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VOZ DO COOP

Luiz Vicente Suzin Opinião

A contribuição das cooperativas em 2021

Dentre todas as formas de associativismo, o cooperativismo tem sido a experiência mais bem sucedida em termos de organização vitoriosa em atuação social ou econômica

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Artigo escrito pelo presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) Luiz Vicente Suzin

O advento das vacinas contra a covid-19 representa uma esperança, mas é indiscutível que as condições gerais que tornaram 2020 um ano difícil e singular – provavelmente um dos mais dramáticos da história da humanidade – persistirão em boa parte de 2021. A ciência, a medicina e a tecnologia continuarão instrumentos essenciais para o enfrentamento da pandemia e a eficiência na organização social será a chave para a superação.

Dentre todas as formas de associativismo, o cooperativismo tem sido a experiência mais bem sucedida em termos de organização vitoriosa em atuação social ou econômica. As cooperativas terão, novamente, alto grau de protagonismo em 2021, articulando a força de trabalho, os insumos e a produção – como fizeram no ano passado.

É notoriamente indispensável a contribuição das cooperativas para o normal funcionamento da sociedade. As cooperativas do ramo agropecuário, por exemplo, trabalharam incessantemente para abastecer o país com os alimentos essenciais – leite, carnes, grãos, cereais, frutas, hortigranjeiros etc. – atuando como fiadoras da segurança alimentar. Mitigaram, assim, o nível de incerteza e ansiedade provocada pela crise sanitária, evitando a escassez de alimentos e o consequente caos que se instalaria nas famílias e nas comunidades.

Na mesma linha atuaram todos os ramos do cooperativismo. As cooperativas de trabalho médico mantiveram hospitais, ambulatórios, clínicas e centros de saúde especializados em plena atividade, atendendo milhares de pacientes e, assim, aliviando a pressão sobre o sistema público de saúde. As cooperativas de transporte garantiram a circulação das riquezas que o País produziu, a entrega de insumos, mercadorias e produtos para todos os setores da atividade humana, oxigenando o funcionamento da economia brasileira.

As cooperativas de crédito ofertaram condições para que milhões de famílias e milhares de micro e pequenas empresas se mantivessem em funcionamento, preservando empregos e mantendo o dinamismo microeconômico.

Da mesma forma, no cumprimento de seus objetivos estatutários, as sociedades cooperativas dos demais ramos (consumo, infraestrutura, trabalho, produção de bens e serviços) estabeleceram condições de viabilidade para que as engrenagens da sociedade – fundamentadas no trabalho e na produção – permanecessem viáveis e operantes.

A experiência desse associativismo operativo – que assimilou os princípios do cooperativismo e os implementou na prática – é vivido por quase 3 milhões de catarinenses. Sua importância, sua capacidade de produzir resultados e de interferir na sociedade foram abundantemente comprovadas nos fatídicos meses da pandemia.

Cooperação e empatia foram os conceitos mais evidentes em 2020 porque resguardar o maior capital de qualquer organização – o humano – nunca foi tão necessário. Por isso, reinventar alternativas seguras para manter as atividades econômicas e adotar novos hábitos de autocuidado conquistaram patamar de prioridade na vida profissional e pessoal. O cuidado individual se tornou zelo coletivo com a crise sanitária.

Desde o início da crise sanitária no Brasil o posicionamento das cooperativas catarinenses foi claro pela preservação da vida dos catarinenses e pela continuidade das atividades econômicas com todas as medidas de segurança orientadas pelas organizações de saúde. O sistema cooperativista catarinense adotou medidas de extremo cuidado para preservar a riqueza humana. Essa conduta será reiterada em 2021.

Fonte: Assessoria

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Cooperativas e o fomento à tecnologia

Será cada vez mais frequente o uso da inteligência artificial, do big data, das impressões 3D, da internet das coisas, do blockchain, da automação parcial, da identificação e controle por radiofrequência, da realidade aumentada e da visão computacional nas cadeias produtivas.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Todas as atividades do multifacetado universo do agro resultam da interação de três fatores: gente, terra e tecnologia. O sucesso no campo é produto, em grande parcela, da ciência aplicada. Os resultados obtidos em melhoria da sanidade e no aumento da produtividade, da produção e da qualidade nas áreas da agricultura, da pecuária, da piscicultura, da silvicultura e do extrativismo, entre outros, são em grande parte devidos ao emprego de tecnologia.

