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“A avicultura ajuda a manter os produtores no campo”, destaca presidente da C.Vale
Para Alfredo Lang, recente crescimento da criação de frangos na região Oeste mostra o quanto a atividade é promissora
A avicultura ajuda a viabilizar a permanência do produtor no campo. É uma atividade bem mais estável e segura do que a produção de grãos e que complementa a renda do produtor. A afirmação é do presidente da C.Vale, Alfredo Lang. Segundo ele, o recente crescimento da avicultura na região Oeste do Paraná, seja por meio do ingresso de novos produtores na atividade ou pela expansão no número de aviários por parte de quem já atua no segmento, mostra o quanto se trata de uma atividade promissora. “Na C.Vale, mesmo um pequeno produtor pode ter uma renda bastante razoável fazendo parte da integração avícola da cooperativa. Ele recebe todo apoio necessário: assistência, ração, pintinho, industrialização e comercialização. Além de ampliar a renda, eles passaram a ter uma receita mais estável e melhoraram seu capital de giro porque o dinheiro entra a cada dois meses”, destacou ao O Presente.
Exigências
Considerando que muitas cooperativas e empresas privadas da região atendem, além do mercado interno, o externo, bastante exigente, uma série de normas sanitárias devem ser obedecidas pelos avicultores e pelas integradoras.
“Atendemos os mercados mais exigentes do mundo. Para isso, a cadeia produtiva de aves segue rigorosamente todas as normas federais e internacionais, através do sistema de garantia da segurança dos alimentos, que analisa todas as etapas de produção”, frisa Lang.
Ele evidencia um sistema de rastreabilidade que garante o controle dos procedimentos ligados à avicultura. “Esta ferramenta permite identificar, por exemplo, os agroquímicos usados nas lavouras, medicamentos e o manejo dos frangos. Já as granjas climatizadas garantem o bem-estar das aves. Para atestar todas essas ações, possuímos certificações. São garantias de que o alimento que chega ao consumidor é saudável”, enfatiza.
Indústria
O complexo agroindustrial da C.Vale está situado em Palotina, sendo formado por várias unidades porque, no caso do frango, é um sistema de integração de ciclo completo. “Temos matrizeiro (produção de ovos), incubatório (pintinhos), aviários (frangos), fábrica de rações e abatedouro, que processa atualmente 610 mil frangos ao dia. Queremos abater 620 mil frangos ao dia até o fim de 2020”, informa o dirigente cooperativo.
Recentemente, foi colocado em operação um segundo abatedouro de frangos na cidade de Umuarama, comprovando a expansão da atividade avícola na região. “Firmamos parceria com a Pluma Agroavícola e criamos a Plusval, empresa que reativou o frigorífico da Averama. Nesta fase inicial, estão sendo abatidos 60 mil frangos ao dia, mas é um empreendimento para 200 mil frangos ao dia e que vai gerar dois mil empregos”, destaca Lang.
Demanda
O presidente da C.Vale afirma que a expansão da avicultura é incentivada pela demanda pelo consumo da proteína, tanto no mercado nacional quanto internacional. “Ano passado destinamos 70% de nossa produção de carne de frango ao mercado externo, aproveitando o câmbio favorável. Devemos ficar próximos desse patamar também este ano na esteira da demanda chinesa, que se mantém, apesar da pandemia do novo coronavírus”, enaltece.
Segundo ele, a estratégia é de sequência do plano de agroindustrialização para criar alternativas de renda, empregos e o fortalecimento da cooperativa. “Nós apostamos na qualidade do produto, mantendo sempre o mesmo padrão, independentemente de o preço da carne ser mais ou menos atrativo. Procuramos estabelecer uma relação de confiança com o importador e com os clientes do mercado interno porque entendemos que o negócio deve ser bom para ele também. Acreditamos que este é o melhor caminho para que possamos continuar expandindo gradativamente a nossa produção”, salienta.
Prosperidade
Em relação e à geração de emprego e renda no campo, Lang avalia que a avicultura é uma grande fonte de prosperidade social e econômica, começando pelos produtores. “A atividade ajuda a manter os produtores no campo, principalmente os pequenos. Temos muitos casos de filhos permanecendo na propriedade porque a renda do frango permite isso. As cidades se beneficiam da geração desses empregos. Nossas integrações de frangos e peixes empregam mais de sete mil pessoas”, pontua.
“Essas pessoas passaram a gastar o seu salário nas suas cidades, movimentando o comércio e a indústria. Outro benefício é a geração de tributos. No caso da C.Vale, o ICMS (Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços) do frango e do peixe é dividido pelos municípios que participam da integração, não ficam só em Palotina, onde as indústrias estão instaladas”, pontua.
A cada 60 dias em média um lote de frango é retirado, ou seja, um aviário produz seis lotes de frangos por ano. “A remuneração do produtor é baseada no índice de eficiência produtiva, que leva em conta o volume de ração consumido, a viabilidade do lote e o ganho de peso diário. Além disso, índices relacionados com a qualidade também podem ampliar a renda do produtor”, detalha Lang.
