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ABCS foca em ações para impulsionar suinocultura em ano de crise
Confira o balanço das ações custeadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS) ao longo de 2022.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS) já é um projeto consolidado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e tem sido um propósito compartilhado com produtores, associações, frigoríficos, varejo e empresas do setor desde 2015. Em 2022, o FNDS também se tornou um importante alicerce para a crise na suinocultura, que se fez presente desde janeiro com a alta disponibilidade interna de carne suína e baixos preços pagos ao produtor independente. Dentro desse cenário desafiador, a ABCS buscou soluções e paliativos em todas as suas frentes de atuação, se mostrando uma representante da cadeia suinícola presente, estratégica e unificadora em prol da sustentabilidade das diferentes realidades do setor. Foram mais de 30 ações nas áreas técnica, política, mercado e de marketing, sempre com foco na entrega nacional e com os resultados e materiais compartilhados com os contribuintes.
Além de trabalhar constantemente junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com o poder legislativo, a ABCS também investiu na qualidade do rebanho, realizando a segunda e a terceira etapas de vacinação contra a PSC em Alagoas e o desenvolvimento de um livro referência sobre o uso de antimicrobianos na suinocultura. Em marketing, a associação uniu forças com os varejos parceiros que correspondem a mais de 32% do varejo alimentício no Brasil e antecipou a maior vitrine da carne suína no país para o terceiro semestre, além de lançar e fornecer material de marketing para incentivar o consumo.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que como resultado o consumo de carne suína per capita atingiu o marco de 19,3 kg. “Estamos focados em continuar a crescer junto aos consumidores brasileiros em 2023 sem abrir mão da qualidade e referência da nossa produção. Isso só é possível graças aos contribuintes do FNDS, que investem na estratégia, no desenvolvimento de ações nacionais e compartilham esses resultados junto a toda cadeia”, finaliza. Conheça mais sobre o trabalho da ABCS!
Atuação Técnica
O Programa Piloto de Erradicação da Peste Suína Clássica (PSC) em Alagoas visa, por meio da vacinação dos suínos, acabar com a circulação viral, promover a saúde do rebanho e a sustentação do mercado nacional e internacional. Sendo assim, a ABCS conduziu a segunda etapa de vacinação contra a PSC no estado nordestino entre os meses de março e abril, imunizando mais de 127 mil animais, e iniciou a terceira etapa no fim do mês de novembro. A estimativa é vacinar cerca de 130 mil suínos no estado alagoano até o final do mês de dezembro deste ano. Além disso, a ABCS lançou o livro “O uso prudente e eficaz de antibióticos na suinocultura – uma abordagem integrada”, que aborda temas fundamentais para uma produção de alimentos seguros e uma suinocultura sustentável. Após o lançamento físico, foi realizado uma série de 3 webinars em parceria com a 333 Brasil, onde os autores de cada capítulo compartilharam conhecimentos quanto aos temas abordados.
Atuação Política
A ABCS trabalhou em 2022 como um elo político entre lideranças do setor, Ministério da Agricultura e parlamentares. Com a crise na suinocultura, a entidade nacional buscou a criação de agendas para discutir as principais demandas dos suinocultores. Para isso, em abril, foi realizada audiência pública junto a suinocultores de todo o Brasil com o Ministro da Agricultura, Marcos Montes. Na ocasião, a ABCS solicitou a aprovação do PLN 001 de 2022 no Congresso com destinação de uma parte dos recursos para atender os estados que declararam situação de calamidade por questões climáticas; a prorrogação do prazo de pagamento dos custeios pecuários em um ano conforme no Manual de Crédito Rural; a linha de Retenção de Matrizes, com prazo estendido para suinocultura no Plano Safra 2022-2023 e a inclusão da carne suína e de seus derivados nos programas do PNAE e PAA/Alimenta Brasil (SAF/Mapa).
