Conectado com

Avicultura

A extensão rural: desafios e oportunidades

É uma função que existe há muito tempo, que migrou da denominação “assistência técnica” para extensão rural, pensando na propriedade como um todo e não mais em algo específico.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal

A extensão rural é uma atividade destinada a fornecer conhecimento aos produtores rurais, baseados nas expectativas de uma empresa. Nada mais é que um meio, uma ferramenta utilizada para agilizar o processo de adesão do produtor a determinada tecnologia ou procedimento.

É uma função que existe há muito tempo, que migrou da denominação “assistência técnica” para extensão rural, pensando na propriedade como um todo e não mais em algo específico. Nesses cargos, existem as mais variadas profissões, desde técnico agrícola, zootecnista, engenheiro agrônomo e médico veterinário. É, sem dúvida, a porta de entrada para qualquer profissional que deseja fazer carreira em agroindústrias. E, diga-se de passagem, existem muitas oportunidades nessa área.

Com certeza esses profissionais são contratados pela sua formação e conhecimento técnico, mas é preciso lembrar que só permanecem nas empresas devido às duas habilidades interpessoais, também chamada como Soft Skills, em outras palavras: comportamento. 87% das demissões são causadas por problemas comportamentais, e isso está cada vez mais presente nas empresas.

A dificuldade de comunicação, de aceitar opiniões diferentes e a chamada síndrome do “sabe tudo” faz com que o desempenho no trabalho seja prejudicado. E não somente esse tipo de comportamento. Os profissionais ansiosos demais e principalmente aqueles que demonstram insegurança também não são os mais propícios a fazer carreira. Participei de alguns processos seletivos onde nitidamente o concorrente demonstrava insatisfação em viver e morar na cidade. Como esperar que esse profissional faça carreira se ele não gosta da cidade? Esses pontos são muito observados pelos recrutadores e líderes na escolha de profissionais para determinados cargos.

Mas, voltando às características do extensionista, ele precisa atuar com um olhar diferenciado dentro da propriedade, precisa ser a “ponte” entre a empresa e o produtor e ajudá-lo na tomada de decisão. Só irá conseguir isso se utilizar todo seu potencial da forma certa. Precisa ter atenção, buscar conhecimento constante (não só aquele fornecido pela empresa), empatia e uma boa pitada de humor.

As habilidades que esses profissionais precisam vão além disso. Eu costumo dizer que o extensionista é uma mistura de várias profissões. Quem é que nunca precisou ser um pouco psicólogo, meteorologista e claro, vidente. Brincadeiras à parte, o extensionista precisa saber ensinar um adulto, um processo muito mais complexo do que aparenta. O adulto tem a sua opinião formada, possui um passado com experiências que podem ter sido positivas ou negativas e isso acarretará na decisão que ele irá tomar.

Também é importante levar em consideração quem é a pessoa que irá tomar a decisão. Não adianta convencer o seu João a mudar de tecnologia se quem paga as contas é a dona Maria, precursora da propriedade e dona do dinheiro. Se o extensionista não tiver essa habilidade, irá desperdiçar tempo em alguém que não é o tomador de decisão. Mas sim, esse poderá ser seu aliado no convencimento. Entendem a complexidade do processo? É isso que o extensionista precisa para poder atuar da forma mais assertiva.

Nesses anos de experiência, já trabalhei com profissionais com mais de 30 anos de extensão e também com aqueles recém formados, jovens e ambiciosos da famosa e temida geração Z. Essa geração, nascida entre 1995 e 2010, está entrando no mercado de trabalho agora e traz consigo uma vivência muito forte na era tecnológica e isso influencia, inclusive na sua forma de pensar, socializar e lidar com frustrações.

Nesse aspecto, vemos os novos extensionistas querendo voar o mais rápido possível e isso faz com que tenhamos um número muito grande de turn over na área agropecuária, principalmente nos fomentos. Eles não estão errados! É preciso ajustar a forma de pensar da liderança para que possam se adaptar a essas mentes inquietas e tirar proveito da situação.

É preciso fornecer uma expectativa concreta de realização profissional, ajustar a visão de futuro e valorizar a permanência desses profissionais na área. Vejo com bons olhos a categorização da extensão como ferramenta de promoção. O profissional que atua há um certo tempo e traz resultados para empresa precisa ser valorizado. Caso contrário, logo irá querer mudar de cargo ou até mesmo de empresa.

Esses jovens profissionais precisam de metas, mudanças, cobranças e principalmente se sentirem valorizados. Da mesma forma que utilizamos essas ferramentas na extensão, precisamos utilizá-las com os extensionistas.

Cabe à nós, “macacos velhos”, fomentar a importância desses profissionais para o setor agropecuário para voltarmos a termos profissionais com mais de 10, 15 anos de extensão rural atuando e trazendo resultados às empresas.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na Nutrição e Saúde Animal clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Gabriela T. K. Bittencourt, médica-veterinária, mestre em Sanidade e Produção Animal Diretora da Gasco , professora do PPGVET, facilitadora em extensão rural

Avicultura

Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
Continue Lendo

Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

Publicado em

em

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.