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A importância do aproveitamento dos dejetos animais para a sociedade

Entrevista com o pesquisador do Instituto Francês de Pesquisa em Agricultura (INRA), doutor Paul Robin, que possui centenas de artigos publicados nas áreas de Ciências Animais e Ambientais e Engenharia de Biossistemas

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Quais são os objetivos do Centro de Pesquisa de Rennes?

 

O Centro de Pesquisa de Rennes está focado em genética e gestão sustentável, biologia animal e sistemas agrícolas sustentáveis, gerenciamento de ecossistemas terrestres e aquáticos, e qualidade de produtos animais, saúde e nutrição.

 

Qual a importância do aproveitamento dos dejetos animais para a sociedade e para o produtor, principalmente na questão ambiental?

 

Os sistemas agrícolas da atualidade desenvolveram-se sem essa preocupação. Agora, como eles são economicamente sensíveis, torna-se difícil modificar toda estrutura de uma agricultura “in-out” em uma agricultura de “reciclagem”.  Até as análises do LCA (Análise do Ciclo de Vida) são baseadas no princípio do “in-out” o que torna mais difícil integrar alguns fatos, como por exemplo: a maior parte da água circula, uma quantidade insignificante é exportada e o retorno do nitrogênio no solo é alto se comparado à captação de nitrogênio por plantas, etc. Entretanto, as pessoas estão ansiosas e as Organizações Não-Governamentais estão lutando para promover novos sistemas agrícolas. 

 

Como estão as pesquisas em relação reaproveitamento dos dejetos e como vem desenvolvendo esse trabalho?

 

A maior parte das pesquisas foca-se na transformação de resíduos em produtos valiosos. Entretanto, há dois anos, nós mostramos que o processamento dos materiais coletados deve determinar a forma da coleta. Além do mais, a viabilidade econômica determina a capacidade para mudar a reciclagem em uma escala regional. Atualmente existe um trabalho crescente para melhor entender o comportamento de matéria orgânica nos solos. Ver Houotet al., 2014 (http://institut.inra.fr/en/Objectives/Informing-public-policy/Scientific-Expert-Reports/All-the-news/Use-of-fertilizing-residual-materials-in-agriculture-and-forestry) e Wassenaar et al., 2015 (http://ur-recyclage-risque.cirad.fr/en/principaux-projets/girovar).

 

Como é essa realidade na França e na Europa?

 

Tratar primeiro, reutilizar às vezes, e limitar as transferências de poluição durante os processos de tratamento (http://eippcb.jrc.ec.europa.eu/reference/irpp.html).

 

Quais os resultados desses estudos para o produtor rural?

 

A prioridade ainda é produzir enquanto o desempenho ambiental não ajuda a melhorar a receita do agricultor.

 

Poderia falar um pouco sobre o desenvolvimento do biogás na França, a história e como funciona em seu país?

 

A pesquisa sobre o biogás foi desenvolvida nos anos 70. Então foi interrompida por causa dos preços baixos da eletricidade e combustíveis. Várias fábricas fecharam motivadas pela falta de desenvolvimento econômico. O interesse surgiu novamente nas últimas décadas, primeiro pelos biodigestores líquidos e agora com biodigestores líquidos e sólidos. A maioria dos estudos mostra que apenas algumas fábricas grandes devem ser construídas enquanto pequenas fábricas (produção de calor sem conversão de eletricidade) poderiam gerar energia renovável para uma série de fazendas.

 

Qual a porcentagem de gases emitidos pela agricultura francesa?

 

Cerca de 20%, mas esta porcentagem deve aumentar nas próximas décadas seguindo a desaceleração no setor industrial, assim como nos setores dos transportes de construção. Se a atual tendência continuar, a agricultura deve ser a principal emissora por volta de 2050.

 

É possível analisar perspectivas para o futuro no quesito do reaproveitamento dos dejetos animais?

