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ABPA: Projeções para o segundo semestre

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Em carne de frango, a ABPA mantém suas projeções de crescimento da produção entre 2% e 3%, com saldo final do ano esperado em torno de 13 milhões de toneladas – número equivalente ao da China, segundo maior produtor mundial.  Neste ritmo, o consumo per capita do segmento apresentará crescimento proporcional, atingindo cerca de 45 quilos por habitante no total do ano – favorecido, também, pela lacuna aberta com as elevações dos preços da carne bovina para o consumidor brasileiro.

Para as exportações, a entidade espera um crescimento ainda maior, de até 5%.  Um dos fatores para esta projeção é a forte elevação dos níveis dos embarques para a China – que saltou de uma média mensal de 17 mil toneladas no primeiro semestre de 2014 para mais de 24 mil toneladas nos seis primeiros meses deste ano.  Outros importantes importadores, como Arábia Saudita (o maior deles), Emirados Árabes Unidos, África do Sul e Rússia deverão favorecer esta elevação. 

Neste ritmo, conforme os primeiros levantamentos da ABPA sobre o desempenho de julho, há expectativa de que as exportações de carne de frango superem a barreira das 400 mil toneladas embarcadas em um único mês, ultrapassando o recorde histórico registrado em junho deste ano.

Em novos mercados, uma novidade: Mianmar abriu suas exportações para a carne de frango do Brasil.  A informação foi repassada pelo governo do país asiático, que detém mais de 50 milhões de habitantes.  Com este, os exportadores de carne de frangos do Brasil passaram a contar, em 2015, com três novos mercados – considerando a consolidação do Paquistão e da Malásia – totalizando, hoje, 158 mercados abertos.

Já em carne suína, a produção deverá alcançar patamares ligeiramente maiores aos de 2014, superando 3,5 milhões de toneladas.  O consumo per capita poderá chegar a 15 quilos no total do ano, com níveis de elevação um pouco acima do crescimento vegetativo da população brasileira.   

Nas exportações, a Rússia seguirá como principal mercado para o produto brasileiro – entre janeiro e junho, foi responsável por 43,2% do total embarcado.  Com a retomada do crescimento nos embarques do setor – ocorridas a partir de maio de 2015 – as previsões da ABPA indicam que haverá recuperação das perdas registradas no acumulado do ano, com possibilidade de crescimento de até 3%.  

Os países da União Aduaneira – em especial, a Rússia – são os alicerces desta conclusão.  Na comparação com o saldo exportado no mesmo período de 2014, os embarques para o mercado russo cresceram 15,5% no primeiro semestre deste ano.   Na contramão, entretanto, estão Hong Kong, com queda de 4,4%, Singapura, com retração de 19,4%, e Angola, com redução de 40%. 

O setor ainda mantém perspectivas positivas com relação ao aumento dos embarques para a Rússia – sinalizado durante o encontro entre representantes brasileiros e russos, ocorrido na semana passada.  Também há expectativa quanto à efetivação da abertura do mercado da Coreia do Sul – já em fase final de avaliação para a autorização –, além do incremento das exportações para o Japão e a retomada do comércio com a África do Sul.

“Em meio ao complexo cenário econômico atual, a avicultura e a suinocultura do Brasil têm mantido sua competitividade, registrando crescimento e, até mesmo, recordes.   Isto, em parte, graças às desonerações concedidas ao setor em 2013 – e, pelas quais, a ABPA tem trabalhado para manter, preservando a capacidade competitiva das agroindústrias”, destaca o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra. 

Abaixo, apresentamos o saldo geral das exportações por segmento, no primeiro semestre.

 
Carne de frango

As exportações brasileiras de carne de frango registraram volume recorde no mês de junho.

Conforme dados levantados pela ABPA – considerando produtos inteiros, cortes, salgados, processados e embutidos –  foram embarcadas 395,7 mil toneladas, desempenho 30% superior ao total exportado no mesmo mês de 2014.  O maior volume exportado pelo setor até então foi de 381 mil toneladas, realizado em julho de 2014.

Com este desempenho, os embarques geraram receita de R$ 2,1 bilhões – outro recorde histórico – 52,3% maior em relação ao obtido em junho de 2014.  Em dólar, o resultado foi 9,3% maior, totalizando US$ 685 milhões.

O saldo histórico de junho reverteu o resultado negativo que os embarques haviam registrado no acumulado nos cinco primeiros meses de 2015.  Conforme os números da ABPA, as exportações de carne de frango totalizaram 1,99 milhão de toneladas no primeiro semestre de 2015, desempenho 2% superior ao registrado no ano passado. 
Na receita em reais do semestre, houve elevação de 18%    – totalizando R$ 10,22 bilhões.  No saldo cambial, foi registrado decréscimo de 9,4%, atingindo US$ 3,42 bilhões.
Carro-chefe das exportações, o volume embarcado de cortes atingiu 1,165 milhão de toneladas no primeiro semestre, resultado 12,9% superior em relação ao mesmo período do ano passado.  Segundo principal produto da pauta, as exportações de frango inteiro atingiram 631,3 mil toneladas (-10,8%). No terceiro posto, os embarques de carnes salgadas totalizaram 80 mil toneladas (-5,2%).  Na quarta posição, os industrializados atingiram 75,3 mil toneladas (-4,2%).  Por fim, de enchidos, foram exportadas 38,5 mil toneladas (-20,1%).

