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Suínos

A granja paz e amor

Para trabalhar na granja de Ivacir Cerutti, de Toledo, PR, é preciso ser bem educado com os animais

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Se engana quem acredita que educação e respeito são virtudes que devem ser empregadas somente na relação entre humanos. Para o produtor rural Ivacir Cerutti, de Toledo, PR, esse é o tipo de atitude que não pode faltar dentro das granjas de suínos da família, no interior de Toledo. “Aqui não pode falar alto, não pode ficar falando palavrão, nada disso”, dispara o produtor, que justifica: “é para o bem-estar dos animais”. E parece que funciona: “32 desmamados/fêmea/ano”, garante Cerutti.

O zelo pelo bem-estar dos suínos impressiona. O silêncio na maternidade no interior de Toledo é incomum. Por vezes não se escuta um barulho sequer. De fora, a impressão é que a granja está vazia. Dentro, os animais mamam, passeiam, dormem, tudo na mais absoluta calmaria. A limpeza é outro ponto que impressiona. Ambiente limpo, suínos rosados, com a garantia de que não fez o preparo especial para a foto. “Aqui é sempre assim”. Quando questionado sobre o ambiente limpo e silencioso, Cerutti ri e diz que “tem que ser assim”. “Se o animal está gritando, está estressado, ele não está bem”, aposta o produtor, que cria 450 fêmeas em ciclo completo e comercializa cerca de mil animais terminados por mês.

De acordo com ele, os funcionários sabem bem o papel que fazem na propriedade. “Aqui não pode falar alto, não pode ficar falando palavrão, nada disso. “Um bom ambiente de trabalho ajuda as pessoas, mas ajuda até os bichos”, assinala o produtor. De acordo com ele, formas de manejo adequadas são usadas na propriedade. “Se o suíno não quer ir para o lado, a gente pode usar um pano para direcionar. A gente tem que usar o cérebro, não tentar enfrentar um animal de 150 quilos”, exemplifica. Ao todo, oito pessoas estão diretamente envolvidas na atividade suinícola da propriedade.

O Tempo Ensina

A família produz suínos desde os anos 1980 no município que mais produz essa proteína no Estado. São cinco irmãos, quatro deles dedicados à agricultura, e Ivacir, que gerencia a produção suinícola. Nesses anos, conta, foram adaptando maneiras de produzir à medida que a atividade ganhava mais importância na propriedade. “Nos anos 80 começamos com 30 porcas, mas a criação era feita daquele jeitão. Em 1992, ampliamos para cem matrizes, sempre com ciclo completo. No ano de 2000, já eram 400 fêmeas. Isso foi até 2001, quando ainda éramos integrados da Sadia”, conta.

A independência na produção veio com o desafio que a família teimou em não aderir no início dos anos 2000. “Entre 2001 e 2002 a gente percebeu que o ciclo completo (na integração) iria acabar. A Sadia passou a querer só o leitão. Foi então que ampliamos galpões de engorda e passamos a 450 matrizes, com ciclo completo, de forma independente, e mantemos isso até hoje”, menciona Cerutti.

Nutrição

A propriedade conta com maternidade, crechário e terminação. A nutrição é levada a sério pelo produtor. Na creche, ela é distribuída por equipamentos automáticos, reduzindo custos e evitando erros de manejo. Na terminação, o arraçoamento ainda é manual, mas isso, de acordo coo o produtor, se “corrige” com dedicação na hora do trabalho. Praticamente toda a ração vem da propriedade. Temos 140 alqueires, onde é plantado milho para a dieta dos suínos. Isso nos garante entre 85 e 90% do milho que precisamos. Também temos silo, moega e a fábrica de ração”, enumera.

A comercialização é feita para compradores da região, que garantem segurança na hora do pagamento. “O atravessador é uma segurança para nós, produtores independentes”, comenta o paranaense. De acordo com ele, os suínos saem da granja com peso entre 100 e 110 quilos, após 150 a 160 dias na propriedade. São em torno de mil animais por mês.

Milho, o balizador

Para produtores independentes, gerenciar o custo de produção é praticamente a diferença entre o sucesso e o fracasso do negócio suinícola. Cerutti explica que o empreendimento, sem o apoio de cooperativas, é mais arriscado, mas mais rentável. “O ano de 2016 (quando o preço do milho disparou) foi horrível para nós. Mas em 2017 conseguimos ganhar dinheiro”, assume.

O produtor questiona o modelo de integração, que, em sua opinião, acaba pagando sempre os mesmos preços aos integrados. “Os integrados sempre ganham praticamente a mesma coisa. Acho estranho isso, pois a energia fica mais cara, o salário do funcionário sobe”, analisa. “No entanto, se não fossemos uma empresa familiar, com logística adequada, seria mais difícil sobreviver na atividade”, avalia Cerutti.

Ele explica que o cenário para o próximo ano deve ser bom para o suinocultor, mas o sucesso do milho safrinha é que vai determinar se esse cenário promissor se confirma ou não. “Eu espero um 2018 bom, afinal a gente tem que ser otimista, temos que entrar no novo ano animados. É difícil prever, mas acho que vai ser bom. Tudo vai depender do milho. Se tiver uma boa safrinha, vai ser ótimo, se a safra for ruim, muda o cenário”, destaca.

Paz e Amor

Na granja paz e amor do produtor do Paraná, até as palavras são medidas para não afetar a produção. Das flores cuidadosamente plantadas no entorno das granjas até os cuidados com o vocabulário, medidas simples ajudam a fazer de Toledo não somente o polo produtivo dessa proteína em todo o Estado, mas referência para produtores de todo o Brasil.

Mais informações você encontra na edição do Anuário do Agronegócio Paranaense de janeiro/fevereiro de 2018.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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