Bovinos / Grãos / Máquinas
A importância do zinco na nutrição dos bovinos
O mineral tem papel fundamental no transporte de vitamina A, na estrutura de cascos e na manutenção e recuperação da mucosa

Muitas vezes nos deparamos com dúvidas de pecuaristas e até de alguns técnicos sobre a importância e o porquê suplementar microminerais para bovinos, uma vez que, por muitos anos, o fósforo foi classificado como o maior macromineral limitante na nutrição desses animais.
Com a evolução das pesquisas científicas ficou evidente a importância dos microminerais. Por isso, neste texto vamos falar sobre o zinco e a sua importância na nutrição dos animais de produção, tendo como foco os bovinos.
O zinco se encontra deficiente em praticamente todas as forrageiras utilizadas no território brasileiro. Em média, sua concentração está entre 18 mg/kg e 28 mg/kg de matéria seca das forragens, sendo que as exigências estão entre 35 mg/kg e 60 mg/kg, conforme a categoria animal e o estágio de produção. Percebe-se então que as pastagens oferecem em torno de 50% do necessário para uma plena saúde e produção do rebanho.
Para entender a dimensão dessa circunstância, vamos analisar um pouco mais o papel biológico e as funções desse mineral no organismo e nas respostas produtivas.
O zinco está presente em mais de 300 enzimas de organismos vivos. Nas enzimas antioxidantes, por exemplo, atua para reduzir os radicais livres. Além disso, ele favorece a resposta imune, é indispensável na síntese do DNA, protege contra células cancerígenas e formação de células espermáticas e atua na regeneração de células e tecidos, sendo fator importante na cicatrização.
O mineral tem papel fundamental no transporte de vitamina A, na estrutura de cascos e na manutenção e recuperação da mucosa. Ele também está presente em todos os tecidos do organismo, principalmente no cérebro, fígado, músculos, ossos e rins.
No sistema de produção, a deficiência do zinco em qualquer intensidade compromete o crescimento e o ganho de peso, reduz a saúde e aumenta a mortalidade de animais jovens, reduz a resposta vacinal, aumenta a morte embrionária, reduzindo a taxa de parição, favorece a retenção de placenta, aumenta os problemas de cascos, prejudica a qualidade do sêmen e pode alterar a expressão genética, prejudicando o melhoramento zootécnico do rebanho.
Bovinos bem suplementados com zinco são mais tolerantes à fotossensibilização, doença que pode ser causada também por toxinas liberadas por fungos presentes nas pastagens, responsáveis por lesionar o fígado dos animais. Neste caso, o micromineral atua auxiliando no mecanismo de desintoxicação do fígado.
O zinco também estimula a resposta imune, reduz as infecções clinicas e subclinicas no caso de rebanhos leiteiros, e tem reflexo positivo na redução de células somáticas no leite.
Considerando todos esses benefícios, fica evidenciada a importância desse mineral em concentrações adequadas nos suplementos destinados aos rebanhos.
É muito importante verificar se a concentração do zinco e seu consumo indicado atendem às exigências complementares. É aconselhável também verificar as fontes do mineral contida em sua composição básica, já que a fonte via sulfato de zinco é duas vezes mais absorvível que o óxido de zinco.
Em determinadas circunstâncias, combinações de sulfatos com fontes orgânicas podem ser interessantes.
Em rebanhos de cria a deficiência até mesmo moderada de zinco na fase pós diagnóstico de prenhez influencia em aumento de perdas embrionárias.
Fique atento à suplementação dos microminerais. São pelo menos sete ao todo, que podem fazer toda a diferença na produção do rebanho.
Lauriston Bertelli Fernandes é zootecnista e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Premix

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Mato Grosso registra maior exportação de carne bovina de sua história
Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas em novembro. No acumulado de janeiro a novembro, o estado atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mato Grosso encerrou novembro com o maior volume de exportação de carne bovina já registrado pelo estado. Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas no mês, um recorde histórico. No acumulado de janeiro a novembro, o estado também superou todas as marcas anteriores e atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado, que já havia sido o melhor desempenho até então.
Em novembro deste ano, o estado ultrapassou a carne bovina exportada durante 2024, quando foram vendidas 759,3 mil toneladas da proteína bovina. Esse avanço reforça a posição de Mato Grosso como o maior exportador brasileiro de carne bovina e um dos principais fornecedores globais.

