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A alma da qualidade do leite paranaense

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Uma vez por mês, o produtor Horst Warkentin e o filho Michael Warketin, de Witmarsun, em Palmeira, fazem a coleta do leite para o controle e monitoramento da saúde do rebanho das 48 vacas holandesas. Assim como os dois produtores, desde 2009, Adair Delazari, de Nova Cantu, na região Noroeste, faz a análise do rebanho de 14 animais e da qualidade do leite todo mês na propriedade de cinco hectares. O material coletado por ambos tem um destino certo. Às margens da BR-277, próximo ao Parque Barigui, em Curitiba, onde está a alma da qualidade do leite paranaense: a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, a APCBRH. 
O superintendente da APCBRH, Altair Valotto, informa que o acompanhamento mensal custa entre R$ 2,20 e R$2,80, por animal. No relatório que os produtores recebem pela internet aparece uma série de indicativos, por exemplo, o número de células somáticas, contagem bacteriana, a quantidade de gordura, proteína e lactose no leite. “O produtor tem um check-up mensal da saúde e da produtividade de suas vacas leiteiras. Além disso, ele pode ter uma avaliação individual de cada animal”, explica. Se a análise somar acima de 200 mil células somáticas, o produtor deve ficar de olho porque isso significa que a vaca pode estar com mastite – doença que inflama o úbere e diminui a produtividade de leite. “O custo é baixíssimo e o retorno é grande. O produtor que investe em qualidade, ganha um plus de até de 12%”, diz.  
O diagnóstico avalia e monitora a produtividade, saúde e nutrição dos animais. “Pela análise você pode saber se a alimentação está adequada ou não. Muitas vezes não é a falta de alimentação que ocasiona um desequilíbrio na produção e sim a forma como esse alimento está sendo fornecido aos animais, como em momentos inadequados, por exemplo”, acrescenta Valloto.   
Com o auxílio de um técnico, o produtor pode identificar qual o animal com aumento das células somáticas. Dessa forma é feita uma análise individual de cada animal. Como ele pode fazer isso? A coleta é feita uma vez por mês durante as duas ordenhas realizadas ao dia, uma pela manhã e outro no final da tarde. Depois do leite recolhido, o produtor preenche um relatório anotando o volume de leite produzido, se já teve um caso de mastite, o número de cobertura e partos de cada animal, por exemplo. O leite coletado é colocado num pequeno frasco com conservante “bronopol”, que torna a bebida com tom alaranjado.
 Já no caso do exame que mede a quantidade bacteriana, são analisadas as questões de higiene e limpeza do ubre da vaca.O material é depositado num frasquinho com tampa azul com “azidiol”, antibacteriano que evita o crescimento das bactérias. As amostras não precisam ser refrigeradas e a maioria é enviada ao laboratório via ônibus. Os resultados ficam prontos em no máximo quatro dias e o produtor pode acessá-los através do site -www.holandesparana.com.br
e pode receber os relatórios através do email ou pelo correio. 
A diferença
Há três anos o produtor Horst Warkentin, da Colônia Witmarsun, na região dos Campos Gerais, controla e monitora a saúde do rebanho das vacas holandesas através do programa de análise do laboratório. O filho zootecnista Michael Warkentin, que ajuda o pai na hora de interpretar os dados no relatório, conta que o monitoramento aumentou a média de produção dos animais. “A gente verificou os animais menos produtivos e substituímos pelos que produziam mais”, justifica. Além do aumento na produtividade, a mastite deixou de ser um problema entre o rebanho das vacas. Isso porque somente no ano passado eles conseguiram uma média de 104 mil células somáticas por ano, índice classificado como baixo. 
Assim como os Warketin, o produtor Adair Delazari, de Nova Cantu, faz a análise do rebanho de 14 animais uma vez por mês na propriedade de cinco hectares. Na avaliação dele, o monitoramento melhorou a gestão da propriedade e amentou a sua renda. “Como você tem muitos dados fica muito mais fácil gerenciar a propriedade. Por exemplo, tenho o controle sobre a alimentação do meu rebanho, se é necessário acrescentar mais fibras ou proteínas. O diagnóstico é fundamental paraproduzir com qualidade, o que, de fato, aumentou a minha renda”.  
A APCBRH
Fundada em 27 de março de 1953, a APCBRH realiza 200 mil análises por mês, incluindo amostras individuais dos animais e também do leite das indústrias. O programa de análise de rebanhos leiteiros e do leite acompanha 30 mil vacas por mês e atende 250 indústrias do Paraná e 160 em outros estados. Hoje mantém 679 sócios ativos e somente no ano passado registrou 20.509 animais da raça holandesa, 36% do rebanho total de 57.029 de animais registrados em todo o país. 
Pelos 1,6 mil metros quadrados do laboratório, a rotina começa às 7 horas da manhã e só termina às 22 horas.  Vinte funcionários, entre químicos e técnicos, se revezam para fazer a análise de uma média 8.000 mil amostras por dia. O horário de maior movimento é às 10 horas, quando as amostras começam a chegar de todo o Estado, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rondônia. O gerente do laboratório José Augusto Horst conta que a maior dificuldade é coletar esse material no campo e fazer chegar ao laboratório em condições e tempo ideais.
Alguns cuidados são essências na hora de fazer a coleta do leite, como não retirar diretamente do úbere da vaca, porque a composição da ordenha é diferente no início, meio e fim.  “O importante é que esse produtor tenha uma assistência técnica ao receber o resultado desses exames”, recomenda. 
Quando o assunto é a qualidade do leite no Paraná, ele resume: “Nós avançamos muito e observamos que isso vem crescendo em todas as regiões do Estado”.   
Registro de Animais
Você já pensou em fazer a árvore genealógica do seu bezerro?  Pois é, a APCBRH faz um registro que identifica o animal e a sua procedência. Através do registro o criador conhece toda a genealogia do animal: pais, avós e bisavós. Além disso, é possível ter acesso aos dados de produtividade dos parentes dos animais. Segundo Valloto, o animal que possui um registro se torna mais valorizado no mercado. “O produtor passa a ter o reconhecimento de seus animais na raça, garantia na comercialização que os animais possuem origem e procedências comprovadas”, garante.  O criador interessado em registrar seus animais deve entrar em contato com a APCBRH e pedir a visita de um técnico, que irá até a sua propriedade para fazer uma avaliação.  
*Mais informações pelo site: www.holandesparana.com.br

Fonte: Hemely Cardoso-publicada no Boletim Informativo da FAEP nº 1212/2013

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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