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Suínos Independentes e grandes

A suinocultura de Mato Grosso e as estratégias para não colapsar

De acordo com a Acrismat, atualmente 60% das cerca de 140 mil matrizes, ou 85 mil matrizes, estão nas mãos de produtores independentes, enquanto 40% (55 mil) estão com suinocultores integrados.

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Foto: Shutterstock

Uma suinocultura formada por uma maioria de produtores independentes, concentrada em três dezenas de grandes investidores, responsáveis por grandes volumes, mas que acendeu um alerta para um colapso diante da crise que o setor enfrentou especialmente entre 2021 e 2022. Mato Grosso é um dos poucos estados do Brasil onde o modelo de produção da suinocultura independente ainda é predominante. De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acrismat), atualmente 60% das cerca de 140 mil matrizes, ou 85 mil matrizes, estão nas mãos de produtores independentes, enquanto 40% (55 mil) estão com suinocultores integrados. Das 85 mil matrizes de independentes, cerca de 80% estão concentradas entre cerca de 30 produtores.

Presidente Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Frederico Tannure Filho – Foto: Divulgação

As informações são do presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho, que lembra com exclusividade para o jornal O Presente Rural como esse cenário se formou, como os modelos interagem no Estado e como as entidades estão trabalhando para tentar blindar a suinocultura independente e evitar que ela seja reduzida ainda mais. “Observamos que em torno de 30 a 40 produtores independentes já saíram da atividade nos últimos anos, principalmente pequenos produtores. Entendemos que o modelo de produção terá que passar por uma adequação”, menciona o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso.

A formação

“A suinocultura em Mato Grosso teve início entre as décadas de 70 e 80, com a criação de cooperativas ligadas a um frigorífico na região Norte do Estado. Depois, na cidade de Rondonópolis, houve a criação de um frigorífico com um sistema de parceria com alguns produtores independentes. Mas essa relação começou a se estabelecer mais fortemente em 2007/2008, quando foi instalada a Sadia (hoje BRF) na região. No Mato Grosso a produção independente é predominante, com um percentual maior em relação à produção integrada. A BRF é a única empresa integrada na região, com aproximadamente 40% do número total de matrizes, enquanto os produtores independentes respondem pelos outros 60%”, destaca o presidente Frederico Tannure Filho. As cooperativas acabaram perdendo espaço.

Atualmente, revela o presidente, Mato Grosso possui em torno de 140 mil matrizes, incluindo a produção integrada e independente. “Temos um percentual da produção independente hoje maior, mas com menos produtores. São poucos produtores independentes, mas que têm um número de matrizes considerável. Atualmente em Mato Grosso, temos praticamente somente a BRF como integradora, que tem um percentual aproximado de 40% do número de matrizes total. O restante dos 60% fica com a produção independente”, destaca.

Crise e blindagem

No entanto, alguns produtores independentes saíram da atividade, principalmente os pequenos produtores, o que tem levado a uma necessidade de reformular o modelo de produção. Isso porque, explica Frederico, a produção independente tem enfrentado dificuldades nos últimos anos por conta dos altos custos, oferta excessiva de carne suína no mercado, além da queda do poder aquisitivo dos consumidores.

Esse movimento fez a Acrimat tomar medidas para tentar blindar ao máximo esses suinocultores independentes das crises cíclicas do setor. “A suinocultura independente precisará ser bem trabalhada nos próximos anos para se manter viável. Modelos de produção que têm sido bem-sucedidos em outras regiões produtoras do Brasil, como no Paraná e em Santa Catarina, podem ser adaptados em Mato Grosso. A criação de centrais de negócios para compra de insumos a preços competitivos, que estamos fazendo aqui, pode ser uma alternativa para fortalecer essa cadeia produtiva”, destaca o presidente. “Sabedores que somos que essa produção independente está se findando, devido tanto aos altos custos da composição de rações, quanto essa oferta de carne extremamente grande no país e o poder aquisitivo mais baixo por parte do consumidor, entendemos que o modelo de produção terá que passar por uma adequação. Temos que saber se essa suinocultura independente vai se manter ou não, qual vai ser o perfil dos produtores, etc.”, menciona. “Além da Central de Negócios, temos que pensar em outras possibilidades para esse setor”, frisa o presidente da Acrismat.

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Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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