Após receber do Mapa uma resposta informando que não existem impedimentos para a inclusão da carne suína na merenda escolar e que essa demanda deve ser trabalhada junto aos governos estaduais, a ABCS discutiu o assunto com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em outubro. Os representantes do órgão informaram que, em breve, uma nova resolução deve ser publicada para incentivar a utilização de fontes de ferro heme no mínimo quatro vezes na semana nos cardápios escolares. Com isso, o órgão acredita que deve haver aumento no consumo de proteínas nas merendas, possibilitando que a carne suína tenha grande competitividade devido ao seu valor econômico. A ABCS também se preocupou em esclarecer aos contribuintes do FNDS as novas especificações técnicas para a comercialização de carne moída publicadas pelo Mapa.
Atuação no Marketing
Atenta às tendências e oportunidades junto aos consumidores para promover o consumo da carne suína, a ABCS investiu em campanhas de marketing nacionais, digitais e em PDV. Foram elas: a décima edição da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS), que com o tema “Sabor de oferta? Suíno na certa!” a SNCS viabilizou a venda de 600 toneladas a mais de carne suína no período de 1 a 17 de junho, impactando 145 milhões de consumidores, a segunda edição da campanha “Carne de porco: Bom de preço, bom de prato”, pensada para o pequeno varejo com foco em cortes acessíveis e de custo benefício para o consumidor, e o “Carne suína: a melhor seleção!”, que tem como objetivo ser uma goleada na comunicação da carne suína durante o período de Copa do Mundo.
A ABCS também produziu pacotes de marketing temáticos para datas comemorativas como páscoa, dia das mães, dia dos namorados, dia dos pais, dia das crianças e festa de fim de ano para promover o consumo de carne suína durante datas especiais, entregou um pacote de fotos in natura e cortes preparados para uso em materiais, artes e divulgações do dia a dia e lançou a cartilha “Carne suína na air fryer: Descubra o chef em você”, desenvolvida junto ao Chef de cozinha Jimmy Ogro, marcando a inovação na hora de preparar a proteína e comprova toda a praticidade, facilidade e otimização da rotina que os consumidores buscam para inserir a carne suína, sem abrir mão do sabor, saúde e qualidade.
Setor Integrado
A ABCS conduziu em 2022, a Escola de Gestores, uma iniciativa pensada para a capacitação de toda a cadeia. A iniciativa focou em aulas de oratória e de comunicação não violenta, conduzidas por especialistas para aprimorar as técnicas de comunicação em reuniões, eventos e demais compromissos do setor. Além disso, a ABCS conduziu reuniões mensais para trazer atualizações de mercado, debatendo junto às associações estaduais a atuação da associação nacional frente à crise na suinocultura, preço do suíno vivo, custo de grãos e outros fatores de custo na produção.
A ABCS disponibiliza um relatório detalhado com as ações do ano e seus resultados, saiba mais clicando aqui.

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Plantio de milho em Santa Catarina entra na fase final com boas perspectivas
Controle fitossanitário segue ativo e produtores monitoram impacto das chuvas na germinação.

A semeadura do milho de verão em Santa Catarina entra na fase final, com 92% da área estimada já plantada, segundo os dados mais recentes do Boletim Agropecuário de Santa Catarina. Até o momento, 93% das lavouras apresentam condição considerada boa, reforçando a expectativa de um início de ciclo favorável no estado.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
O ritmo da safra é descrito como adequado, com bom estabelecimento das plantas e condições climáticas favoráveis, o que tem permitido avanço dentro do calendário previsto pelo zoneamento agroclimático.
O controle fitossanitário segue ativo, especialmente no monitoramento da cigarrinha-do-milho, praga que preocupa produtores nos últimos anos. Até agora, porém, a incidência registrada é baixa. No litoral catarinense, técnicos observaram falhas de germinação em algumas áreas, atribuídas ao excesso de chuvas no período de emergência das plantas.
O boletim também alerta para as chuvas intensas na região Sul, que podem exigir maior atenção no manejo de doenças e na aplicação de adubação de cobertura, etapas cruciais para o desenvolvimento das lavouras.
Apesar dos pontos de atenção, o cenário até o momento é favorável. A Epagri/Cepa mantém perspectiva positiva de produtividade, condicionada à continuidade de clima e sanidade adequados nas próximas semanas.
