Conectado com

Bovinos / Grãos / Máquinas Dos escritórios para o estábulo

A fascinante trajetória da marqueteira que hoje produz 14 mil litros de leite por dia

Conforme a gestora de negócios da fazenda Bacelar Agroleite, Fernanda Krieger Bacelar, “O agronegócio evoluiu muito nos últimos e as mulheres chegaram para ficar, para estar à frente dos negócios, primando por uma gestão com muita firmeza, foco, consistência e atenção aos detalhes”.

Publicado em

em

Gestora de negócios da fazenda Bacelar Agroleite, Fernanda Krieger Bacelar - Fotos: Gabi Maistrovicz

Em um mundo que está em transformação o tempo todo, é preciso coragem e uma certa dose de ousadia para ajustar a trajetória e seguir por novos caminhos. Características essas que não faltam a Fernanda Krieger Bacelar, que, após construir uma sólida carreira na área de Marketing e Comunicação, decidiu migrar para o campo e dedicar-se à pecuária leiteira em Arapoti, cidade situada na região dos Campos Gerais, no Paraná.

Ela conta que a decisão de fazer a transição para um setor até então desconhecido foi tomada quando se tornou mãe, ganhando apoio da família, especialmente do seu pai. “Quando meu filho Lucas nasceu percebi que conciliar a maternidade com uma carreira que me exigia bastante e morando em uma cidade como Curitiba era um desafio constante. Nesta mesma época meus avós faleceram. Eles tinham uma propriedade de mil hectares em Arapoti, que até então eram arrendados para agricultura. Meu pai assumiu a gestão agrícola da fazenda e sugeriu que eu montasse uma leiteria, porque a propriedade fica em um dos grandes polos leiteiros do Brasil, com o argumento de que desta forma estaríamos investindo no patrimônio da família”, relata Fernanda.

Fascinada com a ideia, mesmo sem conhecimento prévio do setor, a publicitária aceitou o desafio e assim nascia a fazenda Bacelar Agroleite. “Começamos a elaborar o projeto, a visitar outras propriedades leiteiras e a realizar prospecções financeiras para viabilizar a construção de uma leiteria capaz de abrigar 400 animais em lactação. Iniciamos o empreendimento com 80 vacas prenhas, que gradualmente foram incorporadas à produção de leite à medida que iam parindo. No início, a quantidade de leite produzida era modesta, mas ao longo do tempo dobramos a produção, até atingir, após sete anos, a marca de 400 animais em lactação e uma produção diária de 14 mil litros de leite”, conta Fernanda, orgulhosa.

Atualmente, a propriedade tem um rebanho de 850 animais, composto por 483 vacas e 367 novilhas. Há seis anos, a Bacelar Agroleite tem sido reconhecida como uma das melhores leiterias em termos de qualidade do leite no Paraná, distinção concedida pela Associação Paranaense de Raça Holandesa e pela Capal Cooperativa Agroindustrial. “Essa premiação é resultado do nosso compromisso em produzir leite de alta qualidade, respeitando os mais elevados padrões sanitários e de bem-estar animal”, ressalta a gestora de negócios.

Desafios da transição

A transição não foi fácil. Fernanda teve desafios desde a busca de conhecimento sobre a criação de gado leiteiro até a adaptação das instalações e do manejo dos animais. No entanto, sua dedicação, perseverança e vontade de aprender foram essenciais para seguir adiante. “Começar uma atividade do zero, sem nenhum conhecimento prévio, experiência anterior ou repertório foi complicado, porque é muito difícil tomar decisões com base em algo que você ainda não vivenciou, especialmente considerando o fato de que comecei com poucos animais em lactação”, pontua.

Com um número pequeno de gado leiteiro, Fernanda conta que a preocupação inicial era garantir a liquidez do negócio, uma vez que havia feito um grande investimento em infraestrutura, o que gerou um ativo fixo imobilizado considerável. “A liquidez dependia do volume de leite produzido, mas para alcançar esse equilíbrio financeiro, para conseguir o payback do meu negócio precisaria ter 400 animais em lactação e 10 anos de operação em um crescimento linear”, relembra a produtora, que conseguiu atingir essa marca em pouco mais de seis anos de trabalho.

