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Avicultura

A importância dos emulsificantes nas dietas de aves e suínos

Sua principal função é facilitar a mistura de ingredientes com propriedades distintas, como óleo e água, resultando em uma emulsão estável e uma melhor absorção e utilização destes ingredientes no epitélio intestinal dos animais.

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Foto: Shutterstock

Os emulsificantes são aditivos alimentares que têm ganhado destaque na nutrição animal, especialmente em dietas para aves e suínos. Sua principal função é facilitar a mistura de ingredientes com propriedades distintas, como óleo e água, resultando em uma emulsão estável e uma melhor absorção e utilização destes ingredientes no epitélio intestinal dos animais. Esta propriedade é particularmente valiosa na alimentação de aves e suínos, onde a eficiência na absorção de nutrientes é crucial para o desenvolvimento saudável, um bom GPD (ganho de peso diário), uma conversão alimentar mais eficiente e um bom desempenho dos lotes. Na sua utilização, apresentam ainda algumas vantagens importantes como:

Melhoria na absorção de nutrientes

A utilização de emulsificantes nas rações promove uma melhor homogeneização dos ingredientes nas dietas e uma melhor formação dos quilomícrons no intestino dos animais, o que pode melhorar a digestibilidade das gorduras e outros nutrientes essenciais. Isso é de grande importância, pois as gorduras são uma fonte concentrada de energia e sua absorção eficiente resulta em um melhor desempenho zootécnico.

Otimização da formulação de rações

Com a inclusão de emulsificantes, é possível otimizar as formulações das rações, reduzindo a quantidade de óleos e gorduras necessárias. Isso não apenas diminui os custos de produção, mas também contribui para dietas mais balanceadas e com melhor custo, viabilizando cada vez mais economicamente os lotes de animais em produção.

Ingredientes

Os ingredientes mais encontrados nas composições dos emulsificantes para ração de aves e suínos geralmente são:

• Lecitina de soja

Um componente chave, a lecitina de soja é amplamente utilizada na indústria de alimentos e ração animal, incluindo a nutrição de aves e suínos, por ser um emulsificante natural, sendo considerada uma opção segura, versátil e consagrada. No entanto, sua capacidade hidrofílica e lipofílica (HBL) é baixa. Com isso, os fosfolipídeos modificados (Lisolecitinas) têm ganhado mais atenção nas formulações dos emulsificantes por sua maior capacidade de emulsificação devido seu maior valor HBL. Os princípios dessa modificação envolvem a remoção ou transformação de componentes específicos da lecitina, como a fosfatidiletanolamina.

Sua principal funcionalidade após modificação é a produção e manutenção das emulsões, pois a lisolecitina reduz a tensão superficial, o que resulta na formação de gotículas menores e emulsões mais estáveis, desempenhando um papel crucial na produção de rações mais eficientes para aves e suínos, contribuindo para a saúde intestinal, absorção de nutrientes e estabilidade das emulsões. Principalmente quando utilizada em combinação com outros emulsificantes para aprimorar suas propriedades.

• Ácidos graxos

Podem ser saturados ou insaturados, ajudam na formação de emulsões estáveis e são componentes essenciais na composição de emulsificantes para ração de aves e suínos, por desempenhar funções extremamente importantes na fisiologia digestiva dos animais. Por ser uma fonte concentrada de energia para o crescimento, reprodução e manutenção das funções produtivas, aumenta a eficiência da digestão e absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis, melhorando significativamente a saúde intestinal, reduzindo a viscosidade do conteúdo intestinal, promovendo uma melhor disposição dos nutrientes. Dessa forma, mostra-se como uma importante estratégia para otimização de um emulsificante.

• Glicerídeos

Nas formas de monoglicerídeos e diglicerídeos, são derivados de ácidos graxos e ajudam na digestibilidade de gorduras, reduzindo a tensão superficial entre os ingredientes da ração, facilitando a formação das emulsões, melhorando a eficiência de absorção dos nutrientes da ração, contribuindo para um melhor desempenho e eficiência dos lotes.

No quadro 1 podemos observar evidente diferença nos resultados de conversão alimentar, mortalidade e peso final entre dois grupos de frango de corte de mesma idade. Nesse experimento, foram utilizados 10 lotes de frango de corte, que foram divididos em dois grupos de 123.500 aves, e em um dos grupos foi adicionado 300 gramas de um emulsificante a base de lisolecitinas, ácidos graxos e glicerídeos, por tonelada de ração.

