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Abramilho celebra segunda posição no VBP da agropecuária e projeta novas conquistas para o cereal
O VBP (Valor Bruto de Produção) do milho de 2023 deve fechar na casa dos R$ 142,8 bilhões, um pequeno aumento em comparação ao registrado em 2022 que foi de R$ 142,1 bilhões.

O cenário para a produção de milho no Brasil em 2024 deve ser repleto de desafios que demandam atenção. Com base nos dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa para a safra 2023/2024 projeta uma colheita de 119,4 milhões de toneladas, representando uma queda de aproximadamente 9%, em relação aos 130 milhões colhidos na safra anterior (2022/2023). Além disso, as projeções mostram redução na área cultivada, bem como diminuição na produtividade. A boa notícia é que o consumo interno deve aumentar, bem como a demanda externa deve permanecer estável, o que deve contribuir para um bom escoamento de toda a produção.
O VBP (Valor Bruto de Produção) do milho de 2023 deve fechar na casa dos R$ 142,8 bilhões, um pequeno aumento em comparação ao registrado em 2022 que foi de R$ 142,1 bilhões. Essa projeção coloca o milho como o segundo colocado no ranking do VPB da produção agropecuária brasileira, ultrapassando a pecuária de corte que teve um acentuado recuo, caindo para a terceira posição no ranking, com um faturamento de R$ 131,6 bilhões. As projeções foram divulgadas em novembro pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os números devem ser consolidados pelo Mapa em janeiro deste ano.
Em entrevista exclusiva ao O Presente Rural, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Otávio Fernandes Canesin, fez um balanço do comportamento do mercado do milho em 2023, bem como projeções para 2024, enaltecendo que a cultura precisou lidar com um grande número de desafios em 2023, sendo que o mais intenso foi o desajuste entre os valores investidos na produção e os resultados com as vendas da colheita. “O produtor pagou caro na hora de comprar sementes e fertilizantes, só que na hora da venda os preços estavam abaixo do esperado, o que gerou um grande desencaixe”, explica.

Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Otávio Fernandes Canesin – Foto: Divulgação/Abramilho
O presidente relembra que a cultura do milho passou por um período de uma alta significativa no preço desta commodity. Fatores como a pandemia de 2020 contribuíram para este aumento, bem como as grandes safras registradas no Brasil. “Após essa alta considerável, especificamente em 2023, tivemos uma redução nos valores, em partes pelas grandes safras e em outras pela, vamos chamar assim, resolução da própria pandemia, o que contribuiu para que o alarmismo se acomoda-se e então também houve uma acomodação no preço das commodities”, expõe.
Com relação ao VBP brasileiro, o presidente diz ter ficado surpreso com a cultura do milho ter ultrapassado a pecuária de corte. “Acreditamos que esse resultado do milho foi possível por conta das exportações que iniciaram o ano com um preço bastante elevado, o que impulsionou esse valor bruto da produção, e com isso alcançamos este importante valor de R$ 142 bilhões. Essa foi uma surpresa agradável, sem dúvida nenhuma, porque mostra o potencial que o milho tem com as condições corretas e valores justos. Desta forma conseguimos movimentar um valor significativo para o Brasil e para o nosso setor”, pondera.
Grandes safras precisam de boa gestão
A safra recorde registrada em 2023, devido principalmente ao clima favorável que foi registrado no Brasil, trouxe um grande desafio, que foi o escoamento do produto. De acordo com o presidente da Abramilho, o papel da entidade é justamente auxiliar e buscar alternativas para administrar, da melhor forma possível, a produção do milho para o mercado. “Tivemos a competência de administrar esse número recorde. Quando eu falo nós é porque todo o setor do agronegócio esteve envolvido. Tanto os produtores quanto o setor responsável pela armazenagem e o escoamento da safra. Todos fizeram seu trabalho e tivemos bons resultados”, aponta.
Das 130 milhões de toneladas de milho que foram produzidas em 2023, o consumo interno foi de 74 milhões de toneladas, os 58 milhões de toneladas restante precisou ser exportado. Otávio enaltece a importância que as exportações tiveram no escoamento da safra. Segundo ele, o trabalho da Abramilho foi intenso para conseguir aumentar os parceiros internacionais.
A busca por alternativas para alocar cada vez melhor o produto milho não deve parar, já que as expectativas do setor são continuar agregando valor ao milho. “Esse é nosso papel, vamos continuar a buscar alternativas para o nosso produto, pois o milho é um produto nobre, que é necessário nas dietas dos animais, importante nos cosméticos, está presente na alimentação humana e é importante na produção de etanol. Nosso trabalho é buscar dar vazão à quantidade de milho que é produzida no Brasil, buscando sempre as melhores alternativas”, declara.
Canesin destacou que apesar da superprodução de 2023, o estoque final de 23 /24 deve ser menor do que o registrado no final de 22/23. “Isso significa que, para o Brasil, os preços

