Bovinos / Grãos / Máquinas Atentos a mudança climática
Abramilho destaca importância do grão na nutrição animal e prevê produção 10% maior em 2022
Para o agricultor e presidente institucional da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Cesario Ramalho, os agricultores brasileiros se mostraram resilientes frente aos desafios impostos no decorrer de 2021: elevação nos custos de insumos, altas consecutivas do combustível e a falta de chuva, situação climática que ocasionou, na última safra de verão, uma redução de 25% da área produzida no Sul do país.
Com um crescimento de 11,20%, o milho é o terceiro maior contribuinte do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Brasil, tendo movimentado R$ 124,78 bilhões nos dez primeiros meses do ano passado, conforme informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Líder nacional na produção do grão, o Mato Grosso responde por 15,58% do total do VBP brasileiro, com um faturamento de R$ 39 bilhões no acumulado do ano. Sobre Goiás, segundo colocado, o Estado mato-grossense possui receita superior a 12,46%. Números que demonstram a potência do gigante da região Centro-Oeste, que vem despontado cada vez mais no país como principal produtor de milho, soja, algodão e gado de corte.
“E mesmo com todas essas dificuldades fechamos 2021 de forma bastante positiva para a cultura. O Brasil cresceu a sua produção de grãos e de muitos outros produtos que compõem o agro. O milho ganhou preços novos e alcançou novos patamares, o que propiciou uma boa remuneração aos produtores e estabeleceu uma regra nova de rentabilidade para o campo, com resultados significativos para a agricultura brasileira”, analisou Ramalho em entrevista exclusiva concedida ao Jornal O Presente Rural.
Segundo ele, a pandemia do Coronavírus desregulou o mercado mundial, acentuando a demanda por alimento e aumentando a preocupação das nações com a segurança alimentar. “Neste cenário, o Brasil se sentiu em uma posição bastante favorável, porque o país exporta em torno de 20% da produção brasileira e fica com 80% para o consumo interno. Por exemplo, o milho sustenta toda a cadeia de proteína animal, com destaque para a produção de aves, produto que vem colocando o Brasil em posição de destaque como maior produtor e exportador mundial de carne de frango”, ressalta.
Crescimento da produção brasileira
A produção da safra nacional de grãos fechou o ciclo 2020/2021 com um volume estimado de 252,3 milhões de toneladas, uma redução de 1,8% sobre a safra anterior e 1,6 milhão de toneladas inferior à previsão inicial. Castigada pelas mudanças climáticas, a cultura de milho apresentou uma redução média de 21% da produtividade das lavouras quando comparada à temporada anterior, totalizando 85,75 milhões de toneladas, volume 16,4% menor que em 2019/2020, quando fechou em 102,5 milhões de toneladas, Ramalho diz que a Abramilho estima para a safra 2021/2022 uma produção total de grãos na ordem de 290 milhões se as condições climáticas do ano forem favoráveis ao cultivo de grãos. “O Brasil cresceu em tudo: inteligência de mercado, gestão da produção, técnicas de manejo, geração de empregos e ofereceu tranquilidade no abastecimento do país e para a nossa exportação”, pontua, acrescentando: “A Abramilho entende que o milho é o principal grão produzido no país e para suportar as demandas internacionais da carne de frango, suína e bovina é necessário que a produção de milho cresça, uma vez que é o principal ingrediente da ração para a cadeia animal”, salienta.
Para o país aumentar a produção, Ramalho ressalta que antes é preciso melhorar a produtividade das lavouras brasileiras, que atualmente varia entre cinco e dez mil quilos por hectare, enquanto as lavouras norte-americanas produzem uma média de 12 mil quilos por hectare e as chinesas cerca de seis mil quilos por hectare. “Para ter ganho de produtividade é preciso implementar mais tecnologia no campo e melhorar a qualidade do solo, fator essencial para ampliar a produção média por hectare”, analisa o presidente institucional.
Outra alternativa, elencada por Ramalho, é avançar com a agricultura intensiva – agrossistema que aumenta o uso de insumos e de tecnologia para obter ganho de produtividade e redução nos prazos. “Mato Grosso do Sul já vem há alguns anos avançando com a agricultura nas terras da pecuária, que vem ficando mais intensiva, com muitos confinamentos abertos e outros em processo de abertura. Essas áreas de terras degradadas pela pecuária passam a ser utilizadas pela agricultura, com isso vamos ter novas áreas para incorporar a produção agrícola brasileira”, projeta.