Maior mercado importador da carne de frango do Brasil, o Oriente Médio incrementou suas compras em 6,5% no primeiro semestre de 2015 em comparação com o ano anterior, atingindo 719,5 mil toneladas no período. Em seguida veio a Ásia, com 586,5 mil toneladas (+3,9%).  A África, no terceiro lugar, importou 259,2 mil toneladas.  A União Europeia – quarto maior mercado para o frango made in Brazil – foi responsável pelas importações de 185,6 mil toneladas (-6,7%).  Para os países das Américas foram exportadas 141,5 mil toneladas (-19,3%).  Europa extra-União Europeia importou 58,4 mil toneladas (+38,1%).

 
Carne suína

Em ritmo de recuperação, os embarques de carne suína mantiveram o saldo positivo pelo segundo mês consecutivo no ano.  Em junho, conforme os números levantados pela ABPA, as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos) atingiram 47,34 mil toneladas (maior saldo registrado até aqui, em 2015), volume 5,5% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.  

Contudo, na receita em reais houve redução de 1,1%, com R$ 372 milhões. Também houve decréscimo na receita cambial, de 29%, totalizando US$ 119,7 milhões.

No acumulado do ano, as exportações de carne suína registraram queda de 5,3% nos volumes embarcados entre janeiro e junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 228,4 mil toneladas.  

Com isto, a receita em reais do setor chegou a R$ 1,653 bilhão, resultado 2,5% superior ao registrado no mesmo período de 2014.  Já na receita cambial, houve redução de 21,8%, segundo o mesmo período comparativo, atingindo US$ 552,2 milhões de dólares. 

Maior mercado importador da carne suína brasileira, os países da Europa extra- União Europeia (que contempla a Rússia) incrementou seus embarques em 5,4%, chegando a 98,8 mil toneladas no primeiro semestre.  Para a Ásia foram embarcadas 74,9 mil toneladas (-8,7%). Em terceiro lugar, os países das Américas importaram 24,8 mil toneladas.  Para o continente africano seguiram 18,6 mil toneladas (-33,2%).

Os cortes se mantiveram como principais produtos embarcados pelo setor, com 187,5 mil toneladas entre janeiro e junho (-4,2% em relação ao mesmo período do ano passado). De miúdos, foram exportadas 22 mil toneladas (-20%). Em alta, os embarques de carcaça atingiram 6,1 mil toneladas (+21,9%).  Também em ritmo positivo, as exportações de preparações de carne suína totalizaram 4,9 mil toneladas (+11,4%). De gorduras, foram 2,5 mil toneladas (+30,9%). De enchidos, foram 4,2 mil toneladas (-20,1%).  Por fim, de tripas, salgados e couro, foram exportadas, respectivamente, 1,1 mil toneladas (-10%), 15 toneladas (-5,2%) e 5,7 toneladas (169,4%).

 
Ovos 

Em forte crescimento, as exportações de ovos (in natura e processados) do Brasil chegaram a 7 mil toneladas no primeiro semestre, dado 41,9% superior ao total embarcado nos seis primeiros meses de 2014.  Em receita, o crescimento registrado foi de 29,1%, com US$ 9,2 milhões. 

Considerando apenas o mês de junho, foram exportadas 676,9 toneladas de ovos no período, resultado 84,3% maior em comparação com o mesmo período do ano passado, em receita, houve incremento de 66,1%, com US$ 959,4 milhões.

 
Carne de peru

As exportações brasileiras de carne de peru totalizaram, entre janeiro e junho deste ano, 66,8 mil toneladas, volume 7,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado.  Já em receita, houve retração de 7,6%, com total de US$ 153,4 milhões.

Verificado apenas o mês de junho, houve crescimento de 55,4% nos embarques de carne de peru, com total de 12,9 mil toneladas. O ritmo positivo também foi registrado no saldo cambial do mês, com US$ 29,5 milhões (+31,7%).
 
Carne de patos e outras aves 

As exportações brasileiras de patos e outras aves registraram queda de 76,7% entre janeiro e junho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 1,2 mil toneladas.  Na receita cambial do período, houve decréscimo de 32,1%, com o total de US$ 4,2 milhões.

Em junho, os embarques do segmento chegaram a 277 toneladas, desempenho 173,2% na comparação com o sexto mês de 2014.  Com isto, o segmento obteve receita de US$ 862,2 mil (+138,3%). 

 
Material genético e ovo férteis
 
Os embarques acumulados de material genético e ovo férteis decresceram 3,9% nos seis primeiros meses de 2015, totalizando 5,8 mil toneladas.  Em receita, a retração foi de 6,7%, atingindo US$ 79,7 milhões. 
Considerando apenas o mês de junho, houve redução de 30,7% em volume (com 750 toneladas) e de 23,9% em receita (US$ 9,1 milhões).
 

Fonte: ABPA

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Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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