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ACCS prevê dificuldades no setor suinícola em 2022

Maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, Santa Catarina atravessou períodos de bastante dificuldade no setor ao longo do ano passado em virtude de safras frustradas pelas estiagens, quedas do valor pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor e aumento de custo dos insumos, com destaque para o milho, fatores que fizeram com que os suinocultores e as agroindústrias trabalhassem com margem de lucro muito estreita, beirando o limite. O último ano foi ainda mais desafiador para os produtores independentes, modalidade em que cada produtor arca com os custos da sua atividade.

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Maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, Santa Catarina atravessou períodos de bastante dificuldade no setor ao longo do ano passado em virtude de safras frustradas pelas estiagens, quedas do valor pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor e aumento de custo dos insumos, com destaque para o milho, fatores que fizeram com que os suinocultores e as agroindústrias trabalhassem com margem de lucro muito estreita, beirando o limite.

Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi. – Foto: Ascom/ACCS

De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, esse ambiente gerou pânico entre os produtores que já trabalhavam com uma baixa rentabilidade na produção. “O ano passado foi conturbado, trabalhamos no limite. A queda no valor do suíno vivo aliado as altas consecutivas no custo da produção no fim do primeiro trimestre causou um desespero no setor, porque não sabíamos aonde poderíamos chegar até o final do ano. E de lá para cá realmente tivemos muitas coisas negativas dentro do setor suinícola, o que complicou bastante a atividade, mas nos mantemos firmes”, declarou Lorenzi em entrevista ao Jornal O Presente Rural.

O ano foi ainda mais desafiador para os produtores independentes, modalidade em que cada produtor arca com os custos da sua atividade. “Foi um ano péssimo para os independentes, que amargaram uma margem muito negativa. Se nós contabilizarmos janeiro até novembro, o preço pago ao produtor foi em torno de R$ 6,40, e o custo de produção chegou a R$ 7,10, um prejuízo realmente forte que o setor enfrentou e continua ainda enfrentando”, enfatiza Lorenzi, ampliando: “Dois mil e vinte e um é um ano que não dá saudade, que deveríamos esquecer se não fossem as dívidas que nos fazem lembrar do quanto o ano foi difícil para a nossa atividade”.

Apesar das dificuldades, o Estado aumentou suas vendas no mercado externo e se manteve como principal exportador de carne suína brasileira em 2021, enviando para fora do país 51% da sua produção entre janeiro e novembro, o que representou 532.793 milhões de toneladas, um crescimento de 11% comparado ao mesmo período de 2020.

Produtor recorre a financiamento e à venda de bens para se manter no setor

Para superar os momentos difíceis e os prejuízos gerados no decorrer do ano passado, Lorenzi conta que a alternativa foi mais uma vez recorrer aos bancos, a fim de buscar recursos que sustentem a atividade.

“O jeito foi mais vez buscar financiamento. O ano de 2020 foi muito bom para a suinocultura, o que fez com os suinocultores se capitalizassem, conseguindo pagar suas dívidas e ainda manter um capital de giro para a atividade. Cenário bem diferente de 2021, que com a elevação de custos precisaram fazer novos financiamentos para manter o setor, mas esses recursos já estão exauridos”, afirma o presidente da ACCS, acrescente que muitos produtores estão pedindo para que seja ampliado o prazo do crédito de retenção de matrizes: “Já levamos propostas ao governo federal, mas ainda não conseguimos a prorrogação dos prazos. Essa liberação é de suma importância porque muitos produtores fizeram securitização das dívidas e ainda não terminaram de pagar. E, agora, além de ter essa dívida ainda vão contrair outra para se manter na atividade”, expõe Lorenzi.

A produção de suínos é uma das mais importantes atividades agropecuárias de Santa Catarina, fruto do trabalho incansável de produtores e das agroindústrias que tem colocado o Estado como protagonista da suinocultura no país. “Por mais que temos dificuldades, sempre olhamos para um horizonte mais promissor, mesmo que não consigamos ainda enxergar onde vamos chegar esse ano. Para manter o setor suinícola, os produtores, se preciso for, se desfazem de algum bem que conseguiram ao longo dos anos dentro da atividade – um lote, uma casa ou um carro – e investem o valor dentro da atividade”, elenca Lorenzi.

