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A potência que é o Brasil na produção de soja

Oleaginosa é um dos grandes motores da economia brasileira, reunindo 240 mil produtores e gerando empregos em pequenas, médias e grandes cidades. Já líder na produção e exportação do grão, Brasil deve aumentar ainda mais os embarques internacionais em 2023.

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Foto: Antonio Neto

Brasília – A soja é uma das estrelas do agronegócio brasileiro. Além dos números expressivos de produção e exportação, um levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela que o Brasil deve se tornar até 2026 o maior exportador de grãos do planeta, superando os Estados Unidos.

A cultura da soja foi a que mais cresceu no Brasil nas últimas cinco décadas, tanto que de 1973 até 2023, a produção aumentou 38 vezes. Além de garantir superávits na balança comercial, a cultura da soja foi responsável pela ocupação de parte considerável do interior do País, com o surgimento de municípios pequenos que se tornaram polos irradiadores de desenvolvimento regional.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 1991, 79% dos municípios rurais brasileiros apresentavam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo, e 20% tinham IDH muito baixo. Em 2018, 57% dos municípios rurais passaram a apresentar IDH alto e 38% IDH médio.

Desde a safra de 2018/2019, com mais de 117 milhões de toneladas de soja produzidas, o Brasil lidera o ranking mundial como o maior produtor deste grão. EUA e Argentina estão logo atrás. A última safra, de 2022/2023, foi de mais de 154 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Foto: Claudio Neves 

Quando o assunto é exportação, o Brasil também lidera. A estimativa é que as exportações em 2023 fiquem em torno de 97 milhões de toneladas ante as 78 milhões de toneladas da safra 2022. A tendência da última década é de crescimento das vendas externas. Embora com oscilações, a receita atingiu novo recorde em 2022 (US$ 61,3 bi).

Na posição de maior exportador mundial, o Brasil também supera Estados Unidos. Historicamente, o País exporta cerca de 70% de sua produção. O restante é consumido e processado internamente pelas indústrias.

O resultado é reflexo do aumento da demanda da China e de países asiáticos pelo grão. Em 2022 a China foi o destino de 55 milhões de toneladas de soja, número que deve ter elevação significativa até o final das operações de embarque em 2023. O gigante asiático absorve, desde 2013, mais da metade do valor exportado (52,61% em 2022). Outros grupos de países que se destacaram como destinos em 2022 foram União Europeia; Sudeste Asiático; Oriente Médio e Leste Asiático.

O PIB da cadeia produtiva da soja e do biodiesel foi de R$ 673,7 bilhões em 2022, representando cerca de 27% de todo o PIB do agronegócio nacional. Pouco mais de uma década atrás, a participação era de apenas 9%. De 2010 a 2022, o PIB da cadeia expandiu 58%; no mesmo período, o agronegócio cresceu 8% e a economia, 12%.

Os dados fazem parte do mais recente estudo elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Do ponto de vista social, a soja também é relevante. Atualmente, o grão brasileiro alimenta um bilhão de pessoas no mundo. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), esses avanços com a soja ajudam na consolidação do Brasil como fornecedor mundial de alimentos, principalmente na Ásia e na África.

A preocupação com segurança alimentar é uma pauta recorrente mundo afora. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alerta que o mundo precisará dobrar sua produção de alimentos até 2050 para atender a demanda e diz que 40% dessa oferta será fornecida pelo Brasil, que é o único país que ainda possui vastas áreas agricultáveis, que desenvolve boas práticas agrícolas reconhecidas pelas Nações Unidas (rotação de culturas, o plantio direto, integração-lavoura-pecuária-floresta), propicia de duas a três colheitas por ano em uma mesma área e ainda é o país que mais protege vegetação nativa em todo o planeta.

Queridinha

Para o produtor Marco Castelli, a soja hoje é o cartão postal do Brasil. “Ela está presente no mundo todo, trazendo segurança alimentar, fonte de renda para muitas pessoas e divisas ao nosso país. O agronegócio vem ajudando com seu superavit na balança já há bastante tempo”, afirma.Ele é produtor de soja, milho, trigo e sorgo, em Bom Jesus da Penha, interior de Minas Gerais. “Somos pioneiros na produção, armazenagem e comercialização de soja na região, trabalhamos com agricultura de precisão, e todas as boas práticas ambientais, trabalhistas, organizacionais e compliance, com foco na sustentabilidade”, comenta Castelli.

