Notícias Capacitação
ABCS investe na otimização da atividade suinícola e capacita inspetores zootécnicos
Empresa destaca papel do evento da ABCS na condução do setor rumo ao futuro da atividade

Em mais uma iniciativa, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) teve a oportunidade de mostrar a tradição de seu trabalho em gerar e transmitir conhecimento para o desenvolvimento da cadeia como um todo. Nos dias 28 e 29 de maio, a ABCS realizou o curso para capacitação de inspetores zootécnicos em Concórdia, Santa Catarina, com o objetivo de capacitar profissionais que atuam nas granjas que emitem registro genealógico.
A iniciativa é uma realização da entidade nacional, em conjunto com a Embrapa Suínos e Aves, contou com o apoio da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips) e da Empresa Amiga MigPlus.
Participaram da capacitação cerca de 40 profissionais de diversos estados brasileiros, como Minas Gerais, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal. Entre inscritos e convidados, estiveram médicos veterinários, técnicos agrícolas, zootecnistas e técnicos em agropecuária, representantes de empresas como Topigs, Agroceres, Pamplona, DB, Schoeler e Embrapa.
Na ocasião, a equipe da ABCS preparou uma recepção calorosa dos participantes e a gerente administrativa e financeira, Cássia Campanaro, apresentou o trabalho da associação em prol da suinocultura, abordando todas as ações realizadas ao longo do ano, os apoios e as instituições patrocinadoras que viabilizam o desenvolvimento do trabalho e seus resultados. Ela comentou sobre a realização do curso, que faz parte das atribuições do Serviço de Registros Genealógicos de Suínos da ABCS (SRGS), trabalho executado pela entidade por delegação do MAPA.
“Esse serviço faz parte do dia a dia das granjas e esta iniciativa permite que diversos profissionais se mantenham atualizados. Nesta edição, contamos com a parceria da Embrapa que gentilmente cedeu sua estrutura física para realizarmos os 2 dias de curso divididos entre parte teórica e prática”.
Fernando Gimenez, Superintendente do SRGS da ABCS, também estava presente e considera como uma iniciativa de sucesso. “Os temas abordados são muito oportunos para a capacitação desses profissionais em suas rotinas na seleção de material genético e também para o entendimento do regulamento do SRGS. Com a complementação prática na seleção de animais para a reprodução e também com a palestra sobre biossegurança das granjas de genética, temos certeza que os profissionais sairão capacitados para desenvolverem suas atividades nas granjas de melhoramento genético com mais conteúdo, comprometimento e profissionalismo”, destacou.
Para Janice Zanella, médica veterinária e chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, é fundamental integrar as instituições para trabalhar em defesa dos interesses dos produtores. “A nossa missão é trabalhar para o produtor. A participação de nossos pesquisadores e técnicos na programação técnica, tanto teórica como prática é uma forma de compartilhar conhecimento gerado das nossas pesquisas. Por isso, a Embrapa é parceira da ABCS e de suas associações como a ACSURS e ACCS que também participaram e organizaram o treinamento”.
Programação
Durante os dois dias de evento os participantes conferiram palestras realizadas por profissionais renomados na área. Conheceram detalhadamente o regulamento do registro genealógico, as exigências relacionadas às auditorias e inspeções zootécnicas, os procedimentos de biosseguridade nas granjas de suínos, as características e critérios de desclassificação das raças suínas registradas na ABCS e os programas de melhoramento genético.
A capacitação contou com especialistas em áreas diversas, trazendo uma visão ampliada sobre as temáticas. Dentre os palestrantes estiveram os pesquisadores da Embrapa, Elsio Figueiredo e Nelson Morés, também da Embrapa, o técnico Nilson Woloszyn, o médico veterinário, Mauro Antônio Serafim, o inspetor zootécnico, Gilberto Moacir da Silva e a secretária do Sistema de Registro Genealógico de Suínos (SRGS/ABCS), Paula Althaus.
Na opinião da zootecnista Amanda Silva, o curso foi uma grande experiência profissional. “As palestras foram muito bem ministradas e os assuntos abordados se aproximaram bastante da realidade vivida nas granjas. Outro ponto positivo para mim, foi o pequeno número de participantes, o que permite mais debates e depoimentos pessoais sobre o trabalho de cada participante. A parte prática do curso foi extremamente proveitosa em termos de conhecimento, principalmente no meu caso, que trabalho diretamente com a seleção. Portanto, o curso superou bastante as minhas expectativas”.

Notícias
Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
Notícias
Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.
Notícias
Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.



