Conectado com

Avicultura Nutrição

A importância da microbiota e integridade intestinal frente aos desafios

Adição de aditivos dietéticos na alimentação melhora a resposta de defesa frente aos desafios

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Liliana Borges e Melina Bonato, P&D, ICC Brazil

Para que o intestino apresente uma boa funcionalidade, além da integridade intestinal, é necessária uma microbiota em equilíbrio, que é formada por microrganismos não patogênicos e de fundamental importância para o metabolismo e absorção de nutrientes e outros compostos consumidos pelos animais. Uma microbiota saudável apresenta alta diversidade de gêneros microbianos em perfeito equilíbrio, permitindo um aumento da capacidade metabólica do intestino.

A microbiota benéfica auxilia a digestão e absorção dos nutrientes, produz vitaminas que são utilizadas pelo hospedeiro e diminui, por competição exclusiva e/ou liberação de substâncias, a proliferação de agentes patogênicos. Esta microbiota nativa produz ácidos graxos de cadeia curta e ácido lático. Esses ácidos orgânicos diminuem o pH da excreta, favorecendo a inibição das bactérias patogênicas e estimulando a proliferação dos enterócitos. Com isso pode ocorrer uma melhoria nas estruturas e integridade das células, aumentando a capacidade de absorção dos nutrientes e consequente melhora no desempenho. Já as bactérias patogênicas causam inflamação na mucosa intestinal, geram metabólitos tóxicos, e propiciam o aparecimento de enfermidades, como é o caso da Salmonella, E. coli, Clostridium, Staphylococcus, Pseudomonas.

A dinâmica populacional do microbiota intestinal pode ser alterada de acordo com a idade, nutrição, estresse, doenças infecciosas bacterianas, higiene e pela exposição a antimicrobianos.

Quando ocorre disbiose, ou seja, desequilíbrio da microbiota com aumento das bactérias patogênicas, pode ocorrer uma redução da absorção dos nutrientes, aumento da espessura da mucosa e velocidade de passagem da digesta, além de aumentar a produção de aminas biogênicas (cadaverina, histamina, putrescina etc), amônia e gases que são altamente prejudiciais à integridade da mucosa e saúde intestinal.

A microbiota intestinal dos animais tem ainda um importante papel na regulação da resposta do sistema imune, pois, além de modular vários processos fisiológicos, nutrição, metabolismo e exclusão de patógenos, pode alterar a fisiopatologia de doenças conferindo resistência ou promover infecções parasitárias entéricas. As bactérias naturais do intestino atuam como adjuvantes moleculares que fornecem imunoestimulação indireta ajudando o organismo a se defender contra infecções.

Diversos aditivos tem a capacidade de modular positivamente ou negativamente a funcionalidade intestinal e, em consequência, influenciar a saúde e desempenho animal. Alguns atuam como moduladores da microbiota, do sistema imunológico e da integridade intestinal, sendo chamados compostos nutracêuticos, que incluem prebióticos, probióticos, ácidos orgânicos, simbióticos, enzimas exógenas, ácidos graxos poli-insaturados e fitobióticos. Dentre eles estaca-se a levedura que através de seus compostos altera a constituição da microbiota por diversos mecanismos, modula a resposta imune, a produção de enzimas, vitaminas e outros metabólitos que afetam as bactérias intestinais quando usados como prebióticos.

A Parede celular de levedura Saccharomyces cerevisiae, oriunda do processo de fermentação da cana-de-açúcar para produção de etanol, contém em torno de 35% de β-glucanas (1,3 e 1,6), e 20% de mananoligossacarídeos (MOS). As β-glucanas são reconhecidas pelas células fagocíticas, estimulando-as a produzir citocinas que iniciarão uma reação em cadeia para induzir uma imunomodulação e melhorar a capacidade de resposta do sistema imunológico inato. Já o MOS, possui uma capacidade de aglutinação de patógenos que possuem fímbrias, tais como diversas cepas de Salmonella e Escherichia coli.

Um recente estudo em que frangos de corte foram alimentados com dietas suplementadas com Parede celular de levedura (0,5 kg/ton) e infectados aos dois dias de idade com Salmonella Enteritidis [SE] (via oral na dosagem de 108 UFC/ave), mostrou alterações na microbiota e histopatologia do íleo e ceco. Os tratamentos utilizados no estudo foram: controle (sem aditivos e sem desafio); desafio com Salmonella (108 UFC/ave); Parede celular de levedura 0,5 kg/ton (sem desafio) e desafio com Salmonella suplementado com Parede celular de levedura 0,5 kg/ton.