Na avaliação da Aprosoja, a soja brasileira deve continuar sendo a proteína de origem vegetal de melhor custo-benefício para a produção de carnes, leites, ovos e derivados. Segundo a associação, é a soja que tem mais proteína e percentual de óleo dentre os grãos produzidos pelos Estados Unidos e pela Argentina.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Com a produção da soja surgiram as indústrias de óleos vegetais, as agroindústrias que produzem frangos, suínos e derivados e, também, o polo de máquinas agrícolas. Atualmente, também orbitam em torno da cultura de grãos startups e multinacionais desenvolvendo produtos e serviços de alta tecnologia.

“Este movimento ajudou na distribuição de renda e desenvolvimento das cidades do interior do país, evitando o êxodo rural e a contínua ocupação desordenada dos grandes centros com a construção de moradias em locais sem nenhuma infraestrutura, trazendo um grande problema para a administração pública destas cidades”, conclui Castelli.

Atualmente, a cadeia produtiva da soja reúne 240 mil produtores e gera empregos na produção, indústria, comércio e serviços em pequenas, médias e grandes cidades.

Avanços

Dados fornecidos pela Embrapa apontam que, em apenas dez anos, a participação do Brasil no mercado mundial de alimentos saltou de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões, tendo como destaque carne, soja, milho, algodão e produtos florestais.Para Adeney de Freitas Bueno, chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Soja, o Brasil tem avançado muito na produção de soja, especialmente porque está produzindo mais por área e não cultivando novas áreas. “Existe espaço sem derrubar um único pé de árvore pro Brasil crescer na produção de soja, só usando áreas de pastagem”, pontua. “A produção de soja é sustentável e cada vez mais precisa ser e aumentar sustentabilidade e provar sustentabilidade para o mercado externo”, completa o especialista.

Nas últimas cinco décadas, enquanto a produção de soja aumentou 38 vezes, a área cultivada cresceu 19 vezes, de 2,2 milhões para cerca de 41 milhões de hectares. Na avaliação da Embrapa Soja, o incremento contínuo da produtividade do grão e a consequente ampliação da sua produção foi resultado da adoção de um conjunto de tecnologias adotadas pelo produtor brasileiro.

Fundada em 16 de abril de 1975, a Embrapa Soja, unidade do órgão localizada em Londrina, no Paraná, vem liderando redes de pesquisa para geração de soluções sustentáveis para incrementar a produção da leguminosa, reduzir os custos de produção e as emissões de CO2 relacionadas a sua produção, além de aumentar a renda dos produtores.

Atualmente, a Embrapa Soja está direcionando suas ações em quatro eixos de pesquisa: Genética Avançada, Bioinsumos, Soja Baixo Carbono e Agricultura Digital. O objetivo é aumentar a participação de insumos biológicos no controle de insetos-praga e doenças e na promoção do crescimento de plantas, bem como a substituição de fertilizantes de origem não renovável por insumos de base biológica.

Além disso, as discussões globais em torno da redução da emissão de gases de estufa promoveram mudanças internas. A Embrapa Soja vem estruturando um protocolo cientifico de descarbonização para ajudar a creditar empresas com base em padrões e linhas base. “O objetivo não é penalizar produtores que façam o feijão com arroz, mas queremos dar mais valor para o produtor que adota tecnologias de ponta, que se preocupa com o meio ambiente”, diz Bueno.

Por ser uma empresa de pesquisa e transferência de tecnologia, a missão da Embrapa é compartilhar conhecimento. Além dos produtores, a Embrapa mantém interface com cooperativas, assistências técnicas estaduais, agencias do estado, associações de produtores, pois estes locais servem de grandes disseminadores da tecnologia.

Fonte: ANBA

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Presidente da Lar assume Conselho Diretivo da ABPA

Irineo da Costa Rodrigues traz consigo uma vasta bagagem de conhecimento e experiência, adquiridos ao longo de mais de três décadas à frente da Lar Cooperativa Agroindustrial.

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Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, com o Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial e do Conselho Diretivo da ABPA - Foto: Divulgação/Lar

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) anunciou na última semana a continuidade do mandato de Ricardo Santin como presidente, garantindo estabilidade e liderança consistente para a entidade. Simultaneamente, Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial, foi nomeado para presidir o Conselho Diretivo, trazendo sua vasta experiência e visão estratégica para fortalecer ainda mais a representatividade do setor.

