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5º Simpósio de Pós-colheita de Grãos do Mato Grosso do Sul encerra nesta sexta-feira

Conscientizar os produtores e os profissionais que lidam com ração sobre a importância da qualidade da matéria-prima foi um dos pontos defendidos pela professora da Esalq-USP, doutora Maria Antonia Calori Domingues.

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Maria Antonia Calori Domingues - Foto: Divulgação

Os palestrantes do 2º dia do Simpósio de Pós-Colheita do Mato Grosso do Sul foram unânimes em apontar que as soluções para o setor estão na adoção de ferramentas inovadoras de inteligência artificial para prevenir e reduzir perdas e também ter o controle mais assertivo das unidades armazenadoras. Além disso, os profissionais e produtores devem estar conscientes sobre os problemas acerca de contaminantes e manejo de pragas na armazenagem.

Conscientizar os produtores e os profissionais que lidam com ração sobre a importância da qualidade da matéria-prima foi um dos pontos defendidos pela professora da Esalq-USP, doutora Maria Antonia Calori Domingues, no segundo dia do 5º Simpósio de Pós-Colheita de Grãos do Mato Grosso do Sul, que termina nesta sexta-feira (22) em Maracaju (MS).

Maria Antonia proferiu palestra dentro do painel “Contaminantes na armazenagem de grãos”, onde relatou os danos e problemas das micotoxinas na produção da ração. Segundo ela, as micotoxinas são substâncias altamente nocivas que podem comprometer a saúde dos animais e dos humanos. “Por isso, é fundamental transmitir conhecimento para que as pessoas saibam como prevenir e controlar esses problemas”, afirmou.
Ela explicou que há diferenças entre os setores que produzem grãos e que cada um tem seus próprios desafios. “O setor de grãos é muito complexo porque envolve uma grande quantidade de produção e uma diversidade de culturas. Já o setor de amendoim, por exemplo, conseguiu avançar bastante na questão das micotoxinas, graças a um trabalho conjunto entre produtores, indústrias e órgãos reguladores”, exemplificou.

Para ela, a qualidade deve ser uma preocupação desde o início do processo produtivo, ou seja, desde o campo até o armazenamento e a fabricação da ração. “A contaminação pode ocorrer em qualquer etapa. Por isso, é essencial adotar boas práticas agrícolas, desde a escolha das sementes adequadas até a armazenagem e processamento”, orientou.

Ela reconheceu que, em algumas situações, a contaminação pode ocorrer devido a fatores ambientais que fogem do controle dos produtores. Nesses casos, ela recomendou que se faça um gerenciamento eficiente da contaminação, aumentando o número de análises laboratoriais e compreendendo as condições climáticas da região. “Dessa forma, é possível identificar os pontos críticos e tomar as decisões mais adequadas para garantir a qualidade da ração e a segurança dos consumidores”, concluiu.

A segunda palestra do painel, ministrada por Adilson Eger, da Copagril, abordou as boas práticas na armazenagem para redução das micotoxinas. “As boas práticas têm que começar no campo, pois é lá que se começa a definir a qualidade do cereal que será armazenado e processado”, disse.
“Nessa etapa, é importante respeitar o ponto ideal de maturação e umidade dos grãos, bem como evitar danos mecânicos e contaminações por pragas e doenças. Na unidade armazenadora, o cereal deve passar por uma recepção criteriosa, onde se avalia a sua qualidade e se define o tratamento adequado para a secagem, a limpeza, o beneficiamento e a conservação.

Os maiores problemas que podem ocorrer na armazenagem são a deterioração dos grãos por fungos, insetos e roedores, que podem causar perdas quantitativas e qualitativas, além de riscos à saúde humana e animal. “A produção de micotoxinas pelos fungos é um dos principais problemas que podem afetar o cereal, tanto no campo quanto na armazenagem. Por isso, é fundamental controlar a umidade e a temperatura dos grãos, bem como realizar um monitoramento constante das condições do ambiente e do produto. Assim, pode-se garantir a qualidade e a segurança do cereal desde o campo até o consumidor final”, afirmou Eger.

Também da Copagril, Claudete Maria Besen Benitez, abordou “Boas práticas na fábrica de rações”, destacando as normativas do Ministério da Agricultura e Abastecimento para a fabricação de rações.

