Notícias Cooperativismo
A força da cooperação no combate a Covid-19 no Paraná
26º Dia Internacional das Cooperativas da ONU


José Roberto Ricken – Presidente do Sistema Ocepar
Todo primeiro sábado do mês de julho comemoramos o Dia Internacional do Cooperativismo, desta vez, neste sábado (04/07). Nosso movimento está presente em 150 países ao redor do mundo, com 3 milhões de cooperativas, 1,2 bilhão de cooperados e 280 milhões de colaboradores. No Brasil, os dados mais recentes do Sistema OCB revelam que o país soma 6.828 cooperativas, aproximadamente 15 milhões de cooperados e 425.318 colaboradores. E, no Paraná, temos atualmente 220 cooperativas registradas no Sistema Ocepar, 2,1 milhões de cooperados, empregando diretamente mais de 107 mil trabalhadores.
As cooperativas existem para viabilizar economicamente os negócios de um grupo de pessoas. Foi assim que esse modelo começou, em 1844, na Inglaterra, quando alguns tecelões se uniram e criaram a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, com 28 associados, em Rochdale, que, em 1852, deu origem à Cooperativa de Rochdale, considerada historicamente a primeira cooperativa formal no mundo.
E, dessa forma, o cooperativismo vem evoluindo em sua trajetória, contribuindo para gerar riqueza, empregos e prosperidade nas regiões em que atua. Mas, além do aspecto econômico, as cooperativas pautam a sua atuação em princípios e valores que as distinguem de outros segmentos. E um deles, muito importante e que está cada vez mais em evidência, especialmente nesse momento difícil de pandemia que vivemos, é o nosso sétimo princípio: o interesse pela comunidade.
Para nós, as pessoas estão no centro de nossas preocupações. E cooperar é algo que já faz parte do nosso DNA, seja para impulsionar nossas atividades comerciais, seja para nos ajudar para que todos possamos crescer juntos, também como seres humanos.
Quem imaginaria, no início deste ano, que estaríamos vivenciando tempos tão adversos como os atuais? O novo coronavírus modificou completamente nossa rotina. Estamos tendo que nos reinventar a cada dia. E o que tem nos proporcionado um grande alento é justamente a cooperação, a empatia demonstrada por pessoas e empresas, que estão dispendendo suas energias para amenizar o impacto da pandemia.
Não poderíamos deixar de externar nosso mais profundo sentimento a todas as famílias que perderam seus entes queridos neste momento tão difícil. O país soma 1.502.424 diagnósticos confirmados e 62.045 mortes por Covid-19. Mas com fé, união, trabalho e muita cooperação vamos superar este difícil momento.
Nós acreditamos que, com atitudes simples, movemos e transformamos o mundo. Esse é o lema do Dia C – Dia de Cooperar, uma iniciativa do cooperativismo brasileiro de responsabilidade social e de estímulo ao voluntariado e ao bem comum. E neste sábado, no Dia do Cooperativismo, também estaremos celebrando o Dia C. Para nós, é um momento muito especial para dar visibilidade a todas as atividades que executamos em benefício da comunidade e que fazem parte da nossa rotina porque, para nós, todo dia é dia de cooperar. E, desta vez, o nosso Dia C também tem como foco o combate ao novo coronavírus e o isolamento social não nos impediu de continuar contribuindo com a sociedade naquilo que ela necessita.
Nossas cooperativas, que sempre praticaram a cooperação, também se uniram, por meio do movimento nacional do Dia de Cooperar, à mais esta causa e se mobilizaram para fabricar e distribuir máscaras e álcool em gel, repassar recursos para a aquisição de equipamentos hospitalares, arrecadar doações para entidades beneficentes e famílias mais carentes, entre tantas outras ações. Ao todo, o sistema cooperativista paranaense já disponibilizou no combate à Covid-19 cerca de R$ 7 milhões em doações, por intermédio de 174 cooperativas de sete ramos, com 511 inciativas, 768.442 beneficiados, reunindo 36.202 voluntários.
Esse aspecto social do cooperativismo tem sido relevante nesse momento e acreditamos que a força do movimento também será imprescindível na retomada da economia, seja em âmbito estadual e nacional.
Gostaria de lembrar também que a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e a Organização das Nações Unidas (ONU) definiram para este ano o tema “As cooperativas e a ação contra as mudanças climáticas” para marcar a passagem do 98º Dia Internacional do Cooperativismo da ACI e do 26º Dia Internacional das Cooperativas celebrado pela ONU. Desde 2016, os temas escolhidos fazem referência aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Este ano, o ODS selecionado foi o 13, Ação Contra a Mudança Global do Clima. Dessa forma, a ACI convida as cooperativas do mundo todo a continuar promovendo ações para combater as mudanças climáticas, para preservar os ecossistemas, tão vitais para os seres humanos e para o planeta.
O Dia C também é vinculado aos ODS. Isso demonstra, mais uma vez, a nossa conexão com a promoção do bem comum. Vamos sempre nos empenhar para tornar nosso mundo melhor e mais fraterno. Assim é o cooperativismo que, ao longo de sua história, vem se consolidando cada vez mais como uma opção equilibrada de progresso econômico, social e sustentável.
Aproveito para convidar todos para comemorar o Dia Internacional e o Dia de Cooperar. O Sistema Ocepar preparou uma programação especial, com eventos virtuais, que serão transmitidos neste sábado, das 13h às 15h, e a longo da semana que vem, a partir das 14h, por meio da TV Paraná Cooperativo. Vamos celebrar juntos essas importantes datas.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



