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A urgência da biosseguridade na piscicultura brasileira

Em última análise, a eficiência sanitária é a chave para manter a produtividade da piscicultura em alta.

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Foto: Divulgação

A piscicultura brasileira vive um momento de crescimento notável. O Brasil consolidou-se como um dos maiores produtores de peixes cultivados no mundo, com a tilápia liderando o segmento. Esse avanço reflete a combinação de esforços em tecnologia, infraestrutura e manejo eficiente. Contudo, esse crescimento acelerado traz consigo um desafio que não pode ser ignorado: a crescente ameaça das doenças nos plantéis de piscicultura, alimentada pela intensificação da produção.

Com mais peixes sendo criados em ambientes cada vez mais densos, a proliferação de enfermidades tornou-se uma preocupação central. Patógenos que, há poucos anos, eram praticamente desconhecidos para os produtores, agora surgem com frequência alarmante. O Streptococcus agalactiae, um velho conhecido dos piscicultores, continua a ser uma das maiores ameaças, mas agora divide espaço com novos patógenos como Francisella spp., ISKNV e diversas espécies de fungos, ampliando os riscos para a saúde dos plantéis e a lucratividade das operações.

É aqui que a biosseguridade entra em cena como fator determinante para a sustentabilidade da piscicultura. Se o Brasil deseja manter sua posição de destaque global, é imperativo que as práticas de controle sanitário sejam elevadas a um novo patamar. A criação de vacinas adaptadas às necessidades locais e ao surgimento de novas doenças não é apenas uma recomendação, mas uma urgência. A indústria precisa investir pesadamente em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de imunização, pois apenas com eficiência sanitária será possível garantir produtividade de longo prazo.

O exemplo da cadeia produtiva do salmão é um caso a ser observado de perto. Com uma abordagem robusta em biosseguridade e vacinação, a indústria de salmão conseguiu reduzir significativamente os riscos sanitários, criando um ciclo produtivo previsível e altamente eficiente. A piscicultura brasileira precisa adotar estratégias semelhantes, adequando essas práticas ao nosso contexto e ao tipo de produção que temos.

Vacinas eficazes para doenças emergentes precisam ser desenvolvidas com urgência, e as tecnologias de vacinação automática devem ser cada vez mais exploradas. Entretanto, é crucial que os produtores entendam que a vacinação não é uma solução isolada. Ela deve ser combinada com práticas preventivas de biosseguridade, como a melhoria da qualidade da água, o controle rigoroso de densidades populacionais e o monitoramento constante de parâmetros sanitários. O controle eficiente de doenças é o que permitirá à piscicultura crescer de forma sustentável e evitar prejuízos catastróficos.

Em última análise, a eficiência sanitária é a chave para manter a produtividade da piscicultura em alta. O Brasil tem um potencial imenso, com vastos recursos hídricos e condições climáticas favoráveis. No entanto, para explorar esse potencial ao máximo, é preciso que a indústria encare a biosseguridade como o pilar central de sua estratégia. Não se trata apenas de produzir mais peixes, mas de garantir que esses peixes sejam saudáveis, evitando surtos de doenças que poderiam comprometer toda a cadeia produtiva.

A piscicultura brasileira pode e deve ser referência mundial, mas, para isso, é preciso agir agora. A intensificação da produção traz desafios, e a resposta deve vir com inovação e comprometimento com a sanidade dos plantéis. O futuro da atividade depende diretamente da eficiência com que enfrentaremos essas ameaças.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de Aquicultura acesse a versão digital, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do O Presente Rural

Peixes

Com novas quedas, preços da tilápia voltam aos níveis de 2022

Esse cenário é reflexo da oferta elevada de peixes e da demanda enfraquecido.

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Foto: Jonathan Campos

Em outubro, os preços da tilápia continuaram em queda em quase todas as praças acompanhadas pelo Cepea, voltando aos patamares observados em 2022.

Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário é reflexo da oferta elevada de peixes e da demanda enfraquecida.

Diante da alta disponibilidade interna, as exportações brasileiras de tilápia (filés e produtos secundários) aumentaram de forma expressiva.

Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, foram 1,7 mil toneladas embarcadas em outubro, elevação de 8,1% frente ao mês anterior.

Em relação ao mesmo período de 2023, o volume quase dobrou.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Peixes

Governo federal paga auxílio para pescadores da Região Norte

Benefício no valor de R$ 2.824 é destinado para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O governo federal paga nesta segunda-feira (04) o Auxílio Extraordinário para aproximadamente 148 mil pescadores e pescadoras da Região Norte afetados pela seca histórica deste ano. O benefício, no valor de R$ 2.824, será depositado na Caixa Econômica Federal para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia

Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura, a parcela única será paga diretamente na conta que o beneficiário tem na Caixa – ou em conta poupança social digital aberta automaticamente pelo banco. No total, serão pagos mais de R$ 418 milhões.