Copasul conseguiu reduzir de 38 para zero as cargas recusadas por problemas de insetos

A Copasul Cooperativa Agrícola com sede em Naviraí (MS) conseguiu reduzir de 38 para zero o número de cargas recusadas por problemas de insetos, graças ao manejo integrado de pragas, que envolve a capacitação e a conscientização das pessoas, além do monitoramento e a identificação das pragas e os métodos de controle adequados.

A experiência da Copasul foi relatada durante o 5º Simpósio de Pós- Colheita de Grãos do Mato Grosso (MS), que termina nesta sexta-feira em Maracaju (MS), pelo palestrante Igor Lopes, coordenador técnico de silos da cooperativa. O ponto de partida da cooperativa foi buscar uma consultoria para reduzir os índices de cargas recusadas, o que acabou sendo bastante positivo”.

Segundo ele, as pragas que atacam os grãos armazenados são um problema sério para os produtores e armazenadores de cereais. Algumas das principais pragas são o caruncho, a traça e o gorgulho. Esses insetos se alimentam dos grãos e reduzem sua qualidade e valor comercial. Para evitar ou combater essas pragas, existem diferentes métodos de controle, que devem ser aplicados de acordo com a situação de cada armazém.

Os métodos preventivos visam impedir a entrada ou o desenvolvimento das pragas nos armazéns. Eles incluem a limpeza e a desinfecção das instalações, dos equipamentos e dos veículos de transporte, a seleção e a secagem dos grãos, o uso de embalagens adequadas e resistentes, o monitoramento constante da temperatura e da umidade dos grãos e a aplicação de inseticidas de contato ou de pós-inertes, como a terra diatomácea.

Os métodos corretivos são usados quando as pragas já estão instaladas nos armazéns e causando danos aos grãos. Eles consistem na aplicação de inseticidas, como a fosfina, que penetram nos grãos e matam os insetos em todas as fases do seu ciclo de vida. “Esse método é eficaz, mas também é caro, trabalhoso e perigoso para a saúde humana e o meio ambiente. Por isso, deve ser usado com cautela e seguindo as normas de segurança”, disse.

Gestão e manutenção

O palestrante Alcemir Chiodelli, gerente do Departamento de Grãos da C.Vale, Palotina (MT) detalhou a importância da “gestão de indicadores dentro do processo produtivo de grãos”. Ele frisa que a gestão precisa ser construída dentro de cada realidade, de cada unidade de grãos, pois cada uma tem suas particularidades. Para Chiodelli, os principais indicadores que devem ser monitorados são os de custo, de consumo de recursos, de qualidade de grãos e também de resultado. “Se eu tiver domínio desses quatro indicadores, eu tenho uma performance de gestão muito boa”, enfatiza Chiodelli. Ele complementa que os indicadores ajudam a medir o desempenho das atividades e apoiam a tomada de decisão, entre outras funções. Para esclarecer a importância de monitorar estes dados, Chiodelli fez menção ao pai da administração moderna, Peter Drucker, citando a frase “O que não pode ser medido não pode ser melhorado”

Para o especialista, diante do cenário atual caótico de déficit de armazenagem, estimado em cerca de 130 milhões de toneladas, o setor de pós-colheita deve tomar as rédeas do negócio e estar mais atento as limitações impostas para poder gerir de forma mais eficiente. “Neste momento, o diferencial vai estar exatamente no programa de gestão e nas pessoas que fazem a gestão da unidade, de buscar alternativas, às vezes, não para zerar o problema, mas para trazer dentro da competitividade”, orienta Chiodelli.

O palestrante e engenheiro mecânico João Vítor Baroni Razente, da Agrária, de Guarapuava (PR) falou sobre “manutenção operacional preventiva da unidade armazenadora”. O especialista salientou que a manutenção é uma estratégia muito importante e, cada vez mais, é preciso evoluir com o recurso que se tem. “Nós temos que trabalhar para sermos responsáveis em relação à manutenção e a operação, pois elas andam juntas. A ideia é não terceirizar, mas sim monitorar diariamente o fluxo das atividades, para que possa atuar assim que perceba algo diferente. Desta forma e com a gestão de indicadores as unidades vão performar melhor.

O segundo dia do Simpósio foi encerrado com o Painel 3 que debateu a “conservação no armazenamento de grãos”. O primeiro palestrante a discorrer sobre o assunto foi o professor de Engenharia de Pós-colheita de Produtos Agrícolas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), André Luís Duarte Goneli. Além de fazer uma rastreabilidade dos fatores que geram perda na qualidade dos nossos grãos, Goneli falou sobre a gestão de armazenagem e conservação de grãos, começando por conscientizar o público de que o problema não está só dentro da unidade armazenadora.

