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ABPA projeta novos recordes de produção e consumo em 2021 e para 2022
Setor deve alcançar novos patamares em produção, consumo per capita e exportações de aves e de suínos.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apresentou em coletiva à imprensa, nesta quinta-feira (16), a projeção de novos recordes de produção, exportações e consumo para a avicultura e a suinocultura do Brasil em 2021 e para 2022.
Com relação à carne de frango, a produção deverá alcançar neste ano até 14,350 milhões de toneladas, número 3,5% superior ao registrado no ano passado, com 13,850 milhões de toneladas. Já o volume projetado para 2022 poderá chegar até 14,900 milhões de toneladas, volume 4% maior em relação a 2021.
Em exportações, as projeções apontam para embarques totais neste ano de até 4,580 milhões de toneladas, número 8% superior ao alcançado em 2020, com 4,231 milhões de toneladas. Em 2022, as vendas internacionais poderão chegar a 4,750 milhões de toneladas, volume que supera em 5% as exportações projetadas para 2021.
Com relação a consumo per capita, o índice deverá alcançar este ano 46 quilos per capita, número 2% maior que o consumo registrado em 2020, com 45,27 quilos. Já em 2022, o consumo per capita projetado alcança 48 quilos, número 4% maior que o esperado para 2021. Tanto a produção quanto exportações projetadas para 2021 e 2022 são recordes históricos.

No caso de carne suína, a produção deverá alcançar neste ano até 4,700 milhões de toneladas, número 6% superior ao registrado no ano passado, com 4,436 milhões de toneladas. Já o volume projetado para 2022 poderá chegar até 4,850 milhões de toneladas, volume 4% maior em relação a 2021.
Em exportações, as projeções apontam para embarques totais neste ano de até 1,130 milhão de toneladas, número 10,5% superior ao alcançado em 2020, com 1,024 milhão de toneladas. Em 2022, as vendas internacionais poderão chegar a 1,200 milhão de toneladas, volume que supera em 7,5% as exportações projetadas para 2021.
Com relação a consumo per capita, o índice deverá alcançar este ano 16,80 quilos per capita, número 5% maior que o consumo registrado em 2020, com 16,06 quilos. Já em 2022, o consumo per capita projetado alcança 17,30 quilos, número 3% maior que o esperado para 2021. Tanto a produção, quanto às exportações e o consumo per capita projetados para 2021 e 2022 são recordes históricos.

Por fim, para ovos, a produção deverá alcançar neste ano até 54,503 bilhões de unidades, número 1,8% superior ao registrado no ano passado, com 53,533 bilhões de toneladas. Já o volume projetado para 2022 poderá chegar até 56,200 bilhões de toneladas, volume 3% maior em relação a 2021.
Com relação a consumo per capita, o índice deverá alcançar este ano 255 unidades capita, número 1,55% maior que o consumo registrado em 2020, com 251 unidades. Já em 2022, o consumo per capita projetado alcança 262 unidades, número 2,5% maior que o esperado para 2021.
Em exportações, as projeções apontam para embarques totais neste ano de 9,550 mil toneladas, número 52,9% superior ao alcançado em 2020, com 6,250 mil toneladas. Em 2022, as vendas internacionais poderão chegar a 10,200 mil toneladas, volume que supera em 6,5% as exportações projetadas para 2021. Tanto a produção quanto o consumo per capita projetados para 2021 e 2022 são recordes históricos.


Notícias
Trigo recua no mercado interno e externo após avanço da colheita
Com queda de 9% nas cotações internas e preços internacionais pressionados pela oferta global, governo libera R$ 67 milhões em incentivos para estimular a comercialização de 250 mil toneladas.

Os preços do trigo seguem em queda no mercado brasileiro e internacional, pressionados pelo avanço da colheita e pela elevada oferta global. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, diante desse cenário, a Conab anunciou, neste mês, medidas de apoio à comercialização interna por meio de leilões públicos.
No Brasil, a retração foi significativa em outubro: as cotações caíram 9% em relação a setembro, encerrando o mês com média de R$ 64,22 por saca de 60 kg no Paraná. A tendência baixista continuou nas primeiras semanas de novembro, quando a média parcial até o dia 14 ficou em R$ 64,00. O avanço da colheita e o peso da oferta internacional continuam sendo os principais fatores que pressionam o mercado interno.

Foto: José Fernando Ogura
No exterior, outubro registrou estabilidade nos preços em Chicago, embora ainda em patamar pressionado. O trigo soft encerrou o mês a 511 centavos de dólar por bushel, leve alta de 0,4% em relação a setembro. Em comparação com o mesmo período de 2023, porém, as cotações estão 12,7% mais baixas.
Com o início de novembro, o mercado internacional até reagiu à especulação de compras chinesas, levando os preços a 550,25 centavos de dólar por bushel em 4 de novembro. Entretanto, os volumes negociados ficaram abaixo do esperado, e as cotações voltaram a recuar, fechando a média parcial do mês em 538 centavos até o dia 14. A divulgação de novos dados do USDA, que atualizaram para cima a estimativa de oferta, reforçou a pressão baixista.
No Brasil, os preços pagos ao produtor permanecem abaixo do valor mínimo estabelecido pela Conab, de R$ 78,51 por saca. Para tentar reduzir o descompasso e estimular a comercialização, a companhia anunciou em 7 de novembro a liberação de R$ 67 milhões para leilões dos programas Pepro e PEP, com expectativa de dar suporte à venda de 250 mil toneladas de trigo.
Notícias
COP-30 fortalece agro brasileiro e reabre debate sobre pontos sensíveis do Plano Clima
Setor conquista espaço, derruba riscos regulatórios e ganha protagonismo na construção da agenda climática até a COP-31.

