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ABPA apresenta resultados do primeiro semestre de 2017

Mesmo com impacto negativo da Operação Carne Fraca, resultados no primeiro semestre para frangos, suínos e ovos foi positivo

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O primeiro semestre de 2017 é, de longe, o mais desafiador da história do setor de proteína animal do Brasil.  Uma crise de imagem sem precedentes impactou o setor quando, em 17 de março, os equívocos nas informações divulgadas durante a coletiva de imprensa, cujo objetivo inicial era apontar fatos relativos às investigações da Operação Carne Fraca, se transformou em um dos maiores golpes à reputação do setor.

O impacto imediato foi a suspensão dos embarques para diversos mercados.  Outros, suspenderam parcialmente as importações das plantas envolvidas na investigação. Após um intenso trabalho promovido pelo Governo Federal, com o apoio da ABPA – em relação a aves e suínos – os esclarecimentos foram prestados. Hoje, poucos embargos totais perduram. As suspensões em vigor, em sua maior parte absoluta, se referem às 21 plantas (dentre elas, 4 exportadoras de aves e de suínos) que foram suspensas, após determinação do Ministério da Agricultura brasileiro. Conforme levantamentos feitos pela ABPA, os embargos totais em vigor (oficialmente informados) representam o equivalente a 0,4% dos embarques de carne de aves e 0,2% das exportações de carne suína (conforme números de 2016).

Quase quatro meses após a Carne Fraca, hoje verificamos, nos mercados internacionais, níveis de exportação próximos ao período anterior à operação. Em junho, os embarques de carne suína foram superiores ao do mesmo período do ano anterior. No caso de aves, os embarques de junho seguiram em ritmo superior à média geral do ano anterior.

Ainda em aves, é notável uma expressiva retomada do ritmo das vendas desde os impactos decorrentes dos equívocos da divulgação da Operação Carne Fraca. Em relação a maio, o desempenho de junho, em toneladas, foi 6,2% superior.  Já em relação a abril, imediatamente após a operação, os embarques de junho deste ano apresentaram elevação de 15,1%.  Nestes dois meses, os impactos decorrentes da Operação – especialmente em relação aos entraves logísticos resultantes dos dias de suspensão aplicadas logo após a divulgação da Operação, pouco antes da conclusão dos esclarecimentos apresentados pelo Ministério – foram absorvidos nas vendas internacionais. Os impactos na participação brasileira no mercado internacional foram mínimos.

Neste contexto, a menor oferta internacional de produtos decorrente de diversos fatores – como os focos de Influenza Aviária, inclusive, em diversos grandes exportadores – foram determinantes para uma melhora no preço internacional do setor, o que permitiu obter níveis de receita cambial favoráveis, especialmente neste momento em que nossas exportações se reorganizavam após as suspensões dos embarques. Conforme levantamentos feitos pela ABPA com base em dados informados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), 22 países permanecem com focos ativos de Influenza Aviária. Desde novembro, 55 países registraram focos da doença.

Neste contexto, colabora com a situação da cadeia agroindustrial de aves e de suínos a boa oferta de milho e de soja – que, diferentemente do ocorrido em 2016, proporciona ao setor, neste ano, melhores condições de competitividade.

Com estes números, tendo em vista o corrente trabalho de recuperação da imagem internacional do setor (em um processo de recuperação das retrações registradas no 1° semestre), é possível prever um saldo final do ano com crescimento, em volumes, de 1% para carne de frango e para carne suína na comparação com o total realizado em 2016.

Carne Suína

As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizou saldo de US$ 814,7 milhões entre janeiro e junho deste ano, número 28,5% acima do obtido no mesmo período do ano passado, de US$ 633,8 milhões. Este é o melhor desempenho cambial semestral dos únicos cinco anos.

Em toneladas, o total acumulado nos seis primeiros meses de 2017 chegou a 343,3 mil toneladas, número 2,8% inferior ao obtido no mesmo período do ano anterior, de 353,3 mil toneladas.