“Boa parte de todos os problemas que a gente passa na unidade armazenadora, em termos de perda de qualidade, vem do campo, do mau planejamento e condução da lavoura”. Na avaliação dele, temos capacidade de identificar esse problema e depois que o produto está dentro da unidade, também temos tecnologia para conservar, como o sistema de termometria digital e o robô que mede o volume dos grãos dentro da massa de grãos. “Temos hoje muitas ferramentas que permitem uma armazenagem de qualidade, desde que a gente receba um produto de melhor qualidade, o que não está acontecendo atualmente, pois o Brasil infelizmente se preocupa muito em produzir, e esquece que depois que produz tem que armazenar, conservar o alimento. Enfim, o agro precisa ser mais eficiente “, avalia o professor Goneli, lembrando que a FAO estima que cerca de 30% a 40% de tudo que se produz se perde ao longo da cadeia. Na avaliação dele, o agro precisa ser mais eficiente, adquirir conhecimento para ampliar fronteiras e melhorar as situações.

O painel foi fechado com palestra sobre a qualidade de grãos através da otimização e versatilidade de unidades armazenadoras. O palestrante Darlei Fernando Alebrandt, da Copérdia, de Concórdia (SC) apontou o quanto é fundamental planejar o projeto de construção de uma unidade armazenadora e bem como prever a ampliação das estruturas, já que ano após ano cresce a demanda de armazenamento no País.

“A otimização e a versatilidade das unidades armazenadoras é um processo de estudo, de planejamento, de implantação e do monitoramento das melhorias propostas, instalações, processos e operações. Nós precisamos conhecer as exigências da qualidade da matéria prima dos grãos no projeto industrial da sua totalidade. Se não tivermos sincronia e sinergia de fluxos e operações no nosso dia a dia, vamos ter perda de qualidade”, finaliza.
Palestras sobre a segurança no trabalho e operação de unidades armazenadoras de grãos fecham nesta sexta-feira (23) o V Simpósio de Pós-Colheita de Grãos do Mato Grosso de Sul.

O 5º Simpósio Pós-Colheita é uma promoção da Associação Brasileira de Pós Colheita (Abrapos), realização da Coamo Agroindustrial Cooperativa e copromoção das instituições cooperativas Copagril, Copasul, C.Vale, Cooperalfa, Cocamar, Cotriguaçu, Lar, Universidade UFGD, Conab e da Embrapa.

Fonte: Assessoria Abrapos

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Tarifaço dos EUA continua a afetar 22% das exportações brasileiras

Apesar da retirada de 238 produtos da lista de sobretaxas, produtos agrícolas e industriais ainda enfrentam barreiras, mantendo parte das vendas brasileiras aos EUA sob tarifas adicionais.

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O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (21) que 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos permanecem sujeitas às sobretaxas impostas pelo governo norte-americano. A declaração foi dada no Palácio do Planalto, um dia após a Casa Branca retirar 238 produtos da lista do chamado tarifaço.

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Segundo Alckmin, a nova decisão representa o maior avanço até agora nas negociações bilaterais. Ele destacou que, no início da imposição das tarifas, 36% das vendas brasileiras ao mercado norte-americano estavam submetidas a alíquotas adicionais. “Gradualmente, tivemos decisões que ampliaram as isenções. Com a retirada dos 238 produtos, reduzimos para 22% a fatia da exportação sujeita ao tarifaço”, ponderou.

A medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, revoga a tarifa extra de 40% para uma lista de itens majoritariamente agrícolas, como café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá. A isenção tem efeito retroativo a 13 de novembro e permitirá o reembolso de produtos já exportados.

Impacto nas exportações
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam que, tomando como base os US$ 40,4 bilhões exportados pelo Brasil aos EUA em 2024:

  • US$ 8,9 bilhões seguem sujeitos à tarifa adicional de 40% (ou 10% mais 40%, dependendo do produto);
  • US$ 6,2 bilhões continuam enfrentando a tarifa extra de 10%;
  • US$ 14,3 bilhões estão livres de sobretaxas;
  • US$ 10,9 bilhões permanecem sob as tarifas horizontais da Seção 232, aplicadas a setores como siderurgia e alumínio.