A reafirmação de Ricardo Santin na presidência da ABPA é um reconhecimento de sua competência e dedicação à indústria de proteína animal. Santin demonstrou habilidade em enfrentar desafios complexos e impulsionar o desenvolvimento sustentável do segmento es ua recondução ao cargo é uma demonstração da confiança depositada pelos membros da ABPA em sua liderança.

Por sua vez, Irineo da Costa Rodrigues traz consigo uma vasta bagagem de conhecimento e experiência, adquiridos ao longo de mais de três décadas à frente da Lar Cooperativa Agroindustrial. Sua nomeação para presidir o Conselho Diretivo representa um marco importante na história da ABPA, evidenciando o compromisso da entidade em diversificar sua liderança e garantir representatividade para todos os segmentos da cadeia produtiva.

Em uma entrevista exclusiva ao programa de rádio da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues compartilhou sua visão e expectativas para o novo papel que assumirá na ABPA. Ele enfatizou a importância de promover o diálogo e a cooperação entre as empresas associadas, destacando a necessidade de buscar o consenso e a harmonia em prol do desenvolvimento sustentável do setor. “Assumir a presidência do Conselho Diretivo da ABPA é uma honra e um desafio que encaro com muita responsabilidade”, afirmou Irineo da Costa Rodrigues durante a entrevista. “Estou comprometido em trabalhar em conjunto com todas as empresas associadas, buscando sempre o interesse comum e contribuindo para o crescimento e a valorização da indústria de proteína animal.”

A renovação de Ricardo Santin na presidência da ABPA e a nomeação de Irineo da Costa Rodrigues para o Conselho Diretivo marcam um momento de continuidade e renovação para a entidade. Com essa combinação de liderança experiente e novas perspectivas, a ABPA se fortalece para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam, assegurando seu papel como uma das principais vozes do agronegócio brasileiro.

Importância da ABPA na indústria brasileira de proteína animal

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é uma entidade fundamental para a representação e promoção dos setores de avicultura e suinocultura do Brasil. Como uma organização sem fins lucrativos, a ABPA é administrada por um Conselho Diretivo, com o respaldo de um Conselho Consultivo, e desempenha um papel crucial na defesa dos interesses desses segmentos.

A estrutura funcional da ABPA é composta por câmaras setoriais temáticas, responsáveis por tratar de questões técnicas e conjunturais relevantes para os setores de aves e suínos. Sob a liderança do presidente executivo Ricardo Santin, a ABPA tem como missão primordial representar esses setores em fóruns tanto nacionais quanto internacionais, zelando pela qualidade, sanidade e sustentabilidade dos produtos.

Além de sua atuação representativa, a ABPA também se dedica ao fomento do desenvolvimento tecnológico e à expansão da atuação do setor produtivo nos mercados interno e internacional. Por meio de diversas iniciativas, a associação busca promover a profissionalização e o crescimento sustentável da indústria de proteína animal, contribuindo para a economia brasileira e para a geração de empregos no país.

Um dos principais focos da ABPA é viabilizar novas oportunidades para o setor produtivo, tanto por meio de negociações internacionais quanto através de relações institucionais junto aos stakeholders no Brasil e no exterior. Ações para a abertura de novos mercados e a promoção da qualidade e segurança dos produtos brasileiros também estão entre as prioridades da associação.

Assim, a ABPA desempenha um papel central na promoção e defesa dos interesses da avicultura e da suinocultura brasileiras, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a competitividade desses setores no cenário nacional e internacional.

Composição do Conselho

O novo conselho diretivo contará ainda, entre titulares e suplentes com a participação de Neivor Canton, diretor presidente da Aurora Coop, José Carlos Garrote de Souza, presidente conselho de administração da São Salvador Alimentos, Cláudio Almeida Faria, gerente geral da Pif Paf Alimentos, Irani Pamplona Peters, presidente da Pamplona Alimentos, José Roberto Fraga Goulart, diretor-presidente da Alibem, José Mayr Bonassi, Rudolph Foods, Fábio Stumpf, diretor vice-presidente de agro e qualidade da BRF, Marcelo Siegmann, diretor de exportações da Seara, Dilvo Grolli, diretor presidente Coopavel, Bernardo Gallo, diretor-geral Cobb-Vantress, Rogério Jacob Kerber, diretor-executivo SIPS, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, CEO Avivar Alimentos, Dilvo Casagranda, diretor de exportações da Aurora Alimentos, Carlos Zanchetta, diretor de Operações da Zanchetta Alimentos, Nestor Freiberger, presidente da Agrosul, Cleiton Pamplona Peters, diretor comercial mercado interno da Pamplona Alimentos, Elias Zydek, diretor-executivo da Frimesa, Gerson Muller, conselheiro Vibra Agroindustrial, Leonardo Dall’Orto, vice-presidente de mercado internacional e planejamento da BRF, Jerusa Alejarra, Relações Institucionais da JBS, Valter Pitol, diretor-presidente da Copacol, Mauro Aurélio de Almeida, diretor da Hendrix Genetics para o Brasil, José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav, Jorge Luiz de Lima, Diretor da ACAV/Sindicarne, e Roberto Kaefer, presidente do Sindiavipar.

