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Abordagem Holística de 3 Passos em como Melhorar a Saúde Intestinal em Animais: Parte III
Uma nutrição contendo balanço entre nutrientes digestíveis e indigestíveis pode ajudar os animais a melhorar a saúde intestinal ao influenciar positivamente a microbiota
Escrito por: Equipe Técnica da Adisseo.
Conforme descrito nas Partes I e II, uma boa saúde intestinal começa com uma alimentação de qualidade e segura, com controles contra deterioração microbiana e oxidativa. Isso inclui a inibição do crescimento de fungos durante o armazenamento, eliminação de patógenos como Salmonella na ração e na água, prevenção da deterioração oxidativa em matérias-primas e alimentos ricos em gordura, atenuação dos riscos de contaminação por micotoxinas, especialmente aqueles prejudiciais às funções intestinais, como a toxina T-2 e desoxinivalenol, ao longo do ciclo de produção do alimento. Além disso, uma nutrição contendo balanço entre nutrientes digestíveis e indigestíveis pode ajudar os animais a melhorar a saúde intestinal ao influenciar positivamente a microbiota, graças ao poder prebiótico da ação das enzimas exógenas, promovendo o aumento da população de bactérias benéficas na microbiota, diminuindo a inflamação intestinal e favorecendo a produção de ácidos graxos de cadeia curta no ceco, principalmente os ácidos acético e butírico.
Além dos fatores básicos mencionados, a saúde intestinal pode ser ainda mais estimulada por vários outros aditivos para rações, como probióticos, butirato de liberação precisa, fitogênicos, óleos essenciais, etc. Hoje em dia, com o progresso da era pós-APC (Antibióticos Promotores de Crescimento, agora denominados Antibióticos Melhoradores de Desempenho) e os desafios de doenças mais graves, é de extrema importância a aplicação de estratégias nutricionais que promovam um intestino mais saudável e a melhora do estado imunológico, além das boas práticas de manejo na produção.
Neste artigo, como etapa 3 do programa holístico de saúde intestinal da Adisseo, explicaremos como manter ainda mais a resiliência animal agindo nas três linhas de defesa: microbiota mais benéfica, barreira de mucosa com funcionamento fortalecido e controle da inflamação intestinal que por sua vez resultam em um melhor desempenho animal e rentabilidade para os produtores.
Primeira linha de defesa: equilíbrio de metabólitos e microbiota
Demonstramos na Parte II que um complexo multienzimático, como o Rovabio® Advance, pode alterar significativamente a composição da microbiota no ceco, favorecendo a população de bactérias benéficas. Por outro lado, um probiótico com atividade comprovada no intestino após a germinação, também pode influenciar a população de bactérias por meio da produção de uma série de metabólitos.
Alterion®, o probiótico a base de Bacillus subtilis da Adisseo, é o único probiótico disponível no mercado em que a germinação foi demonstrada e visualizada dentro das aves. Para verificar a germinação em condições in vivo, frangos de corte foram alimentados com uma dieta controle ou com dieta adicionada de esporos de Alterion® com uma dupla marcação. Amostras do conteúdo ileal foram analisadas e processadas via InCell Analyzer para verificar a fluorescência induzida pela marcação. A cor vermelha, predominante no grupo com Alterion® indica que a maioria dos esporos germinou (Figura 1).
Figura 1 – Germinação do Alterion® in vivo no íleo, visualizada usando dsRed.
A germinação é seguida pela produção de diferentes metabólitos, comprovando a ativação do Alterion® Por exemplo, em um experimento in vitro, a produção de quantidades consistentes e elevadas de três metabólitos (niacina, pantotenato, hipoxantina) Alterion® já foi demonstrada. A concentração desses metabólitos foi então medida no conteúdo digestivo das aves que receberam Alterion®, comprovando que a concentração desses metabólitos estava fortemente relacionada ao número de Bacilos detectados (Figura 2).
Figura 2 – Porcentagem relativa de Bacillus spp. e concentração de metabólitos (nmol / g de fezes) para aves suplementadas com Alterion® (Bs 29784) versus aves do grupo controle.
Além disso, em um ensaio com frangos de 42 dias realizado na Southern Poultry Research Inc (Athens, GA, EUA) em colaboração com o Dr. Greg Mathis, cinco gêneros (de 116) foram observados no ceco (Figura 3) em concentração relativa significativamente maior no grupo Alterion®, principalmente do filo Firmicutes, incluindo Ruminococcus. Essas bactérias são conhecidas por decompor polissacarídeos em oligossacarídeos, auxiliando na digestão de cereais e proteínas vegetais na dieta de aves.