Os resultados mostraram uma forte influência da Parede celular de levedura sobre a população microbiana dos frangos, tais como os gêneros Subdoligranulum e Lactobacillus, e filos Proteobacteria e Tenericutes, assim como o desafio influenciou no gênero Ruminococcus.

Gêneros marcantes aos 14 e 21 dias de idade:

Ruminococccus torques: Possui uma função mucolítica e é de especial interesse, pois está correlacionado com melhor produtividade em frangos. Sua presença foi menor no grupo desafiado com Salmonella do que no grupo controle. Embora não tenha sido avaliado, é interessante observar que o desafio pode ter afetado produtividade através da microbiota, e que o tratamento preveniu esta alteração.

Subdoligranulum: Neste gênero foi detectada a expressão de butirato quinase, uma enzima envolvida no último passo de uma das quatro potenciais vias de produção de butirato. O butirato é um ácido graxo de cadeia curta e desempenha um papel importante na fisiologia intestinal, servindo como fonte de energia para as células epiteliais do ceco e íleo, além de controlar bactérias patogênicas ao alterar o pH interno dos patógenos. A partir dessas características descritas, assume-se um papel positivo à bactéria Subdoligranulum, mas esse agente foi associado com pior conversão alimentar em aves. Assim sendo, a redução deste gênero pode ter sido um efeito positivo do tratamento, pois os resultados mostraram que ambos os tratamentos com Parede celular de levedura reduziram a quantidade dessas bactérias.

Lactobacillus: Produz ácidos graxos de cadeia curta e produz bacteriocinas que impedem o crescimento de patógenos. Seus efeitos benéficos na saúde intestinal do hospedeiro já foram bem relatados, incluindo-se melhores respostas vacinais de anticorpos, melhor defesa contra Salmonella e maior produtividade (ganho de peso e eficiência alimentar). Sabe-se que MOS e nucleotídeos de leveduras induzem o aumento de bactérias reconhecidamente benéficas, como Lactobacillus. Confirmando a literatura, aos 14 dias ambos os tratamentos com Parede celular de levedura aumentaram a proliferação de Lactobacillus.

Filos aos 21 dias de idade

Proteobacteria: O tratamento com Parede celular de levedura reduziu a quantidade deste filo em relação ao grupo controle.

Tenericutes: Ambos os tratamentos com Parede celular de levedura aumentaram a proliferação do filo Tenericutes aos 21 dias. Esse achado inédito pode ser de grande relevância visto que o gênero Tenericutes aparece em maior proporção no intestino de aves com melhor taxa de conversão alimentar.

A alteração benéfica encontradas na microbiota como o aumento de Lactobacillus e Tenericutes pode responder pelas melhoras encontradas em outros sistemas. Essas bactérias podem potencializar as respostas imunes e melhorar a integridade intestinal. No mesmo estudo foram avaliadas a área média da lâmina própria, células inflamatórias em lâmina própria e células caliciformes do íleo e ceco que permitem avaliar o tipo de resposta celular predominante frente ao agente patogênico.

A Parede celular de levedura melhorou a condição do intestino desafiado com SE, como podemos observar pela área da lâmina própria, onde se encontram grande parte das células imunes. A quantidade de células inflamatórias (ILP) foi reduzida com a suplementação de Parede celular de levedura (Desafio vs. Desafio + Parede celular de levedura; Controle vs. Parede celular de levedura).

As células caliciformes constituem uma das primeiras barreiras de defesa inespecífica do intestino e de acordo com os resultados verificamos que Parede celular de levedura proporcionou maior produção nos animais desafiados.

A suplementação de Parede celular de levedura reduziu a quantidade de células inflamatórias (ILP) (Desafio vs. Desafio + Parede celular de levedura; Controle vs. Parede celular de levedura). Verificamos ainda que a Parede celular de levedura proporcionou maior produção de células caliciformes nos animais desafiados.

Os efeitos das leveduras sobre a microbiota não induzem sempre as mesmas alterações descritas, indicando que há variações importantes na condução dos testes, ambientes e produtos. Desta forma, esse efeito benéfico pode ser uma característica importante da Parede celular de levedura.

