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Abraleite potencializa importância da proteína e projeta Brasil como maior produtor e principal exportador de leite mundial

Em entrevista ao Jornal O Presente Rural, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, destacou que a retração do mercado no último trimestre do ano passado simultaneamente a alta no custo da produção praticamente inviabilizaram a atividade para milhares de produtores no país.

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Fotos: Arquivo/OP Rural

Elevação do custo para produção do leite no campo, baixa rentabilidade para o produtor e queda no consumo interno em decorrência da perda do poder de compra do consumidor brasileiro freou a demanda por lácteos, fazendo de 2021 mais um ano desafiador para o setor de bovinocultura leiteira.

Em entrevista ao Jornal O Presente Rural, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite),

Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges: “Que possamos superar essa crise sanitária que assola o mundo há dois anos e que possamos continuar a nossa missão de ser um grande país do agro” – Foto: Divulgação/Abraleite

Geraldo Borges, destacou que a retração do mercado no último trimestre do ano passado simultaneamente a alta no custo da produção praticamente inviabilizaram a atividade para milhares de produtores no país. “Foi um ano extremamente desafiador para a cadeia leiteira nacional, principalmente em decorrência dos custos de produção, comercialização e de transportes, que encareceram muito e dificultaram as atividades do setor. Vários pequenos produtores, indústrias e cooperativas estão passando por um momento permanente de dificuldade. Então a cadeia como um todo está tendo desafios muito grandes”, avalia Borges.

A forte valorização dos grãos, impulsionado pelo aumento dos preços internacionais e pela desvalorização do real frente a moedas estrangeiras – o que estimulou a exportação – e a baixa qualidade das pastagens e da silagem afetadas pelas mudanças drásticas de clima, com períodos longos de estiagem, geada e altas temperaturas, diminuíram ainda mais as margens dos pecuaristas. Somado a isso, outros insumos se valorizaram, como é o caso dos adubos e corretivos, combustíveis e suplementos minerais, reforçando ainda mais o estreitamento das margens aos produtores. “Tivemos e estamos tendo uma alta generalizada não só nas commodities que utilizamos na alimentação, mas também em todos os insumos que usamos na pecuária de leite, como fertilizantes e produtos médicos-veterinários, tudo está muito mais caro”, sentencia.

No acumulado dos 11 primeiros meses do ano passado, o preço do leite pago ao produtor foi de R$ 2,25/litro, 18,1% acima da média do mesmo período de 2020, em termos reais, conforme dados deflacionados em novembro pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) compilados através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a alta dos custos de produção superou o aumento dos preços pagos aos produtores ao longo do ano.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA-Esalq/USP, no mesmo período, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira acumulou alta de 17,25% na “Média Brasil”, puxado principalmente pelo grupo de adubos e corretivos, que registrou elevação de 70,52%, e pelo grupo dos suplementos minerais, que subiram 28,23%.

“O setor teve alta muito maior no custo de produção do que no preço do leite ao produtor. Nos últimos três meses do ano passado presenciamos uma queda generalizada no preço pago pelo leite, justamente em um momento que não poderíamos ter nenhuma queda na remuneração ao produtor, porque já estava gastando muito mais do que recebe na atividade”, analisa Borges.

Crescimento

Mesmo com todo cenário de altas, o presidente observa que o Brasil está, gradativamente, principalmente nos últimos dois anos, apresentando uma evolução significativa na pecuária leiteira. “A qualidade do leite produzido está com índices cada vez melhores, estamos conseguindo uma melhor produtividade por matriz, por rebanho, por propriedade. Essa evolução é resultado do melhoramento genético, dos processos mais técnicos da atividade e de uma melhor gestão, tudo isso vem fazendo com que o Brasil cresça na produção”, destaca o presidente da Abraleite.

De acordo com a entidade, em 2019 o Brasil produziu 34,8 bilhões de litros de leite e, em 2020, obteve crescimento superior a 2,8% em relação ao ano anterior, o que representa 35,4 bilhões de litros do produto. Entretanto, no acumulado dos 11 primeiros meses de 2021, há uma produção 1,2% inferior a 2020. A informação consta na Pesquisa Trimestral do Leite relativa ao terceiro trimestre do IBGE.

