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Bovinos / Grãos / Máquinas Na cidade de Chapecó

3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte debate gargalos e soluções do setor em Santa Catarina

Evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), antecedeu o 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL).

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Fotos: Divulgação/Nucleovet

Explanações de profissionais e pesquisadores renomados, difusão de conhecimentos e estratégias aplicáveis frente aos desafios do setor marcaram a 3ª edição do Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte, realizado na manhã da última terça-feira (5), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), antecedeu o 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL).

Novilho precoce

Coordenadora estadual do Programa Novilho Precoce da CIDASC, Flávia Klein: “No Oeste, cerca de 60 mil animais foram abatidos em 2023, resultando em quase 6 milhões de reais repassados aos produtores como incentivo”

A primeira palestra do Fórum foi apresentada pela coordenadora estadual do Programa Novilho Precoce da CIDASC, Flávia Klein, e pelo professor associado na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Diego Cucco, que discutiram os parâmetros dos novilhos catarinenses.

Desde 1993, produtores rurais de novilhos e abatedouros frigoríficos do estado contam com o Programa Novilho Precoce, uma iniciativa pública de estímulo ao trabalho de melhoramento do rebanho bovino catarinense.

Entre os objetivos da iniciativa, Klein citou a intenção de viabilizar a pecuária por meio do aumento da produtividade, diminuir o déficit de carne bovina no estado, gerar renda ao produtor rural por meio do incentivo financeiro e melhorar a qualidade da carne através da redução da idade de abate, da tipificação das carcaças e do controle sanitário.

A coordenadora evidenciou que, em 2023, mais de 70 mil animais foram abatidos no programa, com a participação de 5.997 produtores cadastrados. No entanto, desses produtores, apenas 2.123 foram beneficiados por estarem efetivamente atendendo aos pré-requisitos do programa.

“No Oeste, cerca de 60 mil animais foram abatidos em 2023, resultando em quase 6 milhões de reais repassados aos produtores como incentivo. Essa região contribui com cerca de 30% do total do programa, um dado significativo, mas que ainda pode melhorar, considerando a sua capacidade produtiva”, avaliou, ao apresentar estatísticas regionais a fim de comparação.

Para compreender o perfil dos bovinos abatidos no programa, Cucco apresentou uma análise feita entre janeiro de 2020 e dezembro de 2022 com 514.574 animais, 3.103 UEPs (Unidades de Explorações Pecuárias) e 21 abatedouros frigoríficos. O levantamento mostrou que 41% dos animais abatidos eram novilhos superprecoces, 26% novilhos precoces e 31% não classificados. Quanto à classe sexual dos animais, nas três categorias prevaleceram os machos não castrados. “A idade média dos animais é bastante satisfatória, com destaque para a precocidade dos bovinos criados em Santa Catarina. A média de peso de abate também é superior, com tendência de aumento contínuo ao longo dos anos. No entanto, o acabamento de carcaça ainda pode ser melhorado”, expôs Diego.

Quanto à desclassificação dos animais, classificada em 30%, o professor explicou que as causas são a ausência de gordura e peso inadequado. “Embora o peso esteja melhorando, ainda é um critério significativo de desclassificação. Um dado relevante é que, em 2020, o peso era o principal motivo de desclassificação, mas a partir de 2022, a falta de gordura passou a liderar a lista”, apontou.

Com isso, a estimativa de perda de incentivo financeiro mostrou que o produtor deixou de receber aproximadamente oito milhões de reais com essa desclassificação. “Não é uma perda, mas é um incentivo que o produtor deixou de receber. Esses dados têm como objetivo mostrar a evolução e os gargalos da política pública para que continue evoluindo a fim de beneficiar a cadeia produtiva”, concluiu Cucco ao indicar que há espaço para expandir a adesão e a eficiência do programa no estado.

Consorciação forrageira

Pesquisador da Embrapa Trigo, Renato Serena Fontaneli: “Forrageiras de estação fria têm o pico de produção no inverno e na primavera, enquanto forrageiras de estação quente apresentam maior produtividade durante os meses mais quentes.”

 A qualidade da forragem impacta diretamente o desempenho dos animais, refletindo no ganho de peso vivo diário. Nesse sentido, a consorciação, ou combinação, de gramíneas com leguminosas é uma prática estratégica em pastagens tropicais, para proporcionar uma oferta de forragem distribuída ao longo do ano. O uso de consorciações forrageiras para alimentação de bovinos de corte foi o tema da explanação do Ph.D. em Agronomia e pesquisador da Embrapa Trigo, Renato Serena Fontaneli, na segunda palestra do Fórum.

Inicialmente, Fontaneli revelou que essa diversidade permite que espécies com diferentes picos de crescimento maximizem a produção em estações específicas. Além disso, para ele, o cultivo simultâneo de duas ou mais espécies na mesma área, na mesma safra agrícola (ou ano), podem melhorar a proteção do solo, preservar flora, fauna e biota do solo, reduzir a presença de plantas invasoras e melhorar a distribuição estacional de forragem. Além disso, a prática pode apresentar potencial para melhorar o valor nutritivo para alimentação animal, o consumo e os ganhos de produto animal comercializável.

O pesquisador evidenciou que a temperatura, a disponibilidade de água, a fertilidade do solo e a quantidade de radiação solar são os fatores mais importantes para determinar a quantidade e o valor nutritivo da forragem produzida. “As espécies diferem quanto à reação à temperatura durante as estações do ano. Forrageiras de estação fria têm o pico de produção no inverno e na primavera, enquanto forrageiras de estação quente apresentam maior produtividade durante os meses mais quentes. Em resumo, combinando espécies podemos ter pasto o ano todo”.