 

Com certeza! Por uma simples razão: a massa de material seco em resíduo animal é pequena se comparada à massa de um produto animal. Os fertilizantes contidos nos resíduos animais são inferiores aos fertilizantes necessários para produzir alimentos para animais. Então, a questão seria mais sobre a organização da atividade agrícola para que essa se torne mais eficiente. Pessoalmente, acredito que as técnicas estão disponíveis, mas não são utilizadas por não serem tão rentáveis se comparadas ao lucro gerado pela produção animal. A transformação poderia ser acelerada por meio da oferta de um novo modelo econômico aos agricultores. Deve-se tornar a eficiência realmente rentável (não apenas produção), por exemplo, o salário dos agricultores e trabalhadores rurais deveria dobrar quando eles atingissem o topo dos 5% dos agricultores mais eficientes por quilo de fibras, combustíveis, alimentação ou alimentos produzidos.

 

Como é a relação entre o INRA e o Brasil?

 

Temos colaborado com o pesquisador da Embrapa Aves e Suínos, Paulo Armando Oliveira, desde 1996. Temos uma boa e produtiva relação. Recentemente o Brasil foi um dos principais países envolvidos no projeto Animal Change European. Existem trocas regulares envolvendo pesquisadores da ciência do solo, biodiversidade, produção animal e, no nosso caso, habitação animal e emissões de gases.

 

 

 

*Tradução livre do Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono

Jornalista contratado pelo Projeto: Bruno Saviotti 
 

Fonte: Ass. de Imprensa

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Notícias Após oito anos

UFSM retoma tradicional Simpósio de Sanidade Avícola

Evento será realizado de forma on-line, entre os dias 05 e 07 de junho, permitindo a participação de estudantes e profissionais de diversas regiões do país.

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Foto: Julio Bittencourt

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está em clima de celebração com o retorno do Simpósio de Sanidade Avícola, que volta a acontecer após um hiato de oito anos. Este evento, anteriormente coordenado pela professora doutora Maristela Lovato Flores, teve sua última edição em 2016 e agora ressurge graças aos esforços do Grupo de Estudos em Avicultura e Sanidade Avícola da UFSM (Geasa/UFSM). O Jornal O Presente Rural será parceiro de mídia da edição 2024 do evento.

Sob a nova liderança dos professores doutores Helton Fernandes dos Santos e Paulo Dilkin, o evento chega a 11ª edição e promete manter o alto padrão técnico-científico que sempre marcou suas edições anteriores. “Estamos imensamente satisfeitos e felizes em anunciar o retorno deste evento tão importante para a comunidade avícola”, declararam os coordenadores.

O Simpósio está marcado para os dias 05, 06 e 07 de junho e será realizado de forma on-line, permitindo a participação de estudantes e profissionais de diversas regiões do país. “Com um programa cuidadosamente planejado ao longo dos últimos meses, o evento pretende aprofundar os conhecimentos sobre sanidade avícola, abrangendo temas atuais e pertinentes à Medicina Veterinária, Agronomia e Zootecnia”, evidenciou o presidente do Geasa/UFSM, Matheus Pupp de Araujo Rosa.

Entre as novidades deste ano, destaca-se o caráter beneficente do evento. Em solidariedade às vítimas das recentes enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, 50% do valor arrecadado com as inscrições será doado para ajudar aqueles que foram afetados por essa adversidade.

Os organizadores também garantem a presença de palestrantes de renome, que irão abordar as principais pautas relacionadas à sanidade nos diversos setores da avicultura. “Estamos empenhados em proporcionar um evento de alta qualidade, que contribua significativamente para o desenvolvimento profissional dos participantes”, afirmaram.

Em breve, mais detalhes sobre os palestrantes, temas específicos e informações sobre inscrições serão divulgados. Para acompanhar todas as atualizações, você pode também seguir  o perfil oficial do Geasa/UFSM pelo Instagram. “O Simpósio de Sanidade Avícola é uma excelente oportunidade para a comunidade acadêmica e profissional se reunir, trocar conhecimentos e contribuir para o avanço da avicultura, enquanto também apoia uma causa social de grande relevância”, ressalta Matheus.