Foto: Gilson Abreu
devem ser mantidos ou até com uma expectativa de alguma melhora, já que a expectativa é de um estoque final menor de milho”, adianta.
Redução da área
Com relação a área de produção do milho, as perspectivas da Conab apontam para uma redução de 4,8%, projetando uma produção de 21,19 milhões de hectares. “Nosso país é um grande produtor, pois temos uma área extensa de agricultura e somos capazes de fornecer para o mundo inteiro, porém, existem vários gargalos, como algumas barreiras comerciais, barreiras políticas e ambientais que acabam prejudicando e sendo um desestímulo ao setor produtivo”, adverte.
De acordo com o dirigente, essas condições contribuem para a diminuição da área plantada de milho, já que são grandes empecilhos para os produtores. “Por conta disso, nossos prognósticos confirmam o que foi divulgado pela Conab. Devemos ter uma redução significativa na área plantada de milho. E também existe uma redução esperada na produtividade, por causa do El Niño, que prejudica a cultura do milho, forçando um atraso no plantio e deixando as condições climáticas não tão favoráveis”, evidencia.
Outro desafio citado por ele diz respeito à janela de plantio da soja que sofreu alterações, o que vai implicar em atrasos de colheita e, consequentemente, atraso no plantio do milho de segunda safra. “Infelizmente nossa expectativa é que essa produtividade seja menor do que a última safra, tanto por conta da questão climática e também pela redução que deve haver na área plantada com milho. Estamos saindo de 22,3 milhões para 22,1 milhões de hectares plantados e isso vai fazer diferença”, avalia.
Demanda
No tocante a demanda brasileira pelo grão de milho, a estimativa apresentada pelo dirigente da Abramilho é que o consumo interno deve crescer para 84 milhões de toneladas. Em relação a demanda mundial, eles acreditam que ela tende a ficar estável ou ter um pequeno aumento. “É o que tudo indica e isso vai favorecer o nosso setor”, argumenta.