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De acordo com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, a parcela das exportações brasileiras totalmente livre de tarifas adicionais aumentou 42% desde o início da crise.

Ela ponderou, no entanto, que o setor industrial continua sendo o mais afetado e exige maior atenção por parte do governo. “Para a indústria, a busca de mercados alternativos é mais complexa do que para commodities”, afirmou.

Aeronaves da Embraer, por exemplo, seguem sujeitas à tarifa de 10%.

Negociações seguem
Alckmin afirmou que a decisão dos EUA foi influenciada pelo diálogo recente entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro na Malásia, em outubro. O governo brasileiro enviou aos EUA, em 4 de novembro, uma proposta de acordo comercial, cujo teor não foi detalhado.

O presidente em exercício reiterou que o país busca avançar nas tratativas para retirar novos produtos da lista de itens tarifados. Ele mencionou que temas tarifários e não tarifários seguem na pauta de discussão, incluindo áreas como terras raras, big techs, energia renovável e o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata).

Alckmin também confirmou que Lula apresentou a Trump, além do pedido de redução tarifária, questionamentos sobre a aplicação da Lei

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Magnitsky, que resultou em sanções contra autoridades brasileiras.

Segundo o presidente em exercício, ainda não há reunião prevista entre os presidentes, embora Lula tenha convidado o mandatário norte-americano para visitar o Brasil.

Setores mais sensíveis
Apesar do alívio para diversos itens agrícolas, o governo avalia que os produtos industriais permanecem como o principal foco de preocupação. Parte desses segmentos, especialmente bens de maior valor agregado ou fabricados sob encomenda, têm mais dificuldade para redirecionar exportações para outros mercados.

Alckmin afirmou que seguirá empenhado em buscar novas exceções. “Continuamos otimistas. O trabalho não terminou, mas avança com menos barreiras”, declarou.

Fonte: Agência Brasil
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COP30 evidencia protagonismo do cooperativismo nas soluções para clima e energia

Painéis na Green Zone e Agri Zone mostraram como cooperativas já entregam resultados em redução de emissões, bioenergia, logística sustentável e soberania alimentar, reforçando o modelo como peça-chave da transição climática justa no país.

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Foto: Divulgação/OCB

A participação do cooperativismo brasileiro na COP30, na última quarta-feira (19), evidenciou a força do modelo e sua capacidade de integrar inovação, inclusão e sustentabilidade para responder aos maiores desafios climáticos, alimentares e energéticos do país. Painéis na Green Zone e na Agri Zone reuniram dirigentes de cooperativas, pesquisadores, técnicos e produtores para apresentar experiências concretas que mostram como a ação coletiva já transforma territórios.

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Em todos os debates, a mensagem central foi unânime: o cooperativismo não espera, entrega resultados mensuráveis na redução de emissões, no uso eficiente de recursos naturais e na geração de renda e oportunidades, posicionando-se como peça-chave para uma transição climática justa, inclusiva e territorializada.

Energia limpa, economia circular e logística sustentável  

No Pavilhão do Coop, o painel Transição Energética Justa: Cooperar para Transformar, mediado por João Penna, coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, reuniu três experiências que demonstram como o cooperativismo tem sido decisivo para acelerar a transição energética no Brasil e mitigar passivos ambientais de forma eficiente.

Alexandre Gatti Lages, superintendente do Sistema Ocemg, chamou atenção para o avanço das energias renováveis dentro do movimento. Ele lembrou que, segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, cerca de 20% das cooperativas brasileiras já produzem sua própria energia e Minas Gerais possui potencial ainda maior. Por isso, a Ocemg criou, em 2020, o Projeto Minascoop Energia, estruturado nos pilares ESG. “O Minascoop nasceu com esse propósito de fazer um trabalho diferente, doando energia para entidades que precisam”, afirmou.

A iniciativa reduz custos energéticos (Econômico), promove geração fotovoltaica limpa (Ambiental) e estimula a doação de parte da

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energia produzida a instituições filantrópicas (Social). “Hoje, já são 52 cooperativas participantes, com 138 usinas instaladas em 88 municípios, que juntas produzem 14 MW”, complementou.

Juliano Millnitz, diretor-executivo da Primato, cooperativa paranaense que atende mais de 11 mil cooperados e é a maior produtora de suínos do Brasil, apresentou o case Suíno Verde: Energia Limpa do Campo ao Transporte. O programa vem sendo observado por pesquisadores e autoridades por transformarum enorme passivo ambiental em combustível limpo.