Tecnologia
No que tange à inovação, o presidente da C.Vale ressalta que os avicultores da cooperativa utilizam a tecnologia mais avançada do mundo. “Isso acontece desde quando iniciamos na atividade, em 1997. Fomos os pioneiros na produção comercial de frangos em aviários climatizados com alta densidade de aves e no gerenciamento dos aviários por computador”, expõe, ampliando: “Muitos de nossos integrados são pequenos produtores, com áreas minúsculas, porém tecnologicamente muito avançados. Ou seja, você pode começar pequeno, mas evolui usando a tecnologia que a cooperativa coloca à sua disposição”, enfatiza.
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Competitividade da carne frango em relação à carne suína alcança o maior nível desde novembro de 2020
Frango inteiro é negociado, em média, 6,68 Reais/kg mais barato que a carcaça especial suína, sendo que esta diferença está 14,4% acima da de outubro.
Levantamentos do Cepea mostram que a competividade da carne de frango frente à suína está no maior patamar dos últimos quatro anos – desde novembro de 2020.
Na parcial de novembro (até o dia 19), o frango inteiro é negociado, em média, 6,68 Reais/kg mais barato que a carcaça especial suína, sendo que esta diferença está 14,4% acima da de outubro.
Pesquisadores do Cepea explicam que isso acontece pelo fato das valorizações da proteína suína estarem mais intensas que as da de frango.
O mesmo cenário é observado frente à carne bovina, cujos preços também vêm subindo com mais força que os da proteína avícola ao longo de novembro.
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JBS e Nigéria assinam acordo para investir em segurança alimentar e desenvolver cadeias produtivas sustentáveis
Plano de investimento de US$ 2,5 bi em 5 anos inclui a construção de 6 fábricas e a colaboração com o Governo da Nigéria no fomento da produção local.
A JBS, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, assinou na última quinta-feira (21) um memorando de entendimentos com o Governo da Nigéria com a intenção de investir no desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis para a produção de alimentos no país africano.
Maior economia da África e país mais populoso do continente, a Nigéria tem também uma das taxas de crescimento populacional mais altas do mundo: segundo projeções das Nações Unidas, a população nigeriana alcançará 400 milhões até 2050 — o país tem hoje mais de 250 milhões de habitantes. O PIB nigeriano, hoje em US$ 363,82 bilhões, poderá mais que dobrar até 2050, chegando a US$ 1 trilhão. Ao mesmo tempo, o país enfrenta uma das maiores taxas de insegurança alimentar do mundo, com 24,8 milhões de pessoas passando fome (WFP). Na África Subsaariana, 76% da população em extrema pobreza vive da agricultura (WB).
“Nosso objetivo é estabelecer uma parceria sólida e apoiar a Nigéria no enfrentamento da insegurança alimentar. A experiência nas regiões em que operamos ao redor do mundo mostra que o desenvolvimento de uma cadeia sustentável de produção de alimentos gera um ciclo virtuoso de progresso socioeconômico para a população, em especial nas camadas vulneráveis”, afirmou o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni.
Pelo memorando, a JBS irá desenvolver um plano de investimento de cinco anos, que abrangerá estudos de viabilidade, projetos preliminares das instalações, estimativas orçamentárias e um plano de ação para desenvolvimento da cadeia de suprimentos. O Governo da Nigéria, por sua vez, assegurará as condições econômicas, sanitárias e regulatórias necessárias para a viabilização e sucesso do projeto. O documento prevê a construção de 6 fábricas — 3 de aves, 2 de bovinos e uma de suínos — com investimento de US$ 2,5 bilhões.
A produção de proteína no país responde por 10% do PIB, e fornece 40% da demanda doméstica. A ampliação da produção local tem o potencial de não apenas melhorar a segurança alimentar, mas reduzir significativamente as importações, gerando empregos locais e apoiando milhões de pequenos produtores.
O plano de investimento da JBS na Nigéria incluirá um amplo trabalho de desenvolvimento das cadeias produtivas locais, com apoio aos pequenos produtores e a estímulo de práticas agrícolas sustentáveis, a exemplo de como a Companhia já atua com seus milhares de parceiros em outras regiões do mundo. Um exemplo é o programa como Escritórios Verdes, que dá assistência técnica gratuita para produtores rurais brasileiros aumentarem a eficiência de sua produção, atendendo aos mais rigorosos critérios socioambientais.
Conforme diagnóstico realizado pela Força Tarefa de Sistemas Alimentares do B20, o braço empresarial do G20, durante a presidência do Brasil, estimular o aumento da produtividade através da adoção de tecnologias inovadoras no campo e da assistência técnica aos produtores, especialmente para os pequenos agricultores, é essencial para garantir o aumento da produção agrícola, preservando os recursos naturais e promovendo ao acesso das populações mais vulneráveis a alimentos de qualidade. Essa foi uma das recomendações da força-tarefa, posteriormente adotada pela declaração final dos líderes do G20.
“Nosso objetivo é colaborar com o Governo da Nigéria no sentido de apoiar a implementação do Plano Nacional de Segurança Alimentar, compartilhando nossa expertise no desenvolvimento de uma cadeia agroindustrial sustentável e as melhores práticas com o objetivo de aumentar a eficiência, a produtividade e a capacidade produtiva do país”, concluiu Tomazoni.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.