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VOZ DO COOP

Suínos / Peixes EuroTier digital 2021:

A reestruturação necessária da pecuária só pode ter sucesso se o trabalho for em conjunto

Evento destaca programas que visam melhorar as práticas de produção, imagem e valor agregado aos produtos de origem animal

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Ministra Federal Alemã de Alimentos e Agricultura, Julia Klöckner - Fotos: Divulgação EuroTier

A “EuroTier / EnergyDecentral 2021 digital” lançada ontem e que segue até dia 12 de fevereiro, trás mais de 1.200 expositores que apresentarão seus produtos e serviços, em tempo real, via tecnologia de vídeo, para atender visitantes de todo o mundo.
A DLG (Sociedade Agrícola Alemã), organizadora do evento, montou um programa técnico com nove canais de vídeo online paralelos, bem como mais de 300 eventos interativos que abordam uma ampla gama de tópicos atuais e futuros da indústria pecuária global. Os visitantes podem participar interativamente em muitos talk shows e eventos de discussão.

Em seu discurso de abertura ontem, a Ministra Federal Alemã de Alimentos e Agricultura, Julia Klöckner, encorajou os agricultores da Alemanha a participarem do desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
“EuroTier é uma feira comercial líder no mundo. E uma coisa é certa, não é apenas a tecnologia ou como reduzir a carga de trabalho que são os tópicos de hoje, mas, mais importante, a aceitação social da pecuária e do bem-estar animal, destacou a Ministra.

“É por isso que estou muito feliz que o‘ Animal Welfare Award ’esteja sendo apresentado por inovações que apóiam práticas agrícolas que melhoram o bem-estar animal. O setor está passando por mudanças radicais. No entanto, isso só pode ser bem sucedido e sustentável se for feito de forma proporcionada e tendo em vista as perspectivas de longo prazo para os produtores nosso país. Na verdade, se a produção sair da Alemanha, nada será ganho – muito pelo contrário, na verdade. Nem as questões ambientais nem de bem-estar animal podem ser resolvidas exportando-os. É por isso que criei a Kompetenznetzwerk Nutztierhaltung (‘Rede para melhorias na pecuária’) – a reestruturação necessária da pecuária só pode ter sucesso se trabalharmos juntos. São questões que também ocupam a EuroTier “, acrescentou Klöckner.

A ministra Klöckner acrescentou ainda que a indústria também está sendo apoiada no curso dessas mudanças necessárias: na implementação da proibição da castração de leitões sem anestesia, na implementação da proibição do abate de pintos e na regulamentação das gaiolas de parição para porcas. No ano passado, por exemplo, foi lançado um novo programa de apoio ao investimento no valor de 300 milhões de euros para a adaptação de estruturas de propriedades de produção animal. Outra campanha é o combate à Peste Suína Africana. Klöckner enfatizou que é imperativo evitar que a doença entre nas populações de suínos domésticos. Os governos federal e estadual estão trabalhando nisso com caráter prioritário.

“Além disso, devemos também ajustar outros aspectos da indústria: se a publicidade para o consumidor de carne não focar na qualidade, mas apenas no preço do produto, não obtemos uma impressão de valor agregado do produto, nem conseguiremos mostrar o diferencial dele. Nesse sentido, muitas coisas devem mudar. É aqui que entramos. O pecuarista, toda a cadeia alimentar e também o consumidor são chamados a garantir que as expectativas e a realização andam de mãos dadas. Desenvolvimentos inovadores ajudam a alcançar isso. E é exatamente por isso que a EuroTier é tão importante”, destacou a Ministra.

“A visão de uma pecuária competitiva na Europa tornou-se um pouco mais clara nos últimos meses – também graças ao conceito da Kompetenznetzwerk Nutztierhaltung (‘Rede para melhorias na pecuária’) sob a liderança do Sr. Jochen Borchert “, afirmou Hubertus Paetow, Presidente do DLG.

O presidente Paetow destacou dois pontos importantes para a indústria:

– A criação de animais na Alemanha e na Europa continuará a ter uma aparência diferente no futuro do que em muitas outras regiões do mundo. As demandas mais elevadas de bem-estar animal e sustentabilidade exigem conceitos técnicos diferentes. Isso representa desafios significativos para fabricantes e agricultores. No entanto, também apresenta oportunidades para aqueles que reconhecem as tendências desde o início e as implementam de forma eficiente.

– Precisamente por causa desses requisitos, a sociedade gostaria de manter essa pecuária sustentável na Alemanha, e isso inclui também manter a perspectiva econômica na competição global.

Para Paetow, isso requer cadeias de valor funcionais, que podem e devem ser apoiadas, pelo menos temporariamente, com instrumentos políticos. “Da mesma forma, é necessária uma cooperação estreita entre todas as partes interessadas para comunicar a mensagem de produção sustentável de produtos de origem animal ao longo de toda a cadeia, como é o foco do tema EuroTier: -A agricultura na cadeia alimentar-“, enfatizou o presidente da DLG.

“O papel do agricultor na cadeia alimentar”

Nas rodadas de discussão seguintes, Hubertus Paetow e Bernd Meerpohl, Presidente do Conselho Consultivo de Especialistas da EuroTier e CEO da Big Dutchman, debateram soluções para “O alojamento dos animais do futuro”. Esses alojamentos teriam uma aparência completamente diferente em todo o mundo simplesmente porque as condições locais e sociais são muito diferentes.

Stefanie Renz, criadora de suínos de Schirmerhof perto de Deppenhausen, na Alemanha, e Gert van Beek, presidente do Clube de Produtores de Suínos Europeus (EPP) e criador de suínos da Holanda e da Alemanha, mostraram mais de perto “O papel do agricultor na cadeia alimentar” de diferentes perspectivas. O fazendeiro Renz produz para mercados regionais, enquanto as fazendas de Gert van Beek estão intimamente envolvidas na cadeia de processamento para o mercado de volume.
A professora Claudia Klein, chefe do Friedrich-Loeffler-Institute em Neustadt, e Michael Dörr, produtor de leite de Karlshof perto de Roßdorf, Alemanha, discutiram como resolver “objetivos conflitantes em bem-estar animal e proteção ambiental”. No entanto, eles disseram, muita pesquisa ainda é necessária para resolver os vários conflitos.
Para quem quiser participar do evento ou de alguma programação em especial pode acessar  https://www.eurotier.com/en/technical-programme/

 

Fonte: O presente Rural com informações da assessoria da EuroTier

Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui

Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.

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Além do crescimento mais rápido e do peso maior do tambaqui, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa - Foto: Siglia Souza

A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.

Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.

A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”

Equipamento de pressão para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes – Foto: Jefferson Christofoletti/Embrapa

Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.

Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.

Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.

À esquerda, animais convencionais e, à direita, peixes submetidos ao processo de indução de poliploidia. Ambos originários da mesma desova e de idades idênticas.

Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.

Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.

Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.

“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.

No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.

A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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