A cooperativa produz, diariamente, 9,5 milhões de litros de dejetos suínos e implantou um sistema que centraliza 630 mil litros/dia para produzir biometano. No processo, o material sólido é convertido em fertilizante, enquanto o líquido gera biogás e biometano. A planta é autossuficiente em energia e o foco agora é a mobilidade sustentável. “Hoje já operamos seis caminhões totalmente movidos a biometano e a meta é que toda a cadeia de suínos seja transportada com combustível limpo, o que representará uma economia de 447 toneladas de óleo diesel por ano, equivalente a R$ 920 mil anuais”, explicou Nunes.

O terceiro case foi apresentado por Evaldo Matos, diretor da Coopmetro, que abordou um dos maiores desafios brasileiros: a dependência da matriz rodoviária, responsável por 70% do transporte nacional. A cooperativa lidera o Programa de Renovação de Frota (Pave), que democratiza o acesso de pequenos transportadores a caminhões novos, conectando cooperados, cooperativas de crédito e fabricantes.

Foto: Shuttertsock

Os impactos ambientais são expressivos: 14% menos CO₂, 75% menos óxidos de nitrogênio e 12% mais autonomia. No campo social, o programa alcança 13,5 mil beneficiados, fortalece renda e promove inclusão, com aumento de 15% na presença feminina. “O Pave é uma contribuição concreta para uma logística mais verde, mais saudável”, afirmou Matos, destacando ainda que a operação registra zero inadimplência com os bancos parceiros.

A representante do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Melissa Pesconi, elogiou a abordagem das cooperativas, reforçando que seus resultados são exemplos para grandes empresas. Ela apresentou as coalizões setoriais de descarbonização lideradas pelo CEBDS: iniciativas multissetoriais que reúnem setor privado, governos e sociedade civil para desenvolver e implementar planos de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em diversos setores da economia.

Melissa destacou que “a visão técnica dos dados precisa dialogar com a prática transformadora, e as cooperativas já mostram que a transição energética deve ser guiada também por critérios sociais, econômicos e políticos”.

Amazônia reforça protagonismo comunitário 

Também na Green Zone, o painel Identidade e Inclusão para a Soberania Alimentar na Agricultura Amazônica, mediado por Beatriz

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Barros Braga, secretária de Desenvolvimento Rural do Amapá, trouxe uma discussão profunda sobre como diferentes Amazônias, com culturas, ecossistemas e modos de produzir próprios, constroem caminhos para garantir segurança alimentar em meio às desigualdades estruturais.

Com mais de duas décadas de atuação, a Cooperacre levou ao painel a visão dos extrativistas. O assessor Alberto “Dande” de Oliveira Tavares descreveu a trajetória de verticalização da cooperativa, que investe em agroindústrias de castanha, borracha, frutas e óleos. “A Amazônia não é vista apenas como fornecedora de matérias-primas. A Cooperacre investiu na verticalização, garantindo renda, autonomia e permanência das famílias”, disse.

Ele reforçou a importância do reconhecimento do serviço ambiental prestado pelos extrativistas: “Essas famílias entregam muito além de alimentos. Entregam equilíbrio climático, água de qualidade, biodiversidade. O pagamento por serviços ambientais precisa chegar até elas”, complementou

Já o agricultor e gerente comercial da Camta, Emerson Tsunoda, relatou o processo de reinvenção da cooperativa, que deixou a dependência da monocultura da pimenta e adotou sistemas agroflorestais integrados (cacau, açaí, pimenta e outras culturas). A mudança ampliou mercados, diversificou renda e elevou a resiliência produtiva. Ele celebrou também que bancos passaram a financiar apenas produtores estruturados em SAFs. “Quem consome nossos produtos consome também uma história de união e reinvenção”, resumiu.

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Bioenergia e desenvolvimento regional  

Na Agri Zone, o painel Desenvolvimento Regional e Transição Energética, promovido pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), reuniu especialistas do setor de bioenergia para discutir como a interiorização da indústria e a diversificação das matérias-primas podem impulsionar cidades e regiões inteiras.