Figura 3 – Efeito do Alterion® na abundância de diferentes grupos taxonômicos da microbiota intestinal – a partir de amostras cecais de frangos de corte de 42 dias de idade.
O aumento da abundância relativa de Lachnoclostridium também foi observado. Essas bactérias degradam os oligossacarídeos e produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) – butirato. Já é sabido que, como um metabólito microbiano muito importante, o butirato representa a principal fonte de energia para os enterócitos, células da parede intestinal e, ao mesmo tempo, um composto anti-inflamatório muito potente. De especial importância, quando o butirato é precisamente liberado no intestino posterior, ele pode desencadear a secreção dos peptídeos antimicrobianos de defesa, as denominadas defensinas, responsáveis por auxiliar na diminuição a inflamação e, ainda atuam na inibição dos genes da Ilha de Patogenicidade tipo 1 de Salmonella (SPI1), que são necessários para a colonização e invasão desse patógeno no hospedeiro.
A redução da carga de Salmonella nos produtos animais finais é uma preocupação que vai além dos produtos inibidores de Salmonella como Salmo-Nil® e Evacide® S, que atuam diretamente na ração e na água potável. O Adimix® Precision é outro pilar importante para completar o programa, aumentando as concentrações de butirato no intestino superior, médio e especialmente no intestino posterior. Graças a sua tecnologia de liberação precisa, quando comparado com outros produtos de butirato, seu desempenho superior foi comprovado inclusive em experimentos que avaliaram a infecção por Salmonella em aves (van Immerseel et al., 2005; Onrust et al., 2020) e em suínos (Walia et al., 2016; Lynch et al., 2017).
Segunda linha de defesa: Melhora da integridade da barreira intestinal
A integridade e robustez da barreira intestinal são essenciais para a absorção eficiente de nutrientes, estimulação do sistema imunológico inato e a prevenção da entrada de patógenos e toxinas na corrente sanguínea, contribuindo, portanto, para a saúde e melhor desempenho das aves.
No mesmo estudo relatado acima, microvilosidades intestinais significativamente mais longas (+ 18% de aumento do comprimento no íleo e + 17% no ceco) também foram observadas no grupo alimentado com Alterion®, sugerindo seu impacto positivo na morfologia intestinal. Além disso, a influência direta do Alterion® na integridade da barreira intestinal foi demonstrada por um modelo in vitro (células da monocamada Caco-2 em Transwell System) utilizando uma técnica de resistência eletrica transepitelial (TEER, voltagem elétrica entre o lado apical e basolateral). Quanto maior o TEER, melhor será a integridade. Quando uma citocina pró-inflamatória (TNF-α) foi introduzida, como esperado, o TEER diminuiu e o fluxo de D-manitol aumentou, sugerindo que a integridade da barreira estava comprometida. Alterion® foi capaz de restaurar ambos os parâmetros a níveis semelhantes aos de células não estimuladas (Figura 4). Outras evidências in vitro explicaram a melhora no TEER por Alterion®, pelo aumento da expressão de proteínas de junção oclusivas – ZO-1, claudina-1 e ocludina (Rhayat et al., 2017).
Figura 4 – Medições dos fluxos de TEER e D-manitol
Terceira linha de defesa: redução da inflamação intestinal
As respostas inflamatórias gastam uma quantidade significativa de energia, que deveria ser usada para o crescimento dos animais. Como a indústria está se afastando dos APCs devido a preocupações com a resistência aos antibióticos, soluções alternativas precisam ser propostas e a capacidade anti-inflamatória é um dos principais fatores de investigação.
O mesmo modelo in vitro (células Caco-2) pode ser usado para comparar o efeito anti-inflamatório direto de produtos probióticos comerciais, comparado com Epigalocatequina galato (EGCG) conhecido como um forte composto anti-inflamatório. Ao expor as células Caco-2 à interleucina 1 beta (IL-1 beta), a micotoxina desoxinivalenol (DON) e a flagelina (Fla), a produção de interleucina 8 (IL-8) foi medida como um marcador de inflamação aguda.
Curiosamente, dois probióticos comerciais, identificados pelas siglas Bs A e Bs B, exacerbaram o efeito do DON na produção de IL-8, implicando em um dano ainda pior do DON ao intestino. Enquanto o Alterion® (Bs 29784) reduziu com sucesso a produção de IL-8 em comparação com o grupo controle, tratado com DON e outras condições inflamatórias (Figura 5). Todos esses resultados demonstram ainda mais a singularidade da cepa Bacillus do Alterion®.
