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ABCS compartilha conhecimento sobre tendências de consumo frente à Covid-19

Webinar exclusivo deu oportunidade de preparação da cadeia para novos cenários na produção, na agroindústria e varejo, a partir de análises do consumo realizadas por especialista de mercado

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Monalisa Pereira

Em meio às diversas mudanças que a pandemia do Coronavírus trouxe para o Brasil, o agronegócio e a cadeia da suinocultura, em especial, precisam visualizar a realidade, traçar estratégias para a atividade e orientar produtores e parceiros sobre este novo momento. Pensando nisso, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) realizou o seu primeiro webinar, uma oportunidade exclusiva para associações afiliadas, contribuintes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), frigoríficos parceiros, empresas amigas, varejo brasileiro e imprensa do setor.

Com o tema “Tendências e perspectivas de mercado e consumo para a proteína suína”, o webinar aconteceu na sexta-feira (15) e contou com insights sobre mudanças no comportamento de consumidores e trouxe considerações importantes sobre transparência, simplificação do dia a dia e democratização da tecnologia.

A consultora de marketing estratégico da ABCS, Danielle Sousa, fez a mediação do evento, que começou com as considerações do presidente da ABCS, Marcelo Lopes. Ele apresentou o trabalho da entidade nacional, celebrou o apoio dos parceiros e destacou os recentes materiais produzidos com o objetivo de amparar os produtores nesse momento desafiador.

Logo em seguida, a palavra foi passada para a palestrante Letícia Marodin, profissional especializada em análise de mercado, estratégia e planejamento a mais de 18 anos, que apresentou um panorama dos impactos no consumo e no comportamento do consumidor brasileiro e os principais reflexos da pandemia no mercado de proteína animal.
Segundo a especialista, houve uma mudança rápida que impactou as empresas e suas formas de trabalho. Ela destacou o papel do agronegócio, a continuidade da atividade e falou das possibilidades de cenários para a suinocultura. “A cadeia não deixou de ser afetada. Mas, as nossas pesquisas mostraram que tem mercado consumidor para proteína suína e isso precisa ser explorado”, pontuou.

Tendências para o mercado de suínos

Letícia Marodin, da Markenz Consultoria, possui MBA em Estratégia de Negócios pela Michael Smurfit Business School (Irlanda) e MBA em Marketing pela FGV e trouxe seu conhecimento para ajudar na compreensão do contexto atual. Segundo ela, alguns aspectos foram motores para as tendências apresentadas, dentre eles as perdas, crenças abaladas, mudança de modos de vida e no poder econômico, mudança de valores e pressão para mudanças externas drásticas.

Nesse cenário, escolhas mais conscientes entraram em evidência. Os consumidores adquiriram mais responsabilidade com o dinheiro, com os itens de maior necessidade, além de uma preocupação maior com bem estar e saúde, sustentabilidade, confiança no produto e busca por autenticidade. Assim, a indicação é de adotar práticas mais sustentáveis de produção, ensinar a consumir a carne suína, focando em desmistificar equívocos, investir em embalagens com informações claras e porções adequadas de acordo com os perfis dos consumidores.

A indulgência e a transparência também são tendências importantes. Houve um aumento no preparo de refeições em família. Por isso, aconselha-se estimular os consumidores a falarem sobre esses momentos, compartilhar receitas, histórias, ou seja, criar uma relação mais próxima com o consumidor, explorando esse lado afetivo. E antes do preparo dos alimentos, há uma necessidade maior de entender a origem, como é produzido, se tem rastreabilidade, como os animais são tratados, se os trabalhadores da área estão em segurança. Por isso, é válido comunicar esses processos de produção, práticas de bem-estar animal, de segurança humana, e mostra que a empresa trabalha dentro das normas de produção de alimentos.

Outro ponto fundamental é a saúde e a preocupação das pessoas com a prevenção de doenças. Dessa forma, também é interessante focar na importância da alimentação, aliada aos cuidados necessários para ter uma vida saudável. A simplicidade e praticidade são outras exigências do consumidor. Com isso, se faz necessário trazer tecnologias facilitadoras para as diversas experiências, como por exemplo, o processo de compra, o preparo dos alimentos e os materiais necessários.

Por fim, a democratização das tecnologias e os impactos na gestão de organizações foram outros elementos destacados. Muitas empresas tiveram que se adaptar e investir em novos processos, novas formas de comunicar com os diversos públicos. Foram mudanças geradas pela necessidade e isso trouxe desafios, por exemplo, o tele trabalho, aprimorar a experiência online com os consumidores, investir em estoque e logística e treinamentos de pessoal.

Todas essas orientações tiveram como intuito fazer com que a cadeia esteja cada vez mais preparada e possa crescer mesmo em meio a adversidades. O webinar também contou com espaço para perguntas, em que os espectadores interagiram e provocam discussões sobre temas como e-commerce, investimentos e redução de custos para as empresas, o protagonismo da proteína animal no prato do brasileiro e as oportunidades de mercado.

Ao final da apresentação, Letícia apontou a necessidade de observar os sinais do consumidor, entender como o processo de consumo funciona, onde há falhas e o que pode ser feito para melhorar. “Aconselhamos que façam uma observação mais acentuada e isso exige um esforço muito grande de estratégia. A proteína animal entra como item de consumo do dia a dia. Isso mostra que tem espaço para crescer. Tem muito mercado, tem como evoluir e sair bem nisso tudo”.

O presidente da ABCS fez o encerramento do evento. “O nosso papel nesse momento é apoiar a cadeia a visualizar novos caminhos e as informações apresentadas serão importantes para qualquer tomada de decisão neste contexto que estamos vivendo. Para nós é um privilégio representar essa cadeia e fazer essa relação direta entre produtores, indústria e consumidor, tão necessária para o desenvolvimento da suinocultura”.

Fonte: Assessoria ABCS

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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