O ex-ministro e ex-presidente da ABPA, Francisco Turra, também foi reconduzido à presidência do Conselho Consultivo da associação, juntamente com os demais membros do conselho.

Fonte: Assessoria Lar
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41ª Conferência Facta WPSA-Brasil será realizada em setembro de 2025

Tradicional evento da avicultura brasileira agora é bienal. Evento vai trazer como tema “A inovação e a produtividade na proteína animal” manterá a qualidade dos debates que vêm reunindo, ao longo de mais de 41 anos, profissionais e estudantes do setor, que buscam atualizar-se e contribuir para a melhoria do cenário avícola mundial.

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Presidente da Facta, Ariel Mendes: "Historicamente, o evento sempre ocorreu no primeiro semestre, entre maio e junho, no entanto, devido à saturação de eventos nesse período, a Facta optou por realizar a conferência de 2025 em setembro" - Foto: Divulgação/Facta

A partir de 2025 a Conferência Facta WPSA-Brasil será bienal, a próxima edição ocorrerá entre os dias 02 e 03 de setembro, na Sociedade Hípica de Campinas (SP). O evento, que traz como tema “A inovação e a produtividade na proteína animal”, manterá a qualidade dos debates que vêm reunindo, ao longo de mais de 41 anos, profissionais e estudantes do setor, que buscam atualizar-se e contribuir para a melhoria do cenário mundial da avicultura.

“Historicamente, o evento sempre ocorreu no primeiro semestre, entre maio e junho, no entanto, devido à saturação de eventos nesse período, a Facta optou por realizar a conferência de 2025 em setembro. Essa escolha se baseia no término das férias na Europa e nos Estados Unidos, o que facilita a participação de palestrantes estrangeiros, além de ser um mês com menos eventos no Brasil. Essa mudança visa otimizar a participação e o aproveitamento do evento pelos profissionais do setor avícola”, explica o presidente da Facta, Ariel Mendes.

A evolução da conferência, desde seus primórdios como um seminário até sua consolidação como a Conferência Facta de Ciência e Tecnologia Avícolas, demonstra seu compromisso contínuo com a excelência e a inovação. Por isso, nesta edição, a organização abordará estratégias eficientes de controle de salmonela, competitividade na produção de frango sem antimicrobianos, temas sobre incubação, manejo da microbiota em poedeiras, automação, gestão de dados e qualidade na produção, uso de inteligência artificial na gestão avícola e gestão integrada de sanidade e dados.

A Conferência Facta é o principal evento técnico da avicultura brasileira, reconhecido por sua qualidade técnica, com palestrantes nacionais e internacionais, o evento aborda temas essenciais ao setor. “O lançamento da próxima conferência está previsto para ocorrer durante o SIAVS 2024, em agosto, com o programa completo já planejado até setembro ou outubro, proporcionando às empresas tempo para incluí-lo em seus orçamentos para o próximo ano”, lembrou Mendes.

Fonte: Assessoria Facta
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Chuvas no Rio Grande do Sul prejudicam lavouras e dificultam logística

Estado já contabiliza perdas na produção agrícola e pecuária, de pontes, estradas e rodovias, e de danos em fazendas inteiras, envolvendo maquinários, estruturas e implementos agrícolas.

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Foto: Divulgação

A fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última terça-feira (30) deixou um rastro de destruição e prejuízos por onde passou. O estado já contabiliza perdas na produção agrícola e pecuária, de pontes, estradas e rodovias, e de danos em fazendas inteiras, envolvendo maquinários, estruturas e implementos agrícolas.

