Conectado com

Suínos

5 estratégias para reduzir custo da alimentação e ter maior rentabilidade na produção de suínos

Profissional defende a importância de trabalhar com uma alimentação que busque suprir todas as necessidades nutricionais dos animais e que seja dinâmica e atrelada às melhores opções de insumos, que são disponibilizadas para o mercado suinícola.

Publicado em

em

Foto: Divulgação

O suinocultor entende e reconhece a relevância da nutrição adequada para a criação de suínos, isso porque cerca de 70% dos custos de produção estão relacionados com a alimentação dos animais. Desta maneira, buscar alternativas eficientes e que promovam a economia financeira podem trazer maior rentabilidade para o produtor. Essa temática está fazendo parte do 20º Congresso da Abraves, que acontece nesta semana, de 16 a 19 de outubro, em Porto Alegre, RS, com palestra da professora doutora em Zootecnia Melissa Hannas. A docente defende a importância de trabalhar com uma alimentação que busque suprir todas as necessidades nutricionais dos animais e que seja dinâmica e atrelada às melhores opções de insumos que são disponibilizadas para o mercado suinícola.

Doutora em Zootecnia Melissa Hannas faz palestra no Congresso Abraves no Rio Grande do Sul – Foto: Arquivo Pessoal

Melissa defende que é possível melhorar o retorno econômico dos sistemas de produção a partir da elaboração das rações com base nas exigências nutricionais dos animais, mas alertou que este trabalho não é estático, porque os valores dos alimentos e dos produtos finais produzidos também passam por modificações e são, constantemente, alterados conforme as regras do mercado. “Uma coisa é certa, quando a exigência nutricional é bem ofertada, o desempenho do animal é sempre melhor”, defende.

Na busca por melhorar a alimentação dos animais e reduzir os custos de produção, a especialista sugere cinco estratégias principais. A primeira é a possibilidade de utilizar ingredientes alternativos. A segunda diz respeito ao conhecimento da composição dos nutrientes que são utilizados para formular as dietas. Em terceiro está valer-se da formulação de dieta com base nos conceitos de nutrição mais aprofundados. A quarta estratégia é propiciar uma alimentação específica em cada uma das fases do animal e a quinta é o uso de modelos dinâmicos de nutrição e rentabilidade.

1ª estratégia: ingredientes alternativos

A zootecnista lembra que a base da alimentação dos suínos no Brasil é milho e farelo de soja, porque o país não possui uma diversidade grande de grãos. “Em apenas algumas regiões existe a oferta de ingredientes alternativos, mas muitas vezes essa oferta é limitada”, pontua. Melissa complementa enaltecendo que é preciso buscar oferecer uma diversidade de grãos, conforme as disponibilidades de cada região.

2ª estratégia: conhecer a composição dos nutrientes

Outro aspecto importante destacado por ela á a necessidade de conhecer a composição dos nutrientes que estão presentes nos alimentos que são fornecidos aos animais. “Quando conseguimos analisar e verificar a composição, conseguimos formular uma dieta mais próxima daquilo que é a exigência nutricional, ou seja, o que o animal realmente necessita”, reforça.

3ª estratégia: energia líquida e aminoácidos

A terceira recomendação diz respeito a formulação da dieta, com base na utilização de conceitos nutricionais mais elaborados, valendo-se da utilização do sistema de energia líquida e da parte proteica, considerando os aminoácidos digestíveis. “Quando utilizamos esses conceitos temos uma possibilidade de melhor atender as exigências nutricionais dos animais e obter menores custos de produção, por meio da melhor eficiência do uso dos nutrientes fornecidos para ganho de peso animal e conversão do alimento”, informa.

4ª estratégia: alimentação específica em cada fase de vida do animal

Outro aspecto bastante importante, ressalta a zootecnista, é a importância de atentar-se à necessidade nutricional que é específica para cada fase/idade do animal. “Os suínos nascem hoje com cerca de 1,3 Kg, o desmame acontece normalmente com 6 Kg e depois ele é abatido com cerca de 130 Kg. Desta forma, ao longo do desenvolvimento do animal, as exigências de nutrientes vão modificando e, por isso, o trabalho em fases de alimentação é extremamente importante e pode ser um grande aliado na economia com a alimentação”, explica.

Ela reforça que esta estratégia é bastante benéfica, porque quando a alimentação do animal é subdividida em várias fases é possível atender com maior exatidão os nutrientes que o suíno precisa, e desta forma ele tem um desempenho melhor e possibilita um menor desperdício de nutrientes. “Trabalhar com conceitos de nutrição são uma excelente forma de melhorar o desempenho, pois eles possibilitam tornar os ingredientes como o milho e o farelo de soja mais eficientes”, destaca.