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Caminho Verde recebe R$ 30 bilhões e inicia recuperação de 1,3 milhão de hectares no país
Primeiro aporte do Mapa viabiliza crédito com juros reduzidos para converter áreas degradadas em produção sustentável, com meta de restaurar 40 milhões de hectares em dez anos.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, na segunda-feira (17), o primeiro aporte de recursos da ordem de R$ 30 bilhões para o Programa Caminho Verde, com foco nos investimentos voltados para a conversão de áreas degradas para a produção de alimentos. O programa será financiado por bancos, com juros abaixo do mercado, entre eles o Banco do Brasil, o BNDES, o BTG, o Itaú, Caixa Econômica, entre outros. Os recursos começarão a ser acessados a partir de 2026 e conta com a parceria do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Fazenda para o financiamento. A meta inicial é recuperar, com este montante, cerca de 1,3 milhão de hectares nesta primeira rodada.
A meta geral do programa é recuperar até 40 milhões de hectares de áreas degradadas em dez anos. Este foi o debate do painel “Programa Caminho Verde Brasil: avanços, desafios e oportunidades”, realizado nesta segunda-feira em um dos auditórios da AgriZone, espaço da Embrapa e parceiros, também conhecido como “Casa da Agricultura Sustentável” na COP30. O evento técnico foi organizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), a Embrapa e o Banco do Brasil.
Para o assessor especial do ministro da Agricultura e Pecuária e presidente do Conselho de Administração da Embrapa, Carlos Augustin, o Caminho Verde reforça a posição estratégica do País na agenda global e destaca as práticas regenerativas como solução para garantir segurança alimentar e estabilidade climática.
“O programa cria condições para um expressivo aumento da produção de alimentos e de biocombustíveis, sem desmatamento de novas áreas, preservando matas nativas”, explica. “Dessa forma, promove simultaneamente a segurança alimentar, apoia a transição energética e conserva o meio ambiente”.
Dados do Mapa indicam que, atualmente, o Brasil possui cerca de 280 milhões de hectares destinados à agropecuária, dos quais 165 milhões são pastagens, sendo que aproximadamente 82 milhões de hectares estão em algum grau de degradação. A proposta do programa é a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo dos próximos dez anos, convertendo essas áreas em terras agricultáveis de alto rendimento, sem a necessidade de desmatamento.
O recurso que será aportado no valor de R$ 30 bilhões representa o início do programa, mas o Mapa está em busca de novas parcerias. O programa Caminho Verde faz parte da carteira de financiamento do Ministério da Fazenda – O Eco Invest Brasil, parte do Novo Brasil, criado para impulsionar investimentos privados sustentáveis e atrair capital externo para projetos de longo prazo, oferecendo instrumentos de proteção contra a volatilidade do câmbio. Com mecanismos financeiros inovadores, o programa viabiliza projetos estratégicos para a indústria verde, recuperação de biomas, infraestrutura para lidar com os efeitos das mudanças do clima e de inovação tecnológica para a Transformação Ecológica. Serão R$16,5 bilhões do Tesouro e os outros R$ 16 bilhões das instituições financeiras.
Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre, destacou que as áreas degradadas oferecem um potencial forte de recuperação para a produção de grãos, fibras e biocombustíveis, aumentando a capacidade brasileira de fornecimento de alimentos em um cenário global, de forma sustentável.
Na perspectiva da sustentabilidade, o Programa Caminho Verde inclui o uso de boas práticas recomendadas pela Embrapa. No caso de produção de alimentos, plantio conforme recomendação do ZARC, plantio direto, uso de bioinsumos e inoculantes, uso de sementes certificadas ou salvas legalmente, plantio de cobertura, gestão de embalagens de agroquímicos. No caso de pecuária o uso de sementes de forrageiras, divisão das pastagens e manejo do pastejo, proteção aos corpos d´água, taxa de lotação de acordo com a capacidade de suporte das pastagens e rastreabilidade. Para florestas plantadas a Embrapa sugere as seguintes recomendações: uso de bioinsumos, manejo de solos, manejo integrado de pragas, plano de combate a incêndios e proteção dos corpos d´água.
