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A cascata de prejuízos das micotoxinas

Entre os problemas estão maior suscetibilidade a patógenos, redução de ganho de peso, redução de fertilidade e resposta irregular a vacinas

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Micotoxinas são toxinas produzidas por fungos em alimentos de todos os gêneros. A alta incidência no milho, principal matéria prima das rações animais, desafia o suinocultor moderno, pois causa prejuízos em cascata para o plantel. O tema foi destaque durante o 10º Simpósio Internacional de Suinocultura, que reuniu profissionais do setor entre os dias 16 e 18 de maio, em Porto Alegre, RS.

Doutor em Medicina Veterinária na especialidade de Micologia, o professor da Universidade Federal de Santa Maria, Janio Morais Santurio, falou sobre o efeito imonussupressor das micotoxinas sobre os suínos. “Até os anos 2000, só se estudavam os efeitos zootécnicos da micotoxina na suinocultura. Depois começou-se a observar efeitos indiretos das micotoxinas, como imunidade”, destacou.

De acordo com ele, “o trio que provoca problemas” é formado pela Aspergillus SP., Fusarium SP., e Penicillium SP. – essa cresce em temperaturas baixas. Existem várias toxinas ao mesmo tempo na nutrição. O suíno responde com a imunidade inata (ao nascer) e depois com a imunidade adquirida, com os linfócitos que vão gerar anticorpos e imunidade celular. Elas causam efeitos hepatotóxico, carcinogênico e imunotóxico.

Com efeito sob doenças infecciosas, pode, por exemplo, aumentar o tempo de diarreia e aumentar o número de óbitos. “Os tricotocenos, especialmente o DON, provocam fatores colaterais de patogenia”, destacou.

O estudioso citou uma cascata de prejuízos aos suínos até chegar à perda econômica do produtor que alimenta seu plantel com doses elevadas de micotoxinas. Primeiro, as micotoxinas aumentam a suscetibilidade a patógenos, depois causam redução de ganho de peso, redução de fertilidade e resposta irregular a vacinas. Todos esses problemas e suas vertentes, defende Santurio, se traduzem em perdas econômicas.

“A incidência de micotoxinas é comum. Pequenas quantidades de toxinas fúngicas podem afetar principalmente o sistema imune dos suínos. A ocorrência de mais de uma micotoxina na mesma amostra apresenta possíveis interações sinérgicas. Na suinocultura, esses efeitos levam à queda de produtividade, uma vez que a integridade do sistema imunológico tem papel fundamental no crescimento e desenvolvimento do animal”, concluiu o professor.

Situação Brasileira

A situação brasileira em relação à ocorrência de micotoxinas em alimentos para suínos é de assustar. De acordo com um estudo de 2017, divulgado pela zootecnista Ines Andretta, professora doutora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a contaminação ocorre em várias etapas, que vão desde a produção do cereal, na hora da colheita e no armazenamento, variando de 13% a 77% das amostras, dependendo da toxina.

O trabalho que buscou mostrar a ocorrência atual de micotoxinas no Brasil aponta que 13% das amostras de milho analisadas tinham a toxina T2. A incidência só aumenta: 14% para Afla, 50% para ZEA, 73% para FUM e 77% para DON.

A presença de micotoxinas está bastante aguda também no trigo. De acordo com o levantamento, a FUM estava em 14% das amostras. Afla (16%), T2 (22%), ZEA (37%) e DON (68%) também foram identificadas.

Na soja, que também compõe a nutrição animal, o estudo identificou a T2 em 20% das amostras analisadas, Afla em 24%, FUM e ZEA em 38% e DON em quase a metade das amostras (48%).

De acordo com a pesquisadora, animais mais jovens são mais suscetíveis às micotoxinas, pois “são imaturos para trabalhar a detoxicação”. Para contornar o problema, muitos produtores usam adsorventes de micotoxinas nas dietas das rações, eliminando ou reduzindo os riscos e impactos desse inimigo invisível.

“Os suínos estão entre “os top três” ou quem saiba seja o mais sensível a todas as micotoxinas. Existe uma variação gigante dos animais quando comem dietas contaminadas. Os animais perdem muito peso ou reduzem o ganho de peso”, destacou Andretta. Para mensurar melhor as perdas, a doutora sugere trabalhar com meta-análise, uma forma estatística de dados de origens diferentes, a partir de bancos de dados já existentes, para extrair novas informações. “Com a meta-análise o profissional ganha poder analítico maior”.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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