Fonte: O Presente Rural
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Notícias

Carne de frango ganha competitividade frente a concorrentes

No caso da carne suína, as cotações iniciaram maio em alta, impulsionadas pela oferta mais “enxuta” e pelo típico aquecimento da procura em começo de mês. Quanto ao mercado de boi, apesar dos valores da arroba seguirem pressionados, as exportações intensas de carne podem ajudar a limitar a disponibilidade interna e, consequentemente, a sustentar os valores da proteína no atacado.

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Foto: Shutterstock

Enquanto a carne de frango registra pequena desvalorização em maio, frente ao mês anterior, as concorrentes apresentam altas nos preços – todas negociadas no atacado da Grande São Paulo.

Como resultado, pesquisas do Cepea mostram que a competitividade da proteína avícola tem crescido frente às concorrentes.

Para o frango, pesquisadores do Cepea explicam que a pressão sobre os valores vem da baixa demanda em grande parte da primeira quinzena de maio (com exceção da semana do Dia das Mães), o que levou agentes atacadistas a baixarem os preços no intuito de evitar aumento de estoques.

No caso da carne suína, levantamento do Cepea aponta que as cotações iniciaram maio alta, impulsionadas pela oferta mais “enxuta” e pelo típico aquecimento da procura em começo de mês.

Quanto ao mercado de boi, apesar dos valores da arroba seguirem pressionados na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, as exportações intensas de carne podem ajudar a limitar a disponibilidade interna e, consequentemente, a sustentar os valores da proteína no atacado.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Notícias Em apoio ao Rio Grande do Sul

Adapar aceita que agroindústrias gaúchas comercializem no Paraná

Medida é válida para agroindústrias do Rio Grande do Sul com selo de inspeção municipal ou estadual e tem validade de 90 dias. A Adapar enviou uma declaração expressa ao Ministério alinhada a essa autorização, e vai disponibilizar no site oficial uma lista dos estabelecimentos aptos a vender esses produtos.

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Foto: Mauricio Tonetto/Secom RS

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) vai aceitar que agroindústrias gaúchas com selo de inspeção municipal ou estadual vendam seus produtos em território paranaense.

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou na última quarta-feira (15) a Portaria Nº 1.114, permitindo temporariamente a comercialização interestadual de produtos de origem animal do Rio Grande do Sul, em caráter excepcional.

A Adapar enviou uma declaração expressa ao Ministério alinhada a essa autorização, e vai disponibilizar no site oficial uma lista dos estabelecimentos aptos a vender esses produtos, garantindo a segurança e a qualidade alimentar para os consumidores.

A decisão atende a uma solicitação da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL) pela flexibilização das regulamentações vigentes, com o objetivo de garantir a continuidade da venda dos produtos de origem animal produzidos em território gaúcho, tendo em vista o impacto das enchentes para os produtores rurais.

O assunto foi debatido em uma reunião online realizada na terça-feira (14) entre os órgãos e entidades de defesa agropecuária do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e o Mapa.

“Essa medida representará um alívio significativo para as pequenas empresas, com o escoamento de produtos que poderão ser revendidos nos estabelecimentos distribuídos por diversos estados brasileiros”, explica o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins. As autorizações dispostas na Portaria do Ministério são válidas pelo prazo de 90 dias.

Para a gerente de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Adapar, Mariza Koloda, a iniciativa representa um importante passo na busca por soluções ágeis e eficazes para enfrentar os desafios impostos pelo cenário de crise no Rio Grande do Sul.

“A cooperação entre os órgãos de defesa agropecuária e o Ministério demonstra o compromisso em atender às necessidades dos produtores e consumidores, ao mesmo tempo em que se mantém a integridade e segurança dos alimentos comercializados em todo o País”, diz.

Segundo a AGL, a grande maioria das agroindústrias familiares depende de feiras, restaurantes, empórios, hotéis, vendas digitais para consumidor direto ou de compras institucionais pelo Poder Público. O impacto das chuvas prejudicou a comercialização das agroindústrias em todas as regiões, com produtores que perderam animais, lavouras e instalações.

Fonte: AEN-PR
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