Bovinos / Grãos / Máquinas Agronegócio
“A comunicação do agro ainda é falha, mas precisamos mostrar tudo o que fazemos”, afirma Roberto Rodrigues
Para liderança, é preciso que o agro se comunique melhor para que todos conheçam suas boas práticas

“A pandemia (do coronavírus) mostrou que o Brasil tem uma grande capacidade de produzir e se organizar rapidamente, além de exportar a abastecer o mundo”. A afirmação foi do coordenador do FGV Agro e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, durante o Encontro do Time de Difusores Pioneer. O evento, realizado de forma online, aconteceu nesta quarta-feira (26) e contou com a presença de dezenas de participantes entre produtores, empresários e imprensa. Também participaram das discussões o presidente AGCO América do Sul e vice-presidente sênior AGCO Corporation, Luís Felli, o diretor presidente da Valmont Brasil, Renato Silva, e o anfitrião do evento presidente da Corteva Agriscience Brasil e Paraguai, Roberto Hun.
Segundo Rodrigues, com a pandemia, o Brasil passou a exportar ainda mais, principalmente para os países asiáticos, com destaque ainda maior para a China. “Somente para eles aumentamos as exportações em 32%. Isso tem sido algo notável”, informou.
Ele citou que no início da pandemia, em meados de março, houve um susto no Brasil, que resultou nos decretos feitos por prefeitos e governadores, mandando fechar cidades, postos de combustíveis nas estradas, entre outros. “Foi um suspiro negativo da pandemia. Mas por sorte o agronegócio teve uma resposta rápida e em pouco tempo conseguimos voltar a normalidade e manter o abastecimento, não falou comida para ninguém. Essa é a competência do agro”, conta.
Rodrigues comentou que como o coronavírus mostrou a competência que existe no Brasil, mesmo em tempos de crise, ligou um alerta nos demais países. “Essa situação cria um horizonte a longo prazo um certo temor nos concorrentes que perceberam que o Brasil não é de brincar. Temos total competência para abastecer todo o mundo”, afirma.
Precisamos melhorar a comunicação
Outro ponto muito discutido durante o encontro foi quanto a comunicação que o setor ainda precisa melhorar com seu público consumidor. “A comunicação do agro ainda é falha, mas precisamos mostrar tudo o que fazemos”, comentou Rodrigues. Segundo ele, campo e cidade estão juntos. “A máquina que o produtor compra é feita em uma fábrica no meio urbano, o defensivo que ele usa é fabricado no meio urbano, o crédito que ele pega é em um banco que é do meio urbano. Então, os dois estão totalmente ligados. Temos que parar com essa ideia de que são dois pontos separados”, afirma.
Rodrigues afirma que existem defeitos que não são da agricultura, mas que acabam sendo ligados ao agro. “Temos que combater estes defeitos com rigor. Temos que acabar com estes defeitos que são ínfimos, combatendo a ilegalidade com vigor. E precisamos pegar as características positivas que existem do agronegócio e assimilar os defeitos, que são poucos, e aniquilá-los”, reitera.
De acordo com o diretor presidente da Valmont Brasil, Renato Silva, a pandemia tem mostrado a essencialidade do agro para todo o mundo. “Falhamos no passado em termos de comunicação, mas isso nos traz a oportunidade para o futuro. A sociedade vive sem televisão ou sem tênis, mas não pode viver sem alimento”, disse.
Para o anfitrião do evento e presidente da Corteva Agriscience Brasil e Paraguai, Roberto Hun, é preciso mostrar que o agronegócio brasileiro é o mais sustentável do mundo. “É preciso melhorar a comunicação com os nossos consumidores. É preciso que o agro se comunique melhor para que todos conheçam suas boas práticas”, enfatiza.
Tecnologia a favor da produtividade
Segundo os debatedores, toda a produtividade e eficiência brasileira são devido a tecnologia que vem sendo utilizada nas lavouras. “O que fizemos nos últimos 30 anos foi notável. De lá para cá a área plantada cresceu 74% e a produção de grãos cresceu 350%. Temos o crescimento da produção quase cinco vezes maior que da área plantada, mostrando que a tecnologia deu maior produtividade por hectare”, informa Rodrigues. Ele explica ainda que se o Brasil tivesse a produtividade de 30 anos atrás, seria necessário plantar mais de 98 milhões de hectares a mais do que são plantados hoje. “Preservamos as nossas florestas graças a tecnologia”, reitera.
