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Suínos Sabor e nutrição

A importância da palatabilidade nas dietas de suínos

Paladar e o olfato são mecanismos essenciais para a identificação de alimentos, desempenhando papeis cruciais na nutrição dos suínos.

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Fotos: Shutterstock

Fotos: Divulgação/American Nutrients

Artigo escrito por Daiane Carvalho, médica-veterinária e doutora em Sanidade Avícola no setor de P&D American Nutrients; Michele Fangmeier, química industrial e mestre em Biotecnologia no setor de P&D American Nutrients; Luana Specht, bióloga, mestre em Biotecnologia no setor de P&D American Nutrients

O paladar e o olfato são mecanismos essenciais para a identificação de alimentos, desempenhando papeis cruciais na nutrição dos suínos. O sistema gustativo avalia o valor nutricional dos alimentos por meio das papilas gustativas, que são aglomerados de células sensoriais localizadas na língua como demonstrado na Figura 1.

A palatabilidade é, portanto, um fator determinante na aceitação dos alimentos. Compreender as preferências sensoriais dos suínos em relação aos alimentos não apenas melhora a aceitação, mas também promove o bem-estar animal, maximizando a ingestão e atendendo às necessidades nutricionais.

O conhecimento da complexidade do sistema gustativo dos suínos, o qual é altamente desenvolvido e capaz de detectar uma variedade de sabores, é fundamental na formulação de dietas que atendam às exigências nutricionais e contribuam para melhor desempenho zootécnico.

Figura 1

Estrutura do sistema gustativo em suínos

Os suínos possuem aproximadamente 15.000 papilas gustativas, um número consideravelmente maior do que humanos (6.974) e aves (316). Esta característica contribui para uma sensibilidade gustativa superior, permitindo que os suínos percebam sabores como doce, salgado, amargo, azedo e umami de forma mais intensa.

A diversidade de papilas gustativas proporciona uma percepção aguçada de sabores, especialmente do sabor umami e dos sabores doces. Essa sensibilidade pode ser explorada para aumentar a palatabilidade das rações. A inclusão de ingredientes como proteína de soro de leite, farinhas proteicas, açúcares ou adoçantes artificiais pode resultar em um aumento significativo no consumo do alimento.

A presença de receptores responsáveis pelo sabor umami incentiva a ingestão voluntária e desempenha um papel crucial na aceitação e no consumo de alimentos, especialmente em leitões. Em situações de gaps nutricionais, como a fase neonatal e o desmame, esses receptores são ativados em maior quantidade, intensificando a busca por dietas ricas em proteínas. Durante esses momentos, a ativação dos sensores umami pode levar a um aumento significativo na ingestão de leite ou ração. Assim, a inclusão de fontes proteicas altamente palatáveis nas fases iniciais da vida dos suínos não só favorece um maior consumo de alimento, mas também contribui para uma taxa de crescimento mais acelerada.

Os aminoácidos, em particular, desempenham um papel crucial na nutrição dos suínos, não apenas como blocos de construção das proteínas, mas também como moléculas que podem influenciar o sabor e a palatabilidade dos alimentos. A percepção dos suínos em relação a diferentes aminoácidos pode afetar diretamente suas preferências alimentares. Para entender melhor como os suínos percebem diferentes aminoácidos e a importância dessa percepção na formulação de dietas, apresentamos na Tabela 1 uma comparação quanto a percepção gustativa de L-aminoácidos entre suínos e humanos, destacando a resposta predominante:

Efeitos dos palatabilizantes e o impacto no bem-estar animal

A inclusão de aromatizantes e palatabilizantes nas dietas de suínos é uma prática comum para potencializar a aceitação dos alimentos. Esses aditivos podem mascarar sabores indesejáveis e aumentar a palatabilidade, levando a um maior consumo e, consequentemente, a um melhor desempenho produtivo e maior bem-estar animal.

Assim como nas aves, os suínos podem restringir o consumo de alimentos com sabores muito intensos ou desagradáveis. Estudos indicam que a percepção de sabores amargos pode levar os suínos a evitar certos alimentos, funcionando como um mecanismo de defesa natural contra substâncias potencialmente tóxicas.

Preferência pela água

A água desempenha um papel vital nos sistemas de produção na suinocultura. Estudos já demonstraram que o suíno possui preferência por água com um leve sabor doce. Desta forma, ao utilizarmos ferramentas nutricionais que promovam a palatabilização da água, ocorre um aumento da ingestão hídrica, consequentemente com maior estímulo ao consumo de ração, promovendo maior performance produtiva.

Considerações finais

A compreensão da palatabilidade e da percepção gustativa em suínos é essencial para otimizar as dietas e melhorar o desempenho produtivo. O desenvolvimento de rações que considerem as preferências gustativas dos suínos pode levar a um aumento na ingestão alimentar e, consequentemente, a melhores resultados zootécnicos.

As referências bibliográficas estão com as autoras. Contato: marketing@amaricannutrients.com.br.

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Fonte: O Presente Rural com Daiane Carvalho, Michele Fangmeier e Luana Specht

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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