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Suínos Saúde e desempenho produtivo

A influência da microbiota materna e do ambiente na composição da microbiota intestinal de leitões

O estabelecimento precoce da microbiota intestinal, bem como a sua composição, são cruciais para a formação de uma comunidade microbiana robusta e balanceada, que impactará em toda a vida produtiva do suíno.

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Foto: Divulgação/Aleris

Sabe-se que o microbioma desempenha um papel fundamental no metabolismo e na saúde geral do animal, englobando o fornecimento de energia para o hospedeiro, a produção de metabólitos por meio de processos fermentativos e o auxílio na resistência à colonização por microrganismos patogênicos. Portanto, o estabelecimento precoce da microbiota intestinal, bem como a sua composição, são cruciais para a formação de uma comunidade microbiana robusta e balanceada, que impactará em toda a vida produtiva do suíno.

A compreensão dos fatores que influenciam a colonização e a composição da microbiota intestinal de leitões ao nascimento tornou-se objeto de estudo nos últimos anos com o intuito de entender seu dinamismo e seus efeitos e, assim, melhorar a saúde e o desempenho produtivo dos suínos. O estabelecimento da microbiota no intestino caracteriza-se por ser um processo complexo e ativo, em que se parte de um ambiente teoricamente estéril para uma microbiota intestinal altamente diversificada e densa.

A primeira exposição do leitão neonato aos microrganismos acontece no momento do parto; logo, o intestino dos leitões nascidos por via vaginal apresenta uma alta abundância de bactérias dos gêneros Lactobacillus e Prevotella, se assemelhando à microbiota vaginal materna.

Um estudo de larga escala realizado por pesquisadores mostrou que a microbiota dos leitões do dia até o dia três se assemelha mais à microbiota vaginal, do leite e da pele mamária do que a outros grupos de microbiota, enquanto que aos 28 dias de idade, esta mesma microbiota apresenta maior similaridade à microbiota fecal da matriz e do piso gradeado. Neste estudo, a contribuição relativa da microbiota vaginal da fêmea para a microbiota fecal dos leitões passou de 69,0% para 89,3% no 3º dia de lactação, diminuindo gradativamente para 0,28% aos 28 dias. De maneira oposta, a contribuição relativa das fezes da matriz aumentou gradualmente a partir do 5º dia, atingindo o valor de 62,1% no 28º dia. Já para as bactérias do leite da matriz, a contribuição relativa aumentou apenas nos dias 0 (9,4%) e 21 (15,0%).

Fontes bacterianas ambientais

Em relação às fontes bacterianas ambientais, o piso da baia contribuiu com 18,1% das comunidades bacterianas no dia 0, reduzindo rapidamente para 4,0% no dia três e aumentando progressivamente para 34,1% no dia 28, ao passo que o ar e a água não apresentaram contribuição significativa.

Assim, a desinfecção das baias de parto influencia no estabelecimento dos microbiomas intestinal e nasal dos leitões, em que, leitões nascidos em ambientes sem desinfecção apresentaram diferenças na diversidade e composição do microbioma em comparação com aqueles nascidos em um ambiente de parto desinfetado.

De acordo com os dados obtidos por outro estudo, as diferenças na microbiota associadas ao ambiente de parto estão correlacionadas às mudanças no desempenho dos animais. Os leitões nascidos em baias de parto desinfetadas apresentaram pesos médios mais altos ao nascer e ao desmame (P < 0,001), bem como obtiveram um ganho de peso diário superior quando comparados a leitões nascidos em baias não desinfetadas (P < 0,01).

Aditivos

De maneira geral, esses resultados destacam a importância da microbiota das matrizes e do ambiente no desenvolvimento da microbiota intestinal dos leitões do nascimento ao desmame. É importante salientar que a microbiota é dinâmica e se modifica ao longo do período de lactação, devido às mudanças no ambiente intestinal. Desta forma, a utilização de aditivos dietéticos capazes de modular a microbiota, aumentando a sua diversidade e diminuindo a abundância de gêneros potencialmente patogênicos, se torna uma ferramenta poderosa na manutenção da eubiose intestinal com consequente melhora no metabolismo e na saúde dos suínos, otimizando o desempenho produtivo ao longo de toda a vida.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de suinocultura acesse a versão digital de Suínos, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Letícia Moreira dos Santos, Médica veterinária, Analista técnica da Aleris

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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