A Embrapa também elaborou um conjunto de indicadores métricas para aplicação no programa. Entre elas: metodologia de Bioanálise dos Solos (BioAs), metodologia de determinação de estoques de carbono no solo, metodologia de balanço de emissão de gáses, dentre outras. Além de calculadoras como o RenovaCalc, ABC+Calc, Zarc, Plataforma de Saúde do Solo, Carne Baixo Carbono, entre outras.
Para o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, o tema da sustentabilidade é uma das suas prioridades. Ele explicou que o primeiro estímulo para que o produtor entre no programa é a expectativa efetiva de rentabilidade com a recuperação de suas áreas degradadas. “Este convencimento é o primeiro argumento para a tomada de decisão de recuperar a pastagem”, explicou. Ele acrescentou que o incentivo, via crédito e tecnologias, deve vir junto com o controle do estado brasileiro contra o desmatamento ilegal. Por fim, o acesso ao crédito será fundamental com pagamento a longo prazo. “As três ações serão determinantes para o acesso ao crédito para o Caminho Verde”.
Para ele, o Caminho Verde é uma das soluções que traz vários elementos positivos, mas para o agricultor familiar, o ideal ainda é o Pronaf. O Caminho Verde se aplicará melhor aos médios e grandes produtores rurais. Mas a grande vantagem deste financiamento é sua veiculação à uma área que usará boas práticas para a sua recuperação. “Um programa de governo com um compromisso mensurável do ponto de vista de área recuperada e o compromisso de não desmatar e um monitoramento que soma qualitativo e quantitativo”.
Saiba mais sobre o Programa Caminho Verde acessando aqui
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Brasil lidera integração inédita entre clima, natureza e uso da terra na COP30
No principal painel das três Convenções da ONU, o Mapa apresentou políticas públicas que recuperam áreas degradadas, reduzem emissões e fortalecem a produção sustentável, alinhando agendas globais.

Pela primeira vez, as três Convenções da ONU reuniram suas agendas de clima, natureza e uso da terra em um mesmo debate, e o Brasil foi protagonista. No painel realizado nesta terça-feira (18), na COP30, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou como políticas públicas já implementadas pela pasta integram essas frentes e transformam áreas degradadas em solos produtivos, resilientes e de baixa emissão.
O encontro destacou a necessidade de alinhar agendas globais de clima, natureza e uso do solo, reforçando soluções que reduzam emissões, restaurem ecossistemas e ampliem a segurança alimentar. O representante do Mapa no painel, Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável da Secretaria de Desenvolvimento Rural, afirmou que há caminhos concretos capazes de entregar resultados simultaneamente para as três convenções — e o Brasil já demonstra isso com políticas públicas consolidadas.
“Eles estão falando das sinergias e das complementaridades entre os objetivos das três convenções e que existem investimentos custo-eficientes do ponto de vista do clima, da natureza, da segurança alimentar e do desenvolvimento socioeconômico. Um bom exemplo é a recuperação de áreas agrícolas degradadas com boas práticas, como vemos no Plano ABC, no ABC+ e no Caminho Verde Brasil”, afirmou.
Durante sua intervenção, Bruno reforçou que o país chega ao debate com programas robustos, ampla experiência técnica e capacidade de escalar iniciativas alinhadas ao desenvolvimento sustentável. “O Brasil já possui políticas públicas de destaque nesse sentido, como as que mencionei. E esperamos continuar trabalhando em parceria com os países anfitriões das COPs de biodiversidade, combate à desertificação e do clima no próximo ano, de forma a atrair novos investimentos”, destacou o diretor.
O painel também marcou a preparação para o lançamento da Belém Joint Statement on Action Agendas on Land, Climate and Nature, iniciativa que orientará esforços conjuntos das três convenções para restaurar terras degradadas, proteger ecossistemas, fortalecer meios de vida sustentáveis e integrar agendas globais de adaptação, biodiversidade e produção agrícola.
A sessão reuniu representantes de governos, organismos internacionais, comunidade científica, setor privado e lideranças indígenas, reforçando que o avanço na restauração de paisagens depende de cooperação, ciência, financiamento adequado e do protagonismo de produtores, comunidades rurais e povos tradicionais.