Durante esse período, Fernanda adotou várias táticas e estratégias para melhorar a liquidez e superar os desafios diários na atividade. Ela adquiriu animais jovens para aumentar o número de vacas em lactação e assim duplicar sua capacidade de produção de leite. Além disso, diversificou seu negócio, aproveitando as opções disponíveis na fazenda, como a venda de feno e palha de trigo, a fim de aumentar sua rentabilidade. “Os desafios de administrar uma fazenda são complexos, porque você precisa entender um pouco de tudo, desde gestão pessoas, saúde animal, agronomia para poder fazer a gestão das safras e as vacas tenham comida, de processos operacionais, porque a fazenda é uma fábrica a céu aberto rodando sete dias por semana, 24 horas por dia, então todos os processos operacionais precisam estar muito bem alinhados para garantir que tudo ocorra bem”, salienta.

E o fato de ser uma mulher à frente de um negócio no setor agropecuário trouxe à tona desafios estruturais e culturais, que Fernanda teve que enfrentar no dia a dia com fornecedores, outros produtores e funcionários. Para desmistificar os estereótipos e a desconfiança inicial, Fernanda teve que trabalhar arduamente para obter resultados tangíveis e assim conquistar sua posição no mercado.

Por sua vez, Fernanda ressalta que o fato de ter vindo da publicidade favoreceu para que ingressasse na atividade com uma mentalidade aberta, voltada aos processos operacionais e com uma abordagem empresarial, adotando a criação de departamentos específicos e estabelecendo as funções de cada um dos funcionários, o que contribuiu para a eficiência e o profissionalismo na gestão do negócio.

Fernanda destaca ainda que sua relação com o leite é B2B. Como cooperada da Capal, sua produção leiteira é vendida por meio dessa cooperativa. “Não tenho uma marca para meu leite, mas tenho uma marca para o meu negócio, que é a Bacelar Agroleite, a qual representa nossa busca constante pela qualidade, eficiência, gestão e preservação do patrimônio familiar”, enfatiza, acrescentando: “Meu objetivo é me tornar cada vez mais eficiente, para que meu negócio seja cada vez mais lucrativo, para que eu possa trabalhar com o bem-estar dos animais e focar na qualidade de vida dos meus funcionários. Quando alcançar isso minha empresa vai se tornar completa e eu uma gestora muito satisfeita com o meu negócio. Por isso que eu, no momento, não tenho interesse em produzir uma marca própria”.

Em busca de conhecimento

Para adquirir o conhecimento necessário para gerenciar a produção de leite, Fernanda utilizou uma combinação de recursos e estratégias. Inicialmente, ela reconhece que começar do zero em um negócio tão complexo como a produção de leite demandou muita resiliência, mas, por outro lado, trouxe benefícios, pois teve a liberdade de trilhar seu próprio caminho e construir o negócio com base em suas próprias crenças.

Sua experiência anterior em gestão de empresas e os 15 anos de atuação em Marketing e Comunicação proporcionaram a ela uma perspectiva diferenciada, focando sua atenção em processos operacionais e na eficiência produtiva do rebanho, o que contribuiu para a rápida profissionalização do negócio.

Além disso, Fernanda ressalta a importância do contato e apoio de outros produtores no início de sua jornada. “Essa troca de informações e experiências foi muito valiosa, pois recebi dicas e pude esclarecer dúvidas sobre o dia a dia na atividade. A Capal, cooperativa em que sou associada, também desempenhou um papel fundamental, fornecendo suporte técnico especializado em áreas como alimentação, manejo de safras, sanidade e qualidade do leite. Atrelado a isso, a nossa propriedade está localizada em uma região reconhecida por sua alta tecnologia e excelência nos indicadores de qualidade do leite, o que serviu como referência e inspiração para elevar os padrões do meu negócio”, enfatiza.

Para complementar seu conhecimento, Fernanda também participou de diversos cursos voltados para a produção leiteira, os quais forneceram a base necessária para que pudesse gerenciar e tomar decisões mais embasadas no dia a dia de seu negócio.

Gestora de negócio

Desde o início, Fernanda diz que tinha plena consciência de que seria uma gestora do negócio e para isso precisaria ter profissionais qualificados e parceiros para atuar na atividade. “Antes mesmo de começar o negócio, fechei uma parceria com o médico-veterinário Nilton Vieira para nos ajudar na adequação do projeto e seleção dos animais. Ele segue até hoje na fazenda nos ajudando na parte sanitária, clínica e cirúrgica dos animais”, menciona.