Fotos: Arquivo/OP Rural
Outro ponto ressaltado por ele diz respeito à posição que o Brasil ocupa no mercado mundial, que deve ser de terceiro colocado na produção de milho em 2023. “Outros países com produções expressivas como Estados Unidos e a Argentina aparentemente estão com o clima normal e vão ter safras, vamos dizer assim, importantes. Essas previsões otimistas para as colheitas nos Estados Unidos e Argentina devem manter a oferta mundial de milho, incluindo a do Brasil, razoavelmente assegurada”, observa.
Exportação
A expectativa da Conab é exportar 38 milhões de toneladas da safra 2023/2024. A China transformou-se no último ano como o principal destino, ficando com cerca de 20% da exportação brasileira. Irã, Espanha, Japão e Coreia do Sul também importam quantidades significativas de milho brasileiro. “A abertura do mercado com a China é recente, iniciou em 2022 e em 2023 consolidou-se como o principal destino”, relembra.
Safra 2023/2024
Em relação à safra 2023/2024, o presidente informou que 20% da safra foi plantada na safra de verão e os 80% restantes serão semeados na segunda safra. Ele disse que existe um desânimo entre os produtores, por conta destas últimas intempéries, principalmente com relação ao custo da semente, já que o produtor precisa desembolsar um valor muito grande para o plantio. “A relação de troca, que é medida em quantos sacos de milho o produtor precisa vender para comprar um saco de semente, nunca esteve tão ruim. Os produtores se baseiam muito nisso, e este ponto negativo é um grande desestímulo para que o produtor aumente e invista mais na cultura do milho”, pondera.
Custos menores
De outro lado, o dirigente da Abramilho salientou que existe uma expectativa grande que tenha uma reversão nos custos de produção, ou seja, que os preços das sementes, fertilizantes e defensivos também diminuam. “Acreditamos que com o consumo do milho sendo maior, com o estoque menor que teremos, e com essa expectativa de redução nos valores de investimento no plantio, isso possa estimular para que os produtores voltem a investir na produção de milho no próximo ano. Essa readequação dos valores é
fundamental para que tenhamos maior produção”, almeja.
Estratégias
O presidente da Abramilho finalizou reforçando que a entidade busca cooperar para que as barreiras comerciais do milho sejam sempre superadas. “Nós sabemos que a vocação do Brasil é produzir alimentos. Nós temos clima, terra, produtores competentes e nós, enquanto Abramilho, estamos ao lado do produtor para quebrar possíveis barreiras e impedimentos, buscamos estratégias eficazes para aumentar o potencial de venda e de benefícios do setor do milho para os nossos produtores”.
Para conferir o desempenho das principais atividades agropecuárias de 2023 e as expectativas para 2024 acesse a versão on-line do Anuário do Agronegócio Brasileiro clicando aqui. Boa leitura e um excelente 2024!

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Dia de Campo da Embrapa destaca tecnologias para recuperar pastagens e elevar a produtividade
Evento em São Carlos (SP) apresentará, na prática, sistemas ILP e ILPF capazes de aumentar a renda, melhorar o solo e mitigar emissões na pecuária.

Tecnologias que podem aumentar a produtividade e a rentabilidade da fazenda serão apresentadas na prática durante o Dia de Campo na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), no dia 05 de dezembro.
Técnicos e produtores terão a oportunidade de conhecer, no campo, estratégias para a conversão de pastagens degradadas por meio da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e de sistemas integrados com árvores (ILPF).