Um correto programa de medidas incluindo nutrição balanceada, vacinação, redução dos fatores de estresse, boas práticas de manejo e bem-estar animal pode diminuir consideravelmente a incidência de imunossupressão. A adição de aditivos dietéticos na alimentação, que atuam na modulação da microbiota e integridade intestinal, melhora a resposta de defesa frente aos desafios.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços

Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.

O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.

Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.

Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.

De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
Continue Lendo

Avicultura

Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.

Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
Continue Lendo

Avicultura

Avicultura do Paraná sofre com desequilíbrio entre custos e remuneração

Levantamento do Sistema Faep mostra que, mesmo com a liderança nacional em abates, a maioria dos produtores opera abaixo dos custos, acumulando prejuízos e enfrentando dificuldades para manter e modernizar os aviários.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

O Paraná é uma superpotência nacional na produção de frangos de corte. Os números falam por si: o Estado responde por um terço dos abates do país, produzindo quase 2,3 bilhões de cabeças em 2024, movimentando cifras da ordem de R$ 31 bilhões. Toda essa pujança do setor, no entanto, não tem chegado aos produtores rurais. As receitas dos avicultores mal cobrem os custos diretos, o que representa um risco para a atividade em médio e longo prazos.

Confira todas as planilhas do levantamento de custos de produção da avicultura

É o que aponta o levantamento de custos de produção elaborado pelo Sistema Faep. O estudo é elaborado seguindo a metodologia própria e embasado por dados fornecidos por avicultores de todas as regiões do Estado. Os produtores foram ouvidos em painéis realizados em cada uma das 14 Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs) do Paraná, abrangendo os polos produtivos do Estado. Os resultados representam as médias por tamanhos de modais e classificação do frango, pesado ou griller, conforme o cenário das integrações.

Segundo os técnicos Caroline da Costa e Fábio Mezzadri, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep, os dados “revelam um cenário preocupante para a sustentabilidade da atividade”. Segundo o relatório, em praticamente todas as integrações, ALERTA as receitas obtidas pelos avicultores com a entrega das aves e com a venda de cama de aviário cobriram apenas os custos variáveis – ou seja, os desembolsos para produzir o lote de frangos.

O levantamento revelou que os produtores rurais ficaram no vermelho no que diz respeito ao custo fixo (que leva em conta as depreciações de máquinas, equipamentos e instalações) e o custo total (que se consolida como um índice de longo prazo para a atividade). Isso implica em saldos negativos anuais para cada produtor, que variam entre R$ 89 mil e R$ 217 mil, o que compromete a depreciação de instalações e a capacidade de investimento. “Ano após ano, as condições dos produtores estão se complicando, com a atividade ficando mais no vermelho”, diz o presidente da Comissão Técnica de Avicultura do Sistema Faep, Diener Santana. “Os reajustes que os produtores estão recebendo não acompanham os custos de produção, que têm aumentado acima. Isso agrava o vermelho”, acrescenta.

Ainda, o DTE do Sistema Faep estabelece uma comparação com os resultados de 2024. Segundo os técnicos, ao longo de um ano, houve um aumento nos custos variáveis, que oscilou entre 5% e 15%, conforme a região. O que mais pesou foram os valores da mão de obra, dos custos de manutenção e da energia elétrica. “Esses fatores [de aumento] são influenciados pela inflação, demandas regulatórias e exigências de bem-estar animal”, destaca Caroline, do DTE. “Esta realidade ameaça a viabilidade da cadeia produtiva paranaense, um dos pilares do agronegócio brasileiro, com potencial impacto em empregos rurais, suprimento de insumos e exportações”, complementa Mezzadri.

O presidente da CT de Avicultura ressalta uma distinção dentro da atividade. Os aviários mais novos, em regra, recebem adicionais. Os galpões mais antigos, no entanto, não ganham qualquer complementação. “Os modais novos têm incentivo para que o produtor se viabilize. Os mais antigos não têm. É só a remuneração seca”, aponta Santana.

Há oito anos na atividade, o avicultor Luís Guilherme Geraldo mantém quatro galpões, alojando 160 mil aves, em Jaguapitã, no Norte do Paraná. Além dele, o pai e dois colaboradores atuam diretamente na produção de frangos de corte, na propriedade. “Realmente, a avicultura está em bom momento, principalmente no mercado de exposições. Mas o lucro fica todo na integração”, ressalta.

