Notícias 16ª ExpoGenética
ABCZ vai homenagear personalidades que contribuem para o desenvolvimento da pecuária zebuína com o ‘Mérito ExpoGenética’ e ‘Mérito ABCZ Mulher’
A cerimônia de premiação será realizada no Pavilhão Multiuso, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), antecedendo o anúncio dos touros PNAT 2023.
Nesta quinta-feira (24), durante a programação da 16ª ExpoGenética, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), irá homenagear personalidades que têm desempenhado papéis significativos no avanço da pecuária zebuína.
Através das comendas ‘Mérito ExpoGenética’ e ‘Mérito ABCZ Mulher’, a Associação pretende reconhecer e destacar o trabalhado incansável para o desenvolvimento e aprimoramento do setor.
A cerimônia de premiação será realizada no Pavilhão Multiuso, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), antecedendo o anúncio dos touros PNAT 2023.
Confira abaixo a lista de homenageados:
Mérito ABCZ Mulher:
Cláudia Helena Monteiro: Cláudia iniciou sua trajetória na agropecuária há 20 anos, na extinta revista O Zebu no Brasil. Em 2014, fundou, juntamente com seu marido, Gustavo Miguel, a Revista Pecuária Brasil, publicação especializada em pecuária com foco nas raças zebuínas. Cláudia conheceu e divulgou o trabalho de pecuaristas em todos os estados do Brasil, e também da Bolívia e Paraguai. Em 2020, idealizou, editou e publicou o livro Genética de Ouro – O DNA da Pecuária, obra biográfica de Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, que reúne a história dos mais importantes pecuaristas da história do Zebu na América do Sul. Cláudia tem três filhos: Arthur, Augusto e Matheus. Em síntese, uma mulher do agro, que muito se orgulha do seu trabalho em prol das raças zebuínas.
Giovana Alcantara Maciel: Giovana é graduada em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras, tem mestrado e doutorado em Solos e Nutrição de Plantas. Trabalha na Embrapa desde 2008 com forragicultura e pastagens, sistemas integrados de produção. Em 2015 foi agraciada com o Prêmio Jabuti, na categoria Meio Ambiente, pela edição técnica do livro Agricultura Conservacionista no Brasil. Desde 2019, através de um acordo cooperação técnica entre Embrapa Cerrados e ABCZ, está lotada na ABCZ desenvolvendo pesquisa e inovação na Fazenda Experimental da ABCZ, Epamig e IFTM. Também faz parte do conselho gestor do Parque Tecnológico de Uberaba.
Maria do Carmo dos Mares Guia Dias: Maria do Carmo, carinhosamente chamada de Dona Zicaca, é mineira de Santa Bárbara, formada em Ciências Biológicas pela UFMG e em espanhol como língua estrangeira, com diploma superior de espanhol expedido por El Ministro de Educación y Ciencia del Reino de Espanha, tendo lecionado o idioma durante 16 anos. Casada há 58 anos com Milton Dias Filho, tem 3 filhas e 5 netos, encontrou tempo para se dedicar de corpo e alma à família e ao trabalho voluntário em uma comunidade rural na fazenda ICIL, município de Itacarambi (MG). Criou grupos de aulas voluntárias de bordados e costura, com o objetivo de organizar um bazar de bordados voltado para gerar renda para as famílias envolvidas. Em 2022, publicou o livro ‘O Dom de Cuidar’, após se dedicar a acompanhar e perceber as nuances de sua mãe em idade avançada e que necessitou de cuidadores ao viver até os 110 anos. Continua prestando assistência e ajuda às pessoas que têm familiares idosos e cadeirantes que necessitam de acompanhamento de cuidadores.
Milena Menezes Palhares Corrêa: Milena se formou em Nutrição no ano de 2000, após exercer durante anos a profissão, viu seus olhos brilharem em uma nova direção, quando conheceu, durante um dia de campo na fazenda Tabaju, a raça Sindi. O encanto foi imediato. Em 2014 começa a criação da raça com a compra, através do Sr. Adaldio Castilho, de duas espetaculares doadoras, duas filhas da Jangada da Estiva. Sua primeira participação em pistas foi na inauguração da raça Sindi na Expogrande de 2017, já levando premiações. Participou da criação do Núcleo de Criadores da Raça Sindi, pela Acrissul, também no ano de 2017, em Campo Grande (MS). Realizou seu primeiro leilão Sindi da própria marca em 2020, com 100% de liquidez. Também participou como convidada de vários leilões de reprodutores pelos estados do MS e MG, contribuindo para a divulgação da raça e todo o seu potencial.