Em junho, os embarques totalizaram 64,1 mil toneladas, 4,6% a mais que o efetivado no sexto mês de 2016, com 61,3 mil toneladas. Já em receita, a elevação chegou a 26,9%, com US$ 156 milhões no sexto mês deste ano e US$ 122,9 milhões no mesmo período de 2016.

A Europa extra-União Europeia segue como principal destino semestral dos embarques de carne suína, com 138,6 mil toneladas entre janeiro e junho, volume 13,5% acima do alcançado nos seis primeiros meses de 2016. Em segundo lugar, a Ásia importou 118,4 mil toneladas, – 22,3% de retração, segundo o mesmo período comparativo. No terceiro posto, os países das Américas importaram 51,1 mil toneladas (+27%). Em quarto lugar, a África foi destino de 22,4 mil toneladas (-7,8%).

Os cortes foram os principais produtos importados nos seis primeiros meses, com 289,9 mil toneladas, número equivalente ao realizado no primeiro semestre de 2016. De miúdos foram exportadas 35,3 mil toneladas (-4,4%); de preparações, 4,7 mil toneladas (+3,6%); de enchidos, 4,5 mil toneladas (+9%); de carcaça, 3,8 mil toneladas (-66,2%); de gorduras, 3,4 mil toneladas (-28,3%); de tripas, 893 toneladas (-32,9%); de salgados, 489 toneladas (+80%); e de couros e peles, 115 toneladas (+14.573%).

Frango

A receita dos embarques de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura, processados e embutidos) entre janeiro e junho deste ano superaram em 5,9% o total obtido no mesmo período do ano passado. Ao todo, foram US$ 3,585 bilhões em 2017, contra US$ 3,384 bilhões no ano anterior.

Em volume, houve retração de 6,4% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e de 2016. No total, foram 2,121 milhões de toneladas entre janeiro e junho de 2017, frente a 2,266 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior.

Considerando apenas o mês de junho, houve retração de 9,9% nos volumes embarcados, com 370,9 mil toneladas no sexto mês deste ano e 411,8 mil toneladas no mesmo período de 2016.

Em receita, a queda foi de 6,4%, com total de US$ 619,5 milhões em junho deste ano, e de US$ 661,5 milhões em 2016.

Principal destino da carne de frango brasileira, o Oriente Médio importou 716,5 mil toneladas, volume 10% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. A Ásia, em segundo lugar, importou 667,6 mil toneladas, resultado 9,9% inferior, segundo o mesmo período comparativo. Já os embarques para a África cresceram 12,1% no primeiro semestre deste ano, totalizando 306,3 mil toneladas. Quarto principal destino, a União Europeia importou 173,2 mil toneladas no período, número 13,5% inferior ao obtido no mesmo período do ano passado.

Sobre os produtos, os cortes seguem como carro-chefe dos negócios, com 1,299 mil toneladas embarcadas entre janeiro de junho, 4,4% menor em relação ao primeiro semestre de 2016. De produtos inteiros foram exportadas 626,2 mil toneladas, número 10,7% menor segundo o mesmo período comparativo. Os embarques de industrializados totalizaram 77,354 mil toneladas (-2,8%) e o de carnes salgadas, 77,313 (-11,5%).

Ovos

Os embarques de ovos (todos os produtos, entre in natura e processados) chegou a US$ 4,6 milhões, receita 53,5% menor em relação ao primeiro semestre de 2016, com US$ 10 milhões. Em volumes, a retração chega a 55,8%, com 3,3 mil toneladas neste ano, contra 7,4 mil toneladas no primeiro semestre de 2016.

Em junho, os embarques totalizaram 504 toneladas, 4,7% a menos que as 528 toneladas realizadas no sexto mês de 2016. No mesmo período comparativo, houve elevação de 6,4% na receita mensal, com US$ 850 mil em 2017 e US$ 798 mil no ano anterior.

Fonte: Assessoria ABPA

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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