O setor produtivo brasileiro avalia que conseguiu “virar o jogo” em Belém (PA) ao reforçar sua sustentabilidade e inovação na produção. A avaliação é do vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e da presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, que atribuíram a mudança de cenário à ocupação qualificada dos espaços pela bancada e a atuação técnica das entidades do setor.
Em debate há mais de dois meses, a versão do Plano Clima aguardada para a COP-30 não foi publicado por falta de consenso em relação aos trechos que atribuem ao setor agropecuário todo o desmatamento legal e ilegal de áreas privadas ou publicas, sem considerar as remoções de gases de efeito estufa do setor. O texto também não deixa transparente a metodologia utilizada e propõe utilizar dados não oficiais para a organização da política pública.

Arnaldo Jardim afirma que setor saiu de zona de risco em Belém (PA) após articulação política e ação coordenada das entidades; Plano Clima só deve avançar com novos ajustes – Fotos: Divulgação/FPA
Durante a reunião-almoço na terça-feira (25), foi realizado um balanço técnico da participação do agro na COP-30, além de discutir os próximos passos da negociação do Plano Clima com a Casa Civill. A reunião reuniu parlamentares, lideranças do setor e representantes das principais entidades do agro brasileiro.
O vice-presidente da FPA, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), representou a FPA na COP-30 e afirmou que a delegação do agro entrou na conferência em um cenário adverso e saiu fortalecida após uma articulação considerada decisiva nos bastidores. “Quando a COP-30 foi anunciada para Belém, muitos de nós achamos que entraríamos em uma zona de risco bastante perigosa. Mas buscamos alternativas técnicas e conseguimos construir uma posição forte e articulada”, disse.
Segundo o parlamentar, a manutenção do embaixador André Corrêa do Lago como líder da delegação — após forte disputa interna no governo. Jardim também destacou a escolha do ex-ministro Roberto Rodrigues como Special Envoy para agricultura e a indicação de Dan Yoshikawa, ligado à Fiesp, como coordenador empresarial (Champion) da COP. Para ele, essas decisões consolidaram “uma conjuntura favorável” para o agro nas negociações internacionais.
AgriZone vira vitrine estratégica
O setor avaliou como decisiva a atuação na AgriZone, espaço dedicado à agricultura tropical sustentável dentro da COP. O deputado descreveu a área como “espetacular” e “inédita”, ressaltando o impacto da demonstração de tecnologias brasileiras.

Presidente do IPA, Tania Zanella: “Vimos delegações estrangeiras caminhando no sol para observar a soja de baixo carbono, sistemas integrados e áreas de recuperação. Começamos o jogo perdendo de 3 x 0, mas viramos”
“Vimos delegações estrangeiras caminhando no sol para observar a soja de baixo carbono, sistemas integrados e áreas de recuperação. Começamos o jogo perdendo de 3 x 0, mas viramos. Saímos com autoridade técnica e com respeito internacional”, disse Jardim.
A presença coordenada de entidades como CNA, Sistema OCB e Embrapa, além da elaboração de um documento técnico liderado por Marcelo Morandi, representante da Embrapa, foi considerada determinante para desmontar narrativas negativas sobre desmatamento, biocombustíveis e mercado de carbono.
Plano Clima
Para a FPA, a divulgação prematura poderia comprometer avanços obtidos na conferência. Setores do governo, relatou Jardim, defendiam que o anúncio fosse feito em paralelo aos decretos de demarcação de terras indígenas — movimento visto como “imprudente” pelas entidades do agro.
A presidente do IPA, Tania Zanella, reforçou que a primeira minuta do gerou forte preocupação. “O agro entrou na COP com o pé atrás, mas saiu vitorioso. No caso do Plano Clima, considerando o tamanho do risco, nós avançamos bastante. Mas havia pontos extremamente sensíveis e sem maturidade técnica para serem anunciados”, afirmou.
Após reuniões diárias conduzidas com participação ativa de Roberto Rodrigues, o governo sinalizou que retomará o debate com a criação de um grupo de trabalho, com prazo estimado de 30 a 60 dias para ajustes antes da versão final do Plano. “O fato de o Plano não ter sido anunciado — algo tratado como certo — foi uma conquista coletiva”, disse a presidente do IPA.

