável será uma das novidades do 37º Show Rural
Construída com madeira reaproveitada, a residência utiliza materiais que antes seriam descartados, promovendo assim economia e reduzindo impacto ambiental.
O 37º Show Rural Coopavel apresentará, pela primeira vez, a Casa Sustentável, projeto habitacional voltado ao meio rural desenvolvido pela Águia Florestal, de Ponta Grossa, em parceria com a Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) e apoio do Governo Estadual. Construída com madeira reaproveitada, a residência utiliza materiais que antes seriam descartados, promovendo assim economia e reduzindo impacto ambiental.
Com 70 metros quadrados de área construída e uma varanda espaçosa, o modelo é uma solução acessível e prática para propriedades rurais, melhorando assim as condições de vida de minis e pequenos agricultores, acentua o gerente da regional de Cascavel do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Lindomir Penzenti.
Além do uso de madeira reaproveitada, a Casa Sustentável incorpora tecnologias de autossuficiência e preservação ambiental, como energia solar, captação e armazenamento de água da chuva e um sistema de tratamento de esgoto doméstico. A proposta busca mostrar aos pequenos produtores rurais que a moradia sustentável é uma alternativa viável e eficaz para incorporar mais conforto e dignidade na vida no campo, ainda longe de parte das comodidades urbanas, distantes principalmente do agricultor familiar.
Permanente
A Casa Sustentável ficará em exposição permanente na área do IDR-Paraná no Show Rural Coopavel. A finalidade, reforça Lindomir Pezenti, é mostrar aos visitantes soluções ecológicas que podem ser implementadas nas propriedades rurais. Esse projeto tem potencial para se tornar uma política pública do Governo do Paraná. Por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Instituto de Desenvolvimento Rural, o governo estadual é um dos antigos parceiros do Show Rural Coopavel, que em 2025 será realizado de 10 a 14 de fevereiro, em Cascavel, no Oeste do Paraná.