Demandas
A Abramilho está atenta e segue com as negociações com diversas demandas do setor, entre elas linhas de financiamento a longo prazo; maior rentabilidade da atividade; melhor uso dos recursos hídricos disponíveis (água da superfície e em profundidade); ganho de novos mercados visando aumento da exportação; estoques reguladores; garantia de fornecimento de fertilizantes (potássio e nitrogênio); pesquisa e desenvolvimento de novos híbridos de milho que possam ser mais resistentes ao estresse hídrico e a pragas, como a cigarrinha, que castigou de maneira intensa as lavouras de milho na safra 2020/2021; e seguro rural que inclua a proteção da renda do produtor.
“Enquanto nos Estados Unidos 95% das lavouras possuem seguro, no Brasil nem 10% das lavouras estão asseguradas. Nós estamos permanentemente cobrando o produtor para que proteja sua produção. A agricultura é uma atividade de alto risco, constantemente afetada pela situação climática, então o produtor precisa estar amparado, não dá para trabalhar o ano todo e acumular prejuízo”, enfatiza Ramalho.
O gestor pontua que o país tem capacidade hídrica para produzir uma terceira safra brasileira em vários pontos do país, no entanto, a água da superfície e a encontrada em profundidade ainda é pouco usada. “Com uso racional da água, sem deixar faltar para o consumo da população, as porteiras ficam abertas para conquistar novas áreas e novos produtores. Capacidade de extrair mais água nós temos”, expõe.
Segundo Ramalho, o país é demasiadamente agrícola, afirmação que se comprova com os números estrondosos do VBP brasileiro, que mais uma vez, apesar de algumas perdas, a produção nacional alcançou números faraônicos, firmando o Brasil como terceiro maior produtor de alimentos do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, e como segundo maior exportador global, depois dos norte-americanos, de acordo com os dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). “O VBP demonstra que a agricultura está crescendo ano após ano. Um exemplo desse crescimento avultoso, no Mato Grosso do Sul, apenas uma cooperativa da região de Naviraí, que abrange uma área na ordem de 450 mil hectares, estima que tenha crescido 6% sua área física no último ano. Já na região do Matopiba, formada pelo Estado do Tocantins e partes dos Estados do Maranhão, Piauí e Bahia, cogita-se um crescimento de área física na ordem de 8%”, destaca.
Mudanças drásticas do clima
Os eventos climáticos são um dos grandes desafios a serem superados pela agricultura. Calor excessivo, frio intenso, estiagem ou chuvas volumosas comprometeram o desenvolvimento das lavouras em 2021. “O clima foi o grande vilão das safras de grãos ao longo do ano passado. Na região Sul houve perda da área da safra de verão em razão da estiagem e na região Centro-Oeste, o último período de chuvas foi entre março e junho, fazendo com que os produtores amargassem prejuízo também. Teve muita gente que não colheu nenhum grão. Estamos vivendo um período de mudança climática, por isso que o seguro é tão importante para garantir maior segurança aos agricultores”, enfatiza.
É na ciência que está a solução para enfrentar as situações adversas e extremas do clima, afirma Ramalho. “Pesquisadores da Embrapa e das universidades têm trabalhado intensamente para melhorar as variedades da planta. Através da pesquisa é possível fazer plantas mais resistentes ao estresse climático, com raízes mais profundas para ter mais facilidade para se buscar água no solo por exemplo, encurtar ciclos, etc. É uma corrida permanente para se buscar soluções viáveis e duradouras para o desenvolvimento do milho”, evidencia.
Dependência de insumos para produção de fertilizantes
O Brasil é um grande player global de produção de alimentos, no entanto é dependente de até 90% do cloreto de potássio, produto essencial na formulação dos fertilizantes nacionais. “É uma falha imperdoável que exige maior atenção do governo federal e dos setores envolvidos na produção de grãos. Quando fui presidente da Sociedade Rural Brasileira já demonstrava minha preocupação sobre o risco da dependência excessiva do país em apenas um produto, mas o problema na época não foi encarado com seriedade e infelizmente agora vamos pagar esse preço”, avalia.
Ramalho lembra que a fábrica de glifosato da Bayer em Louisiana, na Califórnia (EUA), permanece fechada depois que o furacão Ida atingiu a Costa do Golfo no final de agosto – o que inflacionou o produto no mercado subindo seu valor para mais de 300% -, complicando ainda mais os problemas logísticos e da cadeia de abastecimento que já haviam restringido o fornecimento global de fertilizantes e produtos químicos.