A educação e a transmissão de conhecimentos deixaram de ser prerrogativas exclusivas das universidades. Nas últimas décadas, todas as organizações humanas passaram a cumprir papéis educacionais, buscando uma formação cidadã e profissional. Dentre essas organizações se destacam as cooperativas agropecuárias que, com o apoio de instituições do sistema S – como Sescoop, Senar e Sebrae – passaram a desenvolver um extraordinário esforço de educação e de difusão tecnológica através dos campos demonstrativos.

Esses eventos – um misto de exposição, feira e seminário – tornaram-se verdadeiras escolas a céu aberto para produtor e empresário rural que desejam adquirir novos conhecimentos e evoluir na atividade. Sua missão é transmitir o que existe de novo na tecnologia de ponta nas áreas de grãos (milho, trigo, soja, feijão), leite, suínos, aves, bovinos, máquinas, equipamentos, insumos agrícolas e veterinários etc. na busca por uma agricultura sustentável.

A tecnologia apresentada nesses campos demonstrativos vem de várias fontes, como universidades, centros de pesquisas (públicos e privados) e empresas agroindustriais de ponta. Ela permite ao produtor um maior controle sobre a produção, otimização dos recursos da propriedade e aumento da lucratividade.

Dessa forma, essas exposições-feiras se tornaram valiosas oportunidades para o produtor agregar conhecimento, com excelentes resultados na melhoria da renda e da qualidade de vida da família rural. Isso ocorre porque o produtor/empresário rural adota as tecnologias mais avançadas, as quais provocam mudanças e transformações na dinâmica da produção agrícola e pecuária, refletindo-se no aumento geral da produtividade.

Os campos demonstrativos atendem a uma questão central que se apresenta: oportunizar ao produtor, na condição de pequeno ou médio empresário rural, acesso a todas as tecnologias disponíveis. Esses campos demonstrativos – de acesso gratuito e livre abordagem – permitem plena liberdade para a escolha dos caminhos através de uma potência da aprendizagem permanente. Também atendem a outro ponto essencial que é a qualificação do usuário final – o produtor/empresário rural – para o uso adequado das tecnologias disponíveis e acessíveis. Nesse aspecto, o Sistema S – Sescoop, em especial – tem sido pródigo na formação, qualificação e requalificação profissional.

Nessa nova realidade – exaltada a cada edição dos campos demonstrativos – será cada vez mais frequente o uso da inteligência artificial, do big data (estuda como tratar, analisar e organizar informações), das impressões 3D, da internet das coisas (uso de sensores para colher dados), do blockchain (permite rastrear o envio e recebimento de dados pela internet), da automação parcial, da identificação e controle por radiofrequência (RFID), da realidade aumentada, da visão computacional etc. É notório que o emprego articulado dessas tecnologias tem impacto transformador nas cadeias produtivas.

A soma de todos esses fatores é a liderança que o Brasil conquistou na esfera planetária decorrente da associação entre recursos naturais (solo, água, clima) com vocação laboral (recursos humanos) e uso de tecnologia (a ciência aplicada ao desenvolvimento).

Fonte: Por Luiz Vicente Suzin, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc).
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Luiz Vicente Suzin Cultura organizacional

Inovação no cooperativismo

A inovação deve presidir em caráter permanente todos os processos, desde os mais simples e básicos, até os mais longos e mais complexos. As cooperativas movidas por essa orientação são as que mais se destacam no mercado.

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Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina, Luiz Vicente Suzin - Foto: Divulgação/Ocesc

Organizações proativas e competitivas, inseridas nos mais diversos mercados, as cooperativas tornaram-se ambientes de inovação. Gestores e cooperados compreenderam que, na adoção de princípios de melhoria contínua, a inovação deve estar presente em todas as etapas da administração – no planejamento, na organização, na coordenação, no comando e no controle.

Não há época para inovar. A inovação deve presidir em caráter permanente todos os processos, desde os mais simples e básicos, até os mais longos e mais complexos. As cooperativas movidas por essa orientação são as que mais se destacam no mercado.

Determinados setores de atuação das cooperativas – que a legislação trata com ramos – são pródigos na incorporação da inovação e, notadamente, na criação de fórmulas e processos inovadores. É o caso da área do agronegócio, que envolve a agricultura e a agroindústria, notabilizada pelo maciço e permanente emprego de ciência e tecnologia.