Além disso, Fernanda reconhece a importância de contar com bons funcionários, que estejam comprometidos com o cuidado diário dos animais. A fazenda atualmente emprega 16 funcionários, sendo parte deles responsável pelo manejo dos animais e outra parte dedicada às atividades de ordenha, alimentação, manejo das camas e dos processos operacionais, que abrangem desde a manutenção dos equipamentos até a gestão de pessoas, compras, estoque e demais tarefas inerentes à rotina da fazenda.

Tirando o projeto do papel 

Para dar início à criação de gado leiteiro, a família Bacelar realizou um investimento inicial por meio de um financiamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para a construção de dois barracões free stall, cada um com capacidade para abrigar 200 animais, além da instalação de uma sala de ordenha de porte médio, com 12 postos, e um bezerreiro. Posteriormente, buscaram novos financiamentos para viabilizar a construção de uma área destinada ao pré-parto, bem como espaços específicos para vacas secas e novilhas. “Essas expansões foram essenciais para o crescimento e aprimoramento de nossas instalações, proporcionando condições adequadas de manejo e bem-estar animal em todas as fases de desenvolvimento do rebanho”, frisa a gestora da fazenda.

Referência em qualidade

A produtora de leite destaca que sua busca constante é pela qualidade, colocando o bem-estar animal e a excelência do leite como seus principais focos. Para Fernanda, produzir alimentos é uma grande responsabilidade, especialmente quando se trata de um alimento nobre como o leite. Desde o início da Bacelar Agroleite, ela direcionou seus esforços para produzir leite com a máxima qualidade, o que se reflete nos índices de contagem de células somáticas (CCS), bactérias mesófilas (CTB) e ausência de resíduos de antibióticos ou outros contaminantes, certificada com as melhores médias anuais nestes indicadores. “Recebemos bonificação no preço do leite pela qualidade do produto entregue quando atingimos todos esses indicadores.

Desde que comecei o meu negócio sempre peguei a bonificação máxima em qualidade do leite”, exalta, complementando: “Todas as premiações do Paraná referentes a qualidade do leite ganhamos desde o começo do nosso negócio, que vai fazer sete anos, ou seja, há seis anos ganhamos como o melhor leite de qualidade na região de atuação da Capal e a nível de Paraná somos reconhecidos pela Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa”, enaltece.

Na propriedade da família Bacelar, o bem-estar animal e o conforto são as principais prioridades, a fim de garantir uma boa produção em harmonia com a saúde e o conforto dos animais. “Nosso objetivo é proporcionar um ambiente confortável para eles. Nossos barracões foram projetados com muito cuidado, oferecendo um alto nível de conforto. As camas são limpas, repostas e higienizadas duas vezes ao dia. O trato é fornecido duas vezes ao dia, garantindo uma alimentação adequada. Na linha de cocho, as vacas recebem aspersão de água oito vezes por dia, proporcionando resfriamento e ajudando a reduzir a temperatura corporal para que se sintam mais confortáveis”, expõe Fernanda.

Durante o processo de ordenha, as vacas são conduzidas por um percurso curto e nenhum animal é submetido a qualquer forma de agressão. Na sala de espera, também é fornecido aspersão de água para evitar qualquer estresse térmico antes de entrar na ordenha. “Nosso principal objetivo é garantir o bem-estar de todos os animais, desde os bezerros até as vacas em lactação, por meio de cuidados e tratamentos exemplares”, frisa Fernanda.

Em 2017, a fazenda Bacelar Agroleite produzia 2,9 mil litros de leite diariamente no tanque, e até o final de 2022, alcançou a marca de 14 mil litros. “Essa evolução foi bastante rápida, acompanhada do crescimento da produção e do plantel ao longo dos anos”, pondera a produtora rural, ampliando: “E o que me traz muito orgulho também é de talvez servir de inspiração para futuras gerações de mulheres. Não tem nada mais poderoso do que uma mulher estar onde ela deseja estar. O agronegócio evoluiu muito nos últimos e as mulheres chegaram para ficar, para estar à frente dos negócios, primando por uma gestão com muita firmeza, foco, consistência e atenção aos detalhes”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

 

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

Publicado em

em

Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

Publicado em

em

Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.