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3º International Fish Congress & Fish Expo anuncia programação
Congresso reunirá cadeia do pescado no período de 24 a 26 de novembro, em Foz do Iguaçu (PR).

Congresso reunirá a cadeia do pescado no período de 24 a 26 de novembro em Foz do Iguaçu (PR). Na pauta, o marco da nova era na produção aquícola brasileira em debate com especialistas de quatro continentes
O evento de referência da aquicultura brasileira chega à terceira edição com o maior encontro do setor do pescado, um marco da nova era em que vive a produção brasileira com a abertura de novos mercados e fortes investimentos em expansão da produção.
O 3º International Fish Congress & Fish Expo será realizado nos dias 24, 25 e 26 de novembro no Maestra Convention – Recanto Cataratas Thermas e Resort, em Foz do Iguaçu (PR). Reunirá feira de negócios com mais de 100 estandes de empresas nacionais e internacionais, espaço para novas tecnologias de recirculação, mostra de trabalhos científicos e palestrantes de mais de 15 países, entre os maiores especialistas do mundo. O tema geral sintetiza a orientação central do Congresso: “Das águas à mesa do consumidor: por uma cadeia competitiva, sustentável e focada no mercado global”.
O presidente do IFC 2021 e ex-ministro da Pesca Altemir Gregolin assinala que “a terceira edição do IFC Brasil consolida-o como o grande encontro do setor. Inovamos ao criar o evento em 2019, com o conceito de reunir em um só tempo e lugar o conjunto da cadeia produtiva do pescado, para discutir tendências, projetar o futuro e construir caminhos para o desenvolvimento com a visão de futuro, ou seja, consolidar uma cadeia competitiva e sustentável. O setor entendeu a proposta e o evento foi um sucesso, com mais de 1.200 participantes”.
A diretora executiva Eliana Panty destaca que a proposta do International Fish Congress é unir o setor, as entidades, promover diálogos, aproximar, definir pautas e estratégias comuns. “Estamos vivendo um momento ímpar, com uma grande evolução da cadeia de pescados brasileira na última década, especialmente na aquicultura e na indústria. Além de fortalecer o mercado interno, estamos ampliando as exportações e nos inserindo no mercado externo, o que é muito relevante. Ao escoar nossa produção para o mundo, temos maiores condições de desenvolver o potencial pesqueiro e aquícola, que é o nosso grande desejo”, afirma.
DINAMISMO
O IFC 2021 debaterá a sustentabilidade do setor que cresce a passos largos, na esteira das cooperativas no Sul do país que agregaram a expertise da produção avícola para a cadeia do pescado. “O Brasil tem um grande potencial, com capacidade para produzir 20 milhões de toneladas/ano. Temos as melhores condições do mundo para a produção, clima favorável, uma costa de mais de 8.500 km de extensão, 13% da água doce do mundo, espécies nobres, além de fontes de matéria-prima como soja e milho para ração de qualidade. Para isso, precisamos ter a cadeia estruturada e sermos competitivos globalmente. O evento se propõe a avançar nessas discussões”, enfatiza Gregolin.
Diante deste latente potencial, o International Fish Congress destaca-se como uma bússola para a organização da cadeia de pescados. “Na perspectiva de desenvolvimento competitivo, sustentável e focado no mercado global. Esse é o tripé do evento”, informa Gregolin. “Desde a primeira edição, em 2019, o IFC tem esse mote”, completa.
Estarão na pauta as tendências globais de consumo de pescados como praticidade e produção sustentável. “O consumidor quer saber como a proteína foi produzida, qual o impacto regional, em termos de emprego e renda, como influencia as condições de vida das pessoas, de preservação ambiental, entre outros. Tudo isso com competitividade e qualidade”, afirma.
Em um momento do setor marcado por investimentos internacionais e nacionais, aquisições e abertura de novos mercados para novos produtos, o evento pontua a discussão sobre os temas-chave e estratégias de crescimento sustentável, com painéis de discussão e a presença das maiores empresas do setor.
Além dos palestrantes internacionais, o evento oferecerá uma experiência nova com o Hands On Aqua, um espaço para interação com novas tecnologias como recirculação e produção em alta densidade, produção em grandes tanques e novas tecnologias que estão chegando ao mercado. Serão apresentadas tecnologias inéditas e lançamentos serão feitos na Fish Expo, feira de negócios que vai reunir mais de 100 empresas de nutrição, sanidade, equipamentos e aditivos para a aquicultura.
A rodada de negócios e o Arena do Conhecimento Sebrae são outros atrativos da programação, focalizando os temas estratégicos para a organização e fortalecimento da governança e liderança local, estruturação da assistência técnica dos pequenos produtores, ampliação de mercado e canais de comercialização.
APOIO UNÂNIME
O 3º International Fish Congress tem a coorganização da Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação (FUNDEP) e da UNIOESTE com patrocínio do SEBRAE, e apoio da Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca (SAP) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Governo do Estado do Paraná; Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA), Associação de Produtores de Peixes do Brasil (Peixe BR), Associação das Indústrias de Pesca (ABIPESCA), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Agência de Fomento do Paraná, Sanepar e Copel. O IFC 2021 conta ainda com o apoio da Organização das Cooperativas do Paraná (OCEPAR) e Sistema FAEP/SENAR-PR.
Programação completa aqui

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