Sônia Maria de Paula Rezende: Sônia é filha de Geraldo Soares de Paula e Carmen Mascarenhas de Paula. Casada com Luiz Carlos Carvalho Rezende, mãe de Guilherme de Paula Rezende e André de Paula Rezende. Como sucessora do legado genético então deixado por Geraldo, ao tempo em que esse ano se comemoram 145 anos de linhagem Lemgruber no Brasil, Soninha, como é conhecida carinhosamente por todos, segue firme, com tecnicidade, intuição e sensibilidade, na seleção do Nelore GP na Fazenda Papagaio, distrito de Tomás Gonzaga, Curvelo (MG). Além de associada da ABCZ, participa ativamente da difusão da linhagem Lemgruber no cenário nacional, assim o fazendo como diretora do Núcleo dos Criadores de Nelore do Centro de Minas, bem como da Associação Mineira dos Criadores de Zebu (AMCZ). Por seu trabalho, foi, em 2015, laureada pela Federação da Agricultura e Pecuária do estado de Minas Gerais (Faemg) com a medalha de Mérito Rural, então instituída pela Assembleia Legislativa mineira.
Tatiane Almeida Drummond Tetzner: Tatiane Tetzner é Médica Veterinária pela Famev-UFU, Mestre e Doutora em Reprodução Animal pela Unesp, tem MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Organizações Sustentáveis pela USP. É especialista em julgamento das raças zebuínas pela Fazu e jurada efetiva pela ABCZ e Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Atualmente membro do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da ABCZ. É Diretora de Relações Internacionais da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e Diretora e proprietária da Padma Consultoria Pecuária. É orientadora e co-orientadora de teses de estudantes de pós-graduação e de cursos de graduação em Medicina Veterinária e Zootecnia. Já atuou como jurada efetiva nas raças Gir Leiteiro, Guzerá, Nelore, Sindi, Tabapuã, Brahman e Indubrasil, bem como na raça Girolando. Teve atuação técnica em cursos e julgamentos no exterior em vários países da América Latina: México, Colômbia, Equador, Venezuela, Bolívia, Panamá, Costa Rica, Honduras, El Salvador, Guatemala e República Dominicana. Tatiane soma diversas publicações científicas e técnico-científicas em revistas especializadas, de extensão, anais de congressos e capítulos de livros. Autora do livro Gir Leiteiro: A Nossa Raça e co-autora no livro Grandezas do Gir Leiteiro.
Valéria Cunha Campos Guimarães: Valéria Guimarães é Doutora em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina de São Paulo e pela Universidade de Chicago. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, onde desenvolveu, liderou e contribuiu com inúmeras realizações na saúde pública de nosso país. Teve participação na elaboração do documento que implantou a estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre dieta, atividade física e saúde, e auxiliou na redação da emenda à Constituição Brasileira que abriu o caminho para que o pet-scan pudesse ser usado hoje. Por estes feitos e por muitas contribuições em várias sociedades científicas das quais participa ativamente, a Dra. Valéria recebeu o prêmio máximo da Sociedade Americana de Endocrinologia. Também foi premiada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e recebeu a medalha Brasília 60 anos. Nos últimos três anos, abraçou a tradição familiar na pecuária, que soma 70 anos sob a bandeira do Tabapuã. Agora, na quarta geração, com prática de cientista e DNA de pecuarista, lidera o projeto ‘Mais Carne, Mais Rápido e de Melhor Qualidade’ de sua propriedade, utilizando inovação e tecnologia aliadas à genética de ponta na Fazenda Balsas – Onda Verde, em Mimoso (GO).
Mérito ExpoGenética 2023:
Categoria Criador
Eduardo Folley Coelho: Eduardo é Engenheiro Civil, pós-graduado em Marketing, proprietário da Genética Aditiva Agropecuária. É p
residente do Instituto das Águas da Serra da Bodoquena e Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Miranda. Atua como conselheiro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Mato Grosso do Sul. É proprietário de passeios de ecoturismo na região de Bonito (MS), entre eles o Recanto Ecológico Rio da Prata, Estância Mimosa Ecoturismo e Lagoa Misteriosa Ecoturismo.