Sem dúvidas a utilização de emulsificantes em dietas de aves e suínos desempenha um papel importantíssimo na nutrição desses animais, contribuindo para uma melhor eficiência nutricional, reduzindo significativamente os custos com alimentação dos animais e ajudando de forma sustentável a lucratividade do produtor e o meio ambiente. De forma que a indústria de proteína animal avança anualmente, certamente o uso desse aditivo se torne ainda mais difundido, atendendo às necessidades específicas de diferentes espécies e estágios de crescimento da indústria de proteína animal.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: felipebastos@naturalbrfeed.com.br

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de avicultura acesse a versão digital de avicultura de corte e postura, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Felipe José Feitoza Bastos, médico-veterinário, mestre em Ciência Veterinária e doutor em Biociência Animal

Avicultura

Últimos dias para inscrição com desconto no Simpósio Matrizes da Facta

Valores promocionais estarão disponíveis até 11 de outubro. Evento em Chapecó (SC) abordará sanidade, ambiência e qualidade intestinal das aves.

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Presidente da Facta, Ariel Mendes: "As matrizes desempenham um papel vital na garantia da qualidade dos pintos de um dia" - Foto: Divulgação/Facta

As inscrições para o Simpósio Matrizes, promovido pela Facta, seguem abertas e os interessados têm até o dia 11 de outubro para garantir o desconto do segundo lote. Os valores promocionais variam de R$ 490 para profissionais e R$ 245 para estudantes.

O evento será realizado nos dias 15 e 16 de outubro, em Chapecó (SC) e reunirá especialistas para discutir os principais desafios relacionados à sanidade, ambiência e qualidade intestinal das aves.

De acordo com o presidente da Facta, Ariel Mendes, o simpósio ocorre em um momento estratégico, em que o Brasil busca expandir e consolidar sua presença nos mercados internacionais.

Com a crescente demanda por carne de frango e material genético, é fundamental que os produtores compreendam as exigências desses novos mercados. “As matrizes desempenham um papel vital na garantia da qualidade dos pintos de um dia, refletindo diretamente na eficiência e sustentabilidade da produção avícola”, pontua Mendes.

O evento também servirá como plataforma para a troca de conhecimentos sobre inovações tecnológicas, manejo e estratégias de ambiência que podem impactar positivamente o bem-estar das aves.

Para conferir a programação completa do evento clique aqui. E as inscrições podem ainda ser feitas na página do evento.

Fonte: Assessoria Facta
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Avicultura

Como melhorar a rentabilidade na produção de frangos de corte

É por meio da nutrição, qualidade da ração e da água, técnicas de manejo, ambiência, bem-estar, sanidade, pessoas, ou seja, a junção de todos os fatores aqui já citados, que resultarão na melhoria da rentabilidade da produção.

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Foto: Divulgação/Agroceres Multimix

O Brasil é o maior exportador de carne de frango, ocupando esta importante posição há mais de 20 anos consecutivos, o que faz com que a avicultura brasileira seja referência para o mundo todo. Ser líder, por tantos anos, demonstra a alta eficiência, capacidade e qualidade na produção destas aves. O setor é altamente qualificado tecnicamente, a tecnologia empregada é de última geração, o melhoramento genético tem trazido linhagens com potenciais de desempenho excelentes e a nutrição tem avançado muito para que esta ave demonstre todo este potencial, sem contar a área da saúde, que oferece a proteção necessária por meio de vacinas e sistemas de biosseguridade.

Mesmo com todo este conjunto de medidas para alcançar este sucesso na produção, é possível encontrar oportunidades de melhorias quanto à rentabilidade na produção. Quando pensamos em rentabilidade, temos dois caminhos a seguir: ou melhorar o preço de venda do produto ou melhorar o custo deste produto.

Embora existam ações para melhorar o preço de venda, nosso foco será nos pontos de redução de custo de produção. Por mais organizada e estruturada que seja a agroindústria, diariamente encontramos oportunidades de melhorias nas diversas etapas deste segmento, principalmente relacionadas ao desempenho zootécnico destas aves. Rentabilidade na produção de frangos, está ligada à relação: quantidade de carne produzida versus menor custo possível e há diversos fatores que interferem nisso.

Nutrição

Dentre os diversos fatores que contribuem para o custo de produção, a nutrição é o que, de longe, mais impacta. Neste quesito, chamo a atenção para o básico, que tem passado desapercebido, que é a qualidade e o conhecimento das matérias-primas utilizadas nas produções das rações.