Apesar das melhores condições climáticas atuais, a menor produção interna é reflexo dos altos preços de insumos, combustíveis e energia elétrica. Com a valorização do dólar, os preços elevados do petróleo e a forte demanda por insumos para a safra 2021/2022, os custos de produção têm registrado altas sucessivas e nenhum espaço para repasse desses custos diante de um mercado interno enfraquecido. “Se não tivéssemos essa retração de mercado, com queda no preço do leite e custos altos de produção, principalmente no último trimestre, poderíamos ter um crescimento significativo de 2021 para 2022”, evidencia o presidente da Abraleite, ampliando: “De qualquer forma estamos observando um melhor profissionalismo do setor, apesar de todas essas dificuldades”.

Porém, segundo Borges, ainda falta muita estrutura de assistência técnica na grande maioria dos Estados, uma vez que não possuem as ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) funcionando plenamente para auxiliar os pequenos e médios produtores, que a nível de Brasil são bem mais numerosos. “Com isso eles ficam desassistidos. Os grandes produtores normalmente têm suas próprias consultorias, assistência técnica, então eles não têm essa dificuldade para melhorar a gestão e obter certificações”, expõe.

Importância da pecuária leiteira para o país

Entre os seis principais contribuintes do Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) do Brasil, o leite movimentou no ano passado uma receita de R$ 51 milhões, obtendo um crescimento de 4,5% na produção nacional. Maior Estado produtor da pecuária de leite, Minas Gerais registrou um faturamento de R$ 14,4 milhões com a atividade em 2021, um incremento de 1,3% superior em relação ao ano anterior.

O presidente da Abraleite enaltece a importância da bovinocultura leiteira nacional, que atualmente soma em solo brasileiro cerca de 1,2 milhão de produtores, a maioria da agricultura familiar, segundo último censo do IBGE. O setor gera mais de 5,5 milhões de empregos diretos e indiretos no campo e em torno de 20 milhões de postos de empregos ao considerarmos a cadeia campo/cidade, envolvendo a tríade produção, comercialização e logística, movimentando anualmente mais de R$ 100 bilhões. “É uma atividade extremamente importante como fonte geradora de emprego e renda, mantém uma fatia grande da população empregada e bem situada na zona rural no interior do Brasil, o que diminui os inchaços dos grandes centros, que hoje enfrentam um grave problema, com cerca de 14 milhões de desempregados”, atesta.

Alta no preço dos lácteos

Com custos de produção elevados mundialmente, associados a dificuldades logísticas, é esperado que os preços se mantenham em patamares altos no médio prazo. Com uma demanda crescente da China e de países petrolíferos por produtos lácteos, bem como a retomada da economia no mundo, os preços ainda devem encontrar sustentação para aumentos no mercado internacional. “Estamos observando no mundo uma alta no preço dos lácteos, que deve acontecer de forma mais acentuada no começo de 2022, até para que a cadeia produtiva do leite nacional possa se recuperar, possa ter fôlego, porque nós não queremos e não podemos ter produtores saindo da atividade ou pequenas indústrias e cooperativas fechando as suas portas, porque isso traz um enorme prejuízo econômico e social para o país”, afirma.

Brasil entre os 5 principais produtores mundiais

A produção de leite nacional cresceu sete vezes nas últimas cinco décadas, saltando de cinco para mais de 35 bilhões de litros por ano. Entretanto, embora o país tenha se destacado na pecuária leiteira mundial, se consolidando entre os cinco maiores produtores globais, esse volume produzido é suficiente apenas para abastecer o mercado interno. Somente 1% da produção nacional de leite é exportado.

As exportações nacionais cresceram 18% em relação ao mesmo período de 2020, somando 35,2 mil toneladas de janeiro a novembro de 2021. Os derivados que contribuíram para o aumento dos embarques foram o leite em pó, com volume cinco vezes superior ao ano anterior, o soro de leite, com o dobro de negociações, e o leite fluído, com volume 95% maior que no mesmo período de 2020.

Com o real desvalorizado e o mercado interno muito fragilizado, a competitividade dos produtos importados é menor, o que também levou a uma queda nas importações no último trimestre de 2021. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, o volume de derivados lácteos importado pelo Brasil somou 126,4 mil toneladas, queda de 17% frente ao mesmo período de 2020, de acordo com dados da Secex. As menores aquisições de leite em pó influenciaram esse resultado, apresentando queda de quase 30% frente ao anterior, totalizando 70 mil toneladas, o que corresponde a 55% do total importado pelo país em 2021.