Tem direito ao auxílio, os pescadores e pescadoras que receberam o seguro-desemprego do pescador artesanal e que moram em municípios da Região Norte em situação de emergência, reconhecida pelo governo federal e cadastrados pelo município até o dia 08 de outubro.

O Amazonas é o estado com maior número de beneficiários, quase 79 mil pessoas, em 49 municípios. Já no Acre e em Rondônia, essa espécie de seguro da seca vai beneficiar pescadores de 22 municípios cada. No Pará, além da capital Belém e de Muaná, na Ilha de Marajó, trabalhadores de outras 19 cidades poderão sacar o montante.

O auxílio foi instituído pelo governo federal por meio da Medida Provisória (MP) 1.263/2024 para atender as famílias de pescadores artesanais afetadas pela seca extrema e prolongada que está afetando a Região Norte, desde o início em junho deste ano. A lista com os municípios atendidos e a quantidade de beneficiários pode ser acessada clicando aqui.

Fonte: Agência Brasil
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Peixes

UPA Copacol completa um ano de inovação tecnológica

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Com tecnologia inovadora na América Latina, a Unidade de Produção de Alevinos (UPA) da Copacol, em Quarto Centenário, completa o primeiro ano de funcionamento pleno, com significativos resultados, que geram oportunidades para milhares de famílias no campo e na cidade.

Fotos: Divulgação/Copacol

O sistema implantado possui uma característica exclusiva, unindo sustentabilidade e biossegurança, com um modelo inspirado no sistema israelense, com baixa utilização de água e controle de acesso rigoroso. “É um orgulho vermos que todo esse processo aqui se transforma em garantia de qualidade, sanidade e biossegurança dos alevinos que vão para as propriedades cooperadas. Nossa UPA toda a tecnologia que precisamos para continuar evoluindo com genética e acompanhamento próprios, o que reflete em avanços contínuos, tornando nossa região um verdadeiro exemplo nesta diversificação”, destaca o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol, que esteve na estrutura para comemorar o primeiro ano de funcionamento da UPA.

A primeira UPA da Copacol fica em Nova Aurora e completa em dezembro uma década de existência, com resultados extremamente elevados: a produção supera 50 milhões de alevinos/ano. Além de ampliar as oportunidades a campo, a nova UPA consolida o pioneirismo da Copacol na atividade e faz com que ela tenha o domínio de toda a cadeia produtiva, garantindo a autossuficiência na produção de alevinos.

A água utilizada nos sistemas tem como origem poços artesianos e tem total reutilização. Além disso, o volume de água representa apenas 10% do que é utilizado no método convencional. “A sustentabilidade é um princípio essencial para a atividade, por isso, buscamos um modelo inovador, que conservasse nosso bem maior, a água. Tivemos muitos desafios neste primeiro ano, no entanto, cada etapa foi superada proporcionando uma experiência de toda a nossa equipe técnica”, afirma o gerente da Integração Peixes, Nestor Braun.

Estrutura
A UPA em Quarto Centenário possui 22 mil metros de área construída, com tanques exclusivos para o sistema reprodutivo, além de banco genético exclusivo. A primeira etapa do processo de produção ocorre no acasalamento das tilápias. Os ovos são coletados nas bocas das fêmeas e passam para a incubação artificial. Dentro de sete dias ocorre a eclosão: após o nascimento, as larvas se alimentam do saco vitelino até a formação completa do trato digestório.

Quando esse processo termina naturalmente, elas são levadas para a primeira fase de crescimento, em sistema simbiótico, quando as bactérias boas entram em simbiose com o meio, com alimentação de ração farelada.

Após 15 dias elas são transferidas para a segunda fase de crescimento, em sistema de recirculação de água, até atingirem o peso para despesca, e serem enviados para as propriedades dos cooperadores. “Essa unidade representa o futuro, não só para a produção de alevinos, mas também para juvenis e quem sabe para a engorda na terminação também. Os sistemas produtivos nos permitem trabalhar com altas densidades, proporcionando altas produtividades de espaços reduzidos combinando com uso racional de água, isso é perfeito”, destaca o supervisor da Unidade, Diego André Werlang.

Banco genético 
No setor de banco genético, os peixes são reproduzidos e classificados. Após os ciclos de acasalamento, incubação e larvitura, ocorre a alevinagem: as larvas alojadas em hapas – dentro das estufas – quando atingem 30 gramas, são microchipadas, pesadas/medidas e transferidas para as lagoas de ranking, onde são avaliadas em condições semelhantes das propriedades dos cooperados, com aeração, densidade e manejo. Quando chega o ponto de abate, é feita a biometria final.

Os peixes são identificados, medidos e sexados, garantindo uma nova seleção genética para futuros acasalamentos. O banco genético conta ainda com o avozeiro onde as tilápias com alto valor genético, sem grau de parentensco, passam a gerar ovos em tanques, que resulta em de futuras matrizes e reprodutores: ao atingirem 350 gramas os peixes machos são separados das fêmeas e transferidos para produção.

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