As matérias-primas são responsáveis por mais de 90% do custo de uma fábrica de rações (um custo que já está lá) e há um potencial muito grande a ser explorado no conhecimento profundo de suas matrizes nutricionais. Com isso, os ingredientes poderiam ser mais bem explorados, trazendo uma otimização no seu uso e consequente economia, sem contar na sustentabilidade ambiental, evitando os desperdícios no uso destes ingredientes.

A qualidade destas matérias-primas deve ser um pré-requisito para o setor de suprimentos no momento das negociações com os fornecedores. Sabemos que qualidade de matéria-prima ruim causa injúrias no intestino das aves e, com isso, perda de desempenho.

O trabalho em conjunto entre nutricionista, setor de qualidade e suprimentos torna-se essencial para a busca deste conceito de melhor aproveitamento dessas matérias-primas. Utilizar níveis nutricionais alinhados ao objetivo da empresa é fundamental para alcançar as metas de desempenho e lucratividade. O uso de aditivos tem contribuído muito como ferramenta para auxiliar nestes ganhos, e a correta utilização e validação dos mesmos no sistema de produção é algo a se considerar para evitar o gasto desnecessário e escolher a ferramenta ideal para a realidade encontrada.

Um bom processamento das rações, levando em consideração a adequada granulometria para atender as diferentes fases de vida da ave, é uma ação simples e que impacta muito no desempenho zootécnico.

Quando direcionamos o nosso foco para o desempenho zootécnico, temos muitos pontos a serem observados a campo.

Manejo dos comedouros nas granjas

Quantidade de linhas, abertura e altura dos comedouros, são itens fundamentais a serem observados. A quantidade de linhas adequada para que seja ofertado o alimento é o que dará o suporte para estas aves atingirem o seu potencial genético. A correta abertura dos comedouros, evitando o desperdício da ração, impacta na redução do custo de produção, e a altura correta faz com que as aves tenham acesso a este alimento de forma que comam em pé, reduzindo os problemas de peito e de pernas quando comem prostrados.

Oferta de água

Ainda muito negligenciada, a água é o fator que faz com que as aves se alimentem adequadamente, ou seja, se a ave não bebe, ela não come. A ave consome pelo menos o dobro de água em relação ao consumo de ração e, em situações de estresse térmico, essa proporção passa a ser ainda maior.

Desta forma, oferecer água limpa e fresca é fundamental para a melhoria dos resultados zootécnicos, e diversos manejos podem ser empregados para que isto aconteça. A correta vazão dos bebedouros tipo nipple, regulando a pressão conforme a idade das aves, é de extrema importância para o consumo adequado. Granjas que possuem qualidade de água ruim, produzem piores resultados e consequentemente menos carne/m2.

Ambiência

É um dos maiores problemas enfrentados pela indústria avícola em países de clima tropical como o Brasil. São significativas as perdas zootécnicas e econômicas, decorrentes da severidade climática, perdas essas ocasionadas pelo estresse calórico, relacionadas – principalmente – a altas temperaturas, associadas à alta umidade relativa do ar. Quando falamos sobre os investimentos em ambiência, automaticamente, muitos produtores relacionam o assunto com a necessidade de gastos exorbitantes na propriedade, no entanto, predispor as aves a falta de ambiência é o fator que pode, de fato, resultar ainda mais em prejuízo na granja. Portanto, focar neste assunto não é sinônimo de gastos e sim, é uma ótima oportunidade para reduzir os custos e aumentar o lucro. Um levantamento, realizado com os dados de uma integração durante os anos de 2022, 2023 e primeiro semestre de 2024, evidenciam os benefícios do investimento em ambiência, conforme gráficos.

É possível notar, com clareza, a redução na mortalidade, a melhora no ganho de peso, no índice de eficiência produtiva e na redução da conversão alimentar, quando comparamos os aviários convencionais com os aviários climatizados. Estas variáveis analisadas impactam diretamente na rentabilidade do negócio.

Mesmo com os dados de que a ambiência traz resultados e é uma das áreas da avicultura que mais se destaca em relação a tecnologia, ainda encontramos algumas resistências a campo ligadas aos pontos: construção de galpões novos mal dimensionados; falta de informação sobre o retorno financeiro; dificuldades para fazer as adaptações/instalações de equipamentos de ambiência em estruturas antigas e dúvidas ou preocupações sobre a competência operacional do colaborador, com a utilização de novas tecnologias.