No entanto, a garantia de que conseguirá reaver esse investimento a curto prazo é cada vez menor, visto que os custos para se manter trabalhando no setor aumentam cada vez mais. “Estamos vendo que o retorno dos investimentos feitos é cada vez mais dificultoso, porque o produtor não vê o resultado da atividade, no meu ponto de vista há um crescimento desordenado da produção em todos os Estados, que cresceram demais e agora a conta chegou tanto para os suinocultores, como para as indústrias e, infelizmente, na gôndola do supermercado, ou seja, para o consumidor”, avalia.

Com inovação, tecnologia e produção sustentável a produtividade vem melhorando cada vez mais, o que tem contribuído para o crescimento da produção nacional. “Tudo isso favorece para que a perda de suínos do nascimento até o abate seja cada vez menor”, pontua Lorenzi.

Preocupação com as exportações para China

Contudo, Lorenzi avalia que manter as vendas externas concentradas em um único comprador segue sendo muito arriscado, ainda mais quando esse cliente tem perspectiva de em até dez anos se tornar autossuficente. “A China é o principal destino da carne suína brasileira, consumindo 49% do que é produzido no país, no entanto anunciou no fim do ano passado que quer se tornar autossuficiente, acendendo um alerta para o setor no Brasil. Há pouco mais de dois anos a Peste Suína Africana assolou a criação de animais no país asiático, que concentrava cerca de 48% de toda produção mundial, então o Brasil viu uma grande oportunidade nesse mercado, só que não combinaram nada com os chineses, produzimos para exportar e agora os chineses estão buscando serem autossuficientes, o que começa a trazer uma dificuldade à suinocultura brasileira, uma vez que passam a diminuir o volume de compras”, analisa o presidente da ACCS

Rússia volta a comprar carne suína brasileira

Neste cenário, após quatro anos, a Rússia reabilitou novas unidades frigoríficas brasileiras para ampliar a compra da carne suína do país. Em 2017, os russos exportaram 259,41 mil toneladas, depois reduziram drasticamente as importações por uma estratégia de aposta na produção local e agora estreitam relações com o Brasil para retomarem a parceria.

Entre janeiro e outubro de 2021, o volume enviado para os russos foi de apenas 3.827 mil toneladas. Por outro lado, no último trimestre do ano passado, a Rússia anunciou uma nova cota de 100 mil toneladas, sem tarifa, com validade entre 1º de janeiro e 30 de junho, não exclusiva ao Brasil, mas que o país pode ser um dos principais fornecedores.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que com o preço médio de importações para o mercado russo, a cota disponibilizada tem potencial para gerar mais de U$S 200 milhões em exportações. Com isso, a expectativa é elevar as exportações da proteína para a Rússia já nos primeiros meses de 2022, apesar da limitação de acesso ao país durante o inverno russo devido ao congelamento das águas em diversos portos.

“A situação atual dos produtores seria um pouco amenizada se esse volume de carne fosse comprado de uma única vez, mas da forma que os russos não são fáceis na negociação, vai ser um pouco difícil essa reabertura de mercado favorecer os produtores, será difícil em um curto prazo haver uma melhora significativa aos suinocultores”, pontua.

Consumo

Em torno de 80% do que é produzido no país é consumido pelo mercado interno e outros 20% são destinados ao mercado externo. Em 2021 foi previsto um aumento no consumo per capita de quase 5%, ampliando o consumo para 16,8 quilos por habitante/ano. “Essa alta no consumo foi favorecida pela elevação dos preços da carne bovina e da carne de frango, que fez com que a carne suína ficasse com preços mais atrativos, porém, mesmo assim, os produtores não estão tendo uma boa remuneração”, enfatiza Lorenzi.

Produtor x Indústria

Conforme o presidente da ACCS, há alguns anos falava-se que quando as exportações atingissem 500 mil toneladas, os suinocultores seriam melhor remunerados, no entanto, lembra Lorenzi, que as exportações atuais da proteína já ultrapassam 1,2 milhão de toneladas por ano e os produtores seguem minguando. “Por outro lado, a cada trimestre as indústrias estão batendo recordes de liquidez. A conta não fecha, é urgente a necessidade de equalizar essa situação, por isso que é difícil olhar lá na frente, neste mercado capitalista, como vai ser a rentabilidade do produtor”, avalia.

