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Lodo do esgoto vira alternativa sustentável para agricultura no Paraná

Em 2021, a Companhia destinou gratuitamente 14,4 mil toneladas de lodo a 89 agricultores de 52 municípios do Paraná. Além do benefício financeiro, há um ganho ambiental e de produtividade, e a Sanepar deixa de destinar esse material para aterros sanitários.

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Divulgação/Sanepar

O lodo gerado a partir do tratamento de esgoto nas estações da Sanepar tem sido uma alternativa sustentável para agricultores no Paraná, que deixam de gastar com fertilizantes, principalmente num cenário de aumento internacional de preços. Em 2021, a Companhia destinou gratuitamente 14.370 toneladas de lodo que foram aplicadas em 2.655 hectares.

Foram beneficiados 89 produtores de 52 municípios. Além do benefício financeiro – o valor desse volume equivale a cerca de R$ 2,15 milhões – há um ganho ambiental e de produtividade. E a Sanepar também deixa de destinar esse material para aterros sanitários.

Estudos apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) indicam que a implementação de práticas mais sustentáveis de manejo do solo, como plantio direto e uso de insumos biológicos à base de resíduos orgânicos, ajuda a aumentar a eficiência e reduzir o uso de minerais críticos para a agricultura, como o fosfato.

Os principais nutrientes do lodo distribuído pela Sanepar são nitrogênio, fósforo, enxofre, cálcio e magnésio, importantes para o desenvolvimento das plantas. Usada na higienização do lodo, a cal virgem contribui para a correção do solo nas áreas onde tem sido aplicada.

Foram essas características que convenceram o agricultor João Angelo Costa Gomes a utilizar pela primeira vez o lodo em 200 hectares de área arrendada na região de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. “Eu teria que aplicar calcário para fazer a correção. Isso me custaria R$ 58 mil. E a matéria orgânica, que vem junto com o lodo, funciona como adubo. Mas, para mim, o principal é fazer a correção que vai elevar cálcio e magnésio do solo”, disse.

Ele está aplicando o lodo para fazer adubação verde, com nabo e milheto, a fim de preparar a terra para o plantio de trigo, no inverno, e de soja, no verão.

No município de Ipiranga (Campos Gerais), a produtora Marli Scheifer aguarda o lodo para usar, pela primeira vez, em 126 hectares, e fazer a correção do solo. “Vou fazer cobertura com nabo forrageira para o plantio do trigo. Fui atrás de matéria orgânica porque é importante para o solo e tive a indicação de um produtor conhecido que usa o lodo há bastante tempo. Fiquei um pouco apreensiva, a princípio, mas ele me recomendou e achei interessante porque vi que, além da correção, o lodo tem mais benefício”, afirma.

Para determinar a quantidade do lodo a ser aplicado na propriedade de Marli, o engenheiro agrônomo da Sanepar Rebert Skalisz fez a coleta do solo e encaminhou o material para análise laboratorial. A partir das características do solo, será calculado o volume a ser aplicado.

Todos os lotes de lodo recebem tratamento para eliminar patógenos, com aplicação de cal virgem, tornando-se 100% seguro para o seu manuseio. O material também passa por análise laboratorial. Os resultados são encaminhados para o Instituto Água e Terra (IAT), que faz avaliação e liberação para uso na agricultura.

Em todo o Estado, a Sanepar tem 36 unidades de gerenciamento de lodo, que recebem o material gerado nas estações de tratamento de esgoto. A aplicação do lodo é conduzida por engenheiros agrônomos da Companhia que fazem parte da Gerência de Gestão Ambiental, submetida à Diretoria de Meio Ambiente e Ação Social.

Programa de Uso Agrícola do Lodo de Esgoto

A Sanepar desenvolve o Programa de Uso Agrícola do Lodo de Esgoto desde 2007. Nesse período, foram aplicadas cerca de 400 mil toneladas de lodo. Isso equivale a cerca de R$ 60 milhões em benefício para a agricultura paranaense, além da disposição ambientalmente correta, em vez de serem lançados em aterros sanitários.

O programa já foi indicado como referência pela ONU e visitado por profissionais de outras companhias de saneamento dos estados da Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás. Interessados em receber o lodo agrícola devem enviar email para lodoagricola@sanepar.com.br.

Fonte: AEN Paraná

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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26

Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

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Foto: Sistema Faep

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.

Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura

No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.

No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.

O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional

Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

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Foto: Daiane Mendonça

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.

Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves

A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.

A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.

Fatores que influenciam mercado 
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.

1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves

Fatores de alta:

  • Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
  • Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.

Fatores de baixa:

  • Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
  • Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
  • Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
  • Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.

2. Oferta e mercado interno

Fatores de alta:

  • Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
  • Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.

Fatores de baixa:

  • Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.

3. Safra e clima
Fatores de baixa:

  • Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

    Foto: Claudio Neves

    ciclo 2025/26;

  • Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.

Acordo China-EUA 
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.

Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra

Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

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Foto: Shutterstock

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.

No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.

Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.

No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon

lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.

O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.

No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.

A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.

Fonte: O Presente Rural
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