Devido a estes pontos que impedem o aumento da lucratividade no setor, faz-se necessário a busca por profissionais especializados nesta área para o sucesso do retorno ao investimento. O correto investimento está ligado ao bem-estar das aves que, consequentemente, trará melhoras nos índices zootécnicos e maior lucratividade.

Densidade de alojamento

Encontrar a densidade de alojamento ideal é fundamental para otimizar a rentabilidade das granjas de frangos de corte de acordo com cada realidade. A densidade afeta o desempenho das aves, onde densidades mais baixas podem proporcionar maior conforto térmico, e com isso melhores resultados, porém densidades mais altas podem maximizar a produção por área.

No entanto, maiores densidades podem levar ao estresse térmico, afetando sua saúde e desempenho. Neste ponto, é preciso mencionar a importância do investimento em ambiência novamente, visto que, densidades mais altas podem ser mais lucrativas considerando o bem-estar das aves, oferecendo um ambiente climatizado as aves.

Práticas de Biosseguridade

Não há nada mais rentável que ter um plantel livre de doenças e com o sistema imunológico protegido. Para isso, as práticas de biosseguridade que envolvem treinamento de pessoas, controle de trânsito (veículos, pessoas e materiais na granja), intervalo sanitário, correto manejo da cama, vacinações e desinfecções são essenciais.

Gestão de Pessoas

Por último e não menos importante, os profissionais trabalhadores desempenham um papel significativo na rentabilidade da atividade. A avicultura tem dado oportunidades de emprego para muitas pessoas, mas ainda assim, na dificuldade de encontrar pessoas qualificadas e/ ou comprometidas, o investimento na mão de obra tem sido relativamente alto. Desta forma, a gestão eficiente que busca a capacitação, treinamento constante e um ambiente saudável para os trabalhadores, tem melhorado a eficiência operacional e redução de erros, aumentando assim a lucratividade. Trabalhadores motivados e dedicados, estão atentos aos detalhes que afetam o bem-estar, desempenho e saúde das aves, portanto, o gerenciamento destas pessoas faz toda a diferença para o sucesso e saúde da empresa.

Conclusão

Em resumo, a busca é pela otimização no ganho de peso para atender o peso desejado de acordo com a realidade de cada empresa, reduzindo a idade de abate, pois sabemos que conforme a idade da ave avança, pior é a conversão alimentar, o que impacta diretamente na lucratividade. É por meio da nutrição, qualidade da ração e da água, técnicas de manejo, ambiência, bem-estar, sanidade, pessoas, ou seja, a junção de todos os fatores aqui já citados, que resultarão na melhoria da rentabilidade da produção. Muito embora todos os envolvidos saibam disso, vale ressaltar a complexidade e a importância de fazer isso acontecer na prática.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de avicultura acesse a versão digital de avicultura de corte e postura, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Patricia Marchizeli, gerente técnica aves Agroceres Multimix
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Embarques de genética avícola crescem 5,7% em 2024

A receita gerada pelos embarques chegou a US$ 151,3 milhões, saldo 6,7% menor em relação ao ano anterior, com US$ 162,1 milhões.

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Foto: Divulgação/ABPA

As exportações brasileiras de genética avícola – incluindo pintos de 01 dia e ovos férteis – geraram receita 12,2% maior em agosto, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram US$ 17,6 milhões no oitavo mês deste ano, contra US$ 15,7 milhões no ano anterior.

Os embarques em volume de agosto totalizaram 1.492 toneladas, número 7,1% menor que as 1.607 toneladas exportadas em 2023.

No acumulado do ano, as exportações de genética avícola alcançaram 18.283 toneladas, número 5,7% superior ao total do ano anterior, com 17.295 toneladas. A receita gerada pelos embarques chegou a US$ 151,3 milhões, saldo 6,7% menor em relação ao ano anterior, com US$ 162,1 milhões.

Assumindo a dianteira entre os principais importadores, a Venezuela foi destino de 467 toneladas em agosto, número 415% maior em relação ao mesmo período do ano passado, com 91 toneladas. Em seguida estão o México, com 323 toneladas (-61%), Senegal, com 221 toneladas (-22%), Paraguai, com 194 toneladas (+11%) e Arábia Saudita, com 91 toneladas (+1727%). “A Venezuela passa por um momento de impulso em sua produção e tem incrementado suas importações de genética avícola do Brasil. Seu fluxo se soma às altas de importações paraguaias, sul-africanas e peruanas, mantendo o ritmo positivo do setor em agosto”, ressalta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fonte: Assessoria ABPA
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