São diversas as novas tecnologias que estão vindo. Mas, segundo Rodrigues, a preocupação é quanto a necessidade uma conectividade democrática. “São tantas inovações que os grandes produtores conseguirão implementar com agilidade. Por isso, o papel das cooperativas neste cenário é quanto a difusão destas tecnologias para o futuro próximo e para os pequenos produtores. É fundamental surfar nas ondas que vem vindo com as associações e cooperativas, porque todos podem assumir as tecnologias. Não basta acessar, é preciso gerir, compartilhar e saber como estas tecnologias funcionam”, afirma.
Segurança alimentar é a palavra de ordem
De acordo com Rodrigues, o Brasil tem uma sustentabilidade notável, porém o país enfrenta problemas como incêndios criminosos, grilagem de terras, ocupação de áreas indígenas e desmatamento ilegal. “A nossa sustentabilidade é notável, mas temos umas manchas que devemos eliminar e comunicar adequadamente o que vem sendo feito”, diz.
A liderança reitera como o Brasil é espetacular e tem sustentabilidade. “É um tema que precisa ser tratado. Segurança alimentar passou a ser na pandemia uma questão central. A verdade é que a pandemia trouxe de volta um conceito que surgiu depois da Segura Guerra, como elemento essência até mesmo para a preservação da democracia”, observa. Ele explica que hoje a segurança alimentar é o tema central no mundo todo. “E a sustentabilidade está totalmente ligada a isso. Não podemos ter uma produção de alimentos que não tem qualidade e cuja produção não considere a sustentabilidade ambiental, econômica e social. A sustentabilidade está diretamente ligada a segurança alimentar”, comenta.
Evento Time de Difusores
A Pioneer®️, marca de sementes da Corteva Agriscience, realizou o evento Time de Difusores, que aconteceu pela primeira vez de forma virtual e contou com a participação de mais de 2.000 pessoas. Em um Talk Show com a presença de Roberto Hun, presidente da Corteva Agriscience para Brasil e Paraguai; e os convidados Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da FGV; Luís Felli, vice-presidente sênior e gerente geral da AGCO; e Renato Silva, diretor-executivo da Valmont Brasil, foram debatidos temas essenciais ao agronegócio, como agricultura do futuro e o mercado pós-pandemia.
O encontro contou ainda com palestras ministradas por pesquisadores da Embrapa, professores de universidades como a Esalq-USP, UFU e UniRV, além do time de agrônomos da Corteva, em salas temáticas e técnicas direcionadas para cada região do Brasil. Foram abordados diversos assuntos com foco em milho verão, safrinha e silagem, entre eles fisiologia para altas produtividades, evolução da biotecnologia e genética, enfezamento, manejo de percevejos e nematoides e sistema de adubação.
Há quase duas décadas, a marca compartilha conhecimentos capazes de abrir novas fronteiras no agronegócio por meio do projeto Time de Difusores. São informações agronômicas regionalizadas sobre tecnologia, mercado, manejo e tendências compartilhadas, em primeira mão, com clientes e parceiros que difundem o conhecimento obtido com a comunidade agrícola de suas regiões. Ao longo destes 19 anos, o projeto já reuniu mais de 45 mil pessoas.
“A Pioneer®️ é reconhecida por oferecer soluções inovadoras aos produtores rurais, assim como em propagar conhecimentos relevantes e atualizados para que eles possam tomar as decisões mais assertivas em suas lavouras. O projeto Time de Difusores vem crescendo muito nestes 19 anos e trabalhamos para contribuir cada vez mais com inovação e informação para o desenvolvimento do agronegócio”, afirma Roberto Hun, presidente da Corteva Agriscience para Brasil e Paraguai.

Bovinos / Grãos / Máquinas
Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste
Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.
A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago
O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.
Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.
As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.
“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.
Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.
Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.
Encontro produtivo para o futuro do setor
Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.
Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação
O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.
O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “
Representação
Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi; o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep; o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.
Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa
Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima
Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).
O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.
Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.
Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.
Agrometeorologia e planejamento do produtor
Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.
Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.
Rastreabilidade e sanidade animal
O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.
A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.
Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.