Outras pesquisas revelaram o mecanismo do Alterion® na via de controle da inflamação – por meio da inibição da degradação de IkB, evitando assim a translocação de NF-κB e, subsequentemente, controlando a expressão de compostos pró-inflamatórios, como IL-8 e a enzima iNOS (Rhayat et al., 2019).
Figura 5. Efeito de Alterion® (Bs 29784) e outras cepas probióticas comerciais (Bs A e Bs B) na liberação de IL-8 em condições padrão e desafiadoras
Uma boa gestão da saúde intestinal leva a um futuro mais rentável e sustentável
Revisamos todas as principais estratégias nutricionais no programa de gerenciamento de saúde intestinal holístico de 3 etapas da Adisseo – ração limpa e segura, com digestibilidade aprimorada com o uso do PNE (Avaliação de Nutrição de Precisão) e enzimas exógenas, aliada a combinações de probiótico exclusivo e butirato de liberação precisa, que promovem a resiliência animal no campo nas três linhas de defesa.
Ao longo da jornada, estamos seguros de que essa abordagem holística trará mais lucros para os produtores, como redução de custos de ração com formulação de precisão, proteína animal (carne e ovos) mais seguros que atendam a requisitos de exportação mais rigorosos, menor incidência de pododermatites, ovos mais limpos colaborando com uma transição para a produção sem gaiolas, produção de animais livres de APCs e que atendam às exigências dos consumidores. Com a implementação de todas essas estratégias nutricionais em conjunto com boas práticas de manejo, a indústria de produção animal abraçará um futuro mais lucrativo e sustentável.
Referências estão disponíveis mediante solicitação.
Acompanhe aqui a Parte I e Parte II deste estudo completos.
Empresas Produtos IQF
Linha de pescados da C.Vale ganha destaque no IFC Brasil 2024
O IFC Brasil tem como objetivo conectar todos os elos da cadeia produtiva para discutir os desafios e as oportunidades da cadeia de pescados e gerar negócios
Prospectar novos negócios, gerar relacionamentos e parcerias, além de acompanhar as tendências e inovações do mercado, estão entre os objetivos da C.Vale no VI International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil 2024), que será realizado entre os dias 24 e 26 de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A cooperativa agroindustrial é uma das âncoras do evento e presença confirmada desde a primeira edição, em 2019.
Este ano, a C.Vale vai expor na feira de negócios (stand 99 a 101) a linha de produtos IQF, com congelamento individual das peças, para que os visitantes possam conhecer e degustar os itens da linha de pescados.
“Participar do IFC Brasil 2024 é uma oportunidade valiosa, pois permite à cooperativa mostrar seu portfólio de produtos de alta qualidade e valor agregado. O evento contribui para que o país se consolide como um grande player mundial na produção e comercialização de pescados”, afirma o Gerente Comercial da C.Vale, Fernando Aguiar. Segundo ele, a empresa está pronta para atender ao público mais exigente do mundo, que busca produtos com preparo prático, qualidade e sabor.
CONHECIMENTO E NEGÓCIOS
O IFC Brasil reúne especialistas de quatro continentes em mais de 20 horas de conteúdo exclusivo, feira de negócios, apresentação de trabalhos científicos, rodada de negócios e mostra de tecnologia, além de outras atrações.
O objetivo é conectar todos os elos da cadeia produtiva para discutir os desafios e as oportunidades da cadeia de pescados e gerar negócios, destaca a CEO do International Fish Congress Brasil, Eliana Panty. “Vamos reunir empresários, aquicultores, armadores de pesca, agentes dos mercados de varejo e food service, prestadores de serviços, fornecedores, dirigentes, profissionais do setor e formadores de opinião em um congresso internacional com mais de 40 palestras com especialistas de vários países, além de promover debates com os principais players do setor”, disse a executiva.
O presidente do evento, Altemir Gregolin, reforça o momento favorável para o desenvolvimento do setor. “Na última década o mundo cresceu em produção, consumo e comércio de pescado. As projeções da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação) para as próximas décadas são de continuidade no crescimento da demanda, o que sinaliza muitas oportunidades para o Brasil. Nesta perspectiva, o IFC tem o propósito de contribuir para que o Brasil se consolide como um grande player mundial na produção e comercialização desta proteína”, salienta o presidente do congresso.
PATROCÍNIOS E APOIOS
O IFC Brasil é correalizado pela Fundep (Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação), Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), UFPR (Universidade Federal do Paraná) e a sua Fundação, a Funpar.