Foto: Juliana Sussai
A imersão prática faz parte da programação do X Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo, que começa no dia 04 de dezembro.
No Dia de Campo, na manhã do dia 05, vão ocorrer demonstrações de tecnologias de grande impacto econômico e ambiental, pois esses sistemas de produção têm potencial para mitigar gases de efeito estufa (GEE) e para o sequestro de carbono. Serão três estações.
Na primeira, pesquisadores vão apresentar como converter pastagens degradadas com a ILP. Recomendações para identificar o estado de degradação da pastagem e para implantar sistemas integrados, aliando práticas de manejo conservacionista do solo, para viabilizar maior oferta de pasto em períodos críticos do ano. Como inserir a ILP nas propriedades pecuárias para proporcionar, no mesmo hectare cultivado, soja para produção de grãos e, em seguida, uma pastagem de alta qualidade. A Unidade de Referência Tecnológica para recuperação de pastagens degradadas está sendo implantada pela Embrapa Pecuária Sudeste em parceria com a Baldan Implementos Agrícolas.
Já na estação 2, serão apresentados dados econômicos do sistema ILPF de longa duração e o cultivo consorciado de milho com braquiária entre as árvores. Os especialistas também vão falar das vantagens técnicas da ILPF como estratégia de mitigação de riscos para a agropecuária brasileira. Ao implantar o modelo, o pecuarista diversifica a renda, melhora a produtividade sem aumento de área, reduz o ciclo produtivo e, ainda assim, diminui as emissões de gases de efeito estufa. É uma forma de produzir carne de forma equilibrada com o meio ambiente.
Saúde do solo e bem-estar animal serão abordados na estação 3, na qual os produtores e técnicos vão conhecer a integração da pecuária de leite com árvores. O componente arbóreo proporciona conforto térmico aos animais em comparação com os sistemas tradicionais, a pleno sol. As árvores oferecem sombra às vacas, impactando o bem-estar e a produtividade. Os sistemas mais conservacionistas, como a ILPF, ainda contribuem para um solo mais saudável. Segundo o pesquisador Alberto Bernardi, as propriedades químicas, físicas e biológicas melhoram nesses modelos, promovendo altas produtividades e melhorando o vigor da pastagem ofertada aos animais, resultando em maior produção e renda.
Ao apresentar essas estratégias sustentáveis a produtores e técnicos, a Embrapa contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2, 12 e 13, promovendo uma pecuária mais eficiente, responsável e em harmonia com o meio ambiente.
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Caso de raiva em bezerro reacende alerta sanitário no Paraná
Morte registrada em Ortigueira impulsiona reforço na vacinação e na vigilância, enquanto o Estado já soma 218 casos confirmados da doença em 2025.

A morte de um bezerro diagnosticado com raiva em Ortigueira, nos Campos Gerais, reacendeu nesta semana o alerta para o enfrentamento da doença no Paraná. Considerada uma das zoonoses mais perigosas, a doença representa um grave risco tanto para a saúde pública quanto para a economia agropecuária do Estado, mobilizando órgãos oficiais a intensificarem as ações de vigilância e prevenção.
O vírus da raiva é transmitido por um tipo de morcego hematófago e é letal para os animas e para os humanos. O ciclo é este: o morcego morde o animal para chupar o sangue e transmite a raiva; outros animais e o ser humano contraem o vírus por meio de contato com o animal doente e a raiva se espalha e contamina os demais.

Foto: Arnaldo Alves
A presença da doença no Paraná é controlada: no ano passado, foram 258 casos de raiva comprovados em herbívoros; em 2025, foram mais de 400 investigados, sendo 218 casos confirmados até agora.
A vacina antirrábica é a única defesa eficaz contra a doença. “É uma vacina de baixo custo, pode ser aplicada pelo próprio produtor e deve ser dada anualmente. Isso precisa ser feito de maneira preventiva, porque depois que o animal já apresenta sinais clínicos não adianta mais”, salienta Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal, da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná).
Segundo ele, pela portaria nº 368/2025 da Adapar, 30 municípios no Estado têm obrigatoriedade de vacinar contra a raiva. O que não significa que a vacinação não seja necessária em outras regiões.
Estão na lista da portaria os municípios de Boa Vista da Aparecida, Braganey, Campo Bonito, Capanema, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Diamante D’Oeste, Foz do Iguaçu, Guaraniaçu, Ibema, Itaipulândia, Lindoeste, Matelândia, Medianeira, Missal, Planalto, Pérola D’Oeste, Quedas do Iguaçu, Ramilândia, Realeza, Rio Bonito do Iguaçu, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Três Barras do Paraná e Vera Cruz do Oeste.
A medida obriga a vacinação em herbívoros domésticos com idade a partir de três meses, incluindo búfalos, cavalos, bois, asnos, mulas, ovelhas e cabras.
Agilidade no controle e conscientização
A agilidade no controle de uma zoonose é crucial. Nesse quesito, o Paraná é pioneiro no uso de técnica molecular para diagnóstico de raiva em herbívoros. Isso é feito através do Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, da Adapar, primeiro laboratório da Rede Nacional de Agricultura a usar esse tipo de tecnologia. “Antes, levava alguns dias para comprovarmos um diagnóstico de raiva; agora conseguimos o resultado em menos de 24 horas”, conta Dias.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Mas a verdadeira barreira para conter o surto da doença passa primeiramente pelo cuidado com o rebanho ainda no campo. Essa conscientização dos pecuaristas – no que tange à vacinação e atenção aos sintomas – é muito importante. Além de ser letal para animais e humanos, a raiva impacta em uma grande cadeia produtiva, que envolve exportações, produção e consumo interno.
Por isso, o produtor deve comunicar a Adapar imediatamente sempre que os animais apresentarem sinais neurológicos como isolamento, andar cambaleante, perda de apetite, algum tipo de paralisia e salivação abundante.
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Brasil precisa negociar com mercados externos como cadeia, não como elo, defendem entidades da pecuária
Setor reforça que articulação conjunta é fundamental para atender às novas exigências internacionais, como a lei antidesmatamento da União Europeia.

