Conectado com
VOZ DO COOP

Colunistas Opinião

A saúde animal como um dos pilares para a sustentabilidade na cadeia da carne

A alta demanda por proteína animal e a necessidade de uma produção mais eficiente e de melhor qualidade faz com que empresas do setor trabalhem e se movimentem para mostrar que estão alinhadas à agenda ambiental e aos princípios de Governança Ambiental, Social e Corporativa.

Publicado em

em

Divulgação

Sustentabilidade como norte. Como empresa líder global em saúde e bem-estar animal, essa convicção guia nossos propósitos, estratégias e ações como organização que tem como visão fortalecer o mundo e a humanidade pela evolução do cuidado com os animais. Esse é um compromisso que está diretamente relacionado às nossas responsabilidades com os elos da cadeia a que pertencemos, com nossos clientes e com uma agenda global que busca tecnologias e investimentos de impacto positivo para a conservação de recursos naturais.

No processo de produção de carne, por exemplo, o papel de empresas de saúde animal é fundamental para que os outros membros dessa rede consigam também cumprir suas metas de sustentabilidade. Ainda que uma parte dos consumidores, investidores e países importadores estejam de olho em outros aspectos, como origem, rastreabilidade, segurança alimentar e questões ambientais, esses fatores ainda têm pouca influência na decisão de compra, não representando barreiras significativas ao mercado.

A alta demanda por proteína animal e a necessidade de uma produção mais eficiente e de melhor qualidade faz com que empresas do setor trabalhem e se movimentem para mostrar que estão alinhadas à agenda ambiental e aos princípios de Governança Ambiental, Social e Corporativa (Environmental, Social and Corporate Governance – ESG). Somada a isso, outra urgência refere-se ao controle da fome no mundo, que continuará dependente da proteína animal. Dificilmente esse problema será resolvido somente com proteína vegetal ou alguma tecnologia alternativa.

Entendemos que melhorar a saúde dos rebanhos seja pré-requisito para o bem-estar animal; que inovação é essencial para a sustentabilidade no campo, tanto para a saúde financeira dos pecuaristas quanto para os desafios reais de sustentabilidade ambiental e social, e que animais saudáveis têm uma função importante na proteção da saúde pública.

Por isso nosso investimento global de mais de 500 milhões de dólares por ano em pesquisa e desenvolvimento bem como em consultorias técnicas especializadas é para que os rebanhos tenham padrões cada vez mais elevados de saúde e bem-estar animal, valendo-se de soluções, tecnologias, inovações e práticas que aumentem a produtividade e diminuam o impacto da atividade no planeta.

A base de nosso trabalho, que passa por quatro estágios interconectados, nomeada Ciclo Contínuo de Cuidados (Continuum of Care) – prever, prevenir, detectar e tratar -, ajuda médicos-veterinários e pecuaristas a gerenciarem de forma mais eficiente, e de acordo com seus desafios, a saúde e o bem-estar dos animais que estão sob seus cuidados.

Quando falamos em prever, a genética entra aqui como um dos importantes recursos para que os pecuaristas conheçam as características de seus animais e possam, a partir dessas informações, gerir seus rebanhos de modo a expressá-los em sua máxima potência. A análise de dados permite antecipar tendências e facilita a tomada de decisão assertiva.

A prevenção de doenças passa diretamente pela análise de dados e por protocolos vacinais e sanitários, além de boas práticas de manejo a campo. Um diagnóstico precoce garante que os animais recebam o cuidado ideal ao problema e aos desafios impostos para cada situação.

E por fim, o tratamento adequado à doença diagnosticada por um especialista, que conhecedor da enfermidade e de suas possíveis consequências, indicará a melhor intervenção para que os animais estejam bem e saudáveis o quanto antes.

Temos o compromisso de continuar inovando e repensando a saúde animal para, junto com outros protagonistas, defender e transformar a cadeia de valor da proteína animal.

Fonte: Por Luis Xavier Rojas, diretor-presidente da Zoetis no Brasil

Colunistas

Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.

O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.

Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.

Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.

Fonte: Por Bruno Sampaio, gestor do Bmg Agro e do Guima Café
Continue Lendo

Colunistas

Segurança alimentar na América Latina e Caribe: progresso, desafios e o compromisso de avançar

Somente com um compromisso firme poderemos acabar com a fome e a má nutrição. Sem deixar ninguém para trás.

Publicado em

em

Foto: Ari Dias

A última publicação do relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2024 (SOFI, na sigla em inglês), lançada em julho passado durante a reunião do G20 no Rio de Janeiro, oferece uma visão detalhada dos avanços e retrocessos na luta contra a fome. Em nível global, embora tenhamos alcançado alguns progressos, persistem desigualdades significativas: enquanto a África continua sendo a região mais afetada, a América Latina apresenta sinais positivos de recuperação, refletindo o impacto dos esforços conjuntos para melhorar a segurança alimentar na região.

O caminho não tem sido fácil. Após a pandemia de COVID-19, nossa região foi uma das mais afetadas pela fome, atingindo em 2021 seu ponto mais alto, com 6,9% da população afetada, enquanto 40,6% enfrentaram insegurança alimentar moderada ou grave. Durante vários anos, observamos como os avanços obtidos no início dos anos 2000 foram rapidamente revertidos.

No entanto, nos últimos dois anos, houve uma diminuição nos níveis de fome, com uma taxa de 6,2% da população, o que representa uma redução de 4,3 milhões de pessoas, impulsionada principalmente pela América do Sul.

Investimentos em programas de proteção social em vários países da região têm sido fundamentais para impulsionar essa recuperação. Através dos sistemas sociais, foi possível responder rapidamente e direcionar os recursos financeiros disponíveis de maneira mais eficaz para as populações mais vulneráveis.

Apesar dos progressos na região, as sub-regiões do Caribe e da América Central continuam a enfrentar desafios no aumento da fome. Não podemos nos permitir retroceder. É fundamental que aprofundemos a análise das visões e estratégias que mostraram resultados positivos para continuar avançando nesse caminho.

A seis meses da Conferência Regional da FAO em Georgetown, Guiana, nos comprometemos a dar respostas tangíveis às prioridades estabelecidas pelos países para transformar os sistemas agroalimentares e alcançar uma Melhor Produção, uma Melhor Nutrição, um Melhor Meio Ambiente e uma Vida Melhor.

Na FAO, iniciamos um processo de reflexão de alto nível junto aos governos para compartilhar experiências de políticas públicas orientadas a garantir a segurança alimentar e nutricional.

Nossa região, assim como o resto do mundo, deve estar preparada para enfrentar riscos crescentes como a mudança climática, conflitos, crises econômicas, entre outros desafios.

A América Latina e o Caribe demonstraram que, com políticas adequadas, podemos avançar e oferecer respostas concretas e sustentáveis. Somente com um compromisso firme poderemos acabar com a fome e a má nutrição. Sem deixar ninguém para trás.

Fonte: Por Mario Lubetkin, subdiretor-geral e Representante Regional da FAO na América Latina e Caribe
Continue Lendo

Colunistas

Recursos hídricos, queimadas e cinzas: a urgência do necessário equilíbrio na busca pela sustentabilidade ambiental

Com a chegada das chuvas, ou mesmo transportada pelo ar, parte desse material atinge carreando uma os recursos hídricos, série de elementos químicos capazes de alterar a qualidade da água, prejudicando seu grau de potabilidade.

Publicado em

em

Lagoa Bonita, na Estação Ecológica Águas Emendadas (DF), após incêndio em 2010 - Foto: Arquivo Laboratório de Ecotoxicologia da Embrapa Cerrados

A água e o fogo são elementos que não se misturam, mas que se influenciam e podem comprometer significativamente a saúde das pessoas e toda a vida na Terra. A água é um elemento essencial à vida, mas em excesso pode trazer várias consequências negativas, como os episódios de enchentes e alagamentos vistos recentemente no Brasil. O fogo já era manipulado pelos povos primitivos há milhares de anos, e hoje é uma ferramenta fundamental para diversas atividades humanas. Contudo, se utilizado sem o controle necessário ou de formas criminosas, pode também ser extremamente nocivo e perigoso.

Resultados de estudos recentes mostram as interações entre esses dois elementos e, principalmente, as influências negativas do fogo sobre a água no nosso planeta. Vários artigos científicos têm relatado os efeitos das queimadas na redução da quantidade de água disponível, afetando, entre outros aspectos, a umidade do ar. Essas consequências estão amplamente relacionadas às mudanças climáticas e ao aquecimento global propriamente dito.

E sobre a qualidade da água, o que se fala? Pouco. Como o fogo e a água não se misturam, são os resíduos deixados pelo fogo que interagem na água, causando interferências diretas e redução na sua qualidade.

Os impactos das cinzas de incêndios florestais sobre os recursos hídricos têm sido amplamente estudados em regiões temperadas, na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, o tema ganhou relevância no âmbito do projeto de pesquisa “Queimadas e recursos hídricos no Cerrado: efeitos das cinzas sobre aspectos limnológicos e ecotoxicológicos” (2010-2012) e, posteriormente, no “Projeto Cinzas: aspectos motivacionais de uso do fogo e efeitos sobre a água e o solo como subsídios para mitigação dessa prática na agricultura” (2013-2016), ambos liderados pela Embrapa Cerrados (DF) e financiados pelo Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq).

No entanto, ainda há muitas lacunas a serem preenchidas e várias questões a serem investigadas. O que se sabe é que as queimadas são eventos frequentes e naturais no Cerrado brasileiro, por exemplo, mas a ação humana tem ampliado a sua frequência e gerado diversos problemas ambientais. Além das perdas verificadas após o término do fogo, efeitos não facilmente visíveis também são detectados. As cinzas e a fuligem geradas pelo fogo são compostas por elementos químicos constituintes dos seres vivos queimados (vegetais ou animais) ou mesmo de materiais minerais, que podem ser degradados dependendo da intensidade do fogo.

Com a chegada das chuvas, ou mesmo transportada pelo ar, parte desse material atinge carreando uma os recursos hídricos, série de elementos químicos capazes de alterar a qualidade da água, prejudicando seu grau de potabilidade e, principalmente, a sobrevivência das espécies que habitam os ecossistemas aquáticos. A presença de macronutrientes como potássio, fósforo e nitrogênio, além de micronutrientes como vários metais, é marcante nas cinzas, e as quantidades disponíveis de cada um desses elementos são o aspecto de maior relevância para a determinação das consequências.

Em contato com a água, parte desses compostos se dissolve, alterando diversos parâmetros físico-químicos do meio aquático, entre eles o pH e o oxigênio dissolvido, fatores limitantes para a sobrevivência de algumas espécies. Nesse caso, ambientes com baixa vazão ou fluxo de água, tais como lagos, lagoas e reservatórios, podem ser mais comprometidos.

A contaminação da água subterrânea pelas cinzas também foi estudada, e pode ser um ponto de atenção com relação a distúrbios digestivos em indivíduos que consomem água de poço, ou até mesmo um problema para irrigantes que utilizam essa água, visto que elementos como o cálcio e o magnésio podem prejudicar o funcionamento dos equipamentos de irrigação.

Dados relacionados ao comportamento humano mostram que o uso errôneo do fogo pode e deve ser minimizado, sobretudo com maior envolvimento de órgãos públicos, por meio da promoção de atividades instrucionais e de educação ambiental para as comunidades, além do combate a práticas que podem ser prejudiciais ao ambiente e à saúde humana.

O fato é que o equilíbrio na interação entre água, fogo e ações humanas precisa urgentemente ser reestabelecido, de modo a reduzir os danos observados, garantindo assim a sobrevivência humana e a sustentabilidade ambiental do planeta.

Fonte: Por Eduardo Cyrino Oliveira-Filho, Pesquisador da Embrapa Cerrados
Continue Lendo
ABMRA 2024

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.