Suínos
A importância da poderosa suinocultura brasileira em números

O Brasil é o quarto maior produtor e quarto maior exportador de carne suína do mundo. Seus dois principais modelos de produção, verticalizado ou independente, são responsáveis por produzir cerca de 4,7 milhões de toneladas de carne suína em 2021. No mesmo ano, toda a cadeia produtiva, da fazenda ao consumidor, movimentou US$ 58,8 bilhões (R$ 5/US$ 1), de acordo com mapeamento da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) de 2016 com as correções sobre crescimento da produção e inflação (IPCA) até 2021. Mais de 1,2 milhão de pessoas vivem diretamente da suinocultura no Brasil.
De acordo com a ABCS, a movimentação de insumos para a produção de suínos, como rações, medicamentos, vacinas e aditivos alimentares, equipamentos, veículos, entre outros, foi de US$ 5,52 bilhões, crescimento de aproximadamente 95% em relação a 2016, quando esse setor da suinocultura brasileira movimentou US$ 2,82 bilhões.
Em seis anos a movimentação financeira nas granjas praticamente dobrou, de US$ 3,24 bilhões no ano de 2016 para US$ 6,34 bilhões no ano passado. A movimentação de recursos da indústria até o consumidor final foi de mais de US$ 46 bilhões, frente a US$ 23,5 bilhões em 2016. Em 2021, os agentes facilitadores da suinocultura movimentaram pouco mais de US$ 700 milhões.
A suinocultura é uma grande provedora de impostos para o governo federal, governos estaduais e governos municipais. Ao todo, em 2021, foram RUS$ 6,9 bilhões de impostos agregados arrecadados pela a indústria produtora de carne suína no país.
Nos últimos seis anos o número de pessoas ligadas à suinocultura também aumentou, passando de 126 mil empregos diretos em 2016 para 156 mil empregos diretos em 2021. Os empregos indiretos passaram de 923 mil para 1,14 milhão, de acordo com a ABCS.
Qual o tamanho da produção?
O Brasil é o quarto maior produtor de carne suína do mundo, com 4,70 milhões de toneladas produzidas em 2021 atrás da China (48,85 milhões de toneladas), União Europeia, composta por 27 países (23,68 milhões de toneladas) e Estados Unidos (12,56 milhões de toneladas). Em quinto lugar aparece a Rússia, com 3,70 milhões de toneladas produzidas em 2021.
Ao todo, o mundo produziu quase 109 milhões de toneladas de carne suína em 2021, aumento expressivo em relação a 2020, quando foram produzidas 95,75 milhões de toneladas, muito por conta da Peste Suína Africana que derrubou a produção da China em quase 12 milhões de toneladas em 2020 (imagem 1). As informações são do Relatório Anual da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABCS).
Nos últimos 11 anos o Brasil aumentou mais de 45% seu volume produzido de carne suína. Foram 3,23 milhões de toneladas em 2011 contra 4,70 milhões no ano passado. Confira na imagem 2 a evolução da produção de carne suína no Brasil.
Mais produtividade com menos porcas
O emprego de alta tecnologia, melhores práticas de bem-estar, nutrição de precisão, genética avançada e manejo profissional fizeram com que o Brasil produzisse mais carne com menos matrizes alojadas na última década. Em 2011, eram 2,41 milhões de matrizes para produzir 3,23 milhões de toneladas. Hoje são 2,01 milhão de matrizes para produzir 4,70 milhões de toneladas. Na imagem 3 veja a evolução no número de matrizes alojadas nas granjas do Brasil.
Valor da produção
O Valor Bruto da Produção (VBP) da suinocultura, que significa apenas a movimentação financeira dentro das granjas, aumentou significativamente em 11 anos, de US$ 4,3 bilhões em 2010 para US$ 6,28 bilhões no ano passado.
O setor, no entanto, teve uma pequena queda em relação a 2020, quando o Valor Bruto da Produção da suinocultura chegou a US$ 6,51 bilhões (imagem 4).