Fontaneli reforçou que o uso extensivo de espécies de estação fria é uma estratégia para melhorar a lucratividade da agropecuária e garantir a sustentabilidade agroecológica. “Essas forrageiras, complementares às espécies de verão, produzem uma forragem de alta qualidade e se integram ao ecossistema natural do sul do Brasil, onde predominam campos nativos”, explicou.

Nesse sentido, citou que, nos últimos 30 anos, práticas como a inclusão do trigo para pastagem se consolidaram, diversificando os usos desse cereal. Também apontou o potencial produtivo de Capins, como o Capim elefante e o Capiaçu, para silagem.

Enfatizou, por fim, os princípios gerais na elaboração de misturas ou consorciações. “Primeiro, toda mistura deve conter pelo menos uma espécie de gramínea e uma de leguminosa, mas no máximo quatro espécies. Segundo, a mistura deve ser adaptada à utilização pretendida e ao ciclo”, finalizou o pesquisador.

Gestão nutricional e eficiência

Pós-doutor em Zootecnia e coordenador do Núcleo de Estudos em Pecuária de Corte da UFLA, Mateus Pies Gionbelli: “Nosso objetivo é compreender tanto o funcionamento da vaca quanto o desenvolvimento dos bezerros que ela produz”

O encerramento do 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte ocorreu com a palestra “Gestão nutricional para maior eficiência produtiva de vacas de corte”, com o pós-doutor em Zootecnia e coordenador do Núcleo de Estudos em Pecuária de Corte da UFLA, Mateus Pies Gionbelli.

Ele enfatizou que a Universidade Federal de Lavras, em colaboração com outras instituições de pesquisa, empresas e fazendas do setor pecuário, tem estudado a fundo a fisiologia e o metabolismo de vacas de corte, com o objetivo de entender como elas reagem ao ambiente e como isso reflete no sistema de produção. “Nosso objetivo é compreender tanto o funcionamento da vaca quanto o desenvolvimento dos bezerros que ela produz, avaliando como esses bezerros expressarão seu potencial genético e o quão produtivos serão ao longo de suas vidas”, explicou.

A partir dessas pesquisas, Gionbelli explicou que compreenderam mais sobre a fisiologia e o metabolismo dos animais, que variam significativamente ao longo do ciclo produtivo, seja durante a gestação, a lactação ou em diferentes estágios de ambas. “Essas variações impactam a demanda por nutrientes e a capacidade de absorção, o que nos levou ao conceito de gestão nutricional, que integra o conhecimento fisiológico com dados de campo para que seja possível planejar e organizar melhor o sistema de produção, visando maior eficiência”, sublinhou o pesquisador.

Argumentou que cenários fisiológicos e metabólicos são diferentes entre as diversas fases do ciclo produtivo de uma vaca de corte. No terço médio da gestação, citou como características a alta capacidade de consumo, a baixa exigência nutricional e a alta sensibilidade à programação fetal. Já no terço final da gestação, o consumo é ~44% menor do que no terço médio, a exigência é alta e há mobilização do músculo da carcaça. Na lactação, Gionbelli relatou uma alta capacidade de consumo, uma alta exigência nutricional, e que 60% a 85% da energia usada pela glândula mamária vem de AGV e gordura (dieta ou mobilizada).

Abordou ainda o período após a desmama, fundamental do ciclo de produção para vacas que geram um bezerro por ano. “Nesta fase, que ocorre em grande parte dos sistemas de gado de corte, enfrentamos uma época de escassez e baixa qualidade de alimentos, ao mesmo tempo em que a vaca apresenta menor exigência nutricional. O pós-desmama oferece a melhor oportunidade para recuperar o escore corporal das vacas, pois elas apresentam maior potencial de captação de nutrientes, embora o pasto, geralmente, seja de baixa qualidade. Esse cenário reforça a necessidade de uma gestão nutricional planejada, garantindo que recursos alimentares estejam disponíveis para explorar o potencial fisiológico das vacas neste momento crucial do ciclo”, finalizou.

Programação
13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite
8ª Brasil Sul Milk Fair
3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte

Quarta-feira (06)

Painel Saúde, manejo e ambiente

10h40: Como otimizar o manejo de dejetos?

Palestrante: Alexandre Toloi

11h40: Mesa-redonda

12h20: Almoço

14h: Traduzindo vacas

Palestrante: Marcelo Cecim

15h: Inter-relações entre a saúde e a performance produtiva de vacas leiteiras

Palestrante: Ronaldo Luis Aoki Cerri

16h: Milk Break

16h40: Perdas gestacionais – principais causas e como evitá-las

Palestrante: Ronaldo Luis Aoki Cerri

19h: Happy Hour na 8ª Brasil Sul Milk Fair

Quinta-feira (07)

Painel Qualidade da Forragem

08h: Uso da suplementação como estratégia para alta produção de leite em pastagens

Palestrante: Eduardo Bohrer Azevedo

09h: Como a qualidade da forragem altera o desempenho e o comportamento alimentar?

Palestrante: Luiz Ferraretto

10h: Milk Break

10h40: Práticas para maximizar a utilização do amido em silagem de milho e grão úmido.

Palestrante: Luiz Ferraretto

11h40: Mesa-redonda

12h20: Encerramento e sorteio de brindes

Fonte: Assessoria Nucleovet

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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