5ª estratégia: modelos dinâmicos de nutrição e rentabilidade

Com relação ao uso de modelos dinâmicos de nutrição e rentabilidade, Melissa reforça que os modelos dinâmicos permitem definir para cada situação, sistema de produção e preços de insumos quais níveis nutricionais da dieta fornecida aos animais proporcionarão aos produtores a maior rentabilidade. “Esses modelos dinâmicos oferecem a capacidade de personalizar os níveis nutricionais da dieta fornecida aos animais, adaptando-os a cada situação”, pontua.

Outras estratégias

Melissa também enalteceu que existem critérios nutricionais que são essenciais e que os produtores precisam considerar. “Para que isso funcione da melhor maneira os produtores contam com a assessoria de nutricionistas e zootecnistas que são aptos a indicar dietas formuladas, que estejam de acordo com as exigências nutricionais para cada fase do animal, para cada categoria e para as características específicas dos sistemas de produção que o granjeiro esteja inserido. Atentar-se para isso é fundamental”, opina.

Outra estratégia de alimentação seria a separação dos animais em três categorias, conforme o sexo, porque os machos castrados têm uma exigência nutricional e a fêmea outra. “Hoje também temos o terceiro gênero, que é o macho inteiro, que ele só vai ser castrado ao final com a vacina de imunocastração, e ele também possui uma necessidade diferenciada de nutrientes”, informa acrescentando que esta separação é difícil de ser realizada, por conta das limitações de logística, mas quando realizada traz muitos benefícios”, informa.

Nutrição de precisão

Foto : Jonathan Campos

Um caminho para o futuro, segundo a doutora, é a possibilidade de incrementar ainda mais a nutrição de precisão, já que os estudos mostram que é possível verificar a real exigência nutricional dos animais. “Em um futuro próximo, quando a gente conseguir misturar a dieta diariamente e verificar se os animais estão consumindo exatamente o que é necessário, essa precisão será uma grande forma de reduzir o custo e vai possibilitar uma maior sustentabilidade, porque vai diminuir a ingestão de nutrientes que são excretados pelo animal de forma desnecessária e que voltam ao meio ambiente”, sugere.

Melissa considera esta estratégia muito importante porque ela propicia uma dieta que atenda às necessidades dos animais, o que vai possibilitar com que o animal absorva e tenha uma eficiência melhor de ganho de peso. “Isso porque à medida que o animal vai crescendo a capacidade de ingestão dele aumenta. Nessa situação, a dieta precisa ser diluída porque ele come mais e não necessariamente esse aumento no consumo reflete em maior ganho de peso, desta maneira, quanto mais próximo da exigência nutricional e capacidade de eficiência dele, mais econômico fica o investimento financeiro que o produtor faz na alimentação do seu plantel”, orienta.

“Quando determinamos a exigência de um nutriente em condições experimentais, estabelecemos quanto que o animal precisa consumir para apresentar o melhor desempenho, o que pode ser traduzido em ganho de peso, conversão alimentar e em algumas condições, por exemplo, rendimento de carne, maior produção de cortes, dependendo da indústria”, destaca.

Melissa ainda enaltece que os efeitos de melhoria de desempenho são imediatos quando se é trabalhado com a atendimento das exigências nutricionais dos animais. “Com certeza a gente melhora os índices zootécnicos, mas, mais uma vez, melhorar o índice zootécnico não se traduz necessariamente em maior lucratividade, é preciso planejar e avaliar quais os planos alimentares que promovem os maiores retornos econômicos, este é o nosso grande desafio”, considera.

Ela reforça que é necessário levar em consideração também que muitas vezes o melhor ponto econômico não acompanha o melhor desempenho, uma vez que este dependerá do custo dos insumos e do preço de comercialização dos produtos finais produzidos. “É importante considerar isso”, recomenda.

Avaliar e otimizar

Aos produtores que pensam em melhorar a eficiência e diminuir os custos, ela aconselha que o primeiro passo é reavaliar em que situação a granja encontra-se hoje. “Precisamos ter um objetivo, mas também é preciso saber qual é o ponto de partida, ou seja, qual é a situação da granja hoje, no que diz respeito ao potencial genético dos animais e avaliar onde que isso pode ser otimizado. Contar com profissionais capacitados, que vão propiciar avaliações específicas para cada modelo de produção, é necessário”, recomenda.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

 

 

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.