Notícias Avicultura e Suinocultura Capixaba
6ª FAVESU começa amanhã com uma série de atrações
Serão mais de 20 horas de palestras técnicos durante os dois dias de evento, que ainda apresentará ao público debates sobre a avicultura e a suinocultura nacional, e atrações como o Espaço Científico e do Espaço Gourmet.

A espera por mais uma edição do maior evento da avicultura e suinocultura capixaba chega ao fim nesta quarta-feira (08) com o início da 6ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (Favesu). Promovida em conjunto pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves) e a Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases), a feira acontecerá no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, em Venda Nova do Imigrante (ES) com uma programação recheada até a próxima quinta-feira (09).
No total, serão mais de 20 horas de palestras técnicos durante os dois dias de evento, que ainda apresentará ao público debates sobre a avicultura e a suinocultura nacional, e atrações como o Espaço Científico, Espaço Gourmet e mais de 60 empresas expositoras dos mais variados segmentos ligados aos setores avícola e suinícola. Confira tudo o que a 6ª FAVESU lhe reserva.
Programação
A programação terá início às 09h15 com as apresentações de dois trabalhos vencedores do Espaço Científico. O auditório 1 receberá a explanação do trabalho vencedor na categoria Postural Comercial, que tem como tema “Registro de Plasmodium sp. em codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) da região serrana do Espírito Santo”. Já no auditório 2, a temática destacada serão as “Condenações por pneumonia em abates de suínos no estado do Espírito Santo”, que foi vencedora na categoria Suinocultura.
Na sequência, a partir das 09h30, no auditório 1, serão iniciadas as explanações do Qualificaves Frango de Corte e Postura Comercial, uma parceria com o IDAF, SFA-ES/MAPA e Coopeavi, com a palestra “Notificação obrigatória de doenças aviárias: entendendo o processo e sua importância para a Avicultura”. O momento terá o comando do coordenador do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Bruno Rebelo Pessamilio.
No mesmo horário, no auditório 2, abrindo as discussões do Qualificases, a diretora técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Charli Ludtke, e a pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Jalusa Deon Kich, apresentarão o tema “Antibioticoterapia na suinocultura: cuidados para um uso eficaz e racional”.
Conteúdo para produtores e empresas
Novidade na edição deste ano, o primeiro dia de eventos técnicos da 6ª FAVESU será encerrado com um conteúdo empresarial apresentado pela Audax Consultoria Tributária, no auditório 1, às 11 horas. A temática abordada será “Os benefícios fiscais e restituição de créditos tributários para avicultura, suinocultura e frigoríficos. Como restituir esses créditos em conta corrente para minha empresa?”, que terá o comando do diretor da Audax Consultoria Tributária, Arnibo Braatz Júnior.
Um olhar para o futuro
E na parte da tarde, às 14 horas, o auditório 1 receberá a Reunião Conjuntural da Avicultura e Suinocultura. A iniciativa promoverá o encontro de três lideranças do setor de proteína animal brasileiro e do poder público para apresentar os números e as perspectivas da avicultura de corte e postura comercial, da suinocultura e do mercado de grãos.
Participarão deste momento o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes; o diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua; e o Superintende da Superintendência de Gestão da Oferta – Sugof/Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, Allan Silveira dos Santos.
Abertura oficial e homenagens
Com a presença de diversas personalidades e figuras centrais dos setores avícola e suinícola capixaba, além de lideranças do mercado e da política estadual, a 6ª FAVESU terá sua abertura oficial às 16 horas, no auditório 1. Neste momento, também serão prestadas algumas homenagens a importantes pessoas que atuam ou atuaram em prol dos dois setores no Espírito Santo.
Segundo dia movimentado
Abrindo os eventos técnicos no dia 09 de junho, a partir das 09h30, o auditório 1 receberá a apresentação do trabalho “Suplementação de cromo e de vitamina E em dietas para frangos de corte em condições de estresse por calor”, que foi o vencedor do Espaço Científico na categoria Frango de Corte.
No mesmo horário, no auditório 2, terá início o “Qualificaves Postura Comercial”, que contará com a parceria da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) e apresentará a palestra “Programas de autocontrole: princípios básicos para a confecção e implementação para o setor de ovos”. O momento será ministrado pelo consultor da Criare Consultoria e Engenharia de Alimentos, Paulo Barretto.
Na sequência, às 09h45, no auditório 1, terá início o “Espaço produção e indústria de carnes – Frango de Corte”, com a palestra “Principais causas de condenações (da granja ao abatedouro) e formas de prevenção”. O momento será conduzido pela professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Liris Kindlein.
Logo em seguida, às 10h50, no mesmo local, o especialista em Frango de Corte e Ambiência da Cobb na América do Sul, José Luís Januário, falará sobre a temática “Ambiência: fatores limitantes para um melhor desempenho”.
Fechando o último dia de conteúdos técnicos, às 11 horas, no auditório 2, o “Espaço produção e indústria de carnes – Suínos” receberá o Fiscal Estadual Agropecuário do Idaf/ES, Agostinho Sergio Scofano, com a palestra “Principais causas de condenações (da granja ao abatedouro) e formas de prevenção”.
Sabor e informações
Comandado pelo chef de cozinha Gilson Surrage e pela nutricionista Gleiciane Nunes, o Espaço Gourmet conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e tem como público-alvo consumidores, empresários e proprietários de bares, restaurantes, pousadas e outros serviços de alimentação.
Destacando receitas práticas que valorizam as potencialidades das carnes suína, de frango e ovos, o espaço contará nove receitas que serão apresentadas em três momentos: Praticidade, Coisas da Terra e Inovação. A programação terá início no dia 08, às 18 horas, e seguirá no dia 09, às 14 horas e às 18 horas.
Incentivo e reconhecimento
Uma iniciativa que visa dar oportunidade para que os pesquisadores possam apresentar trabalhos em três áreas importantes para a avicultura e suinocultura, o Espaço Científico da 6ª FAVESU, além dos vencedores das três categorias, contará com outras 11 pesquisas que poderão ser conferidas pelo público presente.
Além da possibilidade de apresentar seus trabalhos, os pesquisadores vencedores nas três áreas receberão uma premiação em dinheiro na quantia de R$ 1.000,00, terão direito a publicação do seu trabalho no Jornal do Agronegócio (jornal de circulação nacional da AVES e ASES), e ainda poderão ter seu estudo divulgado nas mídias da FAVESU e das associações.
Análises e projeções
Fechando a programação de apresentações da feira, o “Painel do Agronegócio – FAES, SENAR, SINDICATOS, AVES e ASES” apresentará mais uma edição da Palestra Magna, que terá o comando do palestrante e cofundador da plataforma AAA Inovação, Arthur Igreja.
Com realização da AVES e ASES em conjunto com o sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-ES) e os Sindicatos Rurais, o momento debaterá sobre a temática: “Os impactos da crise mundial para o agronegócio. Desafios e oportunidades para a avicultura e suinocultura brasileira”.
Palestrante em mais de 150 eventos por ano como o TEDx no Brasil, Europa, Estados Unidos e América do Sul, Arthur retorna à Favesu depois participar da feira em 2019, na qual deixou o público participante muito satisfeito com as informações e opiniões apresentadas, retratando a situação socioeconômica da época.

Notícias
Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.