Por sua vez, ele diz que em várias regiões brasileiras há muito potássio dentro da terra, o que pode reduzir o uso de fertilizantes no decorrer deste ano, afetando em escala menor a produção nacional de grãos.
Custo de produção
Para melhorar a produção nacional de grãos, Ramalho diz que é fundamental que se faça uso racional dos insumos e fatores de produção disponíveis ao produtor. Por mais que cada produtor tem seu próprio custo de produção em função dos fatores de produção de que dispõe, o planejamento da safra passa a ter importância maior e requer uma análise cuidadosa de todos os itens que compõem os custos de produção.
A maioria dos insumos é reajustado pelo equivalente a variação da cotação do dólar, por isso avaliar custos é fundamental na hora de decidir o quanto, onde e quando plantar. Nesse sentido, analisar a relação de troca pode auxiliar o produtor na tomada de decisão. Trata-se de um indicador que mensura a capacidade de compra de um insumo com a receita apurada na venda do produto, ou seja, a quantidade de produto agrícola necessário para a aquisição de um determinado insumo.
Exportações
Com os problemas climáticos afetando o resultado das produções, as exportações no ano passado apresentaram queda de 44,24% no acumulado dos 11 primeiros meses e devem ficar abaixo de 20 milhões de toneladas embarcadas, 50% a menos do que era enviado para fora do país há dois anos.
Contudo, Ramalho afirma que a demanda internacional está crescendo e diferente da soja, que tem como principal comprador a China, o milho tem um mercado bem diversificado, tendo como principais destinos Irã, Espanha e Egito “Estamos em negociação com a Rússia e o Canadá com vistas a ampliação do mercado para o produto brasileiro. O milho já tem um mercado diversificado, ao contrário da soja, que exporta 80% da produção nacional para um único comprador, o que considero um grande risco – é preciso aumentar os contatos externos para pulverizar essas vendas, diferente do milho que tem vários compradores, o que dá mais segurança ao produtor”, reconhece Ramalho.
Para conter os preços no mercado interno e diminuir a pressão do especulador, o país comprou commodities do Paraguai, Argentina e dos Estados Unidos ao longo de 2021. “Foi uma decisão assertiva para viabilizar a cadeia do milho e a agroindústria”, pontua o presidente da Abramilho.
Expectativas para 2022
A Abramilho está em busca constante de melhorias para a atividade no campo, com pesquisas através da Embrapa e de universidades para o desenvolvimento de sementes que suportam melhor o calor excessivo acima de 38ºC. “Precisamos de sementes que se adaptam a esse modelo climático com estresse hídrico, então estamos sempre aprimorando a pesquisa. A agricultura não é apenas colocar a semente no chão e esperar que ela cresça, agricultura é ciência pura. São milhares de pessoas pesquisando e estudando essas sementes para fazer adaptações, campo de estudo altamente desenvolvido há 48 anos com a fundação da Embrapa”, destaca.
O dólar comercial elevado, chegando a R$ 5,75, beneficiou os agricultores na venda do produto ano passado, garantido uma boa remuneração. A saca de 60 quilos foi comercializada na bolsa da B3 com valor variando entre R$ 87 e R$ 90.
Para a safra 2021/2022, a Abramilho estima um crescimento de 10% na produção, podendo alcançar 120 milhões de toneladas, se essa projeção se concretizar será um novo recorde para o setor. “Se o clima for favorável temos plenas condições de alcançar essa produção. Ano passado, devido a situação climática, tivemos uma redução de 15% da estimava inicial, fechando o ano abaixo dos 85 milhões de toneladas ante aos 110 milhões de toneladas projetados”, explica Ramalho.
“Nós temos competência, gestão, máquinas adequadas e tecnologia para aumentar a produção de milho brasileiro. O grão é o mais importante do mundo, não é a soja como se pensa pela grande maioria. Para fazer a ração se usa duas partes de milho e uma de soja, então a produção de milho tem que ser mais que o dobro da produção de soja. Nós estamos trabalhando para a melhoria da terra, incentivando a pesquisa de novas variedades e buscando junto a órgãos governamentais a ampliação do seguro para crescer ainda mais nos próximos anos”, frisa o presidente da Abramilho.
Mais informações sobre o cenário nacional de grãos você pode conferir na edição digital do Anuário do Agronegócio Brasileiro.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran