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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária

A relevância da cura de umbigo nos bezerros recém-nascidos

Umbigo é importante porta de entrada para agentes infecciosos, sendo responsável muitas vezes pela ocorrência de enfermidades

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Divulgação/J.A. Saúde Animal

 Artigo escrito por Eduardo Rezende, coordenador de Marketing e Comunicação Científica da J.A Saúde Animal

Uma das fases mais críticas da bovinocultura, seja ela de leite ou corte, é a criação de bezerros. O recém-nascido é muito vulnerável devido a sua dificuldade de manter a temperatura e principalmente pelo fato de ser imunologicamente menos competente, dependendo totalmente dos anticorpos advindos do colostro. A ingestão desse importante alimento em quantidade e momento adequado é essencial para a sobrevivência do bezerro, além da ingestão frequente de carboidratos e outros cuidados secundários.

A falha na transferência dos anticorpos da mãe para a cria, o insucesso da absorção dessas proteínas pelo organismo do bezerro, bem como as práticas de manejo e higiene deficientes, são os maiores determinantes de mortalidade nas primeiras semanas de vida. Portanto, minimizar a exposição desses animais aos agentes infecciosos promove maior taxa de sobrevivência, sendo um método fácil e de excelente custo-benefício.

Dentre as causas mais comuns da mortalidade em recém-nascidos destacam-se: as doenças entéricas (principalmente as diarreias), as respiratórias (principalmente a pneumonia), septicemia pós-natal e as onfalites/onfaloflebites (infecções das estruturas umbilicais). Microrganismos comuns de onfalite frequentemente são encontrados em animais com septicemia, comprovando que o umbigo é importante porta de entrada para agentes infecciosos, sendo responsável muitas vezes pela ocorrência das enfermidades citadas acima.

Durante a vida fetal, a comunicação entre o feto e a mãe é feita justamente pela via umbilical. É através do umbigo que chega ao feto o sangue materno rico em nutrientes e oxigênio, além da função de eliminação de catabólitos do novo organismo em desenvolvimento. Após o parto, o umbigo perde sua função, havendo involução dos vasos sanguíneos e úraco, utilizados na comunicação. Há também a união dos músculos próximos da cicatriz umbilical, fechando o acesso do meio externo aos vasos umbilicais. Porém, até que esse processo se complete, há uma porta aberta para infecções.

Para se ter uma ideia, segundo pesquisas há grande incidência de afecções umbilicais em bezerros de leite e de corte, com variação de 28 a 42,2%. Os prejuízos decorrentes das enfermidades umbilicais vão além da mortalidade dos bezerros. Podendo acarretar ainda na falha no desenvolvimento do animal, resultando em lotes refugo, além dos gastos referentes ao tratamento e atendimento veterinário, impactando negativamente na lucratividade da atividade.

Diante do exposto, se faz necessário os cuidados adequados com a colostragem e cura do umbigo. A colostragem permite que o recém-nascido receba os tão valiosos anticorpos que irão protegê-lo até que seu próprio organismo desenvolva sua própria imunidade (imunidade passiva). Esse procedimento é imprescindível, pois pelo fato de a placenta da vaca ser do tipo sindesmocorial, não há transferência de imunidade transplacentária para o feto.

Tão importante quanto a ingestão de colostro, de qualidade e na época adequada, é a cura de umbigo. Esse procedimento garante que não haja mais a entrada de microrganismos pela cicatriz umbilical após sua cura. É um método simples, barato e eficaz, entretanto não soluciona as infecções adquiridas antes do processo de cauterização do umbigo.

Nesse sentido, afim de complementar as práticas de colostragem e cura de umbigo, indica-se a utilização de um medicamento metafilático. A metafilaxia nada mais é que a utilização de um antimicrobiano injetável e em doses terapêuticas, destinado ao tratamento e prevenção da manifestação clínica de uma enfermidade em um determinado grupo de risco. Nos Estados Unidos foi comprovado efetividade profilática e terapêutica dessa estratégia, inclusive com melhor desempenho produtivo e taxa de redução de morbidades de até 40% nos animais estudados.

Um princípio ativo muito utilizado para a metafilaxia nos animais recém-nascidos é a Benzilpenicina Benzatina, antimicrobiano eficaz no combate dos microrganismos envolvidos na onfalite e onfaloflebite e suas consequências. O grande diferencial desse antimicrobiano é sua extra longa ação, mantendo concentrações plasmáticas no organismo do bezerro durante todo o primeiro mês de vida, período mais crítico quanto a morbidade e mortalidade. Adicionalmente, indica-se também a utilização de um antiparasitário, de forma a proteger a cicatriz umbilical da infestação por miíases, outro problema muito comum nesse período.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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Mais de 130 reprodutores de seis raças zebuínas participam do PNAT 2024

Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens reúne animais das raças Brahman, Guzerá, Nelore, Nelore Mocho, Sindi e Tabapuã.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Os touros participantes da edição deste ano do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) já estão na Fazenda Escola da Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), em Uberaba (MG). Mais de 130 reprodutores de seis raças zebuínas participam do PNAT 2024: Brahman, Guzerá, Nelore, Nelore Mocho, Sindi e Tabapuã.

Após a chegada, os animais passaram por um período de adaptação ao ambiente da fazenda, onde foram realizadas as provas do TDEA (Teste de Desempenho e Eficiência Alimentar). “Todos os animais que participam da prova na Fazu foram previamente selecionados nas fazendas, sendo que somente os animais geneticamente superiores e que apresentaram um biótipo classificado como ‘Muito Bom’ ou ‘Excelente’, na avaliação visual realizada por um técnico da ABCZ,  participam dessa etapa”, afirma o superintendente técnico adjunto de Fomento do Leite da ABCZ, Carlos Henrique Cavallari Machado.

O supervisor de Provas Zootécnicas da ABCZ, Paulo Ricardo Martins Lima, explica como é feito o TDEA. “Essa etapa inclui várias avaliações, como a visual, pelo EPMURAS, ultrassom de carcaça e o consumo alimentar, com o ganho de peso e o CAR, mensurado nos cochos eletrônicos da fazenda”, aponta.

Os touros que se revelarem superiores nessas avaliações participarão da ExpoGenética, onde serão selecionados para produção de sêmen. “Esses animais terão oportunidade de ir para uma central de inseminação, no intuito de distribuir material genético entre os rebanhos colaboradores participantes do PMGZ, com o objetivo de serem efetivamente testados, confirmando o valor genético superior do reprodutor”, explica Paulo.

Desde 2010, mais de 200 touros PNAT distribuíram mais de 145 mil doses de sêmen para quase 900 criadores que participam do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ).

Fonte: Assessoria ABCZ
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