Deputado Henderson Pinto: “A COP-30 foi uma oportunidade extraordinária para mostrar ao mundo que o Brasil faz diferente”
O deputado Henderson Pinto (MDB-PA) também destacou o fortalecimento institucional do setor produtivo durante o evento. “A COP-30 foi uma oportunidade extraordinária para mostrar ao mundo que o Brasil faz diferente. Quem esteve em Belém viu um agro moderno, sustentável e unido, apresentando tecnologia, pesquisa e práticas produtivas que muita gente lá fora desconhecia. O setor produtivo saiu fortalecido, com respeito internacional e com uma mensagem clara: desenvolvimento sustentável e proteção da floresta caminham juntos no Brasil.”
Na mesma linha, o senador Zequinha Marinho (PODEMOS-PA) afirmou que a postura firme das entidades foi determinante para evitar danos ao setor. “O governo precisa compreender que política climática séria se faz com diálogo, previsibilidade e respeito à lei. O recuo no anúncio do Plano Clima foi resultado direto da firmeza das entidades e da bancada ruralista. Não aceitaremos medidas improvisadas que prejudiquem quem produz e gera emprego no Brasil.”
Mercado de carbono e financiamento climático

Senador Zequinha Marinho: “O governo precisa compreender que política climática séria se faz com diálogo, previsibilidade e respeito à lei”
Para Jardim, a decisão do Brasil de não ingressar imediatamente no mercado de carbono foi estratégica. “Queremos entrar com parâmetros sólidos, com segurança jurídica e capacidade competitiva. Não é falta de entendimento do instrumento; é preparo”, afirmou.
O deputado também criticou a falta de avanços na agenda de financiamento climático, especialmente na oferta de recursos dos países desenvolvidos para apoiar a preservação florestal.
Protagonismo brasileiro até a COP-31
A FPA destacou que o Brasil agora exerce a Presidência da COP, um mandato que começou no primeiro dia da COP-30 e se estende até a abertura da COP-31. Para Jardim, isso exige articular o setor público e privado em torno de uma agenda contínua de trabalho. A bancada deve convidar o embaixador Corrêa do Lago para uma reunião de balanço e definição dos próximos passos.
Notícias
Agro avança com produtos de alto valor e novas oportunidades externas
Setor amplia alcance global e reforça a importância de gestão eficiente e padrões internacionais de qualidade.

O agronegócio brasileiro vive um momento de expansão e transformação. O acesso a novos mercados em países estratégicos como Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Índia e Egito reforça o protagonismo do Brasil no comércio global e amplia as possibilidades para produtos de alto valor agregado, como carne de aves, ovos processados e castanha-do-brasil. No entanto, junto com as oportunidades, surgem também desafios de custos e investimentos, que exigem das empresas e produtores maturidade de gestão e eficiência operacional.
De acordo com estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio deve representar cerca de 29,4% do PIB brasileiro em 2025, o maior patamar em mais de duas décadas. Esse peso econômico ressalta a necessidade de equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade financeira, especialmente em um contexto em que ampliar mercados demanda adaptação a exigências técnicas, certificações e custos logísticos elevados.

Especialista em Gestão de Finanças, Andre Paranhos: “A expansão internacional é um passo essencial, mas o sucesso depende também da capacidade de planejar, executar e controlar gastos com precisão”
O Brasil possui ampla experiência em exportações no agronegócio, com atuação consolidada em regiões estratégicas. De acordo com o relatório Panorama do Agro (2024), também da CNA, a China respondeu por cerca de 30% do valor das exportações do setor, enquanto a União Europeia representou 14%, e os Estados Unidos, 7%, entre outras localidades. Essa base reforça que a eficiência na gestão continua essencial para ampliar a presença em novos destinos.
Com isso, o desafio agora é garantir que essa expansão ocorra de forma equilibrada. A ampliação da produção voltada à exportação traz consigo custos adicionais, por exemplo, com logística, certificações sanitárias e ajustes operacionais, aspectos que exigem rigor no planejamento financeiro e na alocação dos recursos.
Para o especialista em Gestão de Finanças, Andre Paranhos, o diferencial competitivo do setor está em como o produtor e as empresas administram seus recursos. “A expansão internacional é um passo essencial, mas o sucesso depende também da capacidade de planejar, executar e controlar gastos com precisão. É preciso avaliar custos de transporte, adequações sanitárias, estrutura de armazenamento e certificações sem comprometer margens. Crescer de forma sustentável exige inteligência administrativa e disciplina operacional”, ressalta.
A entrada em novos mercados exige padrões internacionais de qualidade, rastreabilidade e governança, o que naturalmente eleva os custos de conformidade e operação.
Para Paranhos, a chave está no controle e na análise estratégica dos investimentos. O desafio não é apenas reduzir despesas, mas alocar recursos com inteligência, priorizando o que gera valor e sustenta a competitividade no longo prazo. Produzir mais com menos, afirma, continuará sendo o diferencial dos líderes no futuro. “Resultados como esse mostram que a competitividade do agro brasileiro depende tanto da eficiência produtiva quanto da gestão financeira e operacional”, salienta, enfatizando: “Com a abertura de novas fronteiras comerciais, o desafio é garantir que o ganho em volume e alcance não venha acompanhado de desequilíbrio de custos. O futuro do setor será definido por quem conseguir transformar oportunidades em resultados consistentes, com foco em dados, inovação e governança inteligente”.



