Notícias Nesta quarta-feira
ABPA celebra o Dia do Suinocultor em momento favorável do setor
Segundo Turra, a suinocultura nacional celebra a data em um momento altamente promissor para o setor produtivo

Hoje, 24 de julho, é o Dia do Suinocultor. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, a suinocultura nacional celebra a data em um momento altamente promissor para o setor produtivo, impulsionado por adversidades no quadro do mercado internacional.
Livre de Peste Suína Africana (PSA), o Brasil está hoje entre os players do mercado internacional de carne suína que teve suas exportações impulsionadas pelo grave quadro sanitário que hoje atinge os países da Ásia – especialmente a China, que assumiu a liderança entre os destinos do produto brasileiro.
A conquista deste status sanitário, conforme Turra, é resultado direto da profissionalização setorial, com investimentos em tecnologia e monitoramento sanitário. É com este objetivo que são realizadas iniciativas como o Grupo Especial de Prevenção à Peste Suína Africana (GEPESA). O Grupo, sob a tutela da ABPA, tem organizado ações e campanhas de esclarecimento setorial. A última iniciativa do grupo foi um vídeo com dicas simples de prevenção (veja no link encurtador.com.br/gmxVZ).
“Nosso país é livre de Peste Suína Africana (PSA) e esta é uma vantagem competitiva no comércio internacional que temos que preservar. O suinocultor, neste quadro, exerce papel fundamental para que o País reforce sua blindagem sanitária e fortaleça ainda mais a posição como porto seguro para o fornecimento de carne suína, independentemente de crises como esta”, afirma Turra.
Graças ao status sanitário, o Brasil é hoje o quarto maior exportador de carne suína do mundo. Em 2018, foram 643 mil toneladas exportadas para 70 países. Este ano, a expectativa é de superar as 700 mil toneladas no ciclo de 12 meses de exportação.
O Brasil também é o quarto maior produtor mundial de carne suína, com 3,7 milhões de toneladas. A carne suína é a terceira mais consumida no Brasil, com cerca de 15 quilos per capita/ano. “As conquistas obtidas na suinocultura brasileira também impulsionaram essa mudança na percepção do brasileiro, como a responsabilidade na segurança alimentar, exemplo que passou a ser seguido por outros profissionais do campo”, ressalta Turra.
Prestando justa homenagem ao suinocultor, a ABPA publicará em suas redes entrevistas com produtores de suínos que participaram da elaboração da obra “Da nossa mesa para a sua mesa”, um livro de realidade aumentada idealizado por Manuel Petry, da Agência Capella. Em suas páginas, o livro reúne fotos de produtores e colaboradores que produzem alimentos que são consumidos por suas famílias e vão para famílias de mais de 150 países. Foram mais de 800 horas de trabalho dedicados à ação, percorrendo mais de 5 mil quilômetros pelo interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
SIAVS 2019
Em continuidade à celebração do dia do suinocultor, a suinocultura nacional estará em pauta no maior evento do setor nacional, o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), que acontecerá entre os dias 27 a 29 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo (SP).
Um dos destaques da programação é o tradicional Projeto Produtor. É uma ação exclusiva para os produtores integrados de aves, ovos e suínos que tem como objetivo divulgar as diretrizes das boas práticas de produção, atualizar o produtor com informações de mercado, sanidade, qualidade, sustentabilidade, entre outros assuntos do cotidiano das granjas brasileiras.
O SIAVS também receberá a 2ª edição do Simpósio da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), trará ao público alternativas para mitigar as crises do mercado de suínos durante o primeiro dia do SIAVS.
Para aqueles interessados em questões ligadas a sanidade da suinocultura, no segundo dia do SIAVS, o tema será foco no Painel Enfermidades Emergentes de Suínos. “O SIAVS é uma oportunidade única para todo o setor. Além de fomentar conhecimento e proporcionar novos negócios, é uma ocasião para analisarmos todas as oportunidades favoráveis para o país”, analisa Turra.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