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“Esses números mostram, mais uma vez, a força da pecuária mato-grossense no cenário internacional. Não se trata apenas de volume: estamos exportando uma carne cada vez mais competitiva, sustentável e alinhada às exigências dos principais mercados do mundo. O desempenho histórico de novembro comprova que o setor está preparado para crescer com responsabilidade, ampliando acesso a novos destinos e fortalecendo a confiança global na carne produzida em Mato Grosso”, afirma o diretor de Projetos do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento expressivo dos embarques para a China, que segue como principal destino e responde por 54,8% de toda a carne bovina exportada pelo estado em 2025. O país asiático mantém forte demanda por proteína de alta qualidade, o que favorece a competitividade de Mato Grosso.
Além da China, mercados como Rússia e Chile ampliaram suas compras ao longo do ano. O movimento reflete, em parte, o ganho de competitividade da carne mato-grossense, beneficiada pela eficiência produtiva, rastreabilidade crescente e fortalecimento das práticas socioambientais.

“Quando vemos China, Rússia, Chile e outros mercados ampliando suas compras, isso significa que a carne mato-grossense está ganhando competitividade pela qualidade, pela previsibilidade e pela sustentabilidade do sistema produtivo. É um momento que consolida o estado como protagonista global e abre espaço para avançarmos ainda mais em valorização e diferenciação da nossa proteína”, destaca Bruno Andrade.
Além de impulsionar o setor produtivo, o desempenho histórico reforça a importância econômica da pecuária para Mato Grosso. Em 2025, o estado movimentou mais de US$ 3 bilhões com exportações de carnes, contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira e para a geração de renda em toda a cadeia — da pecuária de corte à indústria frigorífica.
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Exportações de carne bovina mantêm ritmo acelerado em 2025
Volume e receita avançam mais de 30% com destaque para China, Estados Unidos e União Europeia, consolidando ano de crescimento histórico para o setor.

As exportações brasileiras de carne bovina registraram novo avanço em novembro, mantendo o ritmo acelerado observado ao longo de 2025. No mês, o Brasil embarcou 356 mil toneladas, crescimento de 36,5% em relação às 261 mil toneladas exportadas em novembro de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em receita, houve aumento de 51,9%, passando de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,87 bilhão. O volume mensal é um dos maiores já contabilizados, com 318 mil toneladas de carne in natura.
A China permaneceu como o principal destino no mês, com 178,8 mil toneladas e US$ 974,6 milhões, mantendo participação superior à metade da receita exportada. Em seguida, destacaram-se a União Europeia, com 15,5 mil toneladas (US$ 131,2 milhões), e a Rússia, que registrou 20,3 mil toneladas e US$ 86,6 milhões. O Chile importou 14,8 mil toneladas (US$ 85,8 milhões), enquanto os Estados Unidos somaram 12,6 mil toneladas (US$ 84,3 milhões), mesmo após as flutuações decorrentes do ambiente tarifário no terceiro trimestre. Também apresentaram resultados relevantes os mercados do México, Filipinas, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Egito.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 3,15 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 18,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (2,66 milhões t). A receita alcançou US$ 16,18 bilhões, alta de 37,5% na comparação anual. O desempenho parcial já supera o total exportado em todo o ano de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bilhões), consolidando 2025 como um dos anos de maior expansão na série.
A China também lidera o acumulado do ano, com 1,52 milhão de toneladas e US$ 8,08 bilhões, representando 48,3% do volume e 49,9% do total faturado. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com 244,5 mil toneladas e US$ 1,46 bilhão, seguidos pela União Europeia, Chile, México, Rússia, Egito, Hong Kong, Filipinas e Arábia Saudita. Diversos mercados ampliaram de forma expressiva suas compras em relação a 2024, com destaque para Indonésia (+579%), Palestina (+66%), Canadá (+96%), Filipinas (+35%), Egito (+56%), México (+105%), China (+43%), Rússia (+306%), Chile (+38%) e União Europeia (+52%).
O desempenho dos embarques para os Estados Unidos ao longo do ano também se manteve positivo, mesmo com oscilações mensais. Entre janeiro e novembro, as exportações para o mercado norte-americano somaram 244,5 mil toneladas, aumento de 109% sobre o mesmo período de 2024 (117 mil t). A receita alcançou US$ 1,464 bilhão, alta de 53,3%. Com isso, o resultado acumulado já se aproxima do total exportado em todo o ano passado (247 mil t; US$ 1,47 bilhão), consolidando a relevância do mercado, mesmo diante de ajustes tarifários transitórios.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os resultados de novembro demonstram a resiliência do setor frente às variações cambiais, oscilações na oferta global e alterações regulatórias observadas em alguns mercados ao longo do ano. A entidade aponta que o crescimento sustentado decorre de fatores estruturais, como produtividade, condições sanitárias reconhecidas internacionalmente, capacidade de atendimento contínuo e diversificação dos destinos.
A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil e atua na defesa, promoção e ampliação do acesso do produto brasileiro aos mercados internacionais.
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Oscar da Pecuária 2025 premia destaques que impulsionam a evolução da raça Nelore no Brasil
Evento da ACNB homenageia empresas, criadores e personalidades que marcaram o ano com inovação, protagonismo e contribuição decisiva para o fortalecimento da pecuária nacional.

