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Suínos / Peixes

ABCS promove encontro e traça diretrizes para 2016

O evento discutiu momento importante do setor e foi palco do lançamento de cartilhas inéditas de Bem-Estar Animal

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Com um público de mais de 300 participantes, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) promoveu na quarta-feira (16) o “Encontro Perspectivas de Mercados e Oportunidades para a Suinocultura”. O evento, realizado na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), contou com a participação de líderes do setor, profissionais e estudantes da área, e também foi marcado pelo lançamento de uma série inédita de cartilhas sobre bem-estar animal.  

O Encontro teve a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Sebrae Nacional, CNA, Serviço Nacional De Aprendizagem Rural (Senar) e Embrapa Suínos e Aves, e proporcionou um debate acerca dos principais temas e desafios do setor. As palestras contaram com especialistas, entre eles o pesquisador e professor da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Fava Neves, e a chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella, que trataram sobre o cenário econômico do agronegócio, as perspectivas do mercado de milho em 2016, sustentabilidade e bem-estar animal. 

Um dos pontos altos do evento, a palestra "Perspectivas do Mercado de Milho em 2016", ministrada pelo secretário de Políticas Agrícolas do Mapa, André Nassar, apresentou aos participantes um panorama da produção, preço e comercialização do grão. Em seu pronunciamento, Nassar afirmou que o governo conhece o cenário de dificuldades enfrentado pelos suinocultores com os elevados preços do milho, mas que não se pode adotar medidas a favor de um setor e em detrimento de outro. “Defendo que o governo adeque ferramentas que permitam garantir a renda do produtor de milho e que também opere de forma positiva no abastecimento do mercado interno. Uma das nossas frentes de trabalho é o aumento da oferta de milho balcão, que deve dar mais fôlego para os produtores", afirmou.

Em seguida, o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, entregou ao secretário uma proposta de linha de crédito para retenção de matrizes, elaborada pela entidade junto à CNA, e que foi apresentada como mais uma alternativa de política pública em prol dos suinocultores do país. “Essa é mais uma sugestão de instrumento para que o nosso setor seja capitalizado e, assim, possa estar melhor preparado para o cenário de alta do milho apontado pelos especialistas de mercado”, explicou Lopes.

O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) e conselheiro de relações com o mercado da ABCS, Valdecir Folador, parabenizou a ABCS pela realização do debate. “Foi um evento muito oportuno, porque trouxe para o debate temas relevantes para o nosso setor, sobretudo a questão das políticas públicas de apoio aos suinocultores. Acredito que aquilo que foi apresentado pelo Mapa em relação ao milho e as medidas de apoio ao suinocultor, como estocagem e aumento do milho balcão, estão adequadas ao nosso setor, mas ainda precisam ser aperfeiçoadas para que possam atender dentro da demanda dos produtores”, afirmou.

Paulo Helder, presidente da Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce) e conselheiro administrativo da ABCS, destacou a importância do evento para a sustentabilidade da suinocultura brasileira. “A ABCS foi muito sábia quando decidiu promover esse encontro exatamente em um momento como esse. No Ceará temos enfrentado um grande desafio quanto aos custos de produção, tendo diminuído cada dia mais o lucro dos suinocultores e, caso não sejam adotadas medidas de apoio ao setor, certamente chegará o momento de não compensar mais produzir suínos. Acredito que esse relacionamento entre os produtores e o Mapa vai proporcionar a adequação de medidas que possam solucionar nosso problema”, disse.

Cartilhas de Bem-Estar Animal 

O segundo momento do Encontro foi marcado pelo lançamento de um a série inédita de cartilhas sobre bem-estar animal desenvolvida a partir das normas brasileiras. O material é mais um resultado do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS) e do Projeto Innovasui, realizado em parceria com o Sebrae.

As cartilhas foram apresentadas pelo coordenador do projeto, Iuri Pinheiro Machado, que falou sobre como as cartilhas foram elaboradas, sua finalidade e público alvo. “Importante ressaltar que trata-se de um material técnico e informativo que apresenta de forma didática todo o processo de produção suinícola desde as granjas, passando pelo transporte, até o abate”.

O material traz informações sobre os procedimentos metodológicos das principais rotinas da granja, desde o carregamento, passando pelo transporte e descarga, até o abate no frigorífico.  Composta de três módulos, as cartilhas de bem-estar animal agora integram o grupo de materiais desenvolvidos pela ABCS, que buscam promover a carne suína desde a produção nas granjas até o consumidor final. Os materiais estarão disponível para as entidades filiadas e farão parte de uma série de treinamentos e cursos que serão realizados pela ABCS em parceria com o Sebrae Nacional.

Segundo Enio Queijada, gerente Nacional de Agronegócios do Sebrae, o lançamento das cartilhas de bem-estar animal é resultado do trabalho eficiente que vem sendo realizado em parceria com a ABCS. “O bem-estar animal é um tema ainda pouco conhecido, mas que cada vez mais tem sido exigido pelo mercado consumidor. Portanto, é muito importante colocarmos esse conhecimento à disposição de toda a cadeia produtiva, técnicos e estudantes, porque é um assunto do qual não se pode mais fugir”, afirmou.

Uma das autoras das cartilhas, Charli Ludtke afirmou que a entrega das cartilhas representa a consagração da parceria bem sucedida entre a ABCS e o Mapa. “A ABCS é uma líder no setor e para nós ficou claro que esse trabalho em conjunto seria bem sucedido. O Mapa está muito satisfeito com esse trabalho grandioso que vem sendo feito em prol da suinocultura, porque atende justamente ao nosso interesse de buscar inovar e incentivar as boas práticas de produção”.

As cartilhas podem ser acessadas no site da ABCS ou clicando aqui.

Gibi para público infantil

O gibi “Uma Aventura Pelo Mundo dos Alimentos” também foi apresentado durante o “Encontro Perspectivas de Mercados e Oportunidades para a Suinocultura”. O material, voltado para crianças de 6 a 10 anos, é mais um fruto do FNDS e baseado no conceito “Escolha + Carne Suína”.

A coordenadora nacional do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), Lívia Machado, apresentou o gibi, que tem foco na educação infantil. " A ABCS entende a necessidade de trabalhar em uma linguagem segmentada para sensibilizar diversos públicos. Pensando nos consumidores do futuro, desenvolvemos uma história criativa e lúdica com principais grupos de alimentos, mostrando que a carne suína se encaixa em uma alimentação saborosa e saudável", destacou Lívia Machado.

Fonte: Ass. Imprensa

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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui

Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.

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Além do crescimento mais rápido e do peso maior do tambaqui, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa - Foto: Siglia Souza

A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.

Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.

A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”

Equipamento de pressão para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes – Foto: Jefferson Christofoletti/Embrapa

Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.

Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.

Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.

À esquerda, animais convencionais e, à direita, peixes submetidos ao processo de indução de poliploidia. Ambos originários da mesma desova e de idades idênticas.

Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.

Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.

Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.

“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.

No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.

A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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