Suínos
A cara da competência rural
Casal de Palotina, PR, não descansa enquanto não vê todos os cantos da propriedade cultivados, nem que sejam com flores
Quem olha os amigáveis senhor e senhora Sponchiado na cadeira da área de casa nem imagina que por trás daqueles rostos simpáticos estão dois gigantes na arte de extrair o máximo potencial que a terra tem a oferecer. Para onde se olhe tem algo sendo produzido. São nove alqueires muito bem aproveitados pelo casal Ari e Rosane, em Palotina, no Oeste paranaense. A propriedade conta com três aviários com 75 mil aves, três alqueires para o plantio de milho para silagem, que é a dieta básica das 40 vacas leiteiras de alto desempenho. Há ainda pasto e, em outros 23 mil metros, a produção de 67 toneladas de tilápias a cada seis meses. É renda que vem de cada cantinho daquele chão.
Cada cantinho mesmo! Até do banhado. “A propriedade era do pai do Ari. Acabamos ficando por aqui, mas não era a terra que todo mundo queria, porque tinha uma área de banhado”, conta Rosane. “Acabamos transformando aquilo em açudes. Uma vez não valia nada, hoje conseguimos tirar alguma renda daquele pedaço. Isso é muito bom”, analisa Ari. “Procuro aproveitar tudo que a propriedade pode me oferecer. Sou pequeno produtor e, para sobreviver, tem que ser dessa forma”, analisa.
Diversificação da produção significa também diversificação de lucros. “Agora, temos renda a cada 30 dias com leite, a cada 60 dias com o frango e a cada seis meses com a tilápia”, assinala o exímio produtor. Cooperado da C. Vale, Sponchiado conta que o ano foi bastante positivo, apesar da baixa no preço do leite no segundo semestre. “Só o leite que caiu um pouco o preço, mas o ano foi bom. Dessa propriedade conseguimos tirar uma boa renda”, argumenta.
Nem sempre foi assim
Dos açudes onde eram cultivados peixes eram tarrafeadas desilusões. Nos últimos anos, o casal parou com a piscicultura por conta dos seguidos calotes que recebia em troca da produção. “Eu trabalhava com peixes, por conta, a quase 20 anos. A gente produzia, vendia, mas o problema estava na hora de receber. Um ano recebia, outro ano não”, lembra Ari. “Os compradores vinham aqui, levavam o peixe, davam um cheque de 10-15% do valor, e era sem fundo”, lamenta a produtora. Os prejuízos que os açudes traziam fizeram o casal parar.
Com os calotes, apareciam dívidas. “Você não recebe, mas teve que pagar toda a ração. É um custo muito elevado. O produtor sozinho raramente vai conseguir se manter. Tem que ter muito dinheiro para girar”, menciona o paranaense. O casal e outros lesados da região abriram um processo judicial, que cobra R$ 1 milhão de um comprador.
Inquieto por ver os açudes ociosos, Ari decidiu procurar a cooperativa, que inaugurou em novembro o maior frigorífico de peixes do Brasil e está aglutinando piscicultores para suprir a demanda da planta industrial. “Não tive nem dúvida. Fui atrás da C. Vale para ver o que eu podia fazer para voltar a produzir. Sei da idoneidade dessa firma. E deu certo. Reformamos os açudes, fizemos um acesso com estrada livre e alojamos em 17 de dezembro de 2016. No dia 20 de julho do ano passado saiu a primeira despesca”, conta o produtor.
Nos 23 mil metros de lâmina d’água, foram produzidas 67 toneladas de peixe. De acordo com a C. Vale, o primeiro lote de Ari e Rosane ficou sete meses nos açudes e alcançou média de 765 gramas por tilápia. Ainda conforme a cooperativa, a produção rendeu R$ 57 mil brutos e deixou rentabilidade de 52%, ou cerca de R$ 30 mil. “Produzi em menos de um alqueire o equivalente a mil sacos de soja”, comemora Ari.
Facilidade e Segurança
“Em três dias (após a despesca) o dinheiro já estava na conta”, cita o produtor, destacando a segurança que a cooperativa traz para seu negócio. “Quando a gente viu o dinheiro, nem acreditava de tão bom, porque antes era muito diferente”, sintetiza a produtora.
A integração com a cooperativa, na opinião de Ari, gera confiabilidade e garantias para o produtor, além de facilitar o processo produtivo. “A cooperativa dá os alevinos, a ração e a assistência técnica. Eu cuido do manejo. Isso facilita muito para o produtor. Outra questão é a segurança de você receber pelo que produz”, evidencia o cooperado.
Ele acredita que produtores que também foram vítimas possam se reafirmar na atividade por meio da parceria com a cooperativa. “Acredito que muitos tanques serão reativados na nossa região. Eu quero produzir, o produtor quer produzir, e a C. vale precisa de produção. Não tem como não dar certo”, sintetiza.
O novo lote de pescado deve sair dos açudes entre maio e abril de 2018. Enquanto as tilápias engordam, o milho e o capim crescem, as vacas produzem leite, as aves ganham peso e Ari e Rosane continuam na tarefa diária de cultivar o agronegócio paranaense.
Mais informações você encontra na edição do Anuário do Agronegócio Paranaense de janeiro/fevereiro de 2018.
Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