No campo, a inovação assegurou a sustentabilidade das atividades agrícolas, pastoris e extrativistas pelo uso racional dos recursos naturais. Além disso, a melhoria do manejo da pecuária intensiva já potencializada pelos avanços em genética e nutrição otimizou os ganhos do empresário rural. Na agroindústria, a inovação permitiu importante evolução em gestão, em processos, em insumos, em máquinas e em equipamento, otimizando os resultados finais. A agricultura e a agroindústria se tornaram repositório de ciência e tecnologia.

Ramos, como o de cooperativismo médico, o de infraestrutura ou de crédito, entre outros, adotaram políticas de inovação. Na realidade, os princípios e postulados do cooperativismo são de abertura e receptividade para tudo o que é inovador e que descortina novas fronteiras do conhecimento.

Informação de qualidade é o combustível para o conhecimento e este é a chave para a inovação. Nesse sentido, essencial destacar o papel do Sescoop, do Sebrae, do Senar e de outros co-irmãos do Sistema S nos investimentos para formação, qualificação e requalificação dos recursos humanos das cooperativas – gestores, colaboradores e associados – e para a transmissão de informação que levará ao conhecimento e ao incentivo à inovação. Igualmente importante são as parcerias com universidades e centros de pesquisa, o Sistema OCB, as indústrias 4.0 e as experiências bem-sucedidas de cooperativas de vanguarda em outros países.

Tão importante quanto à informação e o conhecimento é a construção de uma cultura organizacional voltada para a inovação. Isso requer uma mentalidade (mindset) de abertura para o novo, de incentivo à contribuição para os projetos e as iniciativas que surgem, muitas vezes, dentro das próprias cooperativas. Cooperativismo e inovação andam, cada vez mais, de braços dados.

Fonte: Por Luiz Vicente Suzin, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
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Cooperativismo: união que impulsiona o Brasil

Para cada R$ 1 investido em bens e serviços no cooperativismo, há um incremento de R$ 1,65 no valor da produção.

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Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina, Luiz Vicente Suzin - Foto: Divulgação/Ocesc

Recentemente, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) divulgou o “Anuário do Cooperativismo 2023”. O estudo demonstra a dimensão do cooperativismo no Brasil. Como esperado, o impacto é altamente positivo e reforça a importância do movimento cooperativista para a interiorização do desenvolvimento socioeconômico.

Dentre as informações levantadas, destaca-se a participação do cooperativismo no Produto Interno Bruto (PIB) do país no ano de 2021. O setor foi responsável por cerca de 6,2% do Valor Adicionado da economia brasileira, ou seja, R$ 462,4 bilhões foram adicionados pelo cooperativismo.

A geração de riquezas foi surpreendente. Por exemplo, para cada R$ 1 investido em bens e serviços no cooperativismo, há um incremento de R$ 1,65 no valor da produção. O retorno a sociedade também é percebido na arrecadação gerada pelo cooperativismo. Em 2022, as cooperativas brasileiras injetaram mais de R$ 19 bilhões em tributos nos cofres públicos. Isso sem contar os mais de R$ 25 bilhões referentes ao pagamento de salários e outros benefícios destinados a colaboradores.

Esse reflexo é sentido diretamente na realidade dos municípios em que as cooperativas estão presentes. Além do incremento na arrecadação de impostos, é possível observar o aumento da geração de empregos e dos níveis de educação e promoção social, impactos altamente relevantes e de fortes avanços sociais para as comunidades.

Em relação ao mercado de trabalho, o aumento é de, em média, 28,4 empregos formais para cada 10 mil habitantes, o que equivale a 1,9% da média de empregos. Em Santa Catarina, a média é quase o dobro, 3,45%. No ano passado o cooperativismo do estado catarinense foi responsável por 88.544 pessoas empregadas.

Reflexo desta cadeia multiplicadora de resultados, o número de cooperados cresceu 12% em 2022, foram mais de 422 mil pessoas que escolheram ingressar no movimento cooperativista. No total, somamos mais de 3,9 milhões de catarinenses e obtivemos uma receita de R$ 82,8 bilhões.

Os exímios efeitos do movimento cooperativista de todos os ramos podem ser observados na promoção do desenvolvimento regional, no fortalecimento da economia e na elevação da qualidade de vida das famílias.

Políticas públicas de apoio ao setor e de inclusão do cooperativismo nos planos e programas de desenvolvimento vão além de decisões acertadas, são investimentos num futuro promissor e sustentável. O cooperativismo é a união que impulsiona o Brasil.

Fonte: Por Luiz Vicente Suzin, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina.
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