João Cruz Reis Filho: João Cruz é natural de Belo Horizonte (MG), mas tem raízes familiares e afetivas na Zona da Matta mineira. Possui graduação em Agronomia (2003), mestrado (2006) e doutorado (2009) em Genética e Melhoramento – todos pela Universidade Federal de Viçosa. É pós-doutor pelo Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável da UFV. Criador de Gir Leiteiro, Girolando e Mangalarga Machador (Fazenda Sumaúma) e ex-presidente do Sindicato Rural de Miradouro. Servidor afetivo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no cargo de auditor fiscal federal agropecuário. No Ministério, foi chefe da assessoria de Gestão Estratégica (2013/2014). Foi Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (2015/2016) e presidiu o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Agricultura – Conseagri (2016). De 2019 a 2022 foi diretor técnico do Sebrae Minas. É ex-diretor da Abraleite, ABCGIL e ABCZ.
Shiro Nishimura: Shiro é filho de imigrantes japoneses e viveu uma infância simples em Pompéia (SP). Junto à sua família, migrou para o Mato Grosso. É Engenheiro Agrônomo pela Unesp de Jaboticabal e pecuarista. Contribuiu para fortalecer a Jacto, empresa do segmento de máquinas e implementos agrícolas fundada pelo seu pai, o senhor Shunji Nishimura. Tornou-se presidente da Jacto e destacou-se na seleção da raça Nelore. Foi presidente da CSMIA (Câmaras Setoriais de Máquinas e Implementos Agrícolas) e Abismaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Atualmente é presidente da Confraria da Carcaça Nelore. Shiro é uma das personalidades de destaque do agronegócio brasileiro.
Categoria Especial
Fernando Augusto S. Santos: Fernando é formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). É chefe da unidade técnica regional do Ministério da Agricultura em Uberaba (MG) e, dentro de suas atribuições, está a fiscalização de todo o processo relacionado à exportação e importação de animais vivos, material de multiplicação animal (sêmen, embriões, ovos férteis de galinha), junto a empresas, bem como ao porto seco de Uberaba. Com relação ao porto seco de Uberaba, destacam-se ainda as atividades relacionadas à exportação / importação de produtos destinados à alimentação animal e medicamentos de uso veterinário, fiscalização dos centros de coleta e processamento de sêmen bovino, centros de coleta e processamento de embriões, centros de produção in vitro de embriões e registrados no Mapa e fiscalização das quarentenas relacionadas à exportação / importação de bovinos vivos. É membro do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
Categoria Pesquisador
Fábio Luiz Buranelo Toral: Fábio Toral é natural de Jandaia do Sul (PR). É formado em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá, mestre em Genética e Melhoramento Animal pela Universidade Estadual Paulista, Jabotical. É doutor em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa, além de pós-doutor em Genetics And Genomics pelo Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo, Escócia. Atua como professor titular do departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária, UFMG. É coordenador do programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFMG, bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Programa de Melhoramento Genético Embrapa – Geneplus e assessor técnico de melhoramento genético PMG2B.
Categoria Técnico
Fernando J. Garcia de Carvalho: De Pouso Alegre (MG), Fernando Garcia de Carvalho, também conhecido como Fernando Bigode, é Zootecnista, formado pela Fazu em 1986. É jurado efetivo da ABCZ com pós-graduação em Julgamento das Raças Zebuínas. Foi gerente pecuário da Fazenda Moradas do Prata (Batatais/SP) de 1991 a 2010. Atualmente é técnico habilitado do PMGZ e faz parte do Conselho Deliberativo Técnico da ABCZ, RAÇA Tabapuã. É diretor proprietário da FB-GAP (Fernando Bigode – Gestão e Assessoria Pecuária) atuando na área de melhoramento genético (acasalamentos dirigidos/PMGZ) e gestão de fazendas e manejo de rebanhos nos estados de SP, MG, BA, GO e MS).
Vanessa Barbosa: Vanessa é graduada em Zootecnia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Tem mestrado em Medicina Veterinária e Sanidade e Produção Animal pela Universidade Federal de Goiás, e especialização em Zootecnia pela mesma instituição. Sua experiência em Zootecnia, com Ênfase em Produção Animal e Melhoramento Genético, a trouxeram para a ABCZ. De 2008 a 2011 foi Responsável Técnica do Escritório Técnico Regional (ETR) de Belo Horizonte (MG). Desde 2012 é Responsável Técnica pelo ETR de Goiânia (GO), e Supervisora do PMGZ na região Centro-Norte.
Notícias
Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.