Patrocinam o IFC Brasil: CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Itaipu Binacional, Caixa Econômica Federal, MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura), Governo Federal, Sanepar, Copel Energia, Governo do Paraná, Banco do Brasil, BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Apoiam o IFC Brasil a APEX Brasil, ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), PEIXE BR (Associação Brasileira da Piscicultura) e Unila (Universidade Federal da Integração).
Empresas
Soluções para sanidade do rebanho são destaques da Bimeda no Feedlot Summit Brazil
Empresa participa do evento nos dias 18 a 20 de setembro, em Goiânia (GO)
A Bimeda, empresa fabricante, comerciante e distribuidora de produtos farmacêuticos, veterinários e de saúde animal estará presente, entre os dias 18 e 20 de setembro, no Feedlot Summit Brazil, um dos principais eventos de pecuária de corte da América Latina e de tecnologia em nutrição animal, que será realizado em Goiânia (GO). No encontro, a empresa destaca dois de seus produtos: o MoxiSolv e o Eprifort 1% Pour On.
Lançado recentemente no mercado, o Moxisolv foi desenvolvido à base de moxidectina, molécula que atua de modo semelhante às avermectinas. Devido às suas características, atua de maneira mais efetiva contra os parasitas internos. O produto é indicado para o tratamento de parasitas internos e carrapatos que afetam o crescimento dos animais, o desempenho reprodutivo, provocam a redução na produção de leite e o aumento da suscetibilidade a doenças.
“O principal diferencial do produto é a lipofilicidade, garantindo que o Moxisolv fique depositado por mais tempo no tecido adiposo do animal. Além disso, pode ser aplicado com segurança em bovinos jovens e adultos, inclusive bezerros e fêmeas prenhes”, afirma o médico-veterinário e supervisor de Marketing da empresa, Guilherme Ito.
Por ser uma milbemicina, possui estrutura molecular única que promove uma ação diferenciada em relação às avermectinas. “A moxidectina seleciona resistência menos rapidamente do que as avermectinas e permanece mais potente contra nematóides, sendo eficaz no controle das verminoses resistentes às ivermectinas”, complementa Ito.
Com o lançamento do MoxiSolv, a Bimeda se consolidou como o laboratório com uma das linhas mais completas de endectocidas do mercado brasileiro, com produtos à base de moléculas como ivermectina a 1% e 3.5%, doramectina a 1%, eprinomectina a 1% e agora moxidectina a 1%.
Aplicação a qualquer tempo
O Eprifort 1% Pour On é um produto à base de Eprinomectina, uma molécula mais moderna e reconhecidamente mais eficaz. Ele pode ser aplicado a qualquer tempo no rebanho, o que favorece uma gestão competente do plantel, tempo de ação, tempo de resultados rápidos e de produtividade.
A eprinomectina é um produto modificado da fermentação do streptomyces avermectilis. É usada nos bovinos de leite e corte para controlar a maioria dos nematóides gastrointestinais e também é altamente eficaz contra berne e moscas do chifre. É usado para o tratamento das infestações dos bovinos causadas por nematódeos gastrintestinais na forma adulta, larvas de Dermatobia hominis (bernes) e mosca do chifre. O Eprifort 1% é carência zero para carne e leite, podendo ser administrado com segurança em bovinos jovens e adultos, inclusive em fêmeas prenhes e fêmeas lactantes.
“Além do Moxisolv e do Eprifort, os visitantes poderão conhecer nosso portifólio completo de produtos para a saúde e o bem-estar dos animais, presentes em mais de 80 países e um pouco da nossa história ao longo dessas seis décadas de existência da Bimeda”, finaliza o médico-veterinário.
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Produtividade suína aumenta com gestão eficaz de doenças respiratórias
Em 2023, foram mais de 1 milhão de pulmões avaliados globalmente; no Brasil, cerca de 85 mil diagnósticos foram realizados com o Ceva Lung Program (CLP)
O controle das doenças respiratórias suínas é essencial para o sucesso produtivo nas granjas, pois essas enfermidades geram uma série de prejuízos econômicos associados a queda no desempenho dos animais, aumento da mortalidade e custos com tratamentos veterinários.
Neste cenário, a avaliação de lesões pulmonares no abatedouro é uma ferramenta amplamente utilizada para análise da saúde pulmonar da granja. Com esses dados é possível considerar a implementação de medidas preventivas e analisar a eficácia das ações adotadas.
As lesões comumente avaliadas são broncopneumonia compatível com Mycoplasma hyopneumoniae e pleurite associada a Actinobacillus pleuropneumoniae e patógenos secundários. Existem numerosos sistemas de avaliação de lesões pulmonares ( García-Morante et al., 2012 ) com três características que devem ser atendidas: Objetividade, repetibilidade, previsão.