“A suinocultura como um todo é excelente em lucratividade. Mas, agora, vamos separar a suinocultura da indústria e das integradoras; e a suinocultura do suinocultor – essa realmente está cada vez mais pesada em investimentos e em tecnologias, financiamos para longos dez anos, mal terminamos de pagar já tem novas tecnologias que precisam sem implementadas, ampliadas ou trocadas dentro das propriedades. Para poder suprir essa necessidade precisamos ir a banco e fazer novos investimentos, então essa é a preocupação que nós temos: precisamos ter uma viabilidade da atividade como uma garantia de lucro para que o produtor possa realmente olhar um horizonte promissor”, avalia Lorenzi

Lei da integração 

Neste sentido, foi criada a Lei da Integração (Lei 13.288/2016), sancionada em maio de 2016. O marco regulatório deu condições para que produtores rurais integrados se sentassem à mesa de negociação com as agroindústrias em pé de igualdade. Em cinco anos, a legislação trouxe mais equilíbrio e transparência, impulsionando esse modo produtivo, o que tem trazido um fôlego maior aos produtores integrados, frisa Lorenzi, no entanto essa lei não se estende para o modelo cooperativista e independente.

“Depois de cinco anos da lei em vigor estamos conseguindo os primeiros resultados. Nos próximos dois anos teremos um trabalho muito grande em cima disso para regulamentar todas essas questões e poder fazer com que o campo seja um lugar digno para os produtores poderem trabalhar, viver e gerar a sua renda”, completa Lorenzi.

Momento de repensar investimentos

Apesar de todos os desafios do setor, Lorenzi diz que os produtores não gostam de ver a propriedade estabilizada e promovem constantemente melhorias para ampliar o plantel ou melhorar a estrutura que dispõe, no entanto, essas adequações fazem com busquem mais recursos junto a bancos, ficando endividados por mais tempo.

“Nós produtores não gostamos de ver a propriedade estabilizada, a gente sempre vai buscar recurso em banco para ampliar e justamente essa ampliação é que está nos ‘matando’. Nós mesmos estamos nos ‘envenenando’. Então é essa questão que o produtor precisa repensar: é momento de pisar o pé no freio, estagnar um pouco o plantel, parar por um ano esse crescimento de produção, porque o crescimento em produtividade já seria suficiente para atender o mercado, estabilizar os investimentos para voltar a ter uma margem de rentabilidade maior”, salienta, acrescentando: “Para a indústria essa situação é mais favorável, porque ela que dita o mercado, coloca os preços, pede para crescer, se o produtor não faz investimento outro faz, então ele acaba investindo, mas sem ter aquela garantia daquilo que realmente precisa para ter margem de lucro dentro da propriedade rural. Há um descompasso muito grande no tripé produtor, governo e indústria”.

A ACCS juntou forças com outras entidades como a Ocesc, Fecoagro, IMA – Instituto do Meio Ambiente, FAESP/SENAR-SC, Sindicarne etc, para ampliar a voz dos suinocultores e das empresas de material genético, buscando melhorias que possam oferecer maior estabilidade ao setor. “A ACCS tem trabalhado muito forte para que os produtores tenham qualidade de vida no meio rural e a qualidade de vida só é alcançada realmente quando se tem renda, sem renda não se consegue ter o conforto que precisa na propriedade rural”, elenca Lorenzi.

Perspectivas para 2022

O presidente da ACCS diz que pelo cenário atual espera-se um 2022 com inúmeras dificuldades, mas é preciso ser otimista, pois em meio a desafios também surgem oportunidades promissoras.

“Será difícil principalmente por ser um ano eleitoral, onde as opiniões que os candidatos esboçam acabam tendo impacto no mercado internacional, refletindo no risco Brasil. Enquanto produtor, precisamos acreditar na atividade e dar o nosso melhor, independente de quem for nossos governantes. Acredito que esse ano não será bom em termos de rentabilidade, salvo se tivermos uma exportação expressiva”, analisa.

O gestor da ACCS cogita que os custos de produção deverão se manter no patamar que fecharam no ano passado, uma vez que a safra 2021/2022 que foi plantada agora será ainda barata do ponto de vista sobre o valor de venda, no entanto, a próxima safra poderá ser mais cara em virtude do aumento expressivo de fertilizantes e demais produtos usados nas lavouras, fazendo com que os agricultores não tenham alternativas de custos mais baixos.

“A importação, que seria uma saída, com o dólar em alta já não deve ajudar, mas precisamos ser otimistas, olhando todos os cenários, enxugando todos os gastos, zerando os investimentos, mantendo a propriedade estável, para depois que passar essa turbulência analisar qual melhor caminho a seguir. Será um ano que vamos manter as estruturas de pé e trabalhar para sobreviver”, encerra.

Mais informações sobre o cenário nacional de grãos você pode conferir na edição digital do Anuário do Agronegócio Brasileiro.

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Foto: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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