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3º Encontro Nacional de Criadores do PMGZ resulta em novas estratégias para aprimoramento do programa e novo iABCZ

O ponto alto das novidades foi a exposição do novo índice.

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Foto: André Santos

O Encontro Nacional de Criadores do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), ocorrido na 16ª ExpoGenética, foi uma importante oportunidade para ouvir os selecionadores de gado Zebu e apresentar os próximos passos do PMGZ.

O Presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), Gabriel Garcia Cid, reforçou a importância de se manter um canal de comunicação com criadores participantes do PMGZ para o aprimoramento constante do programa. Além disso, ressaltou que as avaliações genéticas, em conjunto com as avaliações visuais, constituem uma poderosa ferramenta para o melhoramento genético das raças zebuínas.

O Superintendente Técnico da entidade, Luiz Antonio Josahkian, apresentou um histórico das ferramentas de seleção conduzidas pela ABCZ e utilizadas há décadas pelos associados: registro genealógico; controle de desenvolvimento ponderal; provas de ganho em peso; controle leiteiro; PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens); avaliações de tipo morfológico e avaliações genéticas.
Foram anotadas sugestões e elucidadas importantes dúvidas técnicas e operacionais dos criadores participantes do PMGZ com relação à interpretação dos resultados das avaliações genéticas, utilização das ferramentas e planejamento de genotipagem dos rebanhos.

Finalmente, foram apresentados os próximos passos do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos. Foi anunciado que serão publicadas as DEPs para Consumo Alimentar Residual (CAR) e Relação de Desmama (RD), as quais não farão parte do iABCZ. Além disso, foi comunicado que novas características relacionadas à reprodução e sobrevivência de bezerros estão sendo estudadas em parceria com universidades brasileiras e norte-americanas.

O ponto alto das novidades foi a exposição do novo iABCZ (o índice de seleção que contempla características de importância econômica, sugerido como critério de seleção dos animais dentro do PMGZ), para o 2º semestre de 2024, no qual serão incluídas as características de carcaça: Área de Olho de Lombo (AOL) e Acabamento de Carcaça (Acab). O PMGZ conta com um banco de dados sólido, robusto, confiável e consideravelmente extenso para as referidas características.

Trata-se de um importante passo no sentido de auxiliar os criadores na seleção dos melhores animais para a produção sustentável de carne, pois as características de carcaça permitem identificar os indivíduos que contribuirão para o aumento no rendimento de cortes e aprimoramento no acabamento de carcaça dos rebanhos zebuínos. Em decorrência das sugestões apresentadas pelos criadores, será estudada oportunamente, também, a efetividade técnica de se extinguir o Total Materno na Desmama (TMD) e utilizar unicamente a característica Peso na Fase Materna Efeito Materno (PM-EM), com ponderação de 10% no índice.

O novo índice será adotado a partir da terceira avaliação genética, a ser publicada em julho de 2024.

O novo iABCZ passará a ter a seguinte composição:

iABCZ = 5% PM-EM + 5% TMD + 30% STAY + 10% IPP + 5% PE365 + 13% PD-ED + 8% PA-ED + 13% PS-ED + 6% AOL + 5% ACAB

Para a nova composição do iABCZ foram retirados percentuais de ponderação das características de crescimento e idade ao primeiro parto, pois as DEPs AOL e ACAB permitem classificar os animais para, além de peso, composição corporal e precocidade.

Fonte: Assessoria ABCZ

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Pressões ambientais externas reacendem disputa sobre limites da autorregulação no agronegócio

Advogada alerta que auditorias privadas e acordos setoriais, como a Moratória da Soja, podem impor obrigações além da lei, gerar assimetria concorrencial e tensionar princípios constitucionais.

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Foto: Freepik

A intensificação de exigências internacionais para que produtores brasileiros comprovem de forma contínua a inexistência de dano ambiental como condição para exportar commodities, especialmente a soja, reacendeu um debate jurídico sensível no país. Para a advogada especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Márcia de Alcântara, parte dessas exigências ultrapassa a pauta da sustentabilidade e pode entrar em choque com princípios constitucionais e da ordem econômica, sobretudo quando assumem caráter padronizado e coordenado por grandes agentes privados.