Segundo maior produtor de carne bovina do mundo, o Brasil lida com compradores externos cada vez mais exigentes. Uma alternativa para equalizar as regras entre exportadores e importadores é realizar as negociações em cadeia, para evitar que os elos envolvidos tenham maior ou menor impacto.
O tema foi debatido na última quinta-feira (06), durante o evento online “Diálogo Inclusivo – Sustentabilidade na Pecuária: como produzir mais e melhor frente às novas exigências do mercado internacional”, promovido pela Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e a Fundação Solidaridad. “A Mesa está aqui para dialogar como cadeia. Levar o Brasil ao papel de protagonista e fazer com que essa pecuária sustentável seja aliada do clima e da segurança alimentar”, disse a gerente executiva da entidade, Michelle Borges.

Foto: Divulgação
Ela ressaltou que a entidade realizou uma série de diálogos às vésperas da Conferência do Clima (COP 30), que ocorre em Belém (PA) neste mês, e formulou um documento que mostra como a pecuária brasileira pode ser uma atividade de impacto positivo para o mundo.
Especificamente sobre as exigências de compradores externos, João Paulo Franco, líder da área de produção animal da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), também defendeu o diálogo conjunto. “Precisamos sentar à mesa para fazer a negociação e a gente precisa ir como cadeia, como corrente, e não como elo, pois o elo perde força de barganha quando vai sozinho”, pontuou.
Thiago Rocha, assessor técnico do Sistema FAESP/SENAR-SP, destacou que uma das principais exigências de compradores internacionais é a lei antidesmatamento da União Europeia, conhecida como EUDR.
Quando entrar em vigor, a legislação vai impedir que países do bloco europeu importem e comercializem produtos provenientes de áreas com desmatamento ou degradação florestal a contar de 31 de dezembro de 2020. A regra se aplicará a todos os países fornecedores.
Franco, da CNA, afirmou que trata-se de uma regra importante, vinda de um parceiro relevante para as exportações brasileiras, capaz de promover evoluções na pecuária ao longo do tempo. Para ele, é possível que o cenário se assemelhe ao que ocorreu quando surgiu a demanda da China de forma mais contundente pela carne bovina brasileira. “A China tinha uma demanda por carne vinda de animais precoces e colocou um prêmio para isso. Com o passar do tempo, o mercado se adequou a esse tipo de produção”, disse.
Ainda que nem todos os produtores consigam se adequar de imediato às exigências da EUDR, pois o desmatamento em áreas legais é permitido no Brasil, a carne ainda teria vazão no mercado interno e para outros compradores internacionais. “Cerca de 70% dos animais abatidos ficam no mercado interno, 30% são exportados e uma parte disso vai para a Europa. Cada país tem sua regra, a China olha de um jeito, a Europa de outro, os Emirados Árabes de outro”, comentou o representante da CNA.
Assista ao diálogo na íntegra clicando abaixo.



