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ABPA e Meat Traders Association de Singapura firmam acordo para ampliar cooperação no comércio de proteína animal
Parceria foi firmada durante a Anuga 2025 e prevê ações conjuntas em segurança alimentar e facilitação de comércio.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Meat Traders Association of Singapore (MTAS) assinaram hoje, em meio à programação da Anuga 2025, um Memorando de Entendimento (MoU) que estabelece uma aliança estratégica entre Brasil e Singapura para o fortalecimento das relações comerciais e institucionais ligadas à proteína animal.

Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin: “Esta parceria é um avanço nas relações entre o Brasil e Singapura no campo da segurança alimentar e da cooperação sanitária” – Foto: Divulgação/Alimenta
O acordo prevê o intercâmbio de informações e experiências, a cooperação em temas técnicos e regulatórios e o apoio a ações de promoção comercial envolvendo carnes de frango, suína e produtos processados. As entidades também atuarão em conjunto na ampliação de redes de fornecimento, melhoria da qualidade dos produtos e articulação com autoridades regulatórias, como a Singapore Food Agency (SFA) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), para facilitar o comércio e aprimorar a segurança alimentar.
Pelo documento, as entidades se comprometem a manter diálogo contínuo e troca de informações regulares para identificar novas oportunidades de colaboração entre os setores produtivos dos dois países. O memorando terá vigência inicial de 12 meses, com renovação automática, e servirá de base para a construção de projetos e iniciativas conjuntas de longo prazo.
“Esta parceria é um avanço nas relações entre o Brasil e Singapura no campo da segurança alimentar e da cooperação sanitária. Reforça o papel do Brasil como parceiro confiável na oferta global de proteína animal, e abre novas frentes para o fortalecimento de um comércio cada vez mais baseado em ciência, previsibilidade e confiança mútua”, destaca Ricardo Santin, presidente da ABPA.
Singapura é o atual nono principal destino da carne de frango exportada pelo Brasil. Ao todo, foram 101,4 mil toneladas embarcadas entre janeiro e agosto, gerando receita de US$ 185 milhões. O mercado também é o sexto maior importador de carne suína brasileira, com 54,7 mil toneladas importadas nos oito primeiros meses deste ano, com receita de US$ 155,3 milhões.

presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) – Foto: Divulgação/Mapa
A assinatura ocorreu conjuntamente em encontro com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Roberto Perosa – que assinou memorando equivalente para o setor de bovinos.
A ação aconteceu em meio à programação de ações da ABPA na Anuga 2025 – uma das maiores feiras de alimentos e bebidas do mundo – que marca a primeira iniciativa institucional após a reabertura do mercado europeu à carne de frango brasileira. Com um estande de mais de 400 metros quadrados, a iniciativa reúne 26 agroindústrias dos setores de aves, suínos e ovos. Além da presença de importantes cooperativas e empresas, o espaço brasileiro abriga ações de promoção das marcas setoriais Brazilian Chicken, Brazilian Pork, Brazilian Egg, Brazilian Breeders e Brazilian Duck, com rodadas de negócios, encontros com stakeholders globais e atividades de relacionamento institucional.
Durante o evento, a ABPA tem promovido degustações comandadas pelo chef Marcelo Bortolon, com a apresentação de preparos especiais com proteínas brasileiras, valorizando atributos como sabor, qualidade e sustentabilidade.

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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.
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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
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STF suspende julgamento da Moratória da Soja e mantém paralisação nacional de processos
Com pedido de vista de Dias Toffoli, segue válida a liminar de Flávio Dino que congelou ações na Justiça e no Cade, enquanto especialistas destacam impacto do caso na segurança jurídica do agro.

O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento que analisava a liminar concedida pelo ministro Flávio Dino que determinou a suspensão nacional de todos os processos que discutem a validade da Moratória da Soja na Justiça e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até o momento, há quatro votos para confirmar a paralisação das ações. A análise ocorre no plenário virtual desde a última sexta-feira (14) e estava prevista para terminar na próxima terça-feira (25). O pedido de vista foi do ministro Dias Toffoli, e até que o processo volte à pauta a medida segue válida.
O advogado Frederico Favacho afirma que é positiva a decisão de Flávio Dino, por reconhecer que a Moratória da Soja é legal. “Esse é o ponto mais importante de toda a controvérsia”, entende.
A Moratória da Soja é um acordo voluntário entre tradings que comercializam grãos, no qual se comprometem a não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008. O STF julga uma ação ajuízada pelo PcdoB, PSOL, PV e Rede. As legendas pedem a suspensão de lei do estado de Mato Grosso que proíbe a concessão de benefícios fiscais para empresa que assinaram o acordo.
Em dezembro do ano passado, Flávio Dino atendeu ao pedido dos partidos e suspendeu a lei de forma liminar. Em abril deste ano, ele reconsiderou a decisão, estabelecendo que a norma passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.
Em 05 de novembro, Flavio Dino determinou a suspensão nacional de todos os processos, inclusive os que investigam possível formação de cartel no Cade. Afirmou não considerar adequado, em respeito ao princípio da segurança jurídica, permitir que o debate sobre a Moratória da Soja prossiga nas instâncias ordinárias jurisdicionais ou administrativas, diante da possibilidade de serem proferidas decisões conflitantes e em desacordo com o entendimento a ser fixado pelo STF. “No mesmo voto, Flávio Dino também reconhece o direito de os entes federativos estabelecerem as regras para concessão dos benefícios fiscais, o que, na prática, implicaria em os Estados poderem retirar os benefícios das empresas signatárias, o que continua sendo discutível na esfera infraconstitucional em relação a forma, razoabilidade e outros quesitos”, diz Favacho, complementando: “De toda forma, isso vem num momento importante, quando o mundo todo está de olhos voltados para as boas práticas ambientais do agronegócio brasileiro”.



