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Suínos / Peixes Suinocultura

Ácido benzoico garante leitões mais saudáveis

Suplementação de ácido benzóico melhorou desempenho de leitões na fase de creche e esse efeito perdurou no período de engorda

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Arquivo/OP Rural

Leitões durante o período de desmame são expostos a fatores estressantes de origem nutricional, sanitária e imunológica. Estes eventos aumentam a susceptibilidade dos animais aos patógenos do trato gastrointestinal que causam doenças frequentes como diarreia. O patógeno Escherichia coli é uma das mais importantes causas de diarreia pós desmame. O objetivo deste estudo foi investigar a suplementação de diferentes níveis de aditivo para ração que contém 99,9% de ácido benzóico purificado desafiados com E. coli (K88+) e os impactos sobre o desempenho em fase de creche e engorda de leitões.

Um total de 224 machos castrados oriundos de um rebanho comercial, desmamados com 21 dias de idade e peso médio de 6,37 ± 0.34 kg foram utilizados no experimento. Na fase de creche (0 até 42 dias de experimento) os animais foram alojados em baias de piso plástico vazado de 1,20 por 1,44m com espaço de 0,34 m² por leitão. Na fase de engorda (43 até 147 dias de experimento) os animais foram alojados em baias de piso compacto de 2,30 por 1,50m com espaço de 1,15 m² por suíno.

Os leitões foram alojados conforme um delineamento em blocos casualizados e submetidos aos tratamentos conforme um arranjo fatorial 4 x 2 que consistiam em 4 níveis do aditivo na dieta (0,00; 0,25; 0,50; e 0;75%) e dois níveis de desafio (inoculação oral) de E. coli K88+ (0; ou 1 ml de solução contento 106 CFU/ml) totalizando 8 tratamentos, 7 repetições com 4 animais cada, o peso foi o critério utilizado para formação dos blocos. Os animais inoculados foram anteriormente alojados em galpão separado para evitar contaminação cruzada. Nos dias 10 e 11 de experimento metade dos leitões foram inoculados oralmente com 1 ml por dia de solução salina ou solução contento 106 CFU/ml de E. coli. As dietas foram formuladas para atender ou exceder as especificações nutricionais do NRC 2012 e elaboradas sem a adição de antibióticos promotores de crescimento. As dietas experimentais foram fornecidas durante o período de creche até os 42 dias de experimento quando os leitões completaram 63 dias de idade.

Depois do período de creche 84 animais foram transferidos para o galpão de engorda e distribuídos em delineamento de blocos casualizados em dois tratamentos (animais suplementados na fase de creche com 0 e 0.5% ácido benzoico) com 14 repetições de três animais por baia, com o objetivo de avaliar o efeito residual dos tratamentos na terminação. Na transferência de galpão todos os leitões receberam um tratamento com neomicina (14 mg/kg de peso vivo por 5 dias) a fim de evitar a disseminação de E. coli K88+ pelos animais.  Durante a fase de crescimento e terminação os suínos receberam dietas sem os tratamentos e sem nenhum outro antibiótico promotor de crescimento.

Coleta de dados e análises

Dados de consumo de alimento e peso corporal foram coletados aos 21, 42, 63 e 147 dias de idade. Com base nesses dados ganho médio diário de peso, consumo médio diário de ração e conversão alimentar foram calculados. O escore fecal foi feito no período de creche, com base no método de Casey onde as baias foram vistoriadas diariamente e atribuído escore fecal de normal (sem diarreia) e pastosa ou líquida (presença de diarreia). No final do estudo a ocorrência de diarreia foi calculada como percentual de ocorrência. Aos 42 dias de vida um animal de cada repetição foi abatido (56 leitões sendo 7 por tratamento) para avaliação de pH de conteúdo de estômago, duodeno, íleo e ceco. Coletas de segmentos de jejuno, íleo e colón foram feitas para mensurar morfologia de epitélio intestinal.

Além disso, coletas de conteúdo cecal foram feitas para análise de concentração de ácidos propiônico, butírico e lático.

Principais resultados

Foi observado efeito linear da dose do aditivo para ganho médio diário de peso e conversão alimentar no período de 21 até 42 dias de vida, e no período de 21 até 63 dias de vida (período total de creche), sendo que a dose de 0,75% proporcionou o melhor resultado zootécnico (Figura 1). Os resultados coletados no período de engorda também indicaram efeito linear da dose do ácido benzóico suplementado no período de creche, com efeito residual sobre o peso final e ganho médio diário de peso dos suínos aos 147 dias de vida. Nesse período não houve diferença no consumo de ração e na conversão alimentar (Figura 2).

A inoculação de E. coli foi um grande desafio entérico para os leitões. Conforme esperado os animais inoculados com E. coli apresentaram maior incidência de diarreia do que animais não inoculados (Figura 3).

Os animais inoculados tiveram uma menor altura de vilosidade do íleo e aumento de pH de conteúdo de jejuno e íleo. Os resultados das análises de concentração dos ácidos do conteúdo cecal indicaram que a inoculação de E. coli não afetou a concentração dos ácidos acético e propiônico todavia reduziu a concentração de ácido butírico.

A suplementação com ácido benzoico na dieta de leitões em fase de creche foi eficiente em reduzir a incidência de diarreia tanto os animais inoculados e não inoculados com E. coli K88+. A redução na incidência de diarreia nos animais inoculados com E. coli K88+ que receberam o aditivo pode ser justificado pelos achados na pesquisa, nos quais há efeito linear na altura de vilosidade e profundidade de cripta, aumento da concentração de ácido butírico no conteúdo cecal para uma concentração equivalente ao dos animais não inoculados e indicativo de que a suplementação com o ácido modulou a microbiota e a produção de metabólicos melhorando a morfologia do epitélio intestinal para os níveis crescentes do ácido (Figura 4).

Conclusões

A suplementação de 0,75% de ácido benzóico melhorou o desempenho de leitões na fase de creche e esse efeito perdurou no período de engorda. A melhora desse desempenho está relacionada a alterações de morfologia intestinal, metabólicos de microbiota e incidência de diarreia.

 

Referências: Silveira et al.(2018). Benzoic acid in nursery diets increases the performance from weaning to finishing by reducing diarrhoea and improving the intestinal morphology of piglets inoculated with Escherichia coli K88+. Journal of Anim Physiol Anim Nutr. 102(6):1675-1685. Doi: 10.1111/jpn.12977.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2020 ou online.

Fonte: Equipe Técnica DSM

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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