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Suínos / Peixes

Acidificantes podem substituir antibióticos na suinocultura

Setores como a suinocultura fazem uso de alternativas viáveis à substituição destas moléculas; entre as alternativas se encontram os ácidos orgânicos

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Artigo escrito por Maurício Schiavo Marchi, Médico Veterinário e Assistente técnico comercial da Theseo Saúde Animal

Estima-se que em 2050 a população mundial será 23% maior quando comparada ao início de 2017. Isso representa que seremos mais de 9,6 bilhões de habitantes; um aumento de mais de 2 bilhões de bocas em menos de 40 anos (ONU). O consumo médio de carnes per capita, em 2050, será em torno de 64 kg, aumento de 65%, comparado à 2010 (FAO). Consequentemente faz-se necessário um aumento aproximado de 60% na produção de alimentos, como carne, leite e derivados, e alimentos industrializados. As produções suinícolas e avícolas são as que mais apresentarão necessidade de crescimento: 55 e 200%, respectivamente (FAO).

Para se alcançar tal demanda, a pecuária moderna lança mão de técnicas como melhoramento genético, melhores condições de ambiência aos animais confinados e dietas mais avançadas. Usos de aditivos melhoradores de desempenho, como os antibióticos, também entram para a gama de técnicas utilizadas por agroindústrias integradoras e criadores independentes. São inegáveis os benefícios trazidos pelo uso de antibióticos como aditivos melhoradores de desempenho. Tal prática proporciona melhora em índices zootécnicos e menor incidência de enfermidades no rebanho.

Em contrapartida, existe a crescente proibição ao uso de antibióticos como promotores de crescimento. A lista de moléculas proibidas vem aumentando, sendo o caso mais recente, o Sulfato de Colistina, em 2016 (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa). Dessa forma, setores como a suinocultura fazem uso de alternativas viáveis à substituição destas moléculas. Entre as alternativas se encontram os ácidos orgânicos.

Em produção animal, quando o assunto é acidificante, referimo-nos aos ácidos orgânicos fracos de cadeia curta, que produzem menor quantidade de prótons por molécula ao se dissociarem. São amplamente utilizados na suinocultura, conferindo inúmeros benefícios. Nutricionalmente, estimulam a secreção de bicarbonato e enzimas digestivas pancreáticas e possuem capacidade aniônica tamponante, facilitando retenção de cátions provenientes da dieta, como Ca2+, Mg2+, Cu2+ e Zn2+. Também auxiliam na digestibilidade de componentes provenientes da dieta.

Na fase de pós-desmame, entre 3 e 4 semanas de idade, os acidificantes são largamente utilizados na suinocultura via água de bebida. Essa prática tem como objetivo auxiliar a digestão, reduzindo o pH estomacal e aumentando a atividade de enzimas, como a pepsina (um tipo de protease), o que melhora a digestibilidade da ingesta.

Além de benefícios nutricionais, conferem algumas vantagens sanitárias aos lotes: controlam a população de microorganismos potencialmente patogênicos, prevenindo casos de Lawsonia intracellularis, Clostridium sp. e E. coli.

Simultaneamente, os ácidos orgânicos auxiliam a multiplicação da microflora de bactérias desejáveis, como as do gênero Lactobacillus sp., que possuem um pH ótimo de crescimento em meio ácido. Estas bactérias competem diretamente por sítios de ação com bactérias patogênicas, como as cepas de E. coli enterotoxigênica, uma das principais causadoras de diarreia em fase de creche/pós desmame.

Dentre os principais ácidos utilizados na produção animal, se encontram o propiônico, fosfórico, fumárico, fórmico, acético, benzoico, lático e cítrico. Dependendo do microrganismo, cada um dos ácidos supracitados possui capacidade bactericida ou bacteriostática. Ainda é possível notar que cada patógeno é mais sensível ou menos sensível à determinado tipo de ácido. Assim, é importante escolher produtos com um blend (combinação) de ácidos, pois o espectro de ação será maior ao longo do trato gastrointestinal.

Existe uma grande variedade de acidificantes disponíveis comercialmente. São diferentes na formulação, concentração e formas de apresentação, sendo possível encontrar produtos líquidos ou sólidos (pastilha ou pó). Cada tipo de ácido orgânico possui propriedades físicas e químicas específicas: pH, concentração, constante de acidez (pKa), capacidade tampão, etc. Uma importante propriedade dos acidificantes é a capacidade de baixar o pH da solução.

Um estudo conduzido laboratorialmente confirma que diferentes produtos possuem diferentes capacidades de baixar o pH da solução.

Nota-se ainda que o produto A possui maior capacidade de baixar o pH da solução. Por consequência, utiliza-se menor quantidade do produto A quando comparado aos outros produtos. Deste modo, não devemos observar somente o custo na hora da escolha de um acidificante, e sim a relação custo/benefício.

Na literatura, há inúmeros estudos que evidenciam os benefícios dos ácidos orgânicos utilizados na suinocultura. Sendo assim, a escolha de um acidificante deve ser baseada de acordo com a sua composição; concentração de ativos e poder de acidificação mesmo sob desafio de água dura. Outro aspecto a ser levado em conta é o pH desejado para água de bebida. Para este último caso, é essencial sabermos o pH da água na sua origem, para não ocorrer erros de dosagem na acidificação. Deste modo, o usuário garante boa relação custo/benefício, melhor performance de lotes e maiores lucros.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de fevereiro/março de 2017.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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