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ABCS lança a 3ª edição da campanha “Carne de Porco: bom de preço, bom de prato”
Objetivo é impulsionar a venda de carne suína em açougues e mercados de todo Brasil.

A campanha “Carne de porco: Bom de preço, bom de prato” é uma iniciativa da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), que inovou a forma de vender carne suína para pequenos e médios açougues e varejos com uma comunicação que saiu do lugar comum, evidenciou os benefícios da carne suína em larga escala e ajudou toda a cadeia a promover a proteína de forma simples e efetiva. Este ano a campanha volta em sua 3ª edição com os os pilares que tornaram tudo possível: leveza, diversão, informação e promoção. Além de trazer uma linguagem visual inédita, mensagens que conectam aspectos de venda entre si, além do foco de impulsionar a carne suína em um território com potencial para aumentar o consumo: os estados da Bahia e do Ceará.
Estratégia
Uma estimativa de 2020 feita pelo Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo aponta que existam mais de 53 mil casas de carne no Brasil, e é para este tipo de varejo de proximidade que a estratégia foi pensada. A campanha foca na venda dos cortes mais populares da carne suína in natura, que continua em crescimento no que se diz respeito ao gosto e presença na vida dos brasileiros. Com comunicação em PDV e no digital, são 8 cartazes, 2 precificadores, 5 posts estáticos, 4 carrosséis, 15 stories e 3 reels que utilizam de leveza, diversão e informação através de uma linguagem visual que traz receitas, opções de cortes, dicas, promoções e informações nutricionais sobre a proteína. A campanha acontece em parceria com as associações e frigoríficos do Sistema ABCS nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.
A gerente de comunicação da ABCS, Danielle Sousa, explica que: “A comunicação leve, divertida e focada em atributos palpáveis como sabor e economia da nossa campanha trouxe excelentes resultados e deve continuar assim, se adequando a um novo momento, principalmente no que diz respeito à economia. Mas essa nova edição não é sobre repetir o que já fizemos. Mas sim sobre evoluir o que deu certo, para que possamos mais uma vez trazer para todos que fazem parte dessa jornada novas oportunidades, novas experiências, novas satisfações, e, claro, novos sabores”.
Lançamento
O lançamento da campanha foi feito para as associações afiliadas do Sistema ABCS e contribuintes do FNDS na última terça-feira (8) em reunião on-line, que além de apresentar as peças e a estratégia da campanha, também contou com as participações da gerente geral da Assuvap/Coosuiponte, Paula Gomides, e da Gerente de comunicação e marketing da Assuvap, Lorena Fonseca, que mostraram aos presentes como a associação de Ponte Nova (MG) realiza a campanha, que vendeu mais de 4 milhões de reais em carne suína durante os três meses de campanha realizados no ano passado, junto à 29 açougues e supermercados da região.
Elas trouxeram a aplicabilidade da campanha, a importância de adequar a estratégia para a realidade de cada região, de mensurar os resultados, e de se colocar como um facilitador junto ao pequeno e médio varejo. Para Paula, engajar os suinocultores da região foi primordial para o sucesso da estratégia “Eles precisavam entender que o envolvimento deles seria fundamental. Criamos uma comunicação com os nossos produtores para que eles indicassem seus clientes no pequeno varejo, então o contato foi direcionado pelo produtor. E a partir daí a Assuvap vendeu a proposta, mostrou os benefícios para os envolvidos, participou ativamente e monitorou cada etapa da campanha individualmente.”
Nordeste como oportunidade de crescimento no consumo de carne suína
Com mais de 55 milhões de habitantes (IBGE 2022), a região Nordeste é a segunda mais populosa do Brasil. São 9 estados que consomem apenas 1,7 kg per capita de carne suína ao ano, segundo dados de 2015 levantados pela Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, publicada pelo Centro Universitário Unicesumar. Nesse mesmo ano o consumo no Brasil já estava em 14,47 kg per capita, e hoje já alcança 18,94 kg de acordo com o último levantamento da ABCS. Os dados demonstram uma grande oportunidade para o crescimento do consumo de carne suína na região Nordeste, um dos locais onde menos se consome carne suína no país.
Ainda segundo a publicação Revista em Agronegócio e Meio Ambiente a carne suína é percebida na região como uma carne mais gordurosa, mesmo que o sabor e os preços baixos sejam apreciados. Neste cenário, a ABCS acredita que há muito espaço para apresentar a carne suína como um produto saudável, moderno, saboroso e versátil para os consumidores nordestinos, promovendo diálogo e informações de qualidade digitalmente e no ponto de venda. Esse trabalho será iniciado pela campanha Bom de preço, bom de prato, em parceria com as associações afiliadas a ABCS nos estados da Bahia e do Ceará, que abrigam juntos mais de 22 milhões de pessoas. Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, a conquista do nordeste representará a longo prazo a longevidade da produção suinícola brasileira, e o aumento definitivo do consumo no mercado doméstico.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



