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Suínos / Peixes

ABCS apresenta balanço do setor suinícola e projeta consumo no Brasil para 18,71 quilos per capita

Iniciativas como da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS) e a campanha “Carne de porco: bom de preço, bom de prato” da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) fomentaram ainda mais o consumo interno da proteína animal.

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A carne suína vem conquistando cada vez mais o paladar dos brasileiros e impulsionada pela elevação de preços das demais proteínas, que tornaram o custo-benefício determinante na hora de selecionar os produtos que vão compor a cesta de supermercado, ganhou novos consumidores e apresentou ao longo do ano passado crescimento consistente no mercado interno.

É o que aponta o levantamento com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo estimativa projetada no período que compreende o terceiro trimestre de 2018 ao terceiro trimestre de 2021, com base na disponibilidade interna de carne suína, o aumento de consumo deve chegar a 18,71 quilos por habitante/ano. Se confirmada, será um recorde histórico para o setor.

Iniciativas como da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS) e a campanha “Carne de porco: bom de preço, bom de prato” da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) fomentaram ainda mais o consumo interno da proteína animal. “As ações da ABCS tem papel fundamental neste crescimento histórico de consumo per capita da carne suína no Brasil”, ressalta o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.

Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, Lopes fez um balanço da suinocultura brasileira no último ano e

Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes: “A carne suína vai virar uma das principais proteínas consumidas pelos brasileiros. Se nós conseguirmos fazer o nosso dever de casa vamos ter um ano de 2022 com boas perspectivas” – Foto: Divulgação/ABCS

apontou as perspectivas para o ano que se inicia, com estimativas baseada em dados projetados pelo IBGE. “O ano passado foi marcado por recordes em produção, em exportações e em consumo per capita, mas também pelos altos custos para trazer a carne suína até a mesa do consumidor”, salienta.

A produção deverá ultrapassar a marca de 4,8 milhões de toneladas  o fechamento de 2021, apresentando crescimento próximo a 8% em relação a 2020. “Nós tivemos uma situação bem atípica esse ano em função dos preços dos insumos, do milho e da taxa cambial alta. Foi um ano muito difícil para a produção, apesar dos bons resultados que estão sendo projetados”, avalia Lopes, destacando que nos últimos anos o setor apresentou um crescimento na produção de mais de 40%. “E metade deste crescimento foi somente nos últimos seis anos. É um dos maiores crescimentos percentuais entre os grandes produtores mundiais de carne suína”, enaltece.

No mercado externo, as exportações de carne suína in natura devem fechar 2021 com crescimento superior a 11% em relação ao ano anterior, totalizando pouco mais de um milhão de toneladas. Destaque para a China, que no acumulado dos primeiros 11 meses do ano passado comprou 483,2 mil toneladas, queda de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O país asiático é o principal destino da carne suína brasileira, detendo 63% do total exportado.

Mesmo com o crescimento expressivo das exportações nos últimos anos, o mercado doméstico foi quem absorveu a disponibilidade do aumento da oferta, crescendo o consumo interno ano passado. “Em 2021 aumentou bastante o consumo per capita, se fizer uma conta do consumo interno, da produção e da exportação vai ultrapassar 18 quilos per capita. Isso é muito bom, era uma expectativa que nós tínhamos, porém com um custo alto da carne, o que nos deixa um pouco apreensivos. Trabalhamos o ano inteiro com custos elevados em função do momento econômico que estamos vivendo, mas não conseguimos repassar os preços na mesma proporção dos insumos. Foi um ano extremamente difícil para a suinocultura brasileira”, afirma.

Custo recorde em 2021 deve recuar em 2022

De longe, o maior desafio do produtor ao longo do ano passado foi o custo de produção. A quebra histórica da safra de milho, agravada por um mercado altamente especulativo, manteve o principal insumo da suinocultura em alta, atingindo o maior preço nominal da história em maio passado, quando o valor da saca de 60 quilos ultrapassou os R$ 100,00 em várias praças. Após a colheita da segunda safra houve um recuo nos valores do grão, mas ainda em patamares que não permitiram margens positivas diante do baixo preço do suíno vivo.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima para este ano uma supersafra de grãos, com recorde de produção. Para a safra de soja a projeção que sejam colhidas 142 milhões de toneladas; e de milho é esperado 117 milhões de toneladas e um aumento da área plantada na primeira safra do cereal de 3,7% em relação ao ano anterior. Porém, essa projeção poderá ser afetada para baixo em função da estiagem persistente na região Sul do país, que é a que mais contribui para a oferta da safra de verão.