Onde fica a produção
Os três Estados da região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), respondem juntos por mais de 70% dos abates de suínos do Brasil. Em primeiro lugar aparece Santa Catarina, estado brasileiro que há 15 anos é considerado livre de febre aftosa sem vacinação.
Em 2021 o Estado foi responsável por 31,56% dos abates, seguido de Rio Grande do Sul (20,72%) e Paraná (19,20%). Na sequência aparecem Minas Gerais, com 9,70% dos abates, Mato Grosso (6,27%), Mato Grosso do Sul (5,50%), Goiás (3,64%) e São Paulo (3,22%).
Vale destacar que as plantas frigoríficas estão próximas às granjas, que ficam distantes de grandes cidades e regiões metropolitanas. Além disso, ficam próximas às produções de grãos, como milho e soja, e distantes do bioma amazônico. Confira em detalhes na imagem 5 onde é feito o abate de suínos no Brasil.
Consumo interno e exportações
O brasileiro é um fã de carne. De acordo com a ABCS, em 2020 a média de consumo de cada brasileiro foi de aproximadamente 27 quilos de carne bovina, 47 quilos de frango e 16 quilos de carne suína, além de aproximadamente 9 quilos de peixes per capta. É considerado um dos maiores consumidores de carnes do planeta.
O consumo de carne suína tem aumentado nos últimos anos, especialmente a part6ir do ano de 2018, quando rompeu a barreira dos 15 quilos. De toda a carne suína produzida no Brasil, mais de 75% alimenta o mercado interno.
O restante, aproximadamente 25%, é exportado para aproximadamente 85 países. Confira o destino da produção brasileira de carne suína em 2021 (imagem 6) e a evolução do consumo per capta no mercado interno (imagem 7).
Exportações aumentam
A partir de 2015 as exportações brasileiras de carne suína aumentaram significativamente. Nos últimos seis anos o volume de embarques mais que dobrou, passando de 555 mil toneladas em 2015 para 1,14 milhão de toneladas em 2021.
A receita com as vendas externas também mais que dobrou nesse período, de US$ 1,28 bilhão em 2015 para US$ 2,64 bilhões no ano passado. Confira na imagem 8 a evolução das exportações brasileiras de carne suína em receita e volume.
Principais exportadores e destinos
Santa Catarina é absoluta quando o assunto é exportação de carne suína. O estado é responsável por 51,63% dos embarques. Em segundo aparece o Rio Grande do Sul (26,72% de participação nas exportações, Paraná, com 13,99%, Mato Grosso (2,49%) e Minas Gerais (2,03%). Outros estados somam 3,14% das exportações de carne suína. Confira detalhes na imagem 9.
O principal destino das exportações brasileiras de carne suína é a Ásia, sobretudo a China e Hong Kong. O continente foi responsável por mais de 75% das exportações brasileiras, seguido da América (15,46%), África (5,70%), Oriente Médio (2,48%), Europa (1,13%) e Oceania (0,02%). Confira na imagem 10.
Na imagem 11 conheça os 15 maiores importadores de carne suína do Brasil em 2021.
Custo de produção
O preço das commodities elevado nos últimos anos fez disparar os custos de produção dos suínos no Brasil.
No ano de 2021, a alimentação foi responsável por mais de 80% dos custos totais para produzir suínos nas granjas brasileiras. Confira na imagem 12 a composição dos custos de produção no Brasil em 2021.
Resumo estatístico
O Brasil é um grande produtor, consumidor e exportador de carne suína, sendo considerado player fundamental para a produção mundial dessa proteína. Confira na imagem 13 um resumo do setor de produção de carne suína no Brasil.

Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.
Colunistas
Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.
O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock
Reposicionar para crescer
Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.
Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.
O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.
Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.
Digital: o novo campo do agro
As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels
compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.
Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.
Promoções e estratégias de varejo
Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.
Marketing como elo da cadeia produtiva
A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.
