O Rio Grande do Sul é segundo maior estado produtor de soja no Brasil. Por isso, as intensas chuvas têm deixado agricultores em alerta. Além de retardar as atividades de campo, as precipitações em excesso vêm gerando preocupações sobre a qualidade das lavouras. O excesso de umidade tente a elevar a acidez do óleo de soja, o que pode reduzir a oferta de boa qualidade deste subproduto, especialmente para a indústria alimentícia.

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil colheu, até agora, 90,5% da área de soja da safra 2023/24. O Sul é a região com as atividades de campo mais atrasadas – no Rio Grande do Sul, somam 60%, contra 70% no mesmo período de 2023, conforme aponta a Conab. A Emater/RS, por sua vez, indica que 76% da área sul-rio-grandense havia sido colhida até o dia 2 de maio, inferior aos 83% na média dos últimos cinco anos. Em Santa Catarina, a colheita alcançou 57,6% da área, abaixo dos 82,8% há um ano (Conab).

Para o milho, a colheita da safra verão está praticamente paralisada no Rio Grande do Sul.  Segundo a Emater/RS, os trabalhos atingiram 83% da área sul-rio-grandense até o dia 2 de maio, avanço semanal de apenas 1 p.p.. No Paraná, foram colhidos 98% da área total até essa segunda-feira, leve aumento de 1 p.p. em relação ao dado divulgado no dia 29 pela Seab/Deral. Em Santa Catarina, a colheita chegou a 93% no dia 28, segundo a Conab.

Frango, suínos e ovos

De acordo com colaboradores do Rio Grande do Sul consultados pelo Cepea, as fortes chuvas dos últimos dias têm prejudicado as negociações envolvendo frango, suínos e ovos. Com rodovias e pontes interditadas, o transporte do produto para atender à demanda em parte das regiões sul-rio-grandenses e também de fora do estado vem sendo comprometido.

Além disso, produtores relatam dificuldade em adquirir insumos, como rações e também embalagens e caixas, no caso de ovos. Agentes consultados pelo Cepea também indicam que algumas propriedades de produção suinícola e avícola foram danificadas; eles estão à espera de que a situação seja controlada para que os prejuízos sejam calculados.

Pecuária de corte

Agentes consultados pelo Cepea no Rio Grande do Sul indicam que, como as chuvas destruíram pontes e danificaram trechos de estradas, muitos lotes de animais para abate não conseguem ser transportados aos frigoríficos. Com isso, muitos compradores e vendedores estão fora do mercado nestes últimos dias, à espera de que a situação seja controlada.

Arroz

O Rio Grande do Sul é o principal estado produtor de arroz do Brasil, e as intensas chuvas desta semana deixaram orizicultores em alerta. Segundo pesquisadores do Cepea, a colheita, que já estava bastante atrasada em relação a anos anteriores, pode ser ainda mais prejudicada.

Colaboradores consultados pelo Cepea relatam que as recentes tempestades deixaram as lavouras debaixo d’água, inviabilizando as atividades.

Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal. Esse cenário aumenta as incertezas quanto à produtividade da safra 2023/24, ainda conforme apontam pesquisadores do Cepea.

Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgados no dia 22 de abril indicavam que, até aquele momento, a média era de 8.612 quilos por hectare no estado.

Cenoura

Dentre os produtos hortifrutícolas acompanhados pelo Cepea no Sul, o mais prejudicado foi a cenoura. O Cepea ainda não conseguiu levantar a extensão das perdas na praça produtora de Caxias do Sul (RS), mas o cenário é crítico.

Em Vacaria (RS), localizada em uma altitude mais elevada, os impactos do temporal foram menos severos. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, diante da situação delicada, a amostragem de preços de cenoura desta semana foi significativamente menor.

Estima-se que as inundações resultem em uma janela de oferta e, em muitos casos, dificultem, inclusive, a retomada das áreas afetadas.

De acordo com a prefeitura de Caxias do Sul, a barragem São Miguel está em estado de alerta. Sinal de evacuação já foi emitido, e, em caso de ruptura, tanto a área urbana quanto a rural correm risco de alagamento.

Tomate e batata

As safras de batata em Bom Jesus e de tomate em Caxias do Sul estão próximas do final, mas os danos neste encerramento de safra devem ser grandes, devido aos volumes e à duração das chuvas.

Fonte: Com assessoria Cepea
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CBNA – Cong. Tec.

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