O déficit hídrico tem preocupado especialmente no Estado do Rio Grande do Sul. Por outro lado, a região Centro-Oeste do Brasil conseguiu plantar a primeira safra de soja dentro do prazo previsto, o que vai possibilitar o plantio da segunda safra de milho dentro da janela climática ideal, com expectativa de colher volumes recordes.

Confirmadas as projeções da Conab, a expectativa é que haja recuo nos preços destes insumos, no entanto, além do clima outros fatores podem interferir na produtividade dos grãos, entre eles a baixa oferta e os altos preços dos fertilizantes.

Destino das exportações

Principal exportador da carne suína brasileira, a China está buscando ser autossuficiente na produção da proteína animal mais consumida no país, o que deve diminuir a compra da carne brasileira para consumo interno. Em contrapartida, o Brasil está ganhando novos mercados e retomando antigas relações, como é o caso da Rússia, que de concorrente passou a ser cliente. “Em novembro a Rússia abriu uma cota de importação de 100 mil toneladas de carne suína com tarifa zero, destinada a qualquer país habilitado a abastecer o mercado russo, o gera uma grande oportunidade ao Brasil para ser o principal fornecedor”, vislumbra Lopes.

Vacinação contra PSC

Altamente infecciosa, que apresenta elevada taxa de contaminação no plantel, apesar de não ser nociva aos humanos tem a capacidade de dizimar rebanhos, a Peste Suína Clássica (PSC) na região Nordeste do país é uma das grandes preocupações da ABCS e de outras entidades do setor, que se uniram em uma parceria público-privada para realizar o projeto piloto da campanha de vacinação contra a PSC no Estado de Alagoas, com foco na erradicação e combate à doença em zonas não livres. Foram vacinados mais de 100 mil animais, entre junho e setembro do ano passado, em mais de sete mil propriedades. A segunda fase da campanha ocorrerá no primeiro trimestre deste ano, ainda em Alagoas. “Obtemos bastante sucesso na primeira fase, agora vamos dar continuidade”, relata Lopes.

Momento é de cautela

Com perspectivas de crescimento de 4% para esse ano, Lopes afirma que o momento é de cautela e que deve ser priorizado para planejar a atividade dentro das propriedades, focar na sanidade animal e levar mais informações à população sobre as atividades da cadeia. “Precisamos ter muito cuidado neste momento para aumentar a produção, porque apesar de ter esse crescimento de consumo per capita as exportações são muito importantes, tendo uma diminuição vamos ter problemas muito sérios de preços. E o excesso de oferta dentro do país neste momento é perigoso. É necessário ter prudência em um cenário de elevação de custos de produção e de baixo poder de compra dos consumidores, atrelado a uma expectativa de redução das exportações para a China nos próximos anos”, analisa.

E ressalta: “O aumento da produção deve ser encarado com muita responsabilidade. É hora de o produtor melhorar em tecnologia, em biossegurança, em sanidade e bem-estar animal, de levar informação à população sobre a cadeia produtiva e de aumentar o consumo interno para que o setor possa crescer com mais tranquilidade”.

Biossegurança

Neste sentido, as medidas de biossegurança para evitar a entrada e a propagação de doenças no rebanho exigem cada vez mais atenção redobrada do produtor. “É importante fazer um trabalho de contenção de focos para que possamos ter maior segurança e não sermos surpreendidos com nenhum tipo de doença no plantel. O cuidado sempre deve ser redobrado para evitar qualquer tipo de patologias na propriedade”, reforça Lopes.

Oportunidades para 2022

Em decorrência da elevação dos preços das carnes bovina e de frango ao longo do ano passado, a carne suína passou a ser uma alternativa para o consumo de proteína animal da população brasileira, conquistando cada vez mais mercado pelo seu sabor, saudabilidade, versatilidade e praticidade no preparo.

Com uma população superior a 212 milhões, a ABCS prevê um crescimento promissor no Brasil. “Temos uma possibilidade gigantesca de crescer no mercado interno, mas para isso nós temos que fazer o dever de casa, sanar a PSC no Nordeste, aumentar campanhas junto ao varejo e levar conhecimento à população sobre o consumo da carne suína para que possamos ter uma oportunidade maior no mercado interno. É um caminho sem volta! A carne suína vai virar uma das principais proteínas consumidas pelos brasileiros”, anseia Lopes, acrescentando: “Se nós conseguirmos fazer o nosso dever de casa vamos ter um ano de 2022 com boas perspectivas”.

Mais informações sobre o cenário nacional de grãos você pode conferir na edição digital do Anuário do Agronegócio Brasileiro.

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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