Ao longo do ano, por meio de negociações na Cadec, os produtores conseguiram reajustes de 7,5%, que minimizaram os prejuízos acumulados em anos anteriores. Geraldo pretende ampliar a produção para diluir os custos, mas sabe dos riscos implicados na operação. “Apesar dos cenários econômico e político desafiadores, o produtor continua investindo. Esperamos que a avicultura siga em alta. O frango brasileiro é bem-visto no mercado internacional por nossas boas práticas sanitárias. Continuamos realizando diversos estudos para auxiliar nossos produtores rurais”, afirma o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. “Nosso papel é dar esse suporte aos avicultores nas negociações de preços e custos junto às empresas integradoras em reuniões das Cadecs”, complementa.

Empresas cobram investimentos de produtores, mas remuneração é insuficiente

Um agravante à condição dos avicultores integrados envolve as exigências das empresas em relação a investimentos constantes nos aviários. Segundo os produtores rurais ouvidos pela reportagem do Boletim Informativo, as integradoras têm demandado atualizações constantes nos aviários, principalmente no que diz respeito a automação dos galpões e a aspectos sanitários. O valor pago aos produtores, no entanto, inviabiliza tais investimentos, pressionando cada vez mais os avicultores. “Há uma pressão enorme por investimentos e melhorias nos aviários justamente para proporcionar lucros à integradora e manter a excelência do padrão sanitário na criação das aves”, diz o produtor Maurício Gonçalves Pereira. “Temos que investir somas significativas para manter a ótima qualidade dos frangos, o que proporciona um primor sanitário e a conquista do produto em países que bem remuneram a carne de frango, mas não somos remunerados na mesma medida”, acrescenta.

Os aviários na propriedade de Pereira têm 11 anos, em São Tomé, município vizinho a Cianorte, Noroeste do Paraná. Apesar de ter feito inúmeras melhorias, ainda há uma série de investimentos que precisa ser feita. “Em um dos fornos, preciso substituir o sistema de aquecimento e nos outros é necessária a substituição das cortinas para a melhoria na circulação. Fora isso, constantes são os gastos com a manutenção da estrutura dos aviários”, aponta o avicultor. “Dada a necessidade incessante de investimentos, esta manutenção tem sido um problema sério para o produtor, visto que a remuneração não tem sido suficiente para que façamos todos os desembolsos necessários e exigidos pela integradora”, aponta.

Avicultor há 12 anos, Pereira mantém dois aviários com capacidade global de alojar 65 mil aves. Ele detalha que a renda dos produtores está diretamente relacionada à questão estrutural e às exigências das integradoras. Ele está prestes a fazer novos investimentos. “Preciso investir mais no aumento da capacidade de geração de energia fotovoltaica, já que a produção atual está sendo insuficiente. O valor da energia elétrica oscila e isto impacta diretamente no custo de produção”, diz.

Outro produtor, Eliandro Vegian Carneiro, também aponta que as instalações são determinantes para a equalização da atividade. Ele administra uma propriedade localizada em Éneas Marques, no Sudoeste do Paraná, em que mantém um aviário com capacidade para alojar 27 mil aves. Ele avalia os riscos que os elevados custos e necessidades constantes de investimentos implicam ao setor. “Tem que buscar por tecnologia e formas de reduzir os custos entre os lotes para poder se manter na atividade. É ‘bruto’ investir aproximadamente R$ 1,5 milhão em um barracão e saber que terá essa dívida por longos dez anos ou mais”, aponta Carneiro. “Em aviários mais novos, com mais tecnologia ou onde se tem mais de um aviário, consegue equilibrar, mas os custos de manutenção subiram muito”, diz.

De acordo com Luiz Guilherme Geraldo, quem tem estrutura mais defasada passa a ser pressionado a modernizar os galpões, mesmo que a remuneração não permita novos investimentos. “Os donos de aviários mais novos recebem um incentivo para estar sempre melhorando os galpões. Mas quando se trata de um aviário mais antigo, o produtor é cobrado a investir um dinheiro que não tem. Só se fizer essa modernização é que vai receber algum incentivo”, afirma. “Desejamos a melhoria das condições de remuneração para que possamos nos manter vivos e ativos na produção”, diz Pereira. “O próximo ano é uma incógnita. Com os juros altos em ano de eleição, não vejo uma melhora a curto prazo”, conclui Carneiro.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.