Para auxiliar os produtores nessa análise, a Ceva Saúde Animal desenvolveu o Ceva Lung Program (CLP), um software que avalia a saúde pulmonar dos suínos abatidos de maneira global, informando o produtor de forma precisa os impactos das doenças respiratórias no plantel.
Com a sua metodologia única baseada na escala de Madec para avaliar as broncopneumonias, e na metodologia SPES, de origem italiana, para avaliar as pleurisias, o CLP classifica de maneira precisa e em poucos minutos a presença, incidência, padrões de circulação e o impacto destas doenças na granja por meio de escalas de pontuação.
A metodologia de pontuação do CLP foi concebida para ajudar no diagnóstico correto das doenças respiratórias através da avaliação dos pulmões no abate. O programa também permite a descoberta de infecções subclínicas que não foram notadas durante o período produtivo dos animais, bem como a quantificação das lesões. As lesões mais importantes a serem identificadas são: áreas de consolidação nos lobos pulmonares, pleurisias e aderências. Contudo uma série de outras lesões podem ser apontadas pelo avaliador, dentre elas, cicatrizes, abscessos, pericardites, entre outros. Assim como a diferenciação de diferentes tipos de pneumonias e sua importância clínica.
“As avaliações são realizadas por equipes internas e externas treinadas pela CEVA, com este treinamento e a utilização do sistema automatizado do aplicativo podemos fazer avaliações qualitativas e quantitativas das lesões pulmonares. São considerados níveis de lesão, portanto área pulmonar afetada e os tipos de lesão. Com isso, o sistema gera índices relacionando estes dois fatores, e desta maneira, é possível identificar os desafios particulares do lote em questão”, explica Marcio Dahmer, médico-veterinário gerente de marketing da linha de suínos da Ceva Saúde Animal.
O Ceva Lung Program também é utilizado para determinar o protocolo de vacinação adequado e monitorizar os resultados da vacinação. “Suas principais vantagens são a geração automática de diversos relatórios onde comparativos são feitos, entre lotes, origens, protocolos vacinais ou períodos. Estes comparativos podem ser relacionados a situações anteriores da granja em questão ou em relação à média nacional” , detalha o profissional.
Somente em 2023, foram avaliados mais de 1 milhão de pulmões globalmente, e no Brasil, cerca de 85 mil diagnósticos foram realizados com o CLP.
Como são avaliados o Mycoplasma hyopneumoniae e o Actinobacillus pleuropneumoniae no Ceva Lung Program?
Mycoplasma hyopneumoniae é um dos patógenos respiratórios mais importantes do mundo. A infecção por M. hyo age nas mucosas do epitélio respiratório, aderindo-se aos cílios e alterando a frequência dos batimentos, promovendo ciliostase, morte da célula epitelial, resultando em uma reação inflamatória exacerbada nos pulmões, facilitando a entrada de patógenos secundários.
Os problemas gerados pelo patógeno são crônicos e geram perdas econômicas significativas, tanto o ganho médio diário, quanto a taxa de conversão são afetados. As perdas de rendimento na engorda são proporcionais à superfície pulmonar afetada ( Straw, 1989 ), portanto, avaliar as lesões no abatedouro com o CLP pode auxiliar os suinocultores a identificar as perdas que estão ocorrendo na granja.
As lesões compatíveis com o M. hyo são avaliadas pelo sistema de Madec associada ao sistema de Christensen, essa combinação resulta em um sistema prático, repetível, preciso e objetivo.
Já o Actinobacillus pleuropneumoniae é outro patógeno respiratório amplamente difundido na suinocultura tecnificada. É o causador da Pleuropneumonia suína (PPS), uma doença respiratória grave que na sua fase aguda é caracterizada por broncopneumonia fibrino-hemorrágica e necrosante com exsudação de fibrina e na fase crônica por aderências firmes de pleura (pleurite adesiva) com formação de nódulos de pneumonia no parênquima pulmonar adjacente.
As análises no CLP baseiam-se numa pontuação de 0-2-3-4 dependendo da presença, extensão e posição da pleurite observada. Como resultado é possível obter a prevalência de pulmões com pleurite.
Como observado, a avaliação de lesões pulmonares no abatedouro é uma aliada dos suinocultores para o conhecimento sobre a saúde respiratória nas granjas. Conhecer a presença, incidência, padrões de circulação e impacto das doenças respiratórias é fundamental para determinar os protocolos de vacinação mais adequados em cada ocasião, bem como para avaliar os seus resultados.