Por outro lado, após duas décadas sem exportar nenhum tipo de leite para a China – um dos países que mais consomem a proteína no mundo – o Brasil enviou no mês de novembro um lote experimental com vários tipos de leite em pó ao país asiático, marcando a reabertura do mercado chinês para o produto nacional. Foram enviados leite em pó integral, desnatado, semidesnatado e zero lactose, totalizando cerca de 40 quilos. A partir desta exportação, abre novas perspectivas para ampliar as vendas internacionais neste ano de 2022. “Mesmo tendo sido uma primeira exportação simbólica, estamos começando a abrir novos mercados como é o caso da China, que há 20 anos não enviávamos leite. Também enviamos queijo gorgonzola para a Rússia, mas são exportações muito pequenas perto do que podemos ter. Atualmente o Brasil é maior importador do que exportador de lácteos, mas nós precisamos melhorar isso”, evidencia.

Abraleite projeta Brasil como líder mundial da proteína

Com perspectivas de tornar o Brasil o maior produtor e o principal exportador de leite mundial, o presidente da Abraleite diz que não há prazo para alcançar esse patamar, mas que o trabalho para obter esse crescimento já começou. “Não sabemos quantos anos vamos levar para colocar o Brasil nesta posição, mas nós temos a obrigação de fazer o dever de casa, porque capacidade de ampliar a produção e de aumentar a produtividade do leite com qualidade o país dispõe, a exemplo de outras proteínas como as carnes suína, de aves e bovina. Então, os ajustes internos da cadeia e do setor como um todo já estão ocorrendo”, enfatiza.

Borges diz que a Abraleite tem cobrado e solicitado ajuda governamental com projetos de leis transitando e com algumas leis já sancionadas, além de vários pleitos no governo federal, a fim de tornar a cadeia produtiva mais competitiva. “Só assim vamos conseguir colocar o Brasil como um grande exportador de lácteos e com isso trazer um equilíbrio melhor para a cadeia produtiva do leite nacional, fazendo com que tenhamos momentos menos difíceis como este que estamos enfrentamos: de queda no consumo e no preço do leite ao produtor, que é o que mais sofre nestes momentos”, avalia.

Para conseguir espaço no mercado externo é preciso atender a uma série de exigências sanitárias, aliado a preços competitivos, porém, um dos entraves para a exportação é a tributação da carga tributária, que impacta no preço final. “Estamos trabalhando para que consigamos aumentar o fluxo de exportação para a China e para a Ásia, mais um dos empecilhos que encontramos é em relação a carga tributária para exportar produtos lácteos e que estamos tratando no Ministério das Relações Exteriores para que nos ajudem nas negociações com o governo chinês”, declara.

Borges explica que para exportar os produtos lácteos para o país asiático, o Brasil pagou 10% de imposto sobre a internacionalização da carga exportada, enquanto a Nova Zelândia para enviar a mesma carga paga em torno de 4% – agora conseguiu zerar esta tarifa para inserir seu produto no mercado chinês. “Nós precisamos que o governo brasileiro tenha uma boa negociação com o governo chinês para que possamos ter igualdade de condições como do país neozelandês por exemplo, que hoje é o maior exportador de lácteos do mundo. Outra dificuldade que o Brasil tem é com a logística mais cara, principalmente pela posição geográfica do país”, reconhece.

A primeira carga enviada foi negociada pela Central Cooperativa Gaúcha Ltda (CCGL), de Cruz Alta (RS), no entanto, outros 33 laticínios brasileiros também estão habilitados para exportar leite para a China desde 2019. As exportações até então não ocorriam porque o país asiático possuí elevados padrões de qualidade e não havia fiscalização suficiente para finalizar as negociações entre as duas nações.

Perspectivas para 2022

Com espaço para crescer e se posicionar como um dos principais players do mercado brasileiro, o presidente da Abraleite anseia por um melhor cenário na economia neste ano. “Nossa perspectiva é que 2022 será um ano promissor. Que o Brasil se ajuste para ter uma melhora econômica, a população melhore sua condição de consumo para que consigamos continuar aumentando a qualidade e a produtividade na produção do leite nacional, mas para isso é necessário que o mercado tenha uma reação”, frisa Borges, ampliando: “Que possamos superar essa crise sanitária que assola o mundo há dois anos e que possamos continuar a nossa missão de ser um grande país do agro, um grande fornecedor de alimentos para o mundo, e que na pauta de fornecimentos de alimentos o leite possa ser um grade player também”.

Mais informações sobre o cenário nacional de grãos você pode conferir na edição digital do Anuário do Agronegócio Brasileiro.

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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