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) entregou o “Oscar da Pecuária”, durante a Nelore Fest 2025, realizada no dia 6 de dezembro, em São Paulo. Foram homenageadas empresas parceiras, criadores, profissionais e personalidades que se destacaram ao longo do ano por sua contribuição ao contínuo fortalecimento da raça Nelore.
“A proposta do Oscar da Pecuária é reconhecer pessoas, empresas e iniciativas que, ao longo do ano, elevaram o padrão do Nelore no Brasil. São contribuições marcadas pelo protagonismo. Cada homenageado representa um pilar do avanço concreto da raça Nelore e da pecuária brasileira”, afirma Victor Paula Silva Miranda, presidente da ACNB.
A Matsuda Sementes e Nutrição Animal recebeu o prêmio de “Excelência no Agronegócio”, enquanto o Banco Bradesco foi reconhecido com o prêmio “Compromisso com o Agronegócio”, em reconhecimento à sua atuação no apoio aos produtores e aos investimentos do setor. Na comunicação, o programa Giro do Boi, do Canal Rural, foi homenageado com o prêmio de “Promotor da Raça”, e Paulo Henrique Arantes Horto – presidente da Programa Leilões – recebeu o prêmio de “Incentivador da Raça”.
A cerimônia também destacou o protagonismo feminino na pecuária, com o prêmio “Mulher de Destaque na raça Nelore”, concedido a Eny de Miranda Heringer, Elizete Assad Garetti e Arlinda Cristina Oliveira Cruvinel Borges.
Foram homenageados, ainda, criadores de excelência que fazem parte da história do Nelore e contribuem para a expansão da pecuária no Brasil, com a entrega do prêmio “Contribuição para a Evolução da Raça”. São eles José Luiz Niemeyer dos Santos, Alberto Laborne Valle Mendes, Carlos Viacava e Jonas Barcellos Corrêa Filho.
“Essa premiação simboliza o compromisso permanente da ACNB com a valorização de quem impulsiona a pecuária nacional. A Nelore Fest vai além da celebração de resultados. É um momento de reconhecer trajetórias, parcerias e entregas consistentes que contam, de forma coletiva, a evolução do Nelore no país. Ao homenagear diferentes elos da cadeia produtiva, reforçamos a importância da união e do trabalho contínuo em favor de uma pecuária cada vez mais forte, eficiente e sustentável”, conclui Victor Miranda.