O cooperativismo foi representado pela analista de Sustentabilidade do Sistema OCB, Laís Nara Castro. Ela apresentou dados atualizados do setor e reforçou que o movimento já é parte essencial da transição energética nacional. “Hoje, mais de 910 cooperativas já geram sua própria energia, seja para consumo interno ou para abastecer processos produtivos. Somando tudo, temos mais de 4,9 mil empreendimentos de geração distribuída espalhados pelo Brasil. É energia limpa, descentralizada e que chega na ponta, no pequeno e no médio produtor”, descreveu.

Fonte: Assessoria OCB
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Novas obras devem tornar mais dinâmicas as visitas ao Show Rural

Coopavel investe em ampliações, novas obras e melhorias operacionais para receber 600 empresas e até 22 mil veículos na edição de 2026, reforçando o evento como vitrine global de inovação no agronegócio.

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Foto: Divulgação/Coopavel

Poucas vezes em 38 anos de Show Rural, a Coopavel e parceiros investiram tanto em novas obras e em melhorias simultâneas no parque que abriga um dos três maiores eventos técnicos do agronegócio mundial. São inúmeros projetos em execução ao mesmo tempo, tudo para melhorar ainda mais a dinâmica e o aproveitamento das visitas de quem se desloca a Cascavel, no Oeste do Paraná, para ter acesso às inovações desenvolvidas pelas empresas do setor para que o agricultor produza mais, com menos custos e observando a lógica da sustentabilidade.

Foto: Divulgação/Coopavel

Foto: Divulgação/Coopavel

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“O que estamos fazendo, mas em uma escala maior que em outros anos, busca atender às expectativas de um produtor rural cada vez mais exigente e conectado a mudanças que, ao longo dos anos, transformaram a realidade agropecuária brasileira e mundial. O Show Rural é um evento de vanguarda, focado na inovação e na superação e os resultados do que estamos fazendo poderão ser vistos de 9 a 13 de fevereiro de 2026, durante a 38ª edição do evento”, menciona Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, cooperativa que organiza a mostra de tecnologia.

Obras

Estão em ampliação os espaços físicos da administração do parque e do Espaço Impulso (parceria com o Itaipu Parquetec), hub do agro inaugurado há quase quatro anos e que se tornou um ambiente multiplicador de novos conhecimentos para as mais diferentes atividades rurais. Esses prédios terão as suas áreas dobradas, o mesmo acontecendo com o galpão destinado à agricultura familiar.

Foto: Divulgação/Coopavel

A Itaipu investe cerca de R$ 1,7 milhão em uma nova estrutura, anexa à antiga, que vai permitir, a partir do ano que vem, mais que dobrar o número de agroindústrias familiares presentes no Show Rural. As duas primeiras estão com mais de 60% do cronograma de obras pronto, e o novo pavilhão está praticamente concluído.

A área pavimentada com asfalto foi ampliada em 2,5 quilômetros e, nesse trecho, a largura da via é de cinco metros. Em vias anteriormente pavimentadas, a largura está em ampliação de três para cinco metros. Novos trechos de ruas vão receber cobertura. Onze dos 15 quilômetros de vias que conectam todo o parque estarão protegidos da chuva e do sol na edição de fevereiro. Os 28 conjuntos de banheiros, masculinos e femininos, foram todos reformados, trabalho que envolveu da troca de portas até do piso.

A área do antigo estacionamento de expositores foi toda gramada e, considerando trechos próximos, permitirá aumentar em 15 mil metros quadrados o espaço destinado a expositores. “Teremos 600 empresas, como em edições anteriores, mas algumas que pediam agora terão espaços maiores para apresentar as suas novidades aos visitantes”, conforme o coordenador geral Rogério Rizzardi.

22 mil veículos

O empresário Assis Gurgacz cedeu uma área vizinha ao parque para a ampliação do novo estacionamento. Para a 38ª edição, a capacidade

Foto: Divulgação/Coopavel

de recepção vai subir de 17 mil para 22 mil veículos. Em fevereiro passado, o estacionamento tinha capacidade para 400 ônibus, e em 2026 poderão ser recebidos e devidamente abrigados 700.

Uma nova passarela vai ligar o estacionamento ao novo portão principal do parque. A maior parte do trecho é elevada, passando sobre o antigo estacionamento. Além disso, outras duas lanchonetes serão implantadas no parque, bem como ampliado o número de estações no restaurante para que mais pessoas possam se servir simultaneamente. No Show Rural Coopavel, o acesso ao parque e o uso de vagas de estacionamento são gratuitos.

Fonte: Assessoria Coopavel
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