Segundo ela, quando tradings internacionais reunidas em associações que concentram parcela expressiva do mercado firmam pactos com auditorias e monitoramentos próprios, acabam impondo obrigações ambientais adicionais às previstas em lei. “Esses acordos privados transferem ao produtor o ônus de provar continuamente que não causa dano ambiental, invertendo a presunção de legalidade e de boa-fé de quem cumpre o Código Florestal e demais normas”, explica.

Márcia observa que esse tipo de exigência, quando se torna condição para o acesso ao mercado, tensiona princípios como a segurança jurídica e o devido processo. “Quando a obrigação é padronizada e coordenada por agentes dominantes, deixa de ser mera cláusula contratual e passa a se aproximar de uma restrição coletiva, com efeito de boicote”, afirma.

Moratória da Soja e coordenação setorial

Advogada Márcia de Alcântara: “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”

Entre os casos emblemáticos está a chamada Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão oriundo de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia. Para a advogada, o modelo de funcionamento da moratória se assemelha a uma forma de regulação privada, com possíveis implicações concorrenciais. “Há três pontos críticos nesse arranjo: a coordenação por associações que concentram parcela relevante do mercado; a troca de informações sensíveis e listas de exclusão que não são públicas; e a imposição de padrões mais severos do que a legislação brasileira. Esse conjunto pode configurar conduta anticoncorrencial, conforme o artigo 36 da Lei 12.529/2011”, avalia.

Ela acrescenta que cobranças financeiras ou bloqueios comerciais aplicados a produtores que não apresentem documentação adicional de regularidade ambiental podem representar penalidades privadas sem respaldo legal. O tema, segundo Márcia, já vem sendo acompanhado tanto pela autoridade antitruste quanto pelo Judiciário.

Marco jurídico recente

Nos últimos meses, a controvérsia ganhou contornos institucionais. Uma decisão liminar do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos ligados à Moratória da Soja até o julgamento de mérito, para evitar decisões contraditórias e permitir uma análise concentrada do conflito. Paralelamente, o Cade decidiu aguardar o posicionamento do STF antes de seguir com as investigações, embora mantenha atenção sobre a troca de informações sensíveis entre empresas durante o período.

Entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja-MT defendem que a atuação concorrencial do Estado não seja paralisada. Elas argumentam que há indícios de coordenação de compra e que a suspensão integral das apurações pode esvaziar a tutela concorrencial.

Entre os principais questionamentos estão a extrapolação normativa de acordos privados, a falta de transparência nos critérios de exclusão e a substituição da regulação pública por padrões privados de alcance global. “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”, pontua Márcia.

Possíveis desfechos

Foto: Gilson Abreu

A especialista mapeia dois possíveis desfechos para o impasse. Caso o STF decida a favor dos produtores, será reforçada a soberania regulatória do Estado brasileiro, com o reconhecimento de que critérios ambientais devem ser definidos por normas públicas claras e transparentes. A decisão poderia irradiar efeitos para outras cadeias produtivas, como carne, milho e café, estabelecendo parâmetros de ESG proporcionais e auditáveis. Em sentido contrário, validar a autorregulação privada abriria espaço para padrões globais com camadas adicionais de exigência, elevando custos de conformidade e reduzindo a concorrência.

Para Márcia, o Brasil já conta com um dos arcabouços ambientais mais robustos do mundo. O Código Florestal impõe a manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, exige o Cadastro Ambiental Rural georreferenciado e conta com sistemas de monitoramento por satélite e mecanismos de compensação ambiental.

Além disso, o país dispõe de políticas estruturantes como a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. “Esse conjunto garante previsibilidade ao produtor regular e comprova que o país possui um marco ambiental sólido. Por isso, exigências externas precisam respeitar a proporcionalidade, a transparência e o devido processo. Caso contrário, correm o risco de ferir a legislação brasileira e distorcer a concorrência”, ressalta.

Fonte: Assessoria Celso Cândido de Souza Advogados
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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30

Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

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Foto; Beatriz Batalha/Mapa

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.

Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.

Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.

A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.

Fonte: Assessoria Mapa
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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro

Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

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Foto: Jaelson Lucas

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.

Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock

Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.

